— Obrigado. O garçom se aproximou para anotar os pedidos. — Deixe-me ver. — Lucas pegou o menu e escolheu vários pratos de acordo com o gosto de Karina. — Isso é suficiente? — Sim, é o bastante. — Tudo bem, se não for, pedimos mais. O fato de a filha ter tomado a iniciativa de chamá-lo para jantar o deixou surpreso e emocionado. Lucas não parava de perguntar: — Como você está ultimamente? E o bebê? — Estou bem. — Karina respondeu de forma indiferente, sem querer se alongar no assunto. Ouvindo ele insistir nas perguntas, Karina começou a sentir uma leve impaciência. De repente, ela disse: — Sobre a doação de fígado, eu falarei com o Catarino. Ao ouvir isso, Lucas ficou completamente chocado, seus olhos se arregalaram. — O que você disse? Karina não repetiu, pois sabia que ele tinha escutado perfeitamente. Ela continuou: — Mas eu quero que você me prometa uma coisa. — Karina... Karina não ousou hesitar; temia que, se parasse, mudaria de ideia. Fitand
Ademir franziu levemente a testa, um traço de inquietação passando por seu olhar. — Você não gosta de flores? Karina soltou uma risada leve, sem responder. De repente, ela disse: — Hoje, encontrei o Lucas. O rosto de Ademir mudou sutilmente. Seu olhar ficou pesado ao encará-la. — Prometi a ele que falaria com o Catarino sobre a doação do fígado. — Karina de repente sorriu. — Aquelas palavras que você sugeriu naquele dia... Por mais duras que tenham sido, até que tinham algum sentido. — Karina, eu... — Ademir subitamente se sentiu irritado. — Deixe-me terminar. — Karina sorriu, pressionando os lábios. — Mas impus uma condição: ele não pode tratar o Catarino como filho. E isso eu preciso deixar claro para você também. Vocês, a sua família, devem manter isso em segredo. Dizendo isso, ela inclinou ligeiramente o corpo. Era um gesto de despedida: — Já terminei. Durante esse tempo, você passou por muita coisa, mas agora seu objetivo foi alcançado. Pode ir... O ambient
Se os exames não mostrassem nenhum problema, então Karina poderia falar com Catarino sobre a doação de fígado. Caso contrário, não haveria necessidade de mencionar o assunto. Hoje, Karina tinha ido ao centro de exames para agendar a consulta. O que ela não esperava era que, ao chegar lá, Lucas já estivesse esperando por ela. E não era só Lucas. Até Eunice e Vitória tinham vindo. Surpresa? Um pouco. Mas, no fundo, nem tanto. — Karina. — Assim que ela se aproximou, Lucas se levantou primeiro, seguido por Eunice. Vitória, por estar em uma cadeira de rodas, não pôde fazer o mesmo, mas, ainda assim, todos eles olhavam para Karina com uma espécie de esforço deliberado para agradá-la. Karina estava bem consciente da situação. Eles não estavam tentando agradá-la. Estavam tentando agradar ao fígado de Catarino. — Karina. — Eunice sorriu, mas de maneira pouco natural. — Obrigada. — Certo. — Karina assentiu, fria, mas ainda assim educada. Vitória também expressou sua gratidã
— Vocês... — Antes que Karina pudesse dizer qualquer coisa, Vitória já havia falado. Sua expressão era clara: estava ao mesmo tempo nervosa e cheia de expectativa. — Agora há pouco... Vocês estavam falando sobre o acordo de divórcio? — A emoção era tanta que parecia que ela não conseguia acreditar. Seu olhar ia de Ademir para Karina, repetidas vezes. — Vocês vão se divorciar? Karina a encarou e soltou uma risada baixa, assentindo. Confirmou sem hesitação: — Sim. — Isso... — Vitória sentiu uma alegria intensa dentro de si, mas tentou manter a expressão neutra. — Isso não pode ser verdade, certo? Vocês não se casaram por causa do avô? Ele aceitaria esse divórcio? Suas palavras eram uma lembrança direta para Karina: aquele casamento não tinha sido uma escolha de Ademir. Ele havia sido forçado! — Vitória! Não se meta nisso! — Ademir, claro, também percebeu a intenção por trás daquelas palavras. Seu olhar mudou imediatamente, refletindo pura irritação. Mas ele não podia pe
Às dez da noite, no Hotel Dynasty.Karina Costa olhou para o número na porta: Suíte Presidencial 7203.“É aqui.”Seu celular vibrou com uma mensagem de Lucas Costa: [Karina, sua tia concordou. Contanto que você acompanhe bem o Sr. Francisco, eu pago imediatamente as despesas médicas do seu irmão.]Karina leu a mensagem, com uma expressão neutra em seu rosto pálido.Ela já estava entorpecida, incapaz de sentir dor.Depois que seu pai se casou novamente, ele deixou de se importar com ela e seu irmão. Durante mais de dez anos, eles foram deixados à mercê dos maus-tratos e até abusos da madrasta.Faltar roupas e comida era normal; insultos e espancamentos eram frequentes.Desta vez, devido a dívidas de negócios, eles a forçaram a dormir com um homem!Quando Karina se recusou, eles ameaçaram cortar o tratamento do irmão dela.Seu irmão tinha autismo, e o tratamento não podia ser interrompido.Mesmo os tigres, por mais ferozes que sejam, não comem seus filhotes. Lucas era pior que um animal!
