O pai biológico a ignorava, a madrasta a maltratava, e Karina, sem saída, foi forçada a se casar com o nobre Ademir Barbosa, da Cidade J! No dia do casamento, seu marido descobriu que ela havia perdido a virgindade antes da união, e a julgou como uma mulher de moral dissoluta e vida desregrada. Após dez meses de gravidez, Karina deu à luz, assinou os papéis do divórcio e saiu de casa sem nada, desaparecendo sem deixar rastros. Anos depois, Karina voltou para a Cidade J, acompanhada de uma criança. - Sr. Ademir, ouvi dizer que o senhor está precisando de um médico particular? Ademir, muito satisfeito, respondeu: - Você está contratada. Diziam por aí que o Sr. Ademir não tinha esposa, não precisava de amante, mas dedicava um imenso carinho à sua médica particular, tratando o filho dela, cujo pai era desconhecido, como se fosse seu próprio filho.
Ler mais— Desculpa, foi minha culpa. Eu aceito a punição....No dia seguinte, Karina ainda estava dormindo, não completamente acordada, quando sentiu uma coceira nas mãos.— O que você está fazendo? — Ela perguntou impacientemente.— Te acordei? — Ademir respondeu em voz baixa. — Já vou sair. Só vou passar mais um pouco de pomada na sua mão, depois você pode continuar dormindo. Quando acordar, se lembre de passar também. Tem que passar quatro vezes por dia.— Que irritante! — Karina puxou as cobertas e cobriu a cabeça.Ademir sorriu, resignado, mas com um toque de carinho.O temperamento de Karina não era dos mais explosivos, mas foi vivendo com ela que Ademir percebeu que ela tinha uma certa tendência a ficar mal-humorada logo ao acordar. Quando ela dormia o suficiente, tudo bem, mas quando não dormia o suficiente, o mau humor era bem evidente.— Não vou te incomodar mais. Dorme aí.Karina abriu os olhos novamente, já era mais de dez horas.Ela não tinha trabalho naquele dia, apenas precisav
Então, com cuidado e delicadeza, ele a deitou na cama. Segurou ela nos braços, sem dar chance para que ela fugisse.— Eu já te falei, tudo o que eu disse não vale nada? Eu te disse que não trairia o casamento, por que você não acredita em mim? — Disse ele.Karina o encarou fixamente:— Sr. Ademir, eu acredito que você é um homem de moral. Seu corpo será fiel ao casamento.Ele recebeu uma boa educação, com um forte senso de moralidade e responsabilidade, e, após tanto tempo juntos, ela tinha confiança nisso.— Mas, não é apenas a traição física que é traição. A traição psicológica também é traição. — Karina pensou um pouco, sentindo que suas palavras não estavam certas, então se corrigiu. — Eu falei errado. Seu coração... Nunca esteve aqui comigo...Ademir a interrompeu, perguntando:— Você realmente acha que tem consciência ao falar assim? Ele tinha sido bom com ela, será que ela havia se esquecido de tudo isso?— Está certo. — Karina aceitou com humildade, reconhecendo que suas pala
Talvez, desde o início, ele já tivesse pensado em comemorar o aniversário com a Vitória.Ela deveria, dali em diante, guardar seu coração e deixar de fazer essas coisas bobas. Ela se esforçava tanto, mas ele não precisava disso, e no final, só acabava deixando todo mundo constrangido.Deitada na cama, com a luz apagada, Karina se preparava para dormir.Mas, de repente, ela ouviu um barulho vindo da porta.Parecia que a fechadura estava girando?Karina imediatamente se virou, se sentando na cama.Nesse momento, a porta foi aberta, a luz principal acendeu, iluminando todo o quarto.Ademir entrou, jogando a chave sobre o sofá com desprezo.Karina ficou paralisada. Ela se esqueceu de que aquela era a casa dele, como ele poderia não ter a chave do quarto?Ademir caminhou em sua direção e, com um movimento calmo, se sentou de pernas cruzadas na cama:— Não vai me deixar entrar? Então, onde eu vou dormir? Este é o nosso quarto, metade é meu.Karina o encarou por dois segundos, então assentiu
— Você não precisa saber. — Karina, tentando suportar a dor, retirou a mão.Ele não precisava saber?Ademir estreitou os olhos, que eram lindos e penetrantes:— Você é minha esposa, sua mão está machucada, e eu não preciso saber?— Tem algum problema? — Karina sorriu levemente, sem que sua voz demonstrasse qualquer alteração emocional, tão tranquila quanto se estivesse apenas enunciando um fato. — Você passou a noite com a Vitória comemorando o aniversário, e eu também não sabia, não é?O quê?Mais do que um sentimento de culpa, Ademir estava surpreso. Comemorando o aniversário juntos? Aproveitando que ele estava absorto, Karina sacudiu o braço e subiu as escadas.Aniversário?Ademir franziu a testa, lembrando de repente que era o seu aniversário.Então, Karina o convidou porque queria comemorar seu aniversário?Ele se arrependeu imediatamente ao pegar o celular e discar um número.— Ademir. — Do outro lado da linha, era Bruno.Ele estava com Karina o tempo todo. Se Karina queria faze
