— Fica mais um pouquinho, delícia.
Detestava quando ela me tratava assim, mas fui eu que permiti essa intimidade, fazer o quê, não é?
— Não posso, moça bonita, tenho que levantar cedo, se não minha patroa me come vivo… – era uma piada interna nossa. — Ahhh é! Ela é você, e você já me devora.
Coloquei minha camisa e dei uma piscadinha cafajeste que elas gostam. Para falar a verdade, aquilo tudo já estava me cansando, mas eu só precisava aguentar mais alguns meses até o contrato acabar.
Eu sei o que vocês estão pensando, misturar negócios com prazer, ou até mesmo que eu me vendi. Mas não julguem antes de saber que ela me contratou pelas minhas outras virtudes, meu negócio de segurança era muito recomendado, eu realmente era bom no que fazia e ralei muito para me tornar uns dos melhores na área.
O prazer veio bem depois, afinal, aquela mulher não era de se jogar fora, e eu não deixo passar um bom partido.
— Alô? Estou a caminho. – Era meu assistente, tinham invadido um dos escritórios que éramos responsáveis pela segurança.
— Fez o relatório, quantos eram?
— Dois, chefe. Já preenchi tudo. – Maurício estava comigo desde o começo, há sete anos. Ele fazia a parte burocrática, era meu braço direito. — Os policiais já levaram. E os proprietários foram avisados, está tudo sob controle.
— Precisa da minha assinatura onde? – Eu tinha que assinar tudo, afinal não dava pra ficar rico só com um contrato. Então, além das empresas de Mel Furtado, meu maior contrato, tinha esses contratos menores. — Prontinho, tudo assinado.
— E a abelha rainha, te picou hoje? – Maurício sabia de tudo sobre mim, ele era também meu confidente.
— Qual é, Maurício, se preocupa com sua abelha e para de se meter nos meus assuntos. – Falei brincando, de qualquer maneira ele sempre me faz falar de mim.
— Qual é, parceiro, lá em casa, está difícil aquela abelha produzir um melzinho pra mim. – Ele soltou uma risada marota. — Ela tá mais pra cadela no mês de agosto sem vacina, pura raiva.
— Maurício, meu amigo, qual foi a última vez que você a levou para jantar? – Enquanto conversamos, os chaveiros terminavam de consertar o estrago dos invasores. — Ou comprou um presente caro para ela?
— Ela me pediu uma panela elétrica para facilitar a vida dela na cozinha, custou os dois, dois olhos da cara! – Nessa hora eu dei um soco no braço dele. — Aí, ela fez isso também, só que com a frigideira.
Peguei meu celular e enviei um contato para o dele.
— Me dá seu celular – entrei no seu W******p e liguei para o contato. — Oi, Ramon, sou o Apolo, mesa superior com vista, próximo sábado, open, envia o código para esse número, obrigado.
— Chefe, vai me meter em encrenca não, hein?!
— Leva ela e depois me conta. – Era uma boate exclusiva, a esposa dele no começo ia estranhar o ambiente, digamos, não muito familiar, mas depois que visse a vista da mesa que reservei, esse meu amigo ia garantir uma semana de gratidão.
— Acabamos aqui, senhores, só assinar e mandamos a nota por email, como sempre. – O pessoal do chaveiro era parceiro de anos, também.
— Obrigado, Xavier. – Fechamos tudo e fomos terminando a conversa até meu carro.
— Mas, chefe, falando sério, até quando vai levando com a patroa? Não tem saído muito com os rapazes, eles estão comentando que está se amarrando.
— Eu, me amarrando? – Dei uma gargalhada daquelas. Quem me conhece sabe que meu relacionamento mais longo foram dois meses e por engano! A garota achou que nós estávamos namorando, até mudou de status no F******k. E eu só fiquei com ela três noites. Quando soube, foi um escândalo. — Essa mulher não é como as outras, ela sabe que não sou de ninguém e não me cobra nada. Não há riscos com ela. Só estou dando um tempo dos clubes.
Me despedi e entrei no carro. Estava bem tarde, era o tempo de tomar um banho e tirar uma soneca.
Acordei antes do alarme, vesti-me e fui até o café da esquina; eles têm uma vitamina verde que é deliciosa.
— Bom dia, Samantha, você está mais bonita hoje, ou meu coração está mais apaixonado? – Eu sempre brincava com a senhora que atendia; ela devia ter uns sessenta anos e era mal-humorada todos os dias.
— Eu estou mais bonita, e você mais cara de pau. O que vai querer? Fala logo que tenho pessoas sérias para atender. – Amava provocar ela; o meu dia começava quando ouvia ela me responder.
— Sua maravilhosa porção de amor verde.
— Podia mudar a piada pra variar, se tivesse cérebro, em vez de só músculos. – Aí estava, ganhei meu dia.
