>ELIZABETH<
Controlo minha ânsia de vômito que se intensifica com a sua aproximação, e a ira dentro de mim sai desgovernada. Eu nunca pensei que tinha tanta raiva reprimida. - Liz, e daí que eu comi a Isabella? Ela é uma vagabunda que transa com qualquer um. Mas isso não importa, pois eu sou seu, só seu. - Allan continua se aproximando - Vamos esquecer isso amor. Eu só estava me divertindo enquanto esperava por você. Eu continuo calada. Assim que ele está próximo o suficiente, levo o braço para trás, pegando impulso e o golpeio com toda a minha raiva. Quando meu punho atinge o seu nariz, involuntariamente solto um gemido de dor, as dobras dos meus dedos doem com a ação, mas o seu é ainda mais alto que o meu. Uau! Isso foi muito bom. Sinto como se todo o peso dessa traição tivesse saído junto com o soco. O imbecil cai no chão todo torto, fazendo um som horrível ecoar pelo quarto, enquanto segura o próprio rosto e rola para o lado, soltando um chiado de dor. - Por que você fez isso Liz? - Ele geme segurando o nariz sangrento - Você mereceu, por ter sido um babaca comigo e desperdiçar dois anos da minha vida. - Você é louca, tudo isso só porque transei com sua amiga? - Fiquei com mais raiva, porém não me dei ao trabalho de responder, ele não merecia mais o meu esforço. Bem, obviamente também não sou uma pessoa agressiva, mas com toda certeza ele merecia isso por jogar dois anos de extrema confiança fora. - Palhaço - suspiro ainda ofegante - Nunca. Mais. Chegue. Perto. De. Mim. - digo pausadamente. Antes que ele me respondesse, giro nos meus calcanhares e saio do quarto o mais rápido que consigo, catando o meu tênis abandonado na porta do apartamento e indo embora. Eu devia saber, ele estava tão distante e estranho, mas preferi acreditar em suas palavras bobas e suas falsas promessas. Eu engoli cada mentira idiota que ele contava, no fundo eu sabia que algo estava errado nos últimos dias Allan evitou toda e qualquer aproximação minha. Tentei vim a sua casa várias e várias vezes, mas ele sempre recusava, dizendo que estava estudando, trabalhando ou na casa do seu pai. Eu nem mesmo sei se esse bastardo tem mesmo um pai. Não é possível que eu nunca o tenha visto dois anos de relacionamento. Sinto minhas vistas embaçar, mas engulo o choro, não vou me permitir sofrer por alguém como ele, Allan não merecia minha dor. Sinceramente? Eu gostava do imbecil... Mas, amar? Acho que não... Do contrário, acredito que não estaria controlando as lágrimas. A vontade de chorar é grande, mas é mais pela raiva. Pela traição. Por ele ter feito tão pouco da minha confiança. Não pela perda. É um choro de ódio. - Foi livramento, Elizabeth! - Constato para mim mesma, enquanto me encaro no espelho do elevador. - Babaca. - Chio baixinho. Ainda bem que não me entreguei a ele, de qualquer forma Allan não merecia minha primeira vez. Não vou me dar ao luxo de sentir pena de mim mesma, sou melhor que isso. Ele também não merece. Eles não merecem. Quando o elevador enfim chega ao térreo, arrumo minha postura, respiro fundo e ergo minha cabeça. Sou muito mais que isso... - Tchau, senhor Otávio. - Me despeço do porteiro sempre gentil e sigo para o meu carro. Seu Otávio parece assustado... Desconfortável definiria melhor, provavelmente deva ter cruzado com aquela pata choca. Não vejo nenhum sinal daquela vadia no prédio ou na rua, provavelmente alguém a ajudou, também não me importo com isso. Ela mereceu, foi tão traíra quanto ele. E isso foi por todas as vezes que a ajudei sem nem pensar duas vezes, sem nem pensar em mim mesma. "Com tanto homem no mundo, essa vagabunda tinha que se interessar justo pelo meu? Eu sempre fui uma ótima amiga para ela". Assim que fecho a porta do veículo, respiro fundo e dirijo para a minha casa.>ELIZABETH
> ELIZABETH< - Então vamos sair! - Bianca exclamou animada enquanto tomava um gole de seu café.Estamos, eu, Bianca e Inocência, neste momento, sentadas no refeitório da faculdade. O reitor tem quase certeza que dessa vez serei aceita no estágio, então ele sugeriu que viesse resolver pendências.Eu comentei sobre a sugestão da mamãe sobre eu arejar minha cabeça e me arrependi instantemente, agora Bianca insiste que devemos sair para nos divertir o quanto antes.Eu sei bem a que diversão ela se refere. Beijar. Beber... Transar. Esse último me preocupa um pouco, pois estou bastante nervosa com essa possibilidade.Contei para elas tudo sobre Isabella e Allan e como peguei os dois me traindo. Elas ficaram furiosas dizendo que ia cortar as bolas do meu ex e raspar a cabeça da vagabunda. Eu apenas sorria de suas maluquices.Bianca nunca foi uma fã do meu ex, muito pelo contrário, ela vai contra tudo que diz respeito a Allan. Bianca é defensora forte do time "Ele não é pra você", basicamen
> PATRÍCIO GRAHAM < - Mas o senhor tem certeza… de que não estou dentro dos requisitos iniciais? - a décima quinta candidata perguntou, jogando os cabelos castanhos sobre o ombro, numa tentativa ridícula de chamar a minha atenção para o decote profundo demais para o código de vestimenta que uma entrevista de emprego necessita. - Posso fazer hora extra sempre que precisar.- Do tipo de serviço que está me oferecendo, senhorita Alves, eu não preciso contratar para usufruir. Minha equipe verificou os seus antecedentes, e o tipo de hora extra que fazia para os seus antigos chefes não está na lista de demandas de que um executivo como eu necessita. Apontei para a porta da sala; o choque em seu rosto só não foi maior do que a vergonha.- Minha secretária atual não vai entrar em contato com você. Passar bem. Até porque sexo não entrava nas atividades que eu precisava pagar para conseguir.- Eu… - A mulher se levantou aos tropeços nos saltos, tentando baixar a barra da saia apertada demais
>PATRÍCIO< Ouço um movimento do lado de fora da minha porta, suspiro reconhecendo a voz da pessoa que discute com minha secretária, sei que realmente vem problema e mais estresse para mim. Meu filho não vem à empresa, a menos que tenha arrumado alguma confusão e precisa da minha ajuda para resolver. E lá está ele, meu filho, Allan. Olho sobre seu ombro e vejo uma Jerusa esbaforida com um olhar de quem diz “desculpa”, em seu rosto. - Quero falar com você. - Allan entra de supetão sem ao menos me cumprimentar. - Bom dia, meu filho. Estou bem, obrigado - falo com sarcasmo - Qual é pai? Vamos pular as formalidades - Você poderia pelo menos deixar que seja anunciado. Ou bater, isso também funciona - Não preciso disso, você é meu pai e aqui é minha empresa. - Não, não é! - Mas será futuramente, é minha herança. Lembra? - Allan tem manias bem irritantes - Não pretendo morrer tão cedo, meu filho. - Allan revira os olhos. - Pode dar um fora Jerusa - Allan ordena sem nenhuma educaç
>PATRÍCIO
> ALLAN GRAHAM Ainda não acredito que a Elizabeth terminou comigo, quer dizer, isso não é justo.Além de tudo ainda destruiu meu apartamento, meu nariz e me deixou como um idiota no refeitório. Todos estavam rindo da minha cara.E daí que eu fodi com outra? E daí que essa outra era uma das amigas dela? Eu estava namorando com ela, até ia propor um encontro entre ela e meu pai. Finalmente iria apresentá-la para ele.Eu implorei para ela me ouvir, para não terminar, mas ela não quis.Sabe o pior?Acho que eu estou realmente apaixonado por aqui maluca. E agora preciso urgente arrumar uma forma para ela me perdoar.Não me leva a mal, eu gosto muito da Liz, mas a Isabella é uma vadia gostosa pra caralho que não aguenta me ver que já vai logo abrindo as pernas.Com a Liz é diferente, ela é toda tímida e recatada quando se trata de coisas sexuais, dois anos juntos e tudo que ela queria era esperar.Isso me deixou ainda mais obcecado por ela.U
>ALLANMas agora tenho um relacionamento acabado, um apartamento quebrado e meu dinheiro já acabou.E pra piorar estou ainda mais longe da minha chance de foder com a Liz. Então resolvi procurar meu pai, mas me arrependi instantemente, ele só sabe me dar lição de moral e jogar as coisas na minha cara.Eu só queria um pouco de dinheiro, que com certeza não faria diferença em sua conta bancária.Tenho algumas dívidas pendentes que preciso pagar depressa, do contrário não sei o que pode acontecer.Meu pai não apoia meu estilo de vida desapegado, diz que nunca vou crescer desse jeito, ele insiste que devo começar a ter responsabilidades, mas eu não quero.Gosto da farra, das bebidas, das garotas e do meu baseado.Patrício nem é um homem tão velho assim, mas tem uma personalidade bastante ranzinza, eu diria que de um velho de oitenta anos.Ele odeia quando falo da minha mãe e eu falo só para vê-lo perder sua magnificência, os dois não se falam d
>ALLAN