Joguei meu corpo na cama, lancei meus olhos para o teto, senti uma pontada no topo da cabeça que se estendeu para a testa. Camila se sentou na cama dela em silêncio, esfregou a palma das mãos na calça. Virei o rosto para ela.
-Está tudo bem? - perguntei.
Camila balançou a cabeça de forma positiva. O celular dela acendeu a tela, ela virou o rosto e soltou um suspiro desanimado.
-Você precisa denunciá-lo - comentei.
-Não posso.
-Por quê? - perguntei.
-Ele é o melhor amigo do Daniel.
-É daí? - perguntei.
-Se eu fizer qualquer coisa contra o Chance - Camila fez uma pausa - Daniel vai fazer da minha vida um inferno.
-Você prefere apanhar? - perguntei.
-Eu prefiro que ninguém saiba o que aconteceu.
-Se você não denunciá-lo, vai fazer ele achar que está tudo bem te bater.
-Eu sei - Camila disse jogando os olhos para o chão - Preciso de um favor.
-Quer que eu vá com você na delegacia? Eu vou.
-Não, preciso que você vá comigo para a pizzaria - Camila fez uma pausa - A galera estará lá, se eu não for, vão fazer perguntas que não estou preparada para responder.
-Me perdoe, mas não estou preparada psicologicamente para olhar na cara do seu namorado idiota.
-Por favor Mack, não me deixa ir sozinha.
Eu não estou preparada para ver o rosto de Daniel.
-Não.
-Mack, por favor.
Respirei fundo, pensei que se eu não for, Chance terá outra oportunidade para agredir a Camila.
-Tudo bem.
-Então se troca que o Chance já está lá em baixo esperado - disse Camila jogando uma blusa sobre mim.
Saltei da cama, vesti uma camiseta preta, calça jeans, tênis e uma blusa de frio de zíper. Saímos do quarto, atravessamos o corredor, descemos as escadas e caminhamos em direção a caminhonete vermelha do Chance. Saltamos para dentro do carro, Chance virou o rosto para mim e lançou um sorriso forçado. Camila me lançou um olhar de súplica, virei o rosto e forcei um meio sorriso. O rádio do carro estava ligado e tocava a música "Roupa não é convite - Medrado". A ironia daquela música me fez soltar um sorriso, o universo parecia esfregar na minha cara a falta de respeito de Chance com a Sarah. Senti um subto desejo de agarrar os cabelos de Chance e atravessar seu rosto no para-brisa. Estacionamos em frente da pizzaria, saltei do carro e caminhei atrás da Camila, atravessamos a porta de vidro, no som tocava a música "Gueto - Iza". Sentamos a mesa, Zuri já estava com a voz arrastada, Daniel cumprimentou Chance e estendeu a mão para me cumprimentar, me inclinei e deu um beijo na bochecha de Alice que me abraçou.
-Esse é o Andrew - disse Zuri apontando para um garoto.
Pele negra, cabelo raspado, ombros largos, olhos pequenos, boca grande, camisa de botão azul e o casaco oficial do time. Ele me lançou um largo sorriso, cruzou os braços como se levantasse uma barreira entre nós. Apertei a sobrancelha, senti uma vibração diferente vinda de Andrew, aquele mistério tinha odor de homossexualidade.
-É essa é Cassie - disse Zuri apontando para uma garota.
Cabelos rosa, pele branca, olhos castanhos, óculos de grau estilo aviador, maquiagem colorida, vestido rosa e um casaco azul bebê.
-Oi - disse Cassie.
-Oi - respondi.
Zuri empurrou um copo de cerveja diante de mim, levantou a mão e gritou para o garçom trazer outra torre de cerveja.
-Já pedi as pizzas, espero que você não tenha problemas com nenhum sabor - disse Zuri.
-Não - respondi.
