> ELIZABETH <
Enquanto entro no elevador, aproveito para pegar o celular no meu bolso de trás da calça e vejo que tem uma mensagem da minha mãe, Glória, perguntando onde estou. Me assusto ao escutar o elevador apitar e percebo que as portas já estão abertas, no quinto andar, que é o de Allan. Antes de entrar no apartamento respondo minha mãe, avisando que vim ver meu namorado e não sei que horas volto para casa, para que ela não fique me esperando. Hoje foi dia de folga de mamãe e eu não teria aula também, mas iria usar a minha folga de hoje para passar tempo com o meu namorado, que não vejo a dias. Quando eu estava no meu antigo emprego de garçonete, quase não nos víamos, pois sempre estávamos trabalhando, e quando nos encontrávamos, eu estava tão cansada que sempre acabava dormindo. Então quero aproveitar essa minha fase “desempregada" para curtir um pouco o meu namoro, antes de entrar no meu estágio remunerado. Isso caso eu consiga a vaga, é claro. Mas irei pensar positivo. Abro a porta, entrando na sala de estar, que por sinal está uma bagunça, tem roupa espalhada para todo canto. Observo que tem dois copos em cima da mesa de centro ao lado do seu notebook ligado, passo os olhos ao redor procurando algum sinal dele além da bagunça, tanto na sala quanto na cozinha com a pia cheia, não o encontro em nenhum lugar. Que sujeira! Meu namorado nunca foi dos mais organizados, mas isso aqui está um chiqueiro. - Amor, cheguei - aviso, enquanto tiro o tênis. Caminho em direção ao seu quarto. - Vamos pedir uma pizza? - falo enquanto empurro a porta. - Estou morrendo de fom... As palavras morrem em minha boca e sinto meu sangue gelar. Meu coração b**e nas alturas quando vejo minha amiga de faculdade, Isabella, descer da cama enrolada em um lençol revelando um Allan com os olhos esbugalhados na minha direção. Olho para ela, seus cabelos loiros agora estão rebeldes e os lábios vermelhos e inchados. Sinto uma ânsia forte me subir e controlo para não vomitar agora mesmo. - Liz... - Allan se levanta atordoado e começa a caçar as suas roupas que estão espalhadas pelo chão. Volto meu olhar para Isabella, que está na minha frente, em pé, mas encolhida, com os olhos cheios de lágrimas. Não é possível, está de brincadeira comigo?! - É sério isso? - Sorrio com escárnio, ainda incrédula com a cena à minha frente. - Liz, eu posso explicar - Allan fala se atrapalhando com o short. - Sai! - falo em advertência, com um tom baixo, mas alto o suficiente para ela me ouvir. Isabella assentiu freneticamente e se abaixou para pegar a roupa no chão que, coincidentemente, está perto do meu pé. Em um movimento rápido, eu piso nos tecidos. Eu não iria sujar minhas mãos para bater em alguém como ela. Isabella nem mesmo digna disso, mas não iria deixar ela sair ilesa. - Some da minha frente agora!! - Berro, sem conseguir me controlar e começo a empurrá-la para fora do quarto. - M-maas a minha roupa… - ela gagueja. Sinto que estou tremendo igual a um animal raivoso e fecho minha mão em punho, em uma vã tentativa de me controlar. - Eu quero é que se foda a sua roupa, só some da minha frente antes que eu quebre seus dentes. - A empurro porta a fora novamente, me segurando para não meter a mão na sua cara. Não valia a pena. - Liz... para com isso - Allan me repreende como se eu estivesse errada. Viro o pescoço em sua direção, e como estava de costas para ele, posso jurar que devo ter parecido um ser possuído, porque eu até sinto que devo estar com um demônio no corpo, de tanto ódio que estou sentindo. Vejo que o safado pelo menos vestiu a cueca, seu short está acumulado em seus pés, ele nem mesmo conseguiu terminar de se vestir. Ele tenta vir na minha direção, eu ajo no automático. - Como você teve coragem de fazer isso comigo?! - grito e arremesso um vaso que tinha do lado da porta, mas o desgraçado sortudo se abaixa a tempo de não ser atingido, fazendo o vaso se estilhaçar na parede atrás dele. - Liz, por favor… - Ele sibila encurtando nossa distância - Não, eu não admito que minta para mim! - Aponto o dedo em sua direção. - Como você teve coragem? As lágrimas lutam para sair, mas eu não permitira, Isabella e muito menos Allan mereciam tirar isso de mim.>ELIZABETH<- Não é nada do que você está pensando. - Allan fala. Será que ele acha que eu sou estúpida? Ou burra? Cega, talvez?Não, não é o que eu estou pensando é o que eu estou vendo. Tenho vontade de gritar mas permaneço quieta.Em um reflexo percebo que a minha “amiga” vadia ainda está na porta e continua olhando para a sua roupa que está aos meus pés.Fico estática enquanto controlo minha respiração. O que essa mulher ainda está fazendo aqui?Ela está tentada a se abaixar e pegar, mas sabe que não é uma boa ideia no momento. Eu sempre fui uma pessoa calma em qualquer situação, não gosto de brigas e não sou de fazer barracos, e talvez eles queriam aproveitar disso, mas não agora, eu preciso extravasar toda essa raiva pela dupla traição.E ela continua parada as minhas costas.Essa vagabunda só pode estar me testando. Respiro fundo, me abaixo e pego no chão com um sorriso desdenhoso no rosto.- É isso que você quer, amiga? - pergunto com um ódio que chega a me cegar.Com fúria, p
