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Capítulo 8: Meu filho

>PATRÍCIO<

Ouço um movimento do lado de fora da minha porta, suspiro reconhecendo a voz da pessoa que discute com minha secretária, sei que realmente vem problema e mais estresse para mim.

Meu filho não vem à empresa, a menos que tenha arrumado alguma confusão e precisa da minha ajuda para resolver.

E lá está ele, meu filho, Allan.

Olho sobre seu ombro e vejo uma Jerusa esbaforida com um olhar de quem diz “desculpa”, em seu rosto.

- Quero falar com você. - Allan entra de supetão sem ao menos me cumprimentar.

- Bom dia, meu filho. Estou bem, obrigado - falo com sarcasmo

- Qual é pai? Vamos pular as formalidades

- Você poderia pelo menos deixar que seja anunciado. Ou bater, isso também funciona

- Não preciso disso, você é meu pai e aqui é minha empresa.

- Não, não é!

- Mas será futuramente, é minha herança. Lembra? - Allan tem manias bem irritantes

- Não pretendo morrer tão cedo, meu filho. - Allan revira os olhos.

- Pode dar um fora Jerusa - Allan ordena sem nenhuma educação

- Já lhe disse que não é pra tratá-la assim - Eu odeio o quanto meu filho é mimado, sua mãe o estragou de todas as formas possíveis. Ele é teimoso e mimado, isso me tira do sério.

Também o que se poderia esperar de uma mulher como ela?

- Ela é só uma secretária, não precisa tanto drama - ele fala com indiferença

- Ela não é só uma secretária e mesmo se fosse isso não te dar o direito de tratar ela desse jeito, você sabe o quanto a considero.

- Você por acaso está fudendo com ela?

- Não seja ridículo. Não é para desrespeitá-la. Aliás nem ela ou qualquer outro dos meus funcionários.

- Me poupe dos seus sermões, ok? Eu só quero falar com você - ele nunca me ouve de qualquer forma

- Jerusa, pode nos dar licença por favor - Enfatizo o " Por favor" para que ele entenda como ser pelo menos um pouco educado

- Sim, senhor. Com licença - Jerusa sai e assim que a porta se fecha eu pergunto:

- O que você quer?

- Preciso de dinheiro - suspiro, não tem nem dois dias que lhe dei sua mesada, que é muito alta por sinal

- O que aconteceu com sua mesada?

- Acabou. Eu estava com uma maluca aí. Ela me pegou com outra e quebrou todo o meu apartamento.

- Que maravilha - gargalho, satisfeito com a situação. Mas nada satisfeito com sua atitude, meu filho é mesmo um moleque.

- Do que você está rindo? Não tem graça, ok? Ela acabou com meu apartamento

- Então se vira para pagar - sorrio com sarcasmo

- É sério? As coisas são todas caras, você sabe disso, afinal foi mamãe quem escolheu.

- Sim, estou falando muito sério. Quem sabe assim você aprende ser homem de verdade.

- Isso é injusto - Allan se altera, batendo a mão sobre a mesa numa tentativa de me intimidar.

Me levantei da cadeira, estava realmente irritado agora, não tolero sua afronta e nem o desrespeito.

- Em primeiro lugar, abaixe seu tom de voz, com quem você pensa que está falando? Ainda sou seu pai - Alinho meu rosto com o dele, ficando a centímetros de distância

- Tanto faz... - Ele resmungou

- Em segundo lugar, injusto é o que você fez com essa garota. Eu não vou te dar um centavo para consertar isso. Vai lidar sozinho com as consequências dos seus atos.

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