> PATRÍCIO GRAHAM <
- Mas o senhor tem certeza… de que não estou dentro dos requisitos iniciais? - a décima quinta candidata perguntou, jogando os cabelos castanhos sobre o ombro, numa tentativa ridícula de chamar a minha atenção para o decote profundo demais para o código de vestimenta que uma entrevista de emprego necessita. - Posso fazer hora extra sempre que precisar. - Do tipo de serviço que está me oferecendo, senhorita Alves, eu não preciso contratar para usufruir. Minha equipe verificou os seus antecedentes, e o tipo de hora extra que fazia para os seus antigos chefes não está na lista de demandas de que um executivo como eu necessita. Apontei para a porta da sala; o choque em seu rosto só não foi maior do que a vergonha. - Minha secretária atual não vai entrar em contato com você. Passar bem. Até porque sexo não entrava nas atividades que eu precisava pagar para conseguir. - Eu… - A mulher se levantou aos tropeços nos saltos, tentando baixar a barra da saia apertada demais para conseguir andar sem se torcer, a mesma que fizera questão de levantar quando se sentou e cruzou as pernas. - Como sabe… disso? - Pessoas como eu não chegam aonde estou com as pessoas erradas por perto. Você é jovem demais para isso, sabia? Não vi motivos para lhe informar sobre o protocolo da minha equipe de segurança; verificar todos os antecedentes e currículos das minhas possíveis secretárias era o básico. Ela não precisava saber dos pormenores. <><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><> Meu dia foi exaustivo, entrevistar tantos estagiários cansa mais que viajar por horas. Sabe o pior? Nenhum com qualificação suficiente. Passei a semana inteira fazendo entrevista, e nada. Resolvi encerrar as entrevistas por enquanto, daqui oito semanas tem mais algumas e definitivamente, se não encontrar um aprendiz à altura, vou adiar isso por mais alguns meses. É necessário dar essa parada longa nas buscas por alguém que pelo menos seja o mínimo descente para o cargo, por causa da minha agenda apertada por aqui e mais algumas viagens que terei fazer. Será uma espécie de turnê onde vou me dividir entre aqui, a matriz, e as novas ramificações da empresa. Estou abrindo quatro novas filiais em quatro países diferentes então serão mais e mais reuniões até tudo estar certo com os colaboradores antigos e os recém adquiridos. Enfim, eu preciso de uma secretária competente, pois o trabalho como assistente pessoal do dono de uma empresa como a Graham requer muita inteligência e responsabilidade. Alguém realmente dedicada. Minha atual secretária está sobrecarregada com tanta coisa e a tendência é só piorar agora com o crescimento da Corporação, depois de anos, resolvi dar uma ajuda mais que merecida para ela. Um aumento de salário e alguém para ajudá-la. Mas confesso que isso está me dando uma baita dor de cabeça. Encontrar alguém jovem que aprende rápido, está se mostrando mais difícil do que eu pensei. Eu optei por alguém jovem pela disponibilidade, geralmente estagiários são mais disponíveis e dedicados, pelo menos foi o que eu pensei. Até agora todos mostraram que eu estou errado em minha teoria ou minha equipe do recursos humanos é muito incompetente.>PATRÍCIO< Ouço um movimento do lado de fora da minha porta, suspiro reconhecendo a voz da pessoa que discute com minha secretária, sei que realmente vem problema e mais estresse para mim. Meu filho não vem à empresa, a menos que tenha arrumado alguma confusão e precisa da minha ajuda para resolver. E lá está ele, meu filho, Allan. Olho sobre seu ombro e vejo uma Jerusa esbaforida com um olhar de quem diz “desculpa”, em seu rosto. - Quero falar com você. - Allan entra de supetão sem ao menos me cumprimentar. - Bom dia, meu filho. Estou bem, obrigado - falo com sarcasmo - Qual é pai? Vamos pular as formalidades - Você poderia pelo menos deixar que seja anunciado. Ou bater, isso também funciona - Não preciso disso, você é meu pai e aqui é minha empresa. - Não, não é! - Mas será futuramente, é minha herança. Lembra? - Allan tem manias bem irritantes - Não pretendo morrer tão cedo, meu filho. - Allan revira os olhos. - Pode dar um fora Jerusa - Allan ordena sem nenhuma educaç
>PATRÍCIO
> ALLAN GRAHAM Ainda não acredito que a Elizabeth terminou comigo, quer dizer, isso não é justo.Além de tudo ainda destruiu meu apartamento, meu nariz e me deixou como um idiota no refeitório. Todos estavam rindo da minha cara.E daí que eu fodi com outra? E daí que essa outra era uma das amigas dela? Eu estava namorando com ela, até ia propor um encontro entre ela e meu pai. Finalmente iria apresentá-la para ele.Eu implorei para ela me ouvir, para não terminar, mas ela não quis.Sabe o pior?Acho que eu estou realmente apaixonado por aqui maluca. E agora preciso urgente arrumar uma forma para ela me perdoar.Não me leva a mal, eu gosto muito da Liz, mas a Isabella é uma vadia gostosa pra caralho que não aguenta me ver que já vai logo abrindo as pernas.Com a Liz é diferente, ela é toda tímida e recatada quando se trata de coisas sexuais, dois anos juntos e tudo que ela queria era esperar.Isso me deixou ainda mais obcecado por ela.U
>ALLANMas agora tenho um relacionamento acabado, um apartamento quebrado e meu dinheiro já acabou.E pra piorar estou ainda mais longe da minha chance de foder com a Liz. Então resolvi procurar meu pai, mas me arrependi instantemente, ele só sabe me dar lição de moral e jogar as coisas na minha cara.Eu só queria um pouco de dinheiro, que com certeza não faria diferença em sua conta bancária.Tenho algumas dívidas pendentes que preciso pagar depressa, do contrário não sei o que pode acontecer.Meu pai não apoia meu estilo de vida desapegado, diz que nunca vou crescer desse jeito, ele insiste que devo começar a ter responsabilidades, mas eu não quero.Gosto da farra, das bebidas, das garotas e do meu baseado.Patrício nem é um homem tão velho assim, mas tem uma personalidade bastante ranzinza, eu diria que de um velho de oitenta anos.Ele odeia quando falo da minha mãe e eu falo só para vê-lo perder sua magnificência, os dois não se falam d
>ALLAN
>ALLAN
> ELIZABETH <“Sábado à noite”Finalmente chega o tão esperado dia, ainda estou nervosa com toda essa situação, mas decidi seguir em frente. Não vale a pena me privar de fazer o que quero por conta de uma pessoa que não soube me valorizar.Meu destino hoje é inevitável caso eu encontre alguém do meu interesse e esse bar é apenas uma pré antes de seguir para o meu real destino.Com toda certeza agir dessa forma não faz parte do meu feitio, mas ando tão sobrecarregada que as coisas estão fora do comum, começando pela maneira que reagi quando descobri a traição de Allan.Chego ao Nexus e fico impressionada, ao mesmo tempo em que a entrada é imponente, a baixa iluminação deixa o ambiente acolhedor e o som do piano tocando ao fundo é a combinação perfeita para curtir a própria companhia.Enquanto caminho com meu vestido provocante, comprado especificamente para esta minha pequena aventura, sinto vários olhares queimando sobre mim.O decote profundo deixa uma parte dos meus seios redondos e
>ELIZABETH<- Boa noite, as senhoritas já decidiram o que vão beber? Temos os melhores drinques da…- Boa noite - interrompo. - Quero uma dose de Highland doze anos, por favor.Ele arqueia as sobrancelhas, surpreso.- Me perdoe a indiscrição, mas eu tinha certeza que você escolheria um daqueles bem doces. - Sorrio e coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha.- Não bebo sempre, mas quando bebo, gosto de algo mais forte.Isso não era verdade, já que eu não bebia de forma alguma, só conheço esse uísque por já ter visto Allan beber diversas vezes quando estava em seu apartamento ou quando saíamos juntos, mas acho que o barman não precisava saber disso. - A gente vai querer o mesmo - Bianca pediuO rapaz me olha provocador antes de se virar para buscar a bebida. Eu até diria que ele está tentando me seduzir, mas ele nem de longe está na minha linha de alvo.- Aqui está. - O rapaz volta colocando um copo de cristal na minha frente de cada uma, com uma dose de líquido âmbar.- Querem gelo?