Karina se apressou para voltar para casa.Um homem de meia-idade, gordo e com a cabeça semi-careca, estava sentado no sofá da sala, olhando furioso para Vitória.— Uma estrela em ascensão, eu prometi que me casaria com você! Como ousa me enganar e me deixar esperando a noite toda?Vitória aguentava a humilhação. Nem se falava que Francisco usava essa desculpa todas as vezes para se aproveitar das mulheres. Mesmo que ele estivesse realmente disposto a se casar com Vitória, isso seria uma armadilha! Quem se atreveria a se casar com ele?Vitória teve o azar de ser notada por ele.Mas seus pais, preocupados com ela, fizeram Karina substituir Vitória.Só que não esperavam que Karina fugisse na última hora!Eunice falou cuidadosamente:— Sr. Francisco, sinto muito, a menina não entende as coisas, por favor, perdoe ela.Lucas falou timidamente:— Por favor, não fique zangado.— Não ficar zangado? — Francisco disse muito irritado. — Impossível! Já que Srta. Vitória não está disposta, eu não a
— Sr. Ademir. — Francisco de repente parou de andar. No círculo comercial, todos que tinham algum status conheciam Ademir. — O que o senhor está fazendo aqui?Ademir nem olhou para ele, com os olhos fixos em Vitória, que não parava de chorar.Essa mulher era a garota que na noite passada chorava delicadamente em seus braços...De repente, ele levantou a mão e deu um tapa forte em Francisco, jogando-o no chão!Francisco imediatamente cuspiu um dente, ainda coberto de sangue.A família de Vitória estava tão assustada que nem ousava respirar.Os lábios finos de Ademir se curvaram em um sorriso sarcástico. Sua voz, indiferente, era como uma lâmina fina e afiada:— Você ousa tocar na minha pessoa?!Francisco, caído no chão, cobria a boca, falando tremulamente:— Sr. Ademir, eu não sabia que ela era sua pessoa, eu não a toquei, juro! Por favor, me perdoe!Ademir não acreditou em suas palavras e olhou para Vitória.— É verdade?Vitória balançou a cabeça, atordoada:— Não, não é...— Saia daqu
Karina entendeu, mas casamento não era algo trivial, e ela hesitou, balançando a cabeça.— Não é necessário, né? Tente convencer o Sr. Otávio...Antes de terminar a frase, foi interrompida.Ademir, com a expressão inalterada e o tom de voz tranquilo, disse:— Como condição, vou te compensar financeiramente.Compensação financeira? Karina ficou surpresa e não conseguiu recusar. Seu irmão ainda estava esperando pelo dinheiro do tratamento. Ela tinha procurado a família Barbosa exatamente por causa do dinheiro.Percebendo sua hesitação, Ademir acrescentou:— Basta você concordar, e quanto você precisar, eu darei.Karina ficou em silêncio por alguns segundos, depois assentiu:— Está bem, eu concordo.Ademir baixou os olhos, escondendo a frieza e o desprezo.“Uma mulher que vende seu casamento por dinheiro é realmente barata. Tudo bem, assim será fácil se divorciar depois.”— Vou preparar o contrato. Amanhã de manhã, leve seus documentos e nos encontraremos no cartório!— Certo.Na manhã se
Karina entrou cambaleando no quarto do hospital, quase perdendo o equilíbrio. O médico havia acabado de examinar Otávio e, ao ver Ademir, disse:— Sr. Ademir, o senhor chegou. O Sr. Otávio está temporariamente fora de perigo, apenas bastante fraco. Ele precisa cuidar bem da saúde, prestar atenção à alimentação e ao descanso. O mais importante é manter o bom humor e não sofrer choques emocionais.Terminando de falar, o médico saiu.Otávio estava meio deitado e acenou com a mão.— Ademir, Karina, vocês tiraram a certidão de casamento hoje. Não disse ao Ademir para aproveitarem a lua de mel e não virem me ver?— Sr. Otávio. — Karina estava um pouco nervosa. — Desculpe...Otávio ficou confuso:— Ainda me chama de Sr. Otávio? Por que está se desculpando comigo?— Eu...Com um aperto no pulso, Ademir interrompeu suas palavras:— Karina quer dizer que, com o senhor ainda no hospital, não temos cabeça para aproveitar a lua de mel. Por isso, tivemos que desobedecer a sua vontade.Karina ficou
Dentro do quarto.Catarino estava sentado em uma cadeira, vestindo roupas de paciente, mas agora estava coberto de sopa. Não só isso, até o cabelo dele estava sujo, com comida grudada e pendurada em sua cabeça, tornando impossível ver claramente seus traços faciais.Uma mulher de meia-idade segurava uma colher de sopa, forçando-a em sua boca.— Coma! Rápido, coma! Inútil, nem sabe abrir a boca! Você é pior que um porco ou um cachorro! Ah...De repente, o cabelo da mulher foi puxado para trás com força, fazendo ela gritar de dor como um porco sendo abatido, e ela começou a xingar furiosamente:— Droga, quem é você? Solte o cabelo da sua mãe!— Mãe? — Karina tinha os olhos vermelhos de raiva, todo o seu corpo emanava uma aura assassina. — Mãe de quem? Seu cachorro desgraçado! Como ousa maltratar uma criança? Você acha que a família dele está morta?Enquanto falava, Karina apertava ainda mais o cabelo da mulher, que sentia como se seu couro cabeludo fosse arrancado.— Está doendo! Solta!