>ELIZABETH
>ELIZABETH
> ELIZABETH< - Então vamos sair! - Bianca exclamou animada enquanto tomava um gole de seu café.Estamos, eu, Bianca e Inocência, neste momento, sentadas no refeitório da faculdade. O reitor tem quase certeza que dessa vez serei aceita no estágio, então ele sugeriu que viesse resolver pendências.Eu comentei sobre a sugestão da mamãe sobre eu arejar minha cabeça e me arrependi instantemente, agora Bianca insiste que devemos sair para nos divertir o quanto antes.Eu sei bem a que diversão ela se refere. Beijar. Beber... Transar. Esse último me preocupa um pouco, pois estou bastante nervosa com essa possibilidade.Contei para elas tudo sobre Isabella e Allan e como peguei os dois me traindo. Elas ficaram furiosas dizendo que ia cortar as bolas do meu ex e raspar a cabeça da vagabunda. Eu apenas sorria de suas maluquices.Bianca nunca foi uma fã do meu ex, muito pelo contrário, ela vai contra tudo que diz respeito a Allan. Bianca é defensora forte do time "Ele não é pra você", basicamen
> PATRÍCIO GRAHAM < - Mas o senhor tem certeza… de que não estou dentro dos requisitos iniciais? - a décima quinta candidata perguntou, jogando os cabelos castanhos sobre o ombro, numa tentativa ridícula de chamar a minha atenção para o decote profundo demais para o código de vestimenta que uma entrevista de emprego necessita. - Posso fazer hora extra sempre que precisar.- Do tipo de serviço que está me oferecendo, senhorita Alves, eu não preciso contratar para usufruir. Minha equipe verificou os seus antecedentes, e o tipo de hora extra que fazia para os seus antigos chefes não está na lista de demandas de que um executivo como eu necessita. Apontei para a porta da sala; o choque em seu rosto só não foi maior do que a vergonha.- Minha secretária atual não vai entrar em contato com você. Passar bem. Até porque sexo não entrava nas atividades que eu precisava pagar para conseguir.- Eu… - A mulher se levantou aos tropeços nos saltos, tentando baixar a barra da saia apertada demais
>PATRÍCIO< Ouço um movimento do lado de fora da minha porta, suspiro reconhecendo a voz da pessoa que discute com minha secretária, sei que realmente vem problema e mais estresse para mim. Meu filho não vem à empresa, a menos que tenha arrumado alguma confusão e precisa da minha ajuda para resolver. E lá está ele, meu filho, Allan. Olho sobre seu ombro e vejo uma Jerusa esbaforida com um olhar de quem diz “desculpa”, em seu rosto. - Quero falar com você. - Allan entra de supetão sem ao menos me cumprimentar. - Bom dia, meu filho. Estou bem, obrigado - falo com sarcasmo - Qual é pai? Vamos pular as formalidades - Você poderia pelo menos deixar que seja anunciado. Ou bater, isso também funciona - Não preciso disso, você é meu pai e aqui é minha empresa. - Não, não é! - Mas será futuramente, é minha herança. Lembra? - Allan tem manias bem irritantes - Não pretendo morrer tão cedo, meu filho. - Allan revira os olhos. - Pode dar um fora Jerusa - Allan ordena sem nenhuma educaç
>PATRÍCIO
> ALLAN GRAHAM Ainda não acredito que a Elizabeth terminou comigo, quer dizer, isso não é justo.Além de tudo ainda destruiu meu apartamento, meu nariz e me deixou como um idiota no refeitório. Todos estavam rindo da minha cara.E daí que eu fodi com outra? E daí que essa outra era uma das amigas dela? Eu estava namorando com ela, até ia propor um encontro entre ela e meu pai. Finalmente iria apresentá-la para ele.Eu implorei para ela me ouvir, para não terminar, mas ela não quis.Sabe o pior?Acho que eu estou realmente apaixonado por aqui maluca. E agora preciso urgente arrumar uma forma para ela me perdoar.Não me leva a mal, eu gosto muito da Liz, mas a Isabella é uma vadia gostosa pra caralho que não aguenta me ver que já vai logo abrindo as pernas.Com a Liz é diferente, ela é toda tímida e recatada quando se trata de coisas sexuais, dois anos juntos e tudo que ela queria era esperar.Isso me deixou ainda mais obcecado por ela.U