A boca de Karina estava cheia de comida, e ela apenas balançou a cabeça. No entanto, ela não olhou para ele. Ademir sentiu uma dor no peito, sabia que a havia magoado ao deixá-la esperando sozinha a noite toda: — E amanhã à noite, que tal? Eu vou fazer a reserva no restaurante, e garanto que vou chegar antes de você. — Não precisa. — Karina continuou balançando a cabeça, pegando um pedaço de rabanete picante, e murmurou em voz baixa. — Só resta esse. — Eu te sirvo mais. — Ademir se levantou imediatamente, pegando o prato vazio. Mas logo percebeu que não sabia onde o prato estava. Procurou na geladeira, mas não encontrou nada. Então, disse: — Vou chamar a Wanessa. — Não precisa. — Não tem problema. — Ademir insistiu. — Você não queria mais, não? — Eu disse que não precisa. — Karina franziu a testa e deixou o garfo de lado. — Por que você sempre faz isso? Se eu preciso ou não, eu mesma decido. Sua voz estava claramente carregada de frustração. Ademir percebeu
Vitória percebeu que Ademir estava com uma expressão estranha e perguntou: — Você tem algo urgente para fazer? — Tenho. — Ademir assentiu, se levantando. — Desculpe, Vitória, eu preciso ir. — Não precisa pedir desculpas. — Vitória, compreensiva, não o impediu. — São tantos anos de amizade, você acha que vou me preocupar com esses detalhes? Se você tem algo a fazer, vá logo. Ademir, agradecido, disse: — Então eu vou indo. Vamos nos falar depois. — Se cuide na estrada! — Vitória se levantou e o observou sair. Um sorriso sutil se formou em seus lábios. Com a mão, ela apertou lentamente o broche de borboleta que segurava, sentindo a tensão aumentar....No carro, Júlio ligou para Bruno: — Você precisa manter a Karina aí. O Ademir está a caminho. — Vou tentar. Após desligar, a porta do salão se abriu e Karina saiu. Bruno, preocupado, se apressou para bloqueá-la, dizendo: — Karina, o Ademir já está chegando, por favor, espere um pouco mais. — Não. — Karina sorriu
Quando Júlio voltou, ele contou ao Ademir que tudo estava resolvido, e que ele próprio havia entregue o grampo de borboleta diretamente nas mãos da pequena borboleta.Ademir então ficou tranquilo.Agora, poderia viajar com a mente mais leve e seguir para o exterior, onde se submeteria ao tratamento.Ele estava cego havia quase seis meses, e o tratamento durou cerca de mais seis meses.Dessa vez, o tratamento foi um sucesso.Ele pôde ver novamente!Ademir acreditava que essa recuperação tinha algo a ver com a sorte que a pequena borboleta havia lhe trazido.Após recuperar a visão, a primeira coisa que ele fez ao voltar foi procurar por ela.Mas, infelizmente, ela já havia desaparecido.Nos anos seguintes, a pequena borboleta nunca mais apareceu.Sua memória voltou ao presente.Agora, vendo Vitória se aproximando, cada passo dela fazia seu peito apertar, os olhos começando a se encher de lágrimas.Com medo de assustá-la, Ademir pegou o grampo de borboleta e, com cautela, o estendeu até e
As memórias passaram rapidamente pela mente de Ademir.Era algo de sua juventude...Naquele ano, ele sofreu um acidente de carro que o deixou cego.Otávio contratou os médicos mais renomados do mundo, mas nenhum deles podia garantir se ele conseguiria recuperar a visão.Era possível que ele nunca mais fosse ver, e seu mundo se tornaria eternamente um abismo de escuridão.Que golpe devastador isso representou para o jovem Ademir!Durante aquele período, sem poder ver nada, sua personalidade se tornou extremamente irritadiça.Além de Otávio, ele se recusava a falar com qualquer outra pessoa.Gritava com os cuidadores e empregados a qualquer momento.Com o tempo, ele se tornou mais fechado, cada vez mais sombrio.Por causa disso, Otávio contratou um psicólogo para ele, mas Ademir rejeitou completamente o tratamento e se mostrou totalmente irreversível.Otávio sabia o quanto o neto estava sofrendo, e, sem alternativas, se viu forçado a deixá-lo assim.Foi então que, nesse período, Otávio d
— Não se preocupe. — Júlio falou sem a necessidade de um pedido de Ademir. — Não posso deixar que você saia prejudicada.Esse valor, para Ademir, não significava nada.Nadia virou os olhos, pensando rapidamente:— Sr. Ademir, posso perguntar por que o senhor comprou esse grampo de cabelo?Ademir não respondeu de imediato e se levantou:— Isso não é da sua conta. Receba a compensação e fique tranquila.Ademir deu um passo, prestes a ir embora.— Espere! — Nadia chamou ele apressada. — Sr. Ademir, por favor, espere!Ademir parou, franzindo levemente a testa:— Há mais alguma coisa?— Sim. — Nadia assentiu rapidamente. — Ainda não terminei. Esse grampo de cabelo, embora tenha caído nas minhas mãos, não é meu.Ademir se deteve, olhando para ela.Com uma calma quase inquietante, ele perguntou:— Então, de quem é esse grampo de borboleta?— Sr. Ademir. — Nadia sorriu com um toque de resignação. — Ora, o que mais poderia estar na minha necessaire, se não minhas coisas ou as coisas das celebri