>ELIZABETH<
- Não é nada do que você está pensando. - Allan fala. Será que ele acha que eu sou estúpida? Ou burra? Cega, talvez? Não, não é o que eu estou pensando é o que eu estou vendo. Tenho vontade de gritar mas permaneço quieta. Em um reflexo percebo que a minha “amiga” vadia ainda está na porta e continua olhando para a sua roupa que está aos meus pés. Fico estática enquanto controlo minha respiração. O que essa mulher ainda está fazendo aqui? Ela está tentada a se abaixar e pegar, mas sabe que não é uma boa ideia no momento. Eu sempre fui uma pessoa calma em qualquer situação, não gosto de brigas e não sou de fazer barracos, e talvez eles queriam aproveitar disso, mas não agora, eu preciso extravasar toda essa raiva pela dupla traição. E ela continua parada as minhas costas. Essa vagabunda só pode estar me testando. Respiro fundo, me abaixo e pego no chão com um sorriso desdenhoso no rosto. - É isso que você quer, amiga? - pergunto com um ódio que chega a me cegar. Com fúria, puxo o tecido que é tão vagabundo quanto ela, que se parte ao meio nas minhas mãos. Isabella arregala os olhos, vira as costas e sai correndo igual a uma pata, enrolada no lençol. Corro atrás dela, com sangue nos olhos e puxo o lençol deixando-a totalmente nua. Se ela gosta de se mostrar, vou dar uma pequena ajuda para facilitar. - Agora sua vagabunda, saia daqui ou eu te atiro pela janela - falo entre dentes - Mas eu não posso ir nua - ela choraminga - Então você sai pela janela - Isabella sai disparada pelo corredor antes que eu possa alcançá-la novamente. Faço uma nota mental para guardar essa cena na memória, para rir algum dia, mas não hoje. Volto meu olhar para Allan, que estava nos observando sem mover um dedo para ajudar sua adorável amante e nem sei o que pensar. Foram dois anos em um relacionamento com esse imprestável, pra quê? Para ser traída com uma pessoa que eu conhecia? Para ser trocada por uma qualquer? Como não reparei o que eles tinham quando saímos todos juntos? Desde quando eles estão fazendo isso pelas minhas costas? - Essa foi a única vez, Liz, eu juro - ele sussurra, como se tivesse lido meus pensamentos. - Não era nem para ter a primeira vez, seu idiota - Liz... - Ele suspira frustrado - Foi só sexo, eu ainda gosto de você. Isso não influencia em nada o nosso relacionamento, você continua sendo minha escolhida. Olho para Allan como se ele fosse louco, ele acha mesmo que depois disso aqui a gente vai continuar como se nada tivesse acontecido? Ele acha que uma traição não influencia em nosso "relacionamento"? - Você só pode ser louco. - Liz, entenda, homens tem desejo e prioridades tá? Isabela é meu desejo e você minha prioridade. Você continua sendo minha namorada e ela é só quem me faz gozar e tá tudo certo. - Allan sorri como se tivesse me dando a explicação mais óbvia e natural do mundo. - Cala a porra da sua boca - grito com ele, a essa altura minha raiva tinha tomado proporções gigantescas. Após o meu acesso de fúria, me encontro parada ainda na porta da sala, apenas assimilando tudo o que acabou de acontecer. Assimilando todas as bobagens que ouvir da boca do idiota parado a minha frente. E como se fosse um sinal para que eu volte para a realidade, o desgraçado se vira para pegar alguma coisa que estava atrás dele, revelando suas costas totalmente arranhadas. Um nó se forma na minha garganta, mas engulo o choro novamente, pois o mundo vai acabar antes desse infeliz me ver chorando. Ele não merece... Em um novo acesso de fúria, me abaixo e pego o seu sapato que está próximo de mim e taco nele, e esse eu acerto, fazendo um barulho oco soar pelo apartamento. Me levanto e começo a jogar tudo o que encontro pela frente. Se seu pai estivesse do meu lado, eu tacaria ele também. Céus, estou fervendo de ódio, o que é bastante incomum se tratando de mim. - SEU BASTARDO, INFELIZ! - grito enquanto continuo jogando tudo nele, que só se encolhe, tentando se defender. - POR QUÊ!?! Quando percebo que não tem mais nada ao alcance das minhas mãos, eu já estou ofegante, com o peito subindo e descendo em uma busca desesperada por ar. Estar aqui dentro, na frente desse merda, só está me deixando mais e mais sufocada. - Liz... Calma. - O imbecil estende a mão, como se estivesse tentando acalmar alguma fera prestes a lhe atacar. - Me deixa te explicar, talvez você não tenha entendido meu ponto de vista ainda. O infeliz é um convencido arrogante que acha que as baboseiras que saem da sua boca vão me acalmar. Percebo que ele vai se aproximando a passos lentos e me mantenho parada. Ele não seria burro ao ponto de se aproximar de mim, certo? Errado...>ELIZABETH
>ELIZABETH
> ELIZABETH< - Então vamos sair! - Bianca exclamou animada enquanto tomava um gole de seu café.Estamos, eu, Bianca e Inocência, neste momento, sentadas no refeitório da faculdade. O reitor tem quase certeza que dessa vez serei aceita no estágio, então ele sugeriu que viesse resolver pendências.Eu comentei sobre a sugestão da mamãe sobre eu arejar minha cabeça e me arrependi instantemente, agora Bianca insiste que devemos sair para nos divertir o quanto antes.Eu sei bem a que diversão ela se refere. Beijar. Beber... Transar. Esse último me preocupa um pouco, pois estou bastante nervosa com essa possibilidade.Contei para elas tudo sobre Isabella e Allan e como peguei os dois me traindo. Elas ficaram furiosas dizendo que ia cortar as bolas do meu ex e raspar a cabeça da vagabunda. Eu apenas sorria de suas maluquices.Bianca nunca foi uma fã do meu ex, muito pelo contrário, ela vai contra tudo que diz respeito a Allan. Bianca é defensora forte do time "Ele não é pra você", basicamen
> PATRÍCIO GRAHAM < - Mas o senhor tem certeza… de que não estou dentro dos requisitos iniciais? - a décima quinta candidata perguntou, jogando os cabelos castanhos sobre o ombro, numa tentativa ridícula de chamar a minha atenção para o decote profundo demais para o código de vestimenta que uma entrevista de emprego necessita. - Posso fazer hora extra sempre que precisar.- Do tipo de serviço que está me oferecendo, senhorita Alves, eu não preciso contratar para usufruir. Minha equipe verificou os seus antecedentes, e o tipo de hora extra que fazia para os seus antigos chefes não está na lista de demandas de que um executivo como eu necessita. Apontei para a porta da sala; o choque em seu rosto só não foi maior do que a vergonha.- Minha secretária atual não vai entrar em contato com você. Passar bem. Até porque sexo não entrava nas atividades que eu precisava pagar para conseguir.- Eu… - A mulher se levantou aos tropeços nos saltos, tentando baixar a barra da saia apertada demais
>PATRÍCIO< Ouço um movimento do lado de fora da minha porta, suspiro reconhecendo a voz da pessoa que discute com minha secretária, sei que realmente vem problema e mais estresse para mim. Meu filho não vem à empresa, a menos que tenha arrumado alguma confusão e precisa da minha ajuda para resolver. E lá está ele, meu filho, Allan. Olho sobre seu ombro e vejo uma Jerusa esbaforida com um olhar de quem diz “desculpa”, em seu rosto. - Quero falar com você. - Allan entra de supetão sem ao menos me cumprimentar. - Bom dia, meu filho. Estou bem, obrigado - falo com sarcasmo - Qual é pai? Vamos pular as formalidades - Você poderia pelo menos deixar que seja anunciado. Ou bater, isso também funciona - Não preciso disso, você é meu pai e aqui é minha empresa. - Não, não é! - Mas será futuramente, é minha herança. Lembra? - Allan tem manias bem irritantes - Não pretendo morrer tão cedo, meu filho. - Allan revira os olhos. - Pode dar um fora Jerusa - Allan ordena sem nenhuma educaç
>PATRÍCIO
> ALLAN GRAHAM Ainda não acredito que a Elizabeth terminou comigo, quer dizer, isso não é justo.Além de tudo ainda destruiu meu apartamento, meu nariz e me deixou como um idiota no refeitório. Todos estavam rindo da minha cara.E daí que eu fodi com outra? E daí que essa outra era uma das amigas dela? Eu estava namorando com ela, até ia propor um encontro entre ela e meu pai. Finalmente iria apresentá-la para ele.Eu implorei para ela me ouvir, para não terminar, mas ela não quis.Sabe o pior?Acho que eu estou realmente apaixonado por aqui maluca. E agora preciso urgente arrumar uma forma para ela me perdoar.Não me leva a mal, eu gosto muito da Liz, mas a Isabella é uma vadia gostosa pra caralho que não aguenta me ver que já vai logo abrindo as pernas.Com a Liz é diferente, ela é toda tímida e recatada quando se trata de coisas sexuais, dois anos juntos e tudo que ela queria era esperar.Isso me deixou ainda mais obcecado por ela.U
>ALLANMas agora tenho um relacionamento acabado, um apartamento quebrado e meu dinheiro já acabou.E pra piorar estou ainda mais longe da minha chance de foder com a Liz. Então resolvi procurar meu pai, mas me arrependi instantemente, ele só sabe me dar lição de moral e jogar as coisas na minha cara.Eu só queria um pouco de dinheiro, que com certeza não faria diferença em sua conta bancária.Tenho algumas dívidas pendentes que preciso pagar depressa, do contrário não sei o que pode acontecer.Meu pai não apoia meu estilo de vida desapegado, diz que nunca vou crescer desse jeito, ele insiste que devo começar a ter responsabilidades, mas eu não quero.Gosto da farra, das bebidas, das garotas e do meu baseado.Patrício nem é um homem tão velho assim, mas tem uma personalidade bastante ranzinza, eu diria que de um velho de oitenta anos.Ele odeia quando falo da minha mãe e eu falo só para vê-lo perder sua magnificência, os dois não se falam d