De repente começou a tocar a música "Círculo de horrores - 7 Minutoz" no som, joguei meus olhos para Daniel que gargalhava contando uma piada desnecessária, ele levou o copo a boca e deixou a cerveja deslizar para a garganta. Apertei meus punhos, meu sangue ferveu e subiu pelas veias até o cérebro. Em minha mente idealizei sua morte demorada e dolorosa, com muito sangue e poucos dentes. O garçom se inclinou e apoiou a torre de cerveja na mesa, Zuri encheu o copo e virou como se fosse água. Virei o rosto para Camila que também virava o copo de cerveja, Chance se inclinou e a abraçou, como se nada tivesse acontecido. São todos iguais, virando a cerveja procurando a fuga da realidade no fundo do copo, a espuma forma uma linha na lateral do copo desenhando suas mentes embriagadas. A música mudou e começou a tocar "Aff... - Elana Dara", o rosto de Sarah sorgiu na minha mente automaticamente me tirando um sorriso. Zuri começou a contar como nos conhecemos, joguei meus olhos para a cerveja no copo, minha mente voltou no tempo para quando eu tinha treze anos, estava no ensino fundamental, sentada no refeitório do colégio com o caderno aberto na mesa, arrastando os olhos pelas folhas brancas levemente rabiscadas. Diante de mim Carson descrevia seu sonho confuso sobre borboletas e casulos. Carson é minha colega de classe, cabelos pretos, pele branca, olhos azuis, vestia uma camiseta de banda, calça jeans preta e pingente de pentagrama. De repente Esther passou por nós arrastando uma garota miúda para dentro do bamheiro. Esther tem a pele branca, olhos castanhos, ombros largos e braços fortes por ser ginasta. Amanda passou por nós com uma feição furiosa, tem cabelos loiros, pele branca, olhos azuis, veste uma blusa rosa e calça jeans. Líder de torcida, namora o capitão do time de basquete, família com alto poder aquisitivo, popular, manipuladora, faz as pessoas comerem em suas mãos.
-Sua irmã vai torturar outra garota - Eu disse.
Carson virou o corpo.
-A Amanda não sabe usar o poder que tem - disse Carson.
-Não vai fazer nada? - perguntei.
-Não.
-Vai deixar sua irmã machucar aquela garota inocente? - perguntei.
-Ela não vai machucar a garota.
Carson parecia acreditar em suas palavras, ouvi um grito abafado vindo do banheiro, saltei da cadeira e corri até o banheiro, empurrei a porta e meus olhos se arregalaram. A garota miuda estava de joelhos, com o corpo inclinado para baixo e com as mãos na cabeça. Tinha pele negra, olhos pequenos, cabelos trançados, roupas largas de moletom, muito magra e com os dentes da frente separados. Esther segurava o cabelo da garota forçando para baixo enquanto Amanda gritava sobre ela.
-Você é nojenta, um lixo, fedida, parece um pedaço de merda - Amanda gritou.
Senti a revolta subir por minhas veias, apertei os punhos, peguei impulso e joguei meu corpo contra Esther que se chocou com a porta do banheiro e foi ao chão batendo o lado direito do rosto no vaso sanitário. Seu rosto foi tingido de vermelho vivo do sangue, ela levou as mãos para o rosto mas parecia não estar totalmente consciente. Me aproximei de Amanda.
-Se mexer com ela ou com qualquer das minhas amigas - eu disse gritando - vou arrebentar essa sua cara de demônio.
Amanda deu um passo para trás e se lançou para fora do banheiro, agarrei o braço da garota miúda e a puxei para fora, Sarah surgiu diante de mim confusa.
-Tira ela daqui - eu disse empurrando a garota.
Voltei para o refeitório e assisti a ambulância chegar, os paramédicos levarem Esther na maca, a diretora chorando desesperada esfregando as mãos na cabeça. Alguns dias se passaram, Esther mudou de escola e ninguém nunca mais soube dela, Amanda me evita a qualquer custo e Carson se afastou de mim, talvez por saber meu envolvimento com o maxilar deslocado de Esther. Eu estava novamente no refeitório quando Sarah caminhou até mim, blusa rosa, calça jeans e sandália. Seus cabelos ruivos e cacheados estavam presos por uma presilha deixando seu rosto livre para eu admirar suas sardas. Ouvi a música "Lembrança - Ana Gabriela" ao longe, como se fosse um plano de fundo para aquele sorriso lindo.
-Oi
-Oi - respondi.
-Meu nome é Sarah.
-Mack - respondi.
-Ela é a Zuri - disse Sarah apontando para a garota miúda que salvei - Quer sentar com a gente?
Virei o rosto para Zuri que estava encolhida e me lançou um olhar tímido.
-Claro - respondi.
Saltei da cadeira e me sentei ao lado de Zuri. Naquele dia formamos uma amizade sincera e muito forte. Eu Sorria enquanto Sarah falava suas histórias malucas, admirava seus lábios se moverem suavemente, sua voz como música acariciava meus ouvidos e seu cheiro adocicado fazia meu corpo se arrepiar. Ela abraçava Zuri como se tentasse protegê-la e me lançava um sorriso gentil. De repente voltei para a pizzaria, Zuri falava palavras aleatórias totalmente sem sentido, a música Ana Gabriela tocava no som e as pessoas apenas riam embriagadas. Camila jogava seu corpo na direção de Chance que ria e a abraçava, Zuri gargalhava entre as bocas dos copos, Daniel cuspia piadas machistas, Andrew batia as mãos na mesa enquanto ria e Cassie fazia uma chamada de vídeo com outros amigos. Virei o rosto para Alice que estava tão sóbria quanto eu.
-Vamos sair daqui? - Alice perguntou.
-Vamos - respondi.
Nos despedimos do grupo, saímos da pizzaria, saltamos para dentro do carro e voltamos para a universidade.
-Hoje foi muito estranho - disse Alice.
-Muito.
-Zuri exagera na bebida - disse Alice.
-Parece que encontrou os amigos certos.
-Verdade - Alice disse.
Estacionamos diante do meu prédio, tirei o sinto de segurança e Alice desligou o carro. No som começou a tocar a música "Primeira vez - Clau". Alice me lançou um olhar malicioso, separou os lábios, estendeu a mão e tocou meu rosto delicadamente. Puxou meu rosto e deslizou seus lábios sobre os meus, inclinou seu corpo sobre o meu, arrastou sua mão para minha nuca enfiando os dedos em meus cabelos e apertou meu rosto contra o seu. Seus lábios dançavam uma melodia quente que fazia meu corpo se arrepiar, sua mão desceu por meu ombro e deslizou por meu seio, enfiou a mão por dentro da minha blusa empurrando o sutiã para cima com a ponta dos dedos, apertou meu seio delicadamente, esfregou a palma da mão pela aréola do meu seio, soltei o ar pela boca em um gemido silencioso. Meu corpo esquentou e senti minha calcinha molhar, ela desceu a mão pela minha barriga e abriu o botão da minha calça. Ela agarrou as presilhas da minha calça e me puxou para cima, enfiou a mão dentro da minha calça e deslizou o dedo em cima da minha calcinha ensopada. Ela sorriu de forma maliciosa.
-Quer subir? - perguntei.
-Sim.
Saltamos do carro, subimos as escadas, enfiei a chave no trinco da porta e a empurrei. Alice fechou a porta atrás de nós, me puxou pela presilha da calça e me beijou como se tentasse me devorar. Puxou minha blusa para cima, arrancou meu sutiã, me jogou na cama e deslizou seus lábios pelo meu pescoço, desceu até meus seios e passou a ponta da língua na aréola me deixando louca, agarrei a cabeceira da cama. Ela desceu beijando minha barriga, agarrou minha calça e puxou a jogando no chão. Ela passou a língua sobre a calcinha úmida, virou o rosto e beijou a parte de dentro da minha perna. Puxou a calcinha e a jogou longe, beijou minha virilha como se fosse meus lábios, delicadamente, com carinho, esfregou a língua e fez meu corpo estremecer. Eu estava desesperada para ela me comer com todo desejo, sua língua aumentou a intensidade conforme meu corpo se contorcia, apertei os lábios segurando o gemido de prazer que se espalhava por meu corpo. A música da Clau ecoava em minha cabeça, apertei os dentes, agarrei o lençol, soltei o ar pela boca cuspindo o prazer para fora do meu corpo. Meu corpo contorceu e se derreteu em seus lábios, apertei os olhos e lancei o rosto apra cima com um gemido longo. Alice subiu em cima de mim e me deu um beijo carinhoso enquanto meu corpo relaxava e se deitou em meu peito. Virei o rosto e por uma fração de segundos vi o rosto da Sarah surgir entre a escuridão do quarto. Alice dormiu e eu passei horas com os olhos presos no teto com a música ecoando na cabeça desenhando o rosto da Sarah com minha mente, eu sentia que estava traindo a Sarah, mesmo que ela não me queira em sua vida. Em algum momento de meus pensamentos confusos acabei pegando no sono. Acordei sozinha no quarto, apertei os olhos e esfregue as mãos no rosto, puxei a cortina deixando os raios do sol se espalhar pelo quarto. Saltei da cama e me vesti, de repente ouvi dois toques na porta, abri e Alice estava com dois copos de plástico e uma sacola de papel da cafeteria nas mãos.
-Bom dia linda, esta com fome? - disse Alice.
Sorri, agarrei sua blusa e a puxei para dentro, talvez eu deva esquecer a Sarah e dar oportunidade para alguém que realmente esteja interessada em mim. Talvez um dia eu consiga esquecer a Sarah. Talvez.
Camila empurrou a porta e entrou sorrindo, apanhou o copo de café da Alice e bebeu um gole.-Zuri vai chegar daqui a pouco - disse Camila apoiando o copo na mesa - Vai pegar seu biquíni.Alice saltou da cama, se inclinou e me deu um beijo suave, apanhou o copo de café e saiu do quarto. Camila me lançou um olhar malicioso.-Você é lésbica - Disse Camila com uma feição de espanto - E está com a Alice.-Sim.-Aquele abraço que nós demos é de amizade, tá? - Camila perguntou.-Tá bom.-Apenas estou esclarecendo para que não haja nenhum conflito de interesses - disse Camila.-Não se preocupe, você não faz meu tipo.-Que bom - Camila suspirou - Qual é seu tipo?-O tipo que gosta de mulher.-Ah, sim, isso é importante. - disse Camila com um sorriso tímido.-Ser heterossexual não te faz querer transar com todos os homens que você conhece. Você tem su
Dormi muito bem durante a noite, acordei animada e ansiosa tanto para ver a Sarah quando para meu primeiro dia de aula. Saltei da cama antes do celular despertar, vesti a roupa que eu mais gosto, passei perfume, enfiei a carteira e o notebook na mochila e desci as escadas pulando os degraus. Atravessei a porta e me surpreendi, a rua estava lotada de estudante caminhando em direção ao prédio da universidade, desci a rua até o banco de pedra próximo a escada da praça e aguardei. Sarah surgiu entre a multidão, saltei do banco e me aproximei com um sorriso apaixonado.-Oi.-Oi - Sarah Sussurrou.Ela apertou os lábios e me lançou uma expressão fria, separei os braços e apertei a sobrancelha confusa. Ela passou por mim se encolhendo dentro do casaco, eu corri e saltei diante dela.-O que aconteceu? - perguntei.-Voltamos para a realidade.-Do que você está falando? - perguntei.Sarah arrastou os olhos para
Abri os olhos lentamente, estava deitada em uma cama com o rosto voltado para cima, paredes brancas, alguns aparelhos acoplados a parede soltando um ruído agudo. Meu corpo estava pesado, com frio e levemente dolorido. Levantei a cabeça com dificuldade, minhas mãos estavam enfaixadas com sinais de sangue. Meu braço esquerdo estava enfaixado desde a ponta do dedo até o cotovelo. Virei o rosto e minha mãe estava sentada em uma poltrona de couro preta, apoiada em uma grande janela com grades que permitiam a entrada da luz do dia. Minha mãe estava com o rosto inclinado para baixo e os olhos fechados. De repente uma mulher entrou no quarto, com uniforme verde, com uma bandeja nas mãos e algumas seringas. Ela me lançou um sorriso gentil como se estivesse feliz em me ver.-Olá.-Oi - respondi.-Você está sentindo dor?-Não - respondi.Ela enfiou a agulha no suporte do soro e jogou um líquido amarelado a substância.-Iss
Não sei por quanto tempo dormi, mas quando abri os olhos Sarah ainda estava sentada na poltrona, com os braços cruzados sobre o peito, o rosto um pouco inclinado para baixo e os olhos fixos no meu rosto. Seu olhar parecia distante, acima de nós, por entre as lembranças claramente difíceis, uma expressão de sofrimento estampava seu rosto delicado. De repente desviou o olhar.-Está tudo bem? - perguntei.-Sim.Sua voz estremeceu, suas mãos agarraram o braço da poltrona, seus dedos afundaram o couro, seus olhos se arrastavam no chão para longe do meu rosto como um rato fugindo de um gato feroz. Sua pele como seda deu lugar a um tom de rosa claro, uma gota de suor deslizou por sua testa e explodiu na gola de sua blusa preta, seus olhos arregalados percorriam a linha do piso em direção a porta. Ela passou a lingua suavemente por entre os lábios, e mordiscou seu lábio inferior enquanto apertava a sobrancelha.-O que está te incomodando? - pe
Me escondi no quarto do hotel por uma semana, para me recuperar física e emocionalmente, ou apenas tentar lidar com as dores da carne e do peito. Minhas feridas estavam cicatrizando lentamente, as dores aos poucos se tornaram suportáveis, minhas mãos se fechavam com dificuldade, mas o hospital se tornou uma lembrança distante. Minha mãe precisava retornar para nossa cidade, por questões de trabalho, já que é a melhor dentista da cidade. Frustrada por não conseguir me convencer a retornar, decidiu me acompanhar para a universidade e conferir pessoalmente minha adaptação. Fomos direto até a sala da coordenação, nos sentamos diante de uma mesa de madeira envernizada. A Cordenadora é uma mulher de meia idade, cabelos loiros na altura dos ombros, pele clara com marcas de expressão, olhos grandes esverdeados, óculos redondo apoiado na ponta do nariz, blaser de linho cinza, camisa social branca, maquiagem discreta e longos brincos de ouro. Ela se inclinou e apoiou os cotovelos e antebraços
Virei o rosto e avistei Zuri com um grupo de amigas no topo da escada, saltei da mesa e caminhei lentamente até o grupo.-Preciso falar com você em particular.Zuri balançou a cabeça de forma positiva, deu as costas para o grupo e desceu as escadas em silêncio. Sentei sobre a mesa de pedra e Zuri sentou-se a meu lado.-Você se lembra que está me devendo um favor, não é? - perguntei.-Você prometeu que nunca mais tocaria no assunto.-Esperava não precisar chegar a esse ponto - comentei.-O que você quer? Dinheiro? Drogas? Sexo?-Eu quero que você reverta o estrago que fez com aquele vídeo - respondi.Zuri me lançou um olhar confuso.-Faça o vídeo desaparecer - eu disse com voz firme - e faça as pessoas respeitarem a Sarah.-Como?-Use sua influência - respondi.-Eu te dei tudo Mack, dei amigos, festas, popularidade, até uma namorada.
O sol pincelou o horizonte de laranja como em um lindo quadro, a noite puxou seu véu negro e se curvou ao esplendor do novo dia. Saltei da cama, tomei um longo banho, vesti as roupas com as cores da universidade, passei perfume e corri até o quarto da Sarah. Bati na porta com o dedo indicador dobrado, Sarah abriu a porta e me lançou um sorriso animado, estava radiante, com calça jeans azul marinho, blusa de moletom com zíper no peito, cabelos presos com elástico e uma bolsa de couro preta.-Bom dia-Bom dia - ela respondeu com uma voz suave.Agarrei sua mão e a puxei para o corredor, descemos as escadas, atravessamos a porta principal e saltamos para a rua, por entre a multidão. Hoje é dia de campeonato de futebol, por essa razão não teremos aula mas todos somos obrigados a assistir o jogo. O time oficial da universidade vai enfrentar o time de uma universidade Alemã, a qual eu não consigo pronunciar o nome. Descemos a rua lentamente seguindo os g
A noite demorou a passar, a cada segundo minha mente mergulhava na expressão confusa de Sarah, parecia um iceberg, onde eu conhecia apenas a ponta fora da água, mas o corpo maior em baixo da água é um grande mistério. De repente ouvi duas batidas tímidas na porta, foi tão baixo que achei que foi o efeito da noite em claro. Então a batida surgiu novamente, agora mais alta. Saltei da cama, girei a chave no trinco e puxei a porta, Sarah surgiu diante de mim, com um sorriso tímido, segurando dois copos descartáveis e a sacola de papel da cafeteria.-Está com fome?-Sim - respondi.Sarah deu um passo a frente, apoiou os copos e a sacola na mesa, sentou-se na cadeira.-Trouxe capuccino e um muffin de banana para você.-Obrigada - comentei - Vou tomar um banho e já volto.Desci a escada pulando os degraus, entrei no banheiro, tomei um banho rápido, escovei os dentes, passei perfume, vesti calça jeans e uma blusa com o