Guiada por uma forte intuição, Karina se virou de volta.Na entrada da mansão da família Costa, Vitória havia trocado de roupa e retocado a maquiagem antes de sair.A porta do carro se abriu, e Ademir desceu, segurando um buquê de flores que entregou a ela.Rosas vermelhas e vibrantes, representando um amor ardente.— Que lindas! — Vitória pegou o buquê, sorrindo enquanto segurava o braço de Ademir.Ademir, com toda a gentileza, abriu a porta do carro e a ajudou a entrar. Depois, os dois saíram juntos.Quando o carro passou, Karina se virou para o outro lado. Seu coração estava batendo muito rápido.Então, o encontro importante de Vitória naquela noite era com Ademir!Ademir tinha dito que estava comprometido.Então, era verdade!A namorada dele era Vitória!A família de Vitória deve estar sonhando de felicidade por ela ter um namorado como Ademir.Mas, infelizmente para eles, Karina descobriu.“Isso é um presente de Deus para mim?” Karina murmurou, cerrando os punhos.Por que eles mer
Karina ficou o dia inteiro na casa de Patrícia. À noite, ela olhou as horas, pegou sua mochila e saiu. Esta noite, ela tinha um trabalho de meio período para fazer. Depois dos dezoito anos, Eunice não dava mais dinheiro a Karina.Ela se sustentava com uma bolsa de estudos e trabalhos de meio período. Quanto ao cartão que Ademir lhe deu, ela o usou para pagar o tratamento de Catarino, mas fora isso, não tinha intenção de usar o dinheiro, nem deveria.Karina trabalhava no Clube de Lazer Yayoi. O Clube de Lazer Yayoi era um famoso clube de recreação dos ricos na Cidade J, um verdadeiro antro de luxo. Karina trabalhava lá como massoterapeuta e acupunturista. Seu curso era de medicina clínica e, para ganhar dinheiro com o trabalho de meio período, ela fez cursos de massagem e acupuntura.Como estagiária de medicina, já estava muito ocupada, então trabalhava como freelancer. Seu salário era calculado de acordo com o número de clientes e o tempo de serviço, sem horário fixo de entrada
— Júlio, saia da frente.Ademir empurrou Júlio, o olhar frio substituindo a raiva de antes, retomando sua habitual expressão aristocrática e distante. Ademir falou friamente:— O que você quer?— Foi você que mandou me demitirem?— Sim. — Ademir a olhou de relance. — Já respondi sua pergunta, Júlio, vamos.— Sim, irmão...— Espere! — Karina correu alguns passos para bloquear o caminho de Ademir. — Foi meu erro!Karina mordeu o lábio inferior, falando com humildade. Ela realmente reconhecia seu erro! Quis usar o casamento para se vingar da família Costa, mas esqueceu que Ademir não era alguém com quem ela pudesse brincar. Foi pura imprudência dela!— Eu imploro, não deixe que me demitam, este trabalho é muito importante para mim!Ela estava no último ano da faculdade, ainda estagiando, e como estagiária não recebia salário. Dependia totalmente desse emprego de meio período para sobreviver. Os olhos de Karina estavam enevoados, parecendo que iria chorar a qualquer momento, ela suplicou: