O pai biológico a ignorava, a madrasta a maltratava, e Karina, sem saída, foi forçada a se casar com o nobre Ademir Barbosa, da Cidade J! No dia do casamento, seu marido descobriu que ela havia perdido a virgindade antes da união, e a julgou como uma mulher de moral dissoluta e vida desregrada. Após dez meses de gravidez, Karina deu à luz, assinou os papéis do divórcio e saiu de casa sem nada, desaparecendo sem deixar rastros. Anos depois, Karina voltou para a Cidade J, acompanhada de uma criança. - Sr. Ademir, ouvi dizer que o senhor está precisando de um médico particular? Ademir, muito satisfeito, respondeu: - Você está contratada. Diziam por aí que o Sr. Ademir não tinha esposa, não precisava de amante, mas dedicava um imenso carinho à sua médica particular, tratando o filho dela, cujo pai era desconhecido, como se fosse seu próprio filho.
Ler maisAo ver Karina tão chateada, Ademir suspirou profundamente. Ele não havia feito nada, mas parecia que tinha acabado de prejudicá-la.— Você já entendeu, não é? — Ademir suspirou novamente, claramente frustrado. — Você, Karina, ainda não entendeu nada.Karina de repente ergueu a cabeça, confusa. O que isso significava?— Karina, eu vou ajudar. — Ademir, sem paciência, interrompeu seus pensamentos. Seu tom era de uma rendição resignada. — Eu só preciso que você entenda uma coisa: embora pareça que para mim seja fácil, na verdade, a energia que foi necessária para fazer isso não foi nada pouca. Eu não estou fazendo isso por ele, Karina. Se não fosse por você, eu não teria nem me envolvido. Entendeu?Ele disse tudo de maneira tão direta que, se ela ainda não entendesse, seria tolice.Karina concordou com a cabeça, agradecida.— Eu sei, me desculpe por te dar tanto trabalho, mas eu...Ela não podia simplesmente ignorar a situação.Se Paulo fosse preso por causa disso, como Patrícia ficaria?
Dizendo isso, ela já havia pegado um pedaço de carne, pronta para colocá-lo em seu prato. Mas, para sua surpresa, Ademir abriu a boca para ela. O significado era claro: ele queria que Karina o alimentasse diretamente. Karina hesitou. Ela tinha algo a pedir a ele e queria agradá-lo. Mas alimentá-lo assim era um pouco... — Vamos, logo. — Ademir apressou ela, sem perceber o desconforto da mulher. — Minha boca já está cansada. Você realmente quer que eu coma ou não?Karina então colocou a carne em sua boca. Ademir fechou os olhos em satisfação, com os cantos dos olhos e as sobrancelhas sorrindo. — Está delicioso.Karina sorriu sem entusiasmo, querendo falar sobre Paulo, mas não conseguia encontrar as palavras.Logo, a refeição estava quase no fim. Ademir largou o prato e disse:— Estou cheio...Ele ia embora? Mas ela ainda não tinha falado nada.— Beba uma tigela de sopa. — Karina pegou seu prato e serviu-lhe uma sopa. — A sopa que Wanessa fez é deliciosa.— Sim. — Ademir sorriu. — W
Quando Karina abriu a porta e viu Ademir, ficou paralisada por um momento.Era ele.Que coincidência, ele veio por conta própria hoje.— Karina.Ademir não se apressou em entregar a marmita, e com os olhos profundos, olhou para ela com seriedade.Era como se um gato tivesse avistado um peixe...— A neve está muito forte hoje.— Sim. — Karina respondeu um pouco devagar, assentindo. — Daqui a pouco, quando sair, dirija com cuidado...— Tá bom.Ademir ainda não havia entregado a ela a marmita, mas deu a volta nela, caminhando diretamente para dentro.Parou diante do armário de sapatos, ficou ali por um segundo.Então, perguntou:— Meus chinelos ainda estão aqui?Karina não sabia como responder, na verdade, os chinelos dele já não estavam mais ali.— Entendi. — Ademir deu um sorriso de canto e, tirando os sapatos, foi caminhando com as meias para dentro. — Estão pesados, vou colocar tudo no lugar e já vou embora.— Ah, obrigada.Karina o seguiu para dentro, observando ele tirar todos os pr
Quando a outra pessoa ouviu isso, ficou ainda mais irritada. De repente, se sentou e levantou o braço em direção a Patrícia.— Por que está chorando? Você arruinou meu humor com essas lágrimas!Ele estava querendo bater nela? Embora estivesse machucado, a outra pessoa era um homem! — Pare! Karina entrou rapidamente, segurou Patrícia e a puxou para longe dela. Olhou com raiva para o homem.— Como você se atreve a bater em alguém?— Mais uma? — O homem zombou. — E daí se eu bater em alguém? O Sr. Paulo pode me bater, mas eu não posso bater na irmã dele? Eu não só vou bater nela, como vou bater em você também!E, dizendo isso, levantou a mão.— Vamos ver se você tem coragem de bater! De repente, uma sombra correu até a beira da cama, agarrando o ombro do homem com rapidez.Ele gritou de dor:— Ai!Karina piscou, surpresa:— Bruno?— Karina. — Bruno sorriu e acenou com a cabeça para ela. — Não se preocupe, o seu segundo irmão me pediu para te proteger!Bruno fez um movimento firme e, s
