O homem falou com razão, mas no rosto de Karina havia apenas um leve sorriso. Ela hesitou por um momento, parecendo não saber se deveria ou não falar.Ele percebeu e disse:— Fale logo!— Tudo bem. — Karina decidiu, sem mais rodeios, não esconder mais nada.Quanto a Vitória, Karina realmente não queria tocar no assunto. Pois, ao mencioná-la, parecia que Karina se importava demais, o que sempre dava a impressão de que havia algo de ciúmes no ar.Mas foi Ademir quem tocou no assunto primeiro.— Você provavelmente não entendeu o ponto. Desde o momento em que decidimos nos divorciar, se você ainda tem sentimentos pela Vitória ou se vocês continuam se enrolando, eu já não me importo mais com isso...Ademir, naquele instante, sentiu como se estivesse sem ar, e seu olhar se tornou sombrio.Mas Karina ainda não havia terminado:— Eu não entendo você. Você não disse que a amava? Se é assim, agora você tem a oportunidade de ficar com ela, está bem diante de você. Deveria aproveitar...— Eu não!
Ademir segurou o pulso do Sr. Levi com força e, entredentes, disse:— Solta!Ademir estava visivelmente irritado, enquanto o Sr. Levi não parecia nada confortável com a situação envolvendo Karina. Não soltou o pulso de imediato, demonstrando claramente que queria protegê-la.Com um português imperfeito, disse:— Quem é você? Não machuque ela.Infelizmente, Ademir não entendeu nada do que foi dito! Mas esse homem não estava disposto a soltar, ele já havia percebido tudo.— Não vai soltar, é? — Ademir sorriu friamente. — Então não me culpe por ser indelicado!Dizendo isso, levantou o punho direito, pronto para agredir.— Ademir! — Karina se assustou e, desesperada, puxou ele. — O que você está fazendo?O rosto de Ademir estava tomado de raiva.— Quem é ele? Por que veio te buscar?Ademir sabia muito bem que aquele dia era o dia do encontro de ex-colegas de Karina. Embora ela não tivesse contado nada a ele, Ademir compreendia que, dada a situação, Karina certamente não iria lhe contar. Ai
Ademir imediatamente percebeu que talvez tivesse se enganado novamente.Lançou um olhar para o Sr. Levi, que lhe sorriu educadamente e acenou com a cabeça.Ademir começou a observar o Sr. Levi com mais atenção.Quem era esse homem, afinal?Karina não parecia estar rodeada de pessoas assim... De onde ele teria surgido?A porta da sala de maré se abriu por dentro, e Karina saiu acompanhada de um colega.— Sr. Levi.O Sr. Levi se aproximou rapidamente.— Este é o Sr. Levi...— Olá.Eles estavam conversando em francês, e como Ademir não falava a língua, ele só conseguia entender algumas palavras.Conversaram por um tempo, e logo o Sr. Levi entrou na sala VIP com o colega, enquanto Karina não o acompanhou.Ademir entendeu o suficiente para perceber que Karina parecia ser uma espécie de assistente.Depois de concluir sua tarefa, ela se preparava para seguir para o pavilhão de concha.Ademir sabia que havia cometido um erro, então seguiu Karina em silêncio, esperando uma chance para se descul
Será? Karina levantou os olhos e finalmente olhou para ele. Viu o homem cercado por um grupo de pessoas, cada uma segurando um copo de vinho. Ademir, ela não sabia o por quê, não recusava. Quem queria beber com ele, ele bebia. Helena olhou para Karina: — O Sr. Ademir é muito bom contigo, hein. Karina ficou surpresa e perguntou: — Como você percebeu isso? — Óbvio, né. — Helena disse com um toque de inveja. — Ele é o dono do Grupo Barbosa. Diante de uma turma de recém-formados, por que ele faria isso? Não é tudo por causa de você? Parecia que tinha alguma lógica. Karina franziu a testa. Mas ela não precisava disso, na verdade, até achava chato. — Se sente um pouco, vou trazer algo para você comer. — Helena disse. — Eu vou sozinha. — Não, melhor não, cuide da sua barriga. — Helena já estava se levantando, então Karina não insistiu. A festa ainda estava animada, com bebida e jogos. Logo, Helena voltou com dois pratos. — Obrigada. — Karina olhou para o prato
