Sem o trabalho de meio período, Karina teve que viver de maneira humilde e precisava encontrar outro emprego o mais rápido possível. No entanto, como ela esperava, devido ao seu estágio já ser muito ocupado e não ter tempo livre, encontrar um trabalho de meio período não estava sendo fácil.Durante uma semana inteira, Karina passou todos os dias procurando trabalho, comendo apenas alguns pedaços de pão quando estava com fome, o que a deixou visivelmente mais magra.Hoje não foi diferente. Karina terminou seu turno noturno e planejava continuar procurando emprego.— Karina.Helena, que também era estagiária, deu um tapinha no ombro dela:— O Sr. Antônio te chamou no escritório dele.Karina ficou surpresa:— Você sabe por que ele quer falar comigo?— Não sei. — Helena balançou a cabeça. — Vou coletar sangue agora. Vá rápido.— Certo.Karina franziu a testa, sentindo que essa situação lhe era estranhamente familiar. Sem perder tempo, se dirigiu ao escritório de Antônio.Antônio era o che
Karina entrou no quarto do hospital e se sentou ao lado da cama. Otávio, sorrindo, perguntou a ela:— Karina, você está preparada? Já arrumou suas malas?Preparar o quê? Arrumar malas?Karina ficou confusa e não soube o que responder. Otávio percebeu imediatamente a estranheza:— Como assim, Ademir não te contou? Esse garoto! Eu sabia, ele me enrolou!Acontece que um velho amigo de Otávio estava prestes a comemorar seu aniversário. Como o senhor não podia ir pessoalmente, pediu que Ademir levasse Karina junto para representá-lo. O velho senhor, com sua sabedoria, tinha boas intenções; ele sabia que havia problemas entre os dois jovens e queria, de alguma forma, aproximá-los.— Karina, me escute. — Otávio estava preocupado com o casamento dos dois. — O Ademir não gosta de ser controlado, mas vocês já estão casados e precisam cultivar esse relacionamento, viver bem juntos, não é?— Sim. — Karina não tinha como contestar, apenas concordou.— Boa menina. — Otávio sorriu aliviado. — Karin
— Solte ela.Ademir pronunciou cada palavra devagar e calmamente, mas Júlio sentiu uma onda inexplicável de inquietação em seu coração.— Sim, mano. — Júlio se apressou a soltar Karina.Mesmo depois de todo esse tumulto, Karina não acordou.Ademir franziu a testa. “Será que ela está com algum problema de saúde? Foi o avô que a mandou aqui, e se ela voltar e reclamar com ele, quem vai se dar mal sou eu. Que incômodo!”Com o rosto sério, Ademir se inclinou, pegou Karina nos braços e a levou para dentro do quarto, colocando ela na cama.Enquanto a movia, o vestido dela subiu acima dos joelhos, revelando dois hematomas nos joelhos.“O que é isso?”Ademir ficou surpreso. Então, foi por isso que ela estava reclamando de dor na noite passada? Mas como ela conseguiu isso?Aninhada no peito quente de Ademir, Karina relutava em se soltar, abraçando o pescoço dele e murmurando:— Nuvem...Ademir ficou surpreso. “Nuvem? Isso é um nome? Parece o nome de uma garota. Por que Karina estaria chamando o
A Garota da Família Ademir?Essa garota era realmente interessante, e Vitor não pôde deixar de rir, lançando um olhar para Ademir.— Ah, e por que você veio com Ademir hoje?O neto de Otávio tinha muitas qualidades, mas faltava-lhe um pouco de calor humano. Aproveitando a oportunidade, Vitor decidiu provocá-lo um pouco.Karina respondeu sinceramente:— Meu avô me pediu para acompanhar Ademir e desejar um feliz aniversário ao senhor.— Então, agradeço ao velho por isso. — Vitor a encorajou a continuar. — E já que veio me desejar feliz aniversário, que presente você trouxe para mim?Ao ouvir isso, Ademir se sentiu apreensivo: "Droga, que presente ela poderia ter preparado?"Vitor já não era muito entusiasmado com Ademir, e agora, certamente, gostava ainda menos dele.Mas, então, Karina concordou com a cabeça:— Eu preparei um presente."Ela realmente trouxe um presente?" Ademir levantou as sobrancelhas e segurou sua mão.Ademir parecia estar sorrindo, mas na verdade estava a advertindo:
