Início / Oriental / Herança do Prazer / Capítulo 2: A traição
Capítulo 2: A traição

> ELIZABETH <

Enquanto entro no elevador, aproveito para pegar o celular no meu bolso de trás da calça e vejo que tem uma mensagem da minha mãe, Glória, perguntando onde estou.

Me assusto ao escutar o elevador apitar e percebo que as portas já estão abertas, no quinto andar, que é o de Allan.

Antes de entrar no apartamento respondo minha mãe, avisando que vim ver meu namorado e não sei que horas volto para casa, para que ela não fique me esperando.

Hoje foi dia de folga de mamãe e eu não teria aula também, mas iria usar a minha folga de hoje para passar tempo com o meu namorado, que não vejo a dias.

Quando eu estava no meu antigo emprego de garçonete, quase não nos víamos, pois sempre estávamos trabalhando, e quando nos encontrávamos, eu estava tão cansada que sempre acabava dormindo.

Então quero aproveitar essa minha fase “desempregada" para curtir um pouco o meu namoro, antes de entrar no meu estágio remunerado.

Isso caso eu consiga a vaga, é claro. Mas irei pensar positivo.

Abro a porta, entrando na sala de estar, que por sinal está uma bagunça, tem roupa espalhada para todo canto.

Observo que tem dois copos em cima da mesa de centro ao lado do seu notebook ligado, passo os olhos ao redor procurando algum sinal dele além da bagunça, tanto na sala quanto na cozinha com a pia cheia, não o encontro em nenhum lugar.

Que sujeira!

Meu namorado nunca foi dos mais organizados, mas isso aqui está um chiqueiro.

- Amor, cheguei - aviso, enquanto tiro o tênis. Caminho em direção ao seu quarto. - Vamos pedir uma pizza? - falo enquanto empurro a porta. - Estou morrendo de fom...

As palavras morrem em minha boca e sinto meu sangue gelar.

Meu coração b**e nas alturas quando vejo minha amiga de faculdade, Isabella, descer da cama enrolada em um lençol revelando um Allan com os olhos esbugalhados na minha direção.

Olho para ela, seus cabelos loiros agora estão rebeldes e os lábios vermelhos e inchados. Sinto uma ânsia forte me subir e controlo para não vomitar agora mesmo.

- Liz... - Allan se levanta atordoado e começa a caçar as suas roupas que estão espalhadas pelo chão.

Volto meu olhar para Isabella, que está na minha frente, em pé, mas encolhida, com os olhos cheios de lágrimas.

Não é possível, está de brincadeira comigo?!

- É sério isso? - Sorrio com escárnio, ainda incrédula com a cena à minha frente.

- Liz, eu posso explicar - Allan fala se atrapalhando com o short.

- Sai! - falo em advertência, com um tom baixo, mas alto o suficiente para ela me ouvir.

Isabella assentiu freneticamente e se abaixou para pegar a roupa no chão que, coincidentemente, está perto do meu pé.

Em um movimento rápido, eu piso nos tecidos.

Eu não iria sujar minhas mãos para bater em alguém como ela. Isabella nem mesmo digna disso, mas não iria deixar ela sair ilesa.

- Some da minha frente agora!! - Berro, sem conseguir me controlar e começo a empurrá-la para fora do quarto.

- M-maas a minha roupa… - ela gagueja.

Sinto que estou tremendo igual a um animal raivoso e fecho minha mão em punho, em uma vã tentativa de me controlar.

- Eu quero é que se foda a sua roupa, só some da minha frente antes que eu quebre seus dentes. - A empurro porta a fora novamente, me segurando para não meter a mão na sua cara.

Não valia a pena.

- Liz... para com isso - Allan me repreende como se eu estivesse errada.

Viro o pescoço em sua direção, e como estava de costas para ele, posso jurar que devo ter parecido um ser possuído, porque eu até sinto que devo estar com um demônio no corpo, de tanto ódio que estou sentindo.

Vejo que o safado pelo menos vestiu a cueca, seu short está acumulado em seus pés, ele nem mesmo conseguiu terminar de se vestir.

Ele tenta vir na minha direção, eu ajo no automático.

- Como você teve coragem de fazer isso comigo?! - grito e arremesso um vaso que tinha do lado da porta, mas o desgraçado sortudo se abaixa a tempo de não ser atingido, fazendo o vaso se estilhaçar na parede atrás dele.

- Liz, por favor… - Ele sibila encurtando nossa distância

- Não, eu não admito que minta para mim! - Aponto o dedo em sua direção. - Como você teve coragem?

As lágrimas lutam para sair, mas eu não permitira, Isabella e muito menos Allan mereciam tirar isso de mim.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo