Capítulo 2
Karina se apressou para voltar para casa.

Um homem de meia-idade, gordo e com a cabeça semi-careca, estava sentado no sofá da sala, olhando furioso para Vitória.

— Uma estrela em ascensão, eu prometi que me casaria com você! Como ousa me enganar e me deixar esperando a noite toda?

Vitória aguentava a humilhação. Nem se falava que Francisco usava essa desculpa todas as vezes para se aproveitar das mulheres. Mesmo que ele estivesse realmente disposto a se casar com Vitória, isso seria uma armadilha! Quem se atreveria a se casar com ele?

Vitória teve o azar de ser notada por ele.

Mas seus pais, preocupados com ela, fizeram Karina substituir Vitória.

Só que não esperavam que Karina fugisse na última hora!

Eunice falou cuidadosamente:

— Sr. Francisco, sinto muito, a menina não entende as coisas, por favor, perdoe ela.

Lucas falou timidamente:

— Por favor, não fique zangado.

— Não ficar zangado? — Francisco disse muito irritado. — Impossível! Já que Srta. Vitória não está disposta, eu não a forço! Agora, espere para ir à falência e acabar na prisão!

Francisco se levantou e saiu furioso.

Ele se deparou com Karina que acabava de entrar.

Francisco ficou paralisado. [De onde saiu essa mulher? Como pode ser tão bonita?]

O rosto de Karina, sem nenhuma maquiagem, tinha traços perfeitos, repletos de colágeno, uma verdadeira beleza clássica.

— Menina, quem é você?

Karina já tinha entendido que este era o verdadeiro Francisco.

Na noite passada, embora ela não pudesse ver nada, podia sentir que o homem era alto, musculoso e forte, não poderia ser este à sua frente!

Por seu irmão, ela sacrificou sua dignidade e pureza, e no final, confundiu o alvo?

Pensando bem, na noite passada, ela achou aquele "Sr. Francisco" um tanto estranho...

Mas agora, não adiantava falar mais nada...

Eunice rapidamente se aproximou, como uma cafetina.

— Sr. Francisco, esta é minha filha mais nova, Karina. Não estou exagerando, não há mulher mais bonita que ela em toda a Cidade J!

Vitória também era bonita, mas em comparação com Karina, ela não se destacava tanto.

Portanto, mesmo Francisco tendo interesse em Vitória, eles se atreveram a mandar Karina no lugar dela.

— Muito bem, muito bem! — Francisco elogiou repetidamente.

Eunice estava muito feliz:

— Sr. Francisco, Karina não tem namorado. Será que ela teria a sorte de se tornar sua esposa?

— A aparência dela combina comigo. Vamos fazer o seguinte... — Francisco olhava descaradamente para Karina, cada vez mais satisfeito. — Esta noite eu mesmo venho buscá-la, quero experimentá-la primeiro. Se certifiquem de não cometer mais erros!

— Pode ficar tranquilo, desta vez não haverá falhas!

Assim que Francisco saiu, Karina, com o rosto pálido, olhou para Lucas:

— Vocês querem me vender mais uma vez?

Lucas ia abrir a boca para falar, mas Eunice o interrompeu.

— Vender? Nós te criamos até agora, você não deveria nos ajudar um pouco? Você deveria se sentir grata que Sr. Francisco ainda te quer! — Eunice ordenou a Vitória. — Tranque ela no quarto, não a deixe fugir!

— Entendi, mãe.

— Pai! — Karina cerrou os dentes e olhou fixamente para Lucas. — Diga alguma coisa!

Eunice era sua madrasta, mas Lucas era seu pai biológico!

Ela sabia que Lucas não tinha um pingo de consciência, mas ele era sua única esperança!

Será que Lucas poderia salvá-la, nem que fosse só uma vez?

Mas Lucas não lhe deu atenção, se virou de costas e, mais uma vez, a ignorou.

— Não faça seu pai passar por isso, você quer que ele vá à falência e acabe na prisão? — Vitória segurou Karina. — Vamos!

— Me solte! — Karina gritou, com os olhos cheios de lágrimas, se afastando de Vitória. — Eu vou sozinha!

Vitória a seguiu até o segundo andar, abriu a porta do quarto e a empurrou para dentro. Vitória olhou para ela com frieza:

— Eu aconselho que se comporte. Pense em Catarino, você vai abandoná-lo? Parar o tratamento dele por muito tempo não é bom. — Depois de dizer isso, Vitória fechou a porta e trancou ela do lado de fora.

Karina tremia de raiva, mas estava sem saída.

Ela não podia abandonar Catarino. Catarino não tinha pai nem mãe, só restava ela, sua irmã!

Será que ela realmente teria que dormir com outro homem mais uma vez?

Karina cobriu os olhos, segurando a umidade que subia em seu olhar:

— Mãe, o que eu devo fazer?

Quando Karina tinha oito anos, sua mãe faleceu, e seu irmão tinha apenas um ano de idade. Mal sua mãe havia partido, seu pai já estava com a madrasta e Vitória diante dela, anunciando que iria se casar novamente.

Mais irônico ainda, Vitória era filha biológica de seu pai, nascida dois meses antes de Karina! Descobriu que seu pai já havia traído sua mãe há muito tempo. Naquele momento, Karina entendeu que, junto com a morte de sua mãe, ela também havia perdido seu pai...