Karina se apressou para voltar para casa.Um homem de meia-idade, gordo e com a cabeça semi-careca, estava sentado no sofá da sala, olhando furioso para Vitória.— Uma estrela em ascensão, eu prometi que me casaria com você! Como ousa me enganar e me deixar esperando a noite toda?Vitória aguentava a humilhação. Nem se falava que Francisco usava essa desculpa todas as vezes para se aproveitar das mulheres. Mesmo que ele estivesse realmente disposto a se casar com Vitória, isso seria uma armadilha! Quem se atreveria a se casar com ele?Vitória teve o azar de ser notada por ele.Mas seus pais, preocupados com ela, fizeram Karina substituir Vitória.Só que não esperavam que Karina fugisse na última hora!Eunice falou cuidadosamente:— Sr. Francisco, sinto muito, a menina não entende as coisas, por favor, perdoe ela.Lucas falou timidamente:— Por favor, não fique zangado.— Não ficar zangado? — Francisco disse muito irritado. — Impossível! Já que Srta. Vitória não está disposta, eu não a
— Sr. Ademir. — Francisco de repente parou de andar. No círculo comercial, todos que tinham algum status conheciam Ademir. — O que o senhor está fazendo aqui?Ademir nem olhou para ele, com os olhos fixos em Vitória, que não parava de chorar.Essa mulher era a garota que na noite passada chorava delicadamente em seus braços...De repente, ele levantou a mão e deu um tapa forte em Francisco, jogando-o no chão!Francisco imediatamente cuspiu um dente, ainda coberto de sangue.A família de Vitória estava tão assustada que nem ousava respirar.Os lábios finos de Ademir se curvaram em um sorriso sarcástico. Sua voz, indiferente, era como uma lâmina fina e afiada:— Você ousa tocar na minha pessoa?!Francisco, caído no chão, cobria a boca, falando tremulamente:— Sr. Ademir, eu não sabia que ela era sua pessoa, eu não a toquei, juro! Por favor, me perdoe!Ademir não acreditou em suas palavras e olhou para Vitória.— É verdade?Vitória balançou a cabeça, atordoada:— Não, não é...— Saia daqu
Karina entendeu, mas casamento não era algo trivial, e ela hesitou, balançando a cabeça.— Não é necessário, né? Tente convencer o Sr. Otávio...Antes de terminar a frase, foi interrompida.Ademir, com a expressão inalterada e o tom de voz tranquilo, disse:— Como condição, vou te compensar financeiramente.Compensação financeira? Karina ficou surpresa e não conseguiu recusar. Seu irmão ainda estava esperando pelo dinheiro do tratamento. Ela tinha procurado a família Barbosa exatamente por causa do dinheiro.Percebendo sua hesitação, Ademir acrescentou:— Basta você concordar, e quanto você precisar, eu darei.Karina ficou em silêncio por alguns segundos, depois assentiu:— Está bem, eu concordo.Ademir baixou os olhos, escondendo a frieza e o desprezo.“Uma mulher que vende seu casamento por dinheiro é realmente barata. Tudo bem, assim será fácil se divorciar depois.”— Vou preparar o contrato. Amanhã de manhã, leve seus documentos e nos encontraremos no cartório!— Certo.Na manhã se