O exame de Catarino hoje não foi muito extenso; parte foi realizada no quarto, e dois procedimentos que exigiam equipamentos específicos precisaram ser feitos no Edifício de Tecnologia Médica. Após concluir, Catarino foi levado de volta ao quarto. Karina recebeu uma ligação de Patrícia.— Patrícia, onde você está? — Ainda estou na delegacia. — Você passou a noite inteira na delegacia? — Sim. Karina não sabia o que fazer; essa situação era algo que ela também não poderia ajudar. — Você não dormiu a noite toda, isso não é bom, seu corpo vai ficar mal. Vai lá descansar um pouco, tudo bem? — Eu não consigo dormir. — Disse Patrícia, com a voz chorosa. — Eu estava pensando em passar no hospital. Karina, ao ouvir isso, imediatamente entendeu. — Vai ver a pessoa que seu irmão machucou? — Sim. — Patrícia respondeu, a voz carregada de emoção. — Papai e mamãe disseram que eles não querem aceitar o acordo, mas eu preciso tentar, de qualquer jeito. Karina entendia bem o que ela
— Não se preocupe. — O policial perguntou novamente. — Sr. Pinto, você tem mais alguma coisa para fazer? — Tenho. — Filipe levantou a mão com o saco que segurava e sorriu. — Vim trazer sopa para o meu irmão. Estou ocupado, então vou indo. — Vá com calma. Filipe se virou e subiu as escadas. Depois de entregar a sopa, desceu rapidamente. Olhou ao redor do saguão, mas não viu Patrícia. “Onde foi Patrícia? Já foi embora? Tão rápido assim?”Parece que chegou tarde demais. Virou na esquina e foi em direção ao banheiro. Quando saiu, ao lado da pia, Patrícia estava lavando o rosto com água. Ela havia chorado muito antes, e seus olhos estavam bastante inchados. Filipe imediatamente se sentiu animado. “Isso é o que se chama, surpresas a cada esquina da vida!”Deu dois passos à frente, parando atrás dela, e tirou um lenço do bolso, estendendo ele para ela: — Enxuga o rosto. Patrícia levantou os olhos e viu quem era: — Você. — Sou eu. — Filipe mostrou seu sorriso caracter
— O quê? — Patrícia atendeu o telefone, e sua expressão mudou imediatamente. — Mãe, não chora, eu já estou indo! Espera eu chegar, aí a gente conversa. Ela desligou rapidamente. — O que aconteceu? — Karina percebeu que Patrícia estava pálida e visivelmente angustiada. — Karina... — Ao contrário de Karina, Patrícia era uma pessoa que se emocionava facilmente. Assim que abriu a boca, as lágrimas começaram a cair. — Meu irmão... Ele foi levado para a delegacia! — O quê? Acontece que alguém da família Santos foi cobrar uma dívida. O irmão de Patrícia, Paulo Santos, foi impulsivo e acabou se envolvendo em uma briga com a pessoa. Paulo era jovem, muito forte e já havia sido militar, então a outra pessoa não tinha como vencer. Foi espancado até ir parar no hospital! E Paulo, logo depois, foi levado para a delegacia. Patrícia se apressou a trocar de roupa, pegar sua bolsa e as chaves. — Patrícia, eu vou com você. — Karina estava preocupada. — Não precisa. — Patrícia recusou
Karina sorriu e pediu a opinião dele.O homem engoliu em seco, demonstrando uma paciência fora do comum, e respondeu:— Está bem.— Agora eu já entendi. Quando um casamento não pode continuar, o melhor é encerrá-lo de forma adequada. Não é necessário que duas pessoas se tratem como inimigos. — Karina sorriu levemente e falou com suavidade. — Vamos nos comportar de maneira amigável daqui em diante.Após essas palavras, Karina o observou em silêncio.Karina pensou consigo mesma que Ademir deveria ter entendido.De fato, Ademir havia compreendido, mas ele parecia congelado, como se estivesse paralisado, e não fez nenhum movimento, nenhuma reação.Já Karina... Ela não mencionou nem uma vez que Ademir havia dado em cima dela.Não era isso uma forma sutil de rejeitá-lo novamente?"Vamos nos comportar de maneira amigável?" Quão agradável parecia essa frase, mas não era isso um modo educado de terminar? “Bom, que seja, vamos tentar nos comportar de maneira amigável!”Ao pensar assim, Ademir,
— Eu? — Karina ficou chocada, não entendendo o que ele queria dizer. — Sim. — Ademir levantou o queixo e apontou para o leito de Catarina. — Você sabe, quando estava consolando a Catarina, parecia que uma luz a envolvia. Era como se, no futuro, você fosse uma ótima mãe. Enquanto falava, seus olhos caíram sobre a barriga dela. Embora Ademir tivesse falado de forma casual, Karina ouviu com muita atenção. Ela ficou parada, pensando... Uma boa mãe? Se fosse pensar bem, Ademir sempre foi muito gentil com essa criança. Ele parecia nunca tê-la rejeitado, nunca expressado desgosto. Por quê? Era porque ele foi educado dessa forma desde pequeno, ou seria essa uma influência mágica vinda do sangue? Os dois continuaram a caminhar, e Karina, de repente, fez uma pergunta: — Se, eu digo se, você se casasse com alguém grávida, mas não fosse eu, você também a aceitaria? E cuidaria da criança... O quê? Ademir parou de repente. — Você sabe o que está perguntando? Karina foi de