— O quê? — Karina o olhou com estranheza. — Isso não é algo que você faz por acaso? Afinal, você vai ver a Vitória todo dia.Ela ainda estava perguntando a Karina o porquê? Ademir imediatamente sentiu uma sensação de sufocamento.Sim, ele via a Vitória todos os dias. No entanto, Ademir não gostava nada de como Karina havia dito aquilo! Ao dizer dessa forma, Karina parecia querer colocá-lo do lado da família Costa, como se ele não tivesse mais nenhuma ligação com ela. Mas, afinal, eles eram casados, mais próximos do que qualquer outra coisa. Ele sentia que Karina estava com uma percepção errada, ela parecia ter algum tipo de mal-entendido sobre ele.— Karina, eu e a Vitória...Assim que ouviu o nome de Vitória, Karina não pôde evitar franzir a testa, sentindo um desconforto físico.— Eu preciso ir ao banheiro. — Karina estava com a barriga cada vez maior e muitas vezes não conseguia segurar a vontade de ir ao banheiro. Ela entregou a mochila para Cecília. — Por favor, me ajuda a se
O exame médico exigia jejum.Ainda não eram nem oito horas, nem sequer oito e meia.Com medo de que Karina encontrasse uma desculpa para recusar, ele teve que se esforçar para agradar o Catarino:— O que você quer comer, Catarino? Eu te levo para comer.Catarino olhou discretamente para Karina e sorriu:— Hambúrguer! Frango frito!Ademir e Karina ficaram em silêncio.Embora Catarino fosse um prodígio, ele ainda era uma criança.Karina foi firme em sua recusa:— Não! Você precisa comer algo saudável!Catarino, muito inteligente, não quis discutir com a irmã e, com um olhar de pena, olhou para Ademir.Ademir conseguiria recusar? Ele ainda precisava de Catarino.— Não se preocupe, eu sei o que fazer.No final, foram até o Cozyroom.Ademir não pediu o cardápio, e claro, no cardápio não havia essas opções.Ele fez o pedido diretamente, pedindo para o chef preparar algo na hora.A cozinha era comandada por mestres, e fazer um hambúrguer ou frango frito era algo simples para eles.Quando a co
O homem falou com razão, mas no rosto de Karina havia apenas um leve sorriso. Ela hesitou por um momento, parecendo não saber se deveria ou não falar.Ele percebeu e disse:— Fale logo!— Tudo bem. — Karina decidiu, sem mais rodeios, não esconder mais nada.Quanto a Vitória, Karina realmente não queria tocar no assunto. Pois, ao mencioná-la, parecia que Karina se importava demais, o que sempre dava a impressão de que havia algo de ciúmes no ar.Mas foi Ademir quem tocou no assunto primeiro.— Você provavelmente não entendeu o ponto. Desde o momento em que decidimos nos divorciar, se você ainda tem sentimentos pela Vitória ou se vocês continuam se enrolando, eu já não me importo mais com isso...Ademir, naquele instante, sentiu como se estivesse sem ar, e seu olhar se tornou sombrio.Mas Karina ainda não havia terminado:— Eu não entendo você. Você não disse que a amava? Se é assim, agora você tem a oportunidade de ficar com ela, está bem diante de você. Deveria aproveitar...— Eu não!
Ademir segurou o pulso do Sr. Levi com força e, entredentes, disse:— Solta!Ademir estava visivelmente irritado, enquanto o Sr. Levi não parecia nada confortável com a situação envolvendo Karina. Não soltou o pulso de imediato, demonstrando claramente que queria protegê-la.Com um português imperfeito, disse:— Quem é você? Não machuque ela.Infelizmente, Ademir não entendeu nada do que foi dito! Mas esse homem não estava disposto a soltar, ele já havia percebido tudo.— Não vai soltar, é? — Ademir sorriu friamente. — Então não me culpe por ser indelicado!Dizendo isso, levantou o punho direito, pronto para agredir.— Ademir! — Karina se assustou e, desesperada, puxou ele. — O que você está fazendo?O rosto de Ademir estava tomado de raiva.— Quem é ele? Por que veio te buscar?Ademir sabia muito bem que aquele dia era o dia do encontro de ex-colegas de Karina. Embora ela não tivesse contado nada a ele, Ademir compreendia que, dada a situação, Karina certamente não iria lhe contar. Ai
Ademir imediatamente percebeu que talvez tivesse se enganado novamente.Lançou um olhar para o Sr. Levi, que lhe sorriu educadamente e acenou com a cabeça.Ademir começou a observar o Sr. Levi com mais atenção.Quem era esse homem, afinal?Karina não parecia estar rodeada de pessoas assim... De onde ele teria surgido?A porta da sala de maré se abriu por dentro, e Karina saiu acompanhada de um colega.— Sr. Levi.O Sr. Levi se aproximou rapidamente.— Este é o Sr. Levi...— Olá.Eles estavam conversando em francês, e como Ademir não falava a língua, ele só conseguia entender algumas palavras.Conversaram por um tempo, e logo o Sr. Levi entrou na sala VIP com o colega, enquanto Karina não o acompanhou.Ademir entendeu o suficiente para perceber que Karina parecia ser uma espécie de assistente.Depois de concluir sua tarefa, ela se preparava para seguir para o pavilhão de concha.Ademir sabia que havia cometido um erro, então seguiu Karina em silêncio, esperando uma chance para se descul
Será? Karina levantou os olhos e finalmente olhou para ele. Viu o homem cercado por um grupo de pessoas, cada uma segurando um copo de vinho. Ademir, ela não sabia o por quê, não recusava. Quem queria beber com ele, ele bebia. Helena olhou para Karina: — O Sr. Ademir é muito bom contigo, hein. Karina ficou surpresa e perguntou: — Como você percebeu isso? — Óbvio, né. — Helena disse com um toque de inveja. — Ele é o dono do Grupo Barbosa. Diante de uma turma de recém-formados, por que ele faria isso? Não é tudo por causa de você? Parecia que tinha alguma lógica. Karina franziu a testa. Mas ela não precisava disso, na verdade, até achava chato. — Se sente um pouco, vou trazer algo para você comer. — Helena disse. — Eu vou sozinha. — Não, melhor não, cuide da sua barriga. — Helena já estava se levantando, então Karina não insistiu. A festa ainda estava animada, com bebida e jogos. Logo, Helena voltou com dois pratos. — Obrigada. — Karina olhou para o prato
Karina imediatamente ficou vermelha.Ela não era do tipo que ficava facilmente corada, mas o problema era que estavam todos os seus colegas por perto!— Ademir! Você enlouqueceu? — Exclamou Karina.— Karina. — Respondeu ele, talvez por efeito do álcool ou, quem sabe, por um momento de sinceridade.Ademir segurou a mão dela com firmeza, sem soltá-la, e o hálito de álcool se espalhou pelo rosto dela:— Não me ignore, não me rejeite, por favor?— Ele então puxou a mão de Karina e a colocou contra seu peito. — Sente só, meu coração está partido de dor.Esse homem estava fazendo um escândalo por causa da bebida!Era simplesmente aterrorizante!— Solta minha mão! — Karina sentia o rosto queimando, já notando os olhares curiosos dos colegas ao redor.Mas o homem ainda estava na mesma posição, dizendo a mesma coisa:— Karina, presta atenção em mim, olhe para mim...Helena, que estava voltando com água, não sabia o que fazer. Ela estava claramente constrangida, e ao mesmo tempo, havia algo de le
O que isso significava, Ademir iria beijar Helena através do saco plástico? Mas Karina estava ali... Helena mordeu o lábio inferior, querendo recusar, mas ao mesmo tempo não conseguia resistir. Ela estava muito dividida, mas, ao mesmo tempo, não podia deixar de esperar por isso... — Ademir... — Karina. — Helena mal havia falado quando viu Ademir segurando a mão de Karina. Ele a instou. — Nós dois somos o número 6. Karina arregalou os olhos. — Eu não sou o número 6. — Karina mostrou o cartão para ele, com seriedade. — Sou o número 9. — Besteira. — Ademir deu uma olhada rápida. — Isso aqui é claramente o número 6. Se você não acredita, pergunte aos seus colegas. Ele então atirou o cartão sobre a mesa. Os colegas, ao verem aquilo, logo entenderam a situação. Mas ninguém ousou desagradar o Sr. Ademir naquele momento. Todos disseram: — Sim, isso é o número 6. — É, é mesmo. Somente Helena, mordendo os dentes, guardou silenciosamente o seu cartão. — Vai lá, me dá