Meus pais me buscaram em casa e me levaram até a casa do lago. Desci do carro diante da casa, respirei fundo sentindo um frio na barriga, minhas mãos suavam e tremiam. Minha mãe ficou diante de mim com um sorriso largo e lágrimas nos olhos.
-Está linda.
-Obrigada mãe.
Meu pai me abraçou controlando as lágrimas.
-Estou orgulhoso de você filha - disse ele.
-Obrigada Pai. Quem vai entrar comigo?
-Nós vamos entrar com você - disse minha mãe.
Meu pai ficou do meu lado direito e minha mãe ficou do meu lado esquerdo, pegaram em meu braço e caminharam comigo, demos a volta na casa e diante de nós surgiu um lugar lindo, cheio de flores, fitas coloridas, uma banda tocava a música "Se eu não te amasse tanto assim - Geórgia Castro" e o lago ao fundo. Caminhei com as pernas trêmulas até o juiz de paz que me lançou um sorriso orgulhoso.
-Oi - cumprimentei.
-Oi - Ele respondeu.
E
O sol surgiu no horizonte lentamente, lançou seus raios por entre as frestas da janela de madeira, tocando suavemente a pele do meu rosto. Meus olhos cansados presos no teto, fruto de uma noite sem dormir acompanhavam a escuridão se curvar perante a magestosa luz do dia. Impulsionei meu corpo para cima me sentando sobre a cama, inclinei meu rosto para baixo procurando o celular. Virei o rosto e admirei as malas prontas, senti uma pontada na boca do estômago, estou fazendo a coisa certa? Saltei da cama, caminhei pelo corredor silencioso desenhado por quadros e enfeites, empurrei a porta do banheiro e meu reflexo surgiu no espelho me encarando. Apoiei as mãos na pia, puxei o ar até meus pulmões se encherem completamente e soltei lentamente. O reflexo não parecia ser meu, tinha meus traços, mas não a minha essência, como uma máscara de silicone ocultando minha alma. Entrei no box, abri o chuveiro e enfiei a cabeça em baixo da água, fechei os olhos e senti a água quente deslizar por meu
Camila apresentou o garoto que dirigia o carro como Chance, seu namorado. Ele vestia o casaco oficial do time de futebol da universidade, vermelho com as mangas cinzas e o logotipo da universidade em branco. Sua pele negra combinava gentilmente com o casaco, cabelo preto penteado para cima, e um piercing transversal na orelha direita. Ele me lançou um sorriso pelo espelho retrovisor mas se manteve em silêncio o caminho todo. Estacionamos diante de uma mansão isolada em uma estrada arborizada, saltamos do carro, Camila e Chance sussurravam de forma agressiva como uma briga sufocada, dei as costas e caminhei até a porta de entrada da casa, cruzei os braços e aguardei. De repente ouvi um som de impacto, como se alguma coisa pesada se chocasse com a lataria do carro, virei o rosto e Camila caminhou até mim olhando para o chão e esfregando os braços como se estivesse com frio, Chance passou por ela e jogou um sorriso forçado.-Você é a melhor amiga da Zuri? - Chance perguntou
No som a música "Ginga - Iza com participação especial Ricon Sapiência", tocava no último volume. Alice dançava diante de mim, movendo seu corpo suavemente com a batida da música, sensualizando sem ser vulgar. Eu joguei um sorriso malicioso, meus olhos passeavam por suas curvas e fazia minha mente deslizar por seu corpo. De repente uma garota bateu o ombro no meu peito perdendo o equilíbrio, seu corpo desceu como se perdesse a consciência. Inclinei meu corpo para baixo e agarrei a blusa da garota puxando seu corpo para cima.-Carson? - perguntei.Ela jogou seus olhos vazios para meu rosto, como se não estivesse totalmente consciente. Empurrei o corpo dela para trás sobre uma cadeira, ela levantou o rosto e passou os olhos ao redor como se não soubesse onde está.-Carson - gritei sobre seu rosto.Ela não reagiu, estava totalmente aeria.-Fica aqui, vou pegar uma garrafa de água - Sussurrei.Dei as costas e caminh
Joguei meu corpo na cama, enfiei os fones no ouvido, coloquei a playlist no aleatório e a música "Nós 2 - Jade Baraldo" começou a tocar bem baixinho. Fechei os olhos, respirei fundo e deixei a batida da música me envolver. Minha mente atravessou as paredes de tijolos e visitou o quarto da Sarah, me imaginei batendo na porta, ela abrindo vestindo apenas um hobby transparente, dei um passo para frente ficando a centímetros do seu rosto. Ela levantou os olhos me devorando silenciosamente, mordeu o lábio inferior como se tentasse controlar seus desejos, enfiei a mão dentro de seu hobby, deslizei os dedos nas suas costas e a puxei contra meu corpo, toquei seus lábios com um beijo apaixonado. Ela abriu o hobby e o deixou se desmanchar no chão, levantou o rosto e soltou um gemido abafado enquando meus lábios deslizavam por seu pescoço, desci as mãos desenhando as curvas de sua bunda e a empurrei sobre a cama. Tirei minha blusa jogando para trás, subi na cama sobre ela, toquei seu seio com
Joguei meu corpo na cama, lancei meus olhos para o teto, senti uma pontada no topo da cabeça que se estendeu para a testa. Camila se sentou na cama dela em silêncio, esfregou a palma das mãos na calça. Virei o rosto para ela.-Está tudo bem? - perguntei.Camila balançou a cabeça de forma positiva. O celular dela acendeu a tela, ela virou o rosto e soltou um suspiro desanimado.-Você precisa denunciá-lo - comentei.-Não posso.-Por quê? - perguntei.-Ele é o melhor amigo do Daniel.-É daí? - perguntei.-Se eu fizer qualquer coisa contra o Chance - Camila fez uma pausa - Daniel vai fazer da minha vida um inferno.-Você prefere apanhar? - perguntei.-Eu prefiro que ninguém saiba o que aconteceu.-Se você não denunciá-lo, vai fazer ele ac
Camila empurrou a porta e entrou sorrindo, apanhou o copo de café da Alice e bebeu um gole.-Zuri vai chegar daqui a pouco - disse Camila apoiando o copo na mesa - Vai pegar seu biquíni.Alice saltou da cama, se inclinou e me deu um beijo suave, apanhou o copo de café e saiu do quarto. Camila me lançou um olhar malicioso.-Você é lésbica - Disse Camila com uma feição de espanto - E está com a Alice.-Sim.-Aquele abraço que nós demos é de amizade, tá? - Camila perguntou.-Tá bom.-Apenas estou esclarecendo para que não haja nenhum conflito de interesses - disse Camila.-Não se preocupe, você não faz meu tipo.-Que bom - Camila suspirou - Qual é seu tipo?-O tipo que gosta de mulher.-Ah, sim, isso é importante. - disse Camila com um sorriso tímido.-Ser heterossexual não te faz querer transar com todos os homens que você conhece. Você tem su
Dormi muito bem durante a noite, acordei animada e ansiosa tanto para ver a Sarah quando para meu primeiro dia de aula. Saltei da cama antes do celular despertar, vesti a roupa que eu mais gosto, passei perfume, enfiei a carteira e o notebook na mochila e desci as escadas pulando os degraus. Atravessei a porta e me surpreendi, a rua estava lotada de estudante caminhando em direção ao prédio da universidade, desci a rua até o banco de pedra próximo a escada da praça e aguardei. Sarah surgiu entre a multidão, saltei do banco e me aproximei com um sorriso apaixonado.-Oi.-Oi - Sarah Sussurrou.Ela apertou os lábios e me lançou uma expressão fria, separei os braços e apertei a sobrancelha confusa. Ela passou por mim se encolhendo dentro do casaco, eu corri e saltei diante dela.-O que aconteceu? - perguntei.-Voltamos para a realidade.-Do que você está falando? - perguntei.Sarah arrastou os olhos para
Abri os olhos lentamente, estava deitada em uma cama com o rosto voltado para cima, paredes brancas, alguns aparelhos acoplados a parede soltando um ruído agudo. Meu corpo estava pesado, com frio e levemente dolorido. Levantei a cabeça com dificuldade, minhas mãos estavam enfaixadas com sinais de sangue. Meu braço esquerdo estava enfaixado desde a ponta do dedo até o cotovelo. Virei o rosto e minha mãe estava sentada em uma poltrona de couro preta, apoiada em uma grande janela com grades que permitiam a entrada da luz do dia. Minha mãe estava com o rosto inclinado para baixo e os olhos fechados. De repente uma mulher entrou no quarto, com uniforme verde, com uma bandeja nas mãos e algumas seringas. Ela me lançou um sorriso gentil como se estivesse feliz em me ver.-Olá.-Oi - respondi.-Você está sentindo dor?-Não - respondi.Ela enfiou a agulha no suporte do soro e jogou um líquido amarelado a substância.-Iss