— Mãe, se você ainda estivesse viva, o que faria?

De repente, Karina se lembrou de algo! Ela se levantou e começou a revirar tudo, procurando alguma coisa, até encontrar uma caixa. Abraçou a caixa, murmurando angustiada:

— Mãe, eu realmente não tenho outra escolha, por favor, não me culpe.

Ao abrir a caixa, encontrou uma Colar de pedras preciosas. Debaixo dela, havia um pedaço de papel com uma sequência de números.

— Depois de tantos anos, será que esse número ainda funciona?

Ela digitou os números um por um, e para sua surpresa, a ligação foi atendida! Karina ficou nervosa, tantos anos sem contato, sua mãe já havia falecido, será que a pessoa do outro lado iria lhe dar atenção?

— Alô? Quem fala?

Respirando fundo, Karina respondeu suavemente:

— Olá, é o Sr. Otávio Barbosa? O senhor se lembra da Heloísa? Eu sou a filha dela...

...

— Certo, eu vou encontrá-lo agora mesmo.

Que alívio! Ele estava disposto a vê-la! Karina desligou o telefone e guardou a Colar de pedras preciosas na mochila. Abriu o guarda-roupa e pegou alguns lençóis, amarrando-os juntos.

Em seguida, foi até a janela, abriu ela e jogou os lençóis amarrados para fora. Ainda bem que era o segundo andar, não era muito alto.

Depois de prender uma extremidade dos lençóis firmemente, Karina colocou a mochila nas costas e desceu com cuidado, alcançando o chão com sucesso.

Segurando a respiração, ela saiu da casa silenciosamente e correu em direção ao portão do jardim.

Com o endereço dado na ligação, Karina foi ao encontro na Mansão da família Barbosa.

...

Júlio empurrou a porta do escritório do presidente:

— Mano. O tio Denis ligou, perguntou se você vai voltar para casa hoje à noite?

Ademir hesitou um momento e assentiu com a cabeça:

— Vou.

Ele costumava morar na Mansão Mission Hills, mas ultimamente, devido à saúde debilitada de seu avô, ele estava passando mais tempo na Mansão da família Barbosa.

Ademir se lembrou de algo e perguntou:

— Como estão indo as investigações?

— Ainda estamos tentando descobrir quem te drogou. — Disse Júlio. — Encontramos a garota, ela é uma artista. A câmera de segurança não capturou seu rosto claramente, mas há um registro dela entrando e saindo do hotel. Ela deveria ter ido para o quarto de Francisco. Podemos confirmar que ela não tem nada a ver com isso.

— Entendi.

Ademir assentiu. Na noite anterior, os movimentos da garota eram muito rígidos, claramente não estava disposta, provavelmente foi forçada a isso.

Mas, daqui para frente, ninguém ousaria forçá-la a fazer algo contra a sua vontade.

— Qual é o nome dela?

— Vitória.

Júlio abriu o celular e mostrou a foto de Vitória para Ademir.

Na noite anterior, devido aos efeitos da droga, Ademir estava inconsciente e, com as luzes apagadas, não pôde ver o rosto dela claramente. Na foto, a mulher parecia bastante atraente.

A saúde do avô de Ademir estava se deteriorando, e o casamento de Ademir era uma preocupação constante para o velho, que mencionava o assunto quase todos os dias.

Ele só tinha o avô como parente próximo e faria qualquer coisa para vê-lo feliz.

Mas com quem ele se casaria?

Ele tinha uma noiva, mas já haviam perdido contato há muitos anos...

E agora, Vitória havia aparecido.

Vitória vinha de uma família humilde, ainda era virgem e foi sua primeira mulher.

Ademir deu um sorriso leve. A nora que seu avô desejava, ele a havia encontrado.

— Júlio, prepare tudo para irmos à Mansão da família Costa.

Na Mansão da família Costa, o caos reinava.

Francisco foi buscar alguém e descobriu que Karina havia fugido.

Ele estava extremamente irritado:

— Vocês ainda têm a coragem de me provocar?

— Não ousaríamos, Sr. Francisco, é um mal-entendido...

— Pare de falar bobagens! Já que estou aqui, não vou embora de mãos vazias! — Francisco fixou o olhar em Vitória. — Ela não é tão bonita quanto a irmã, mas serve! Esta noite, ela vai comigo!

Francisco agarrou o pulso de Vitória, pronto para levá-la à força.

— Não, por favor, papai, mamãe! — Vitória, aterrorizada, chorava desesperadamente. — Me salvem!

— Sr. Francisco, ela ainda é jovem, talvez não saiba como agradá-lo. Vamos trazer Karina de volta... Ah...

— Saiam da minha frente!

Eunice tentou puxar a mão de Francisco, mas ele a empurrou com um chute.

— Mamãe! Mamãe!

Francisco arrastava Vitória, que chorava incessantemente, para fora.

Na entrada do jardim, um carro preto de luxo parou.

Júlio disse:

— Mano, é aqui.

Ademir desceu do carro e caminhou lentamente para dentro, envolto em uma aura de elegância.

Ao ver Francisco puxando Vitória, uma raiva sombria explodiu dentro dele.

Como ousava tocar na sua mulher?!
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