Demorou anos pra eu conseguir irritar ela a esse ponto, mas com muita paciência, fui achando seu ponto fraco. Até perceber que ela gostava de ser irritada.
— Aqui está, agora vai trabalhar e leva essa sua cara feia daqui.
— Eu vou, mas deixo meu coração com você e levo você nos meus pensa…
— Tá, Tá, Tá…. – ela nem esperou eu terminar, foi atender outra pessoa, e quando ia saindo, minha recompensa final, um sorrisinho no canto da boca.
O prédio dos Furtados não era longe do meu, então eu ia caminhando e tomando minha vitamina. Sempre observando tudo, quantos carros diferentes estacionados em locais proibidos, quantos suspeitos fazendo coisas comuns. Quantas pessoas que não deveriam estar ali nas redondezas do prédio. Depois de dar três voltas e checar por fora, era a vez do interior.
Mensagem da abelha:
Sra. Solto diz: “Estou a caminho.”
Apolo diz: “Bom dia, tudo ok, estacionamento, clear.”
Sra. Solto diz: “Qual elevador?”
Apolo diz: “Entrada.”
— Bom dia, Apolo 1, rainha chegando. – Minha equipe era formada por mim e mais três seguranças, que chamava de Apolo's 1, 2 e 3. Eles tinham seus nomes protegidos quando trabalhávamos, mas eram meus amigos de farra, Tobias, Carlos e JP, famoso pegador, João Paulo, que só perde pra mim, claro.
— Em posição, Apolo 2 com o tesouro, qual elevador?
— Entrada, copy?
— Copy – JP respondeu.
Só quem sabia qual elevador usar, onde estacionar, era eu. Nem quem trazia a contratante podia saber, em caso de ser sequestrado, algum membro da
família, para ser usado de chantagem e atingir o alvo. O que já aconteceu com Carlos e foi terrível para a equipe, mas nos saímos bem.
Eu passava a informação para a contratante Verônica, e quando ela chegava, informava aos meus colegas, pois já era seguro estarmos todos juntos.
Subi ao andar do escritório dela como de costume e saí do elevador para fazer a checagem do ambiente. Para minha surpresa, lá estava ela. Hannah banana, meu primeiro amor de infância.
Eu fui treinado para ficar concentrado no meu trabalho, e foi o que eu fiz.
— Tudo limpo, pode subir com a abelha rainha – a voz na minha cabeça parecia esgarçada, como se fosse um imenso esforço para sair. Tentei ao máximo não olhar para ela.
Quando Verônica saiu do elevador, fomos até sua sala, onde Apolo 3 já tinha checado, e eu chequei mais uma vez.
— Vem cá, meu café da manhã… – Verônica me puxou pela gravata e mordeu meus lábios levemente. Das outras vezes não me incomodou como estava me incomodando naquele momento, e instintivamente eu a afastei. — O que foi?
— Me desculpe, pensei ter ouvido algo no rádio. Acho melhor eu ficar lá fora. – Ela me olhou desconfiada, afinal, já me conhecia um pouco. Estávamos saindo há uns dois meses, são muitas noites.
— Vá, antes que eu me irritei com esse seu profissionalismo. – ela acenou com as mãos, isso eu odiava. Me tratar como um animal para me retirar da sala. Bem feito pra mim.
Quando saí lá fora, Hannah sentou bem de frente para a porta, em que eu tinha que ficar de sentinela. Então pensei em chamar Carlos para tomar meu lugar, não ia conseguir desviar o olhar muito tempo.
— Apolo 2, pode subir e me substituir? – Perguntei baixinho no rádio.
— Claro, chefe, no que precisar – ouvi a risadinha sarcástica. Mas não me importei, só queria sair dali. Nem sei porque estava tão nervoso, não era mais criança. Eu conhecia ela até… não queria me lembrar disso agora.
Ouvi a D. Linda falar sobre a vaga de assistente, então é por isso que ela está aqui. Ela vai descer, e não vai dar tempo de Carlos subir, o que eu faço?
Quando dei por mim, estava do lado dela apertando o botão do elevador.
— Hannah banana, há quanto tempo! – Que idiota, por que eu falei desse jeito? Mas ela está tão linda, meio descabelada, molhada e perfeita.
— Então, já faz um tempinho, não é? E aí Apolo, meu herói, quer dizer, herói da galera, da escola em geral, não meu…
Ela falou balançando a cabeça como se quisesse apagar aquele momento constrangedor. Foi quando me deixou mais seguro, saber que ela estava nervosa também, que bom.
— Então está tentando uma vaga aqui na empresa? – Seria ótimo ver ela todos os dias. Mas o que eu estou pensando, imagina, eu prometi não cair nessa de me apaixonar, e só olhei para ela e já estou pensando no futuro, acorda homem!
— Sim, vaga de assistente. Mas pelo jeito não, foi dessa vez.
Ela falou enquanto outras pessoas entravam no