— Realmente é uma questão de vida ou morte!O tempo é vida!Nos preciosos três minutos de ouro para o resgate, cada segundo de atraso poderia significar a morte de Vitor ali mesmo.Karina exclamou ansiosa:— Mesmo que você vá chamar um médico agora, quanto tempo levaria? Me dê dois minutos! Eu garanto que ele ficará bem!Um segundo, dois segundos.Karina estava com a testa coberta de suor:— Rápido! Não há tempo para pensar!No momento crítico, Ademir decidiu confiar nela.Ele não sabia explicar por quê.— Certo. — Ademir soltou as mãos.Karina ficou aliviada e estendeu a mão para ele:— Me dê uma faca! Tem uma na mesa!— Certo.Ademir, automaticamente, agiu como assistente dela, pegou a faca da fruteira na mesa e entregou a ela.— Ademir, você ficou louco? — Pedro estava assustado, seu rosto ficou pálido. Ele segurou Ademir. — Quem é Sr. Barreto? Você vai deixar essa mulher fazer o que quiser? Se algo acontecer com o Sr. Barreto...— Cala a boca!Ademir não tinha tempo para ouvir suas
— Ademir.Karina estava um pouco nervosa, encostada no peito de Ademir, podia até ouvir as batidas do coração dele. Isso a deixava desconfortável:— Me coloque no chão, estou bem.— Está bem? — Os olhos de Ademir estavam cheios de uma fria profundidade. — Com essa cara de quem vai desmaiar?Karina riu. Ela entendeu e pena que um cara bonito, tinha um temperamento ruim e uma língua afiada. — Eu realmente estou bem, só estou... com fome, hipoglicemia, minhas pernas estão um pouco fracas.— Então vamos comer!O hospital ficava perto das Montanhas Rochosas, voltar para a mansão seria muito trabalhoso, então Ademir encontrou um restaurante nas proximidades. Devido à localização remota, o restaurante estava quase vazio e a comida era comum.Ademir estava claramente irritado:— Não tem nada de bom aqui, vamos improvisar uma refeição.— Para mim está ótimo. — Karina disse com doce que tinha pedido ao garçom na boca. — Só quero encher o estômago.— Você não é exigente. — Ademir serviu dois co
Karina não se sentia triste. Ademir estar acompanhando a namorada era algo natural. No entanto, já que Ademir tinha ido ficar com Vitória e desligado o telefone, ele não iria cuidar dela. Pelo visto, ela teria que ir sozinha.Karina se levantou e saiu do restaurante. Assim que atravessou a porta, ficou atordoada. Era a primeira vez que vinha para a região das Montanhas Rochosas, e ela não tinha percebido antes o quão isolado era o lugar. Não havia estações de ônibus por perto, nem metrô. As pessoas que vinham até aqui geralmente dirigiam seus próprios carros, então também não havia táxis à vista.Karina pegou o celular, se preparando para chamar um carro de aplicativo. No entanto, o local era tão remoto que ninguém aceitava a corrida.— Vou caminhar um pouco.Sem outra opção, Karina teve que contar com suas próprias pernas, na esperança de chegar até uma estrada principal onde pudesse encontrar um carro. No entanto, ao sair do perímetro do restaurante, percebeu que quase não hav
— Solte, solte já!Karina estava prestes a chorar de tanta dor. A mão daquele homem a apertava como um alicate.— O que você está se mexendo à toa?Ademir não soltou Karina. Ele sabia que o que fez naquela noite estava errado. Porém, algo dentro dele o incomodava profundamente. Embora sentisse culpa e preocupação, ao vê-la rindo e conversando com um estranho em um carro esportivo, uma raiva incontrolável tomou conta dele.Ele abriu levemente os lábios, querendo se desculpar:— Eu...— Eu não quero falar com você!Karina, porém, não queria ouvir. Ele a abandonou e ainda estava zangado com ela. Com que direito?Ela se esforçou para se soltar, mas no momento em que conseguiu, perdeu o equilíbrio, recuando várias vezes, o que fez a dor em seu pé latejar intensamente. Gritou de dor:— Ah...A situação deixou Ademir surpreso, e ele franziu a testa:— O que você está tramando agora?Karina exclamou com raiva:— Você é um cego! Não é como se eu estivesse tramando algo para você ver!Ele penso