>PATRÍCIO<
Ouço um movimento do lado de fora da minha porta, suspiro reconhecendo a voz da pessoa que discute com minha secretária, sei que realmente vem problema e mais estresse para mim. Meu filho não vem à empresa, a menos que tenha arrumado alguma confusão e precisa da minha ajuda para resolver. E lá está ele, meu filho, Allan. Olho sobre seu ombro e vejo uma Jerusa esbaforida com um olhar de quem diz “desculpa”, em seu rosto. - Quero falar com você. - Allan entra de supetão sem ao menos me cumprimentar. - Bom dia, meu filho. Estou bem, obrigado - falo com sarcasmo - Qual é pai? Vamos pular as formalidades - Você poderia pelo menos deixar que seja anunciado. Ou bater, isso também funciona - Não preciso disso, você é meu pai e aqui é minha empresa. - Não, não é! - Mas será futuramente, é minha herança. Lembra? - Allan tem manias bem irritantes - Não pretendo morrer tão cedo, meu filho. - Allan revira os olhos. - Pode dar um fora Jerusa - Allan ordena sem nenhuma educação - Já lhe disse que não é pra tratá-la assim - Eu odeio o quanto meu filho é mimado, sua mãe o estragou de todas as formas possíveis. Ele é teimoso e mimado, isso me tira do sério. Também o que se poderia esperar de uma mulher como ela? - Ela é só uma secretária, não precisa tanto drama - ele fala com indiferença - Ela não é só uma secretária e mesmo se fosse isso não te dar o direito de tratar ela desse jeito, você sabe o quanto a considero. - Você por acaso está fudendo com ela? - Não seja ridículo. Não é para desrespeitá-la. Aliás nem ela ou qualquer outro dos meus funcionários. - Me poupe dos seus sermões, ok? Eu só quero falar com você - ele nunca me ouve de qualquer forma - Jerusa, pode nos dar licença por favor - Enfatizo o " Por favor" para que ele entenda como ser pelo menos um pouco educado - Sim, senhor. Com licença - Jerusa sai e assim que a porta se fecha eu pergunto: - O que você quer? - Preciso de dinheiro - suspiro, não tem nem dois dias que lhe dei sua mesada, que é muito alta por sinal - O que aconteceu com sua mesada? - Acabou. Eu estava com uma maluca aí. Ela me pegou com outra e quebrou todo o meu apartamento. - Que maravilha - gargalho, satisfeito com a situação. Mas nada satisfeito com sua atitude, meu filho é mesmo um moleque. - Do que você está rindo? Não tem graça, ok? Ela acabou com meu apartamento - Então se vira para pagar - sorrio com sarcasmo - É sério? As coisas são todas caras, você sabe disso, afinal foi mamãe quem escolheu. - Sim, estou falando muito sério. Quem sabe assim você aprende ser homem de verdade. - Isso é injusto - Allan se altera, batendo a mão sobre a mesa numa tentativa de me intimidar. Me levantei da cadeira, estava realmente irritado agora, não tolero sua afronta e nem o desrespeito. - Em primeiro lugar, abaixe seu tom de voz, com quem você pensa que está falando? Ainda sou seu pai - Alinho meu rosto com o dele, ficando a centímetros de distância - Tanto faz... - Ele resmungou - Em segundo lugar, injusto é o que você fez com essa garota. Eu não vou te dar um centavo para consertar isso. Vai lidar sozinho com as consequências dos seus atos.>PATRÍCIO
> ALLAN GRAHAM Ainda não acredito que a Elizabeth terminou comigo, quer dizer, isso não é justo.Além de tudo ainda destruiu meu apartamento, meu nariz e me deixou como um idiota no refeitório. Todos estavam rindo da minha cara.E daí que eu fodi com outra? E daí que essa outra era uma das amigas dela? Eu estava namorando com ela, até ia propor um encontro entre ela e meu pai. Finalmente iria apresentá-la para ele.Eu implorei para ela me ouvir, para não terminar, mas ela não quis.Sabe o pior?Acho que eu estou realmente apaixonado por aqui maluca. E agora preciso urgente arrumar uma forma para ela me perdoar.Não me leva a mal, eu gosto muito da Liz, mas a Isabella é uma vadia gostosa pra caralho que não aguenta me ver que já vai logo abrindo as pernas.Com a Liz é diferente, ela é toda tímida e recatada quando se trata de coisas sexuais, dois anos juntos e tudo que ela queria era esperar.Isso me deixou ainda mais obcecado por ela.U
>ALLANMas agora tenho um relacionamento acabado, um apartamento quebrado e meu dinheiro já acabou.E pra piorar estou ainda mais longe da minha chance de foder com a Liz. Então resolvi procurar meu pai, mas me arrependi instantemente, ele só sabe me dar lição de moral e jogar as coisas na minha cara.Eu só queria um pouco de dinheiro, que com certeza não faria diferença em sua conta bancária.Tenho algumas dívidas pendentes que preciso pagar depressa, do contrário não sei o que pode acontecer.Meu pai não apoia meu estilo de vida desapegado, diz que nunca vou crescer desse jeito, ele insiste que devo começar a ter responsabilidades, mas eu não quero.Gosto da farra, das bebidas, das garotas e do meu baseado.Patrício nem é um homem tão velho assim, mas tem uma personalidade bastante ranzinza, eu diria que de um velho de oitenta anos.Ele odeia quando falo da minha mãe e eu falo só para vê-lo perder sua magnificência, os dois não se falam d
>ALLAN
>ALLAN
> ELIZABETH <“Sábado à noite”Finalmente chega o tão esperado dia, ainda estou nervosa com toda essa situação, mas decidi seguir em frente. Não vale a pena me privar de fazer o que quero por conta de uma pessoa que não soube me valorizar.Meu destino hoje é inevitável caso eu encontre alguém do meu interesse e esse bar é apenas uma pré antes de seguir para o meu real destino.Com toda certeza agir dessa forma não faz parte do meu feitio, mas ando tão sobrecarregada que as coisas estão fora do comum, começando pela maneira que reagi quando descobri a traição de Allan.Chego ao Nexus e fico impressionada, ao mesmo tempo em que a entrada é imponente, a baixa iluminação deixa o ambiente acolhedor e o som do piano tocando ao fundo é a combinação perfeita para curtir a própria companhia.Enquanto caminho com meu vestido provocante, comprado especificamente para esta minha pequena aventura, sinto vários olhares queimando sobre mim.O decote profundo deixa uma parte dos meus seios redondos e
>ELIZABETH<- Boa noite, as senhoritas já decidiram o que vão beber? Temos os melhores drinques da…- Boa noite - interrompo. - Quero uma dose de Highland doze anos, por favor.Ele arqueia as sobrancelhas, surpreso.- Me perdoe a indiscrição, mas eu tinha certeza que você escolheria um daqueles bem doces. - Sorrio e coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha.- Não bebo sempre, mas quando bebo, gosto de algo mais forte.Isso não era verdade, já que eu não bebia de forma alguma, só conheço esse uísque por já ter visto Allan beber diversas vezes quando estava em seu apartamento ou quando saíamos juntos, mas acho que o barman não precisava saber disso. - A gente vai querer o mesmo - Bianca pediuO rapaz me olha provocador antes de se virar para buscar a bebida. Eu até diria que ele está tentando me seduzir, mas ele nem de longe está na minha linha de alvo.- Aqui está. - O rapaz volta colocando um copo de cristal na minha frente de cada uma, com uma dose de líquido âmbar.- Querem gelo?
>ELIZABETH