Karina imediatamente ficou vermelha.Ela não era do tipo que ficava facilmente corada, mas o problema era que estavam todos os seus colegas por perto!— Ademir! Você enlouqueceu? — Exclamou Karina.— Karina. — Respondeu ele, talvez por efeito do álcool ou, quem sabe, por um momento de sinceridade.Ademir segurou a mão dela com firmeza, sem soltá-la, e o hálito de álcool se espalhou pelo rosto dela:— Não me ignore, não me rejeite, por favor?— Ele então puxou a mão de Karina e a colocou contra seu peito. — Sente só, meu coração está partido de dor.Esse homem estava fazendo um escândalo por causa da bebida!Era simplesmente aterrorizante!— Solta minha mão! — Karina sentia o rosto queimando, já notando os olhares curiosos dos colegas ao redor.Mas o homem ainda estava na mesma posição, dizendo a mesma coisa:— Karina, presta atenção em mim, olhe para mim...Helena, que estava voltando com água, não sabia o que fazer. Ela estava claramente constrangida, e ao mesmo tempo, havia algo de le
O que isso significava, Ademir iria beijar Helena através do saco plástico? Mas Karina estava ali... Helena mordeu o lábio inferior, querendo recusar, mas ao mesmo tempo não conseguia resistir. Ela estava muito dividida, mas, ao mesmo tempo, não podia deixar de esperar por isso... — Ademir... — Karina. — Helena mal havia falado quando viu Ademir segurando a mão de Karina. Ele a instou. — Nós dois somos o número 6. Karina arregalou os olhos. — Eu não sou o número 6. — Karina mostrou o cartão para ele, com seriedade. — Sou o número 9. — Besteira. — Ademir deu uma olhada rápida. — Isso aqui é claramente o número 6. Se você não acredita, pergunte aos seus colegas. Ele então atirou o cartão sobre a mesa. Os colegas, ao verem aquilo, logo entenderam a situação. Mas ninguém ousou desagradar o Sr. Ademir naquele momento. Todos disseram: — Sim, isso é o número 6. — É, é mesmo. Somente Helena, mordendo os dentes, guardou silenciosamente o seu cartão. — Vai lá, me dá
Às dez da noite, no Hotel Dynasty.Karina Costa olhou para o número na porta: Suíte Presidencial 7203.“É aqui.”Seu celular vibrou com uma mensagem de Lucas Costa: [Karina, sua tia concordou. Contanto que você acompanhe bem o Sr. Francisco, eu pago imediatamente as despesas médicas do seu irmão.]Karina leu a mensagem, com uma expressão neutra em seu rosto pálido.Ela já estava entorpecida, incapaz de sentir dor.Depois que seu pai se casou novamente, ele deixou de se importar com ela e seu irmão. Durante mais de dez anos, eles foram deixados à mercê dos maus-tratos e até abusos da madrasta.Faltar roupas e comida era normal; insultos e espancamentos eram frequentes.Desta vez, devido a dívidas de negócios, eles a forçaram a dormir com um homem!Quando Karina se recusou, eles ameaçaram cortar o tratamento do irmão dela.Seu irmão tinha autismo, e o tratamento não podia ser interrompido.Mesmo os tigres, por mais ferozes que sejam, não comem seus filhotes. Lucas era pior que um animal!
Karina se apressou para voltar para casa.Um homem de meia-idade, gordo e com a cabeça semi-careca, estava sentado no sofá da sala, olhando furioso para Vitória.— Uma estrela em ascensão, eu prometi que me casaria com você! Como ousa me enganar e me deixar esperando a noite toda?Vitória aguentava a humilhação. Nem se falava que Francisco usava essa desculpa todas as vezes para se aproveitar das mulheres. Mesmo que ele estivesse realmente disposto a se casar com Vitória, isso seria uma armadilha! Quem se atreveria a se casar com ele?Vitória teve o azar de ser notada por ele.Mas seus pais, preocupados com ela, fizeram Karina substituir Vitória.Só que não esperavam que Karina fugisse na última hora!Eunice falou cuidadosamente:— Sr. Francisco, sinto muito, a menina não entende as coisas, por favor, perdoe ela.Lucas falou timidamente:— Por favor, não fique zangado.— Não ficar zangado? — Francisco disse muito irritado. — Impossível! Já que Srta. Vitória não está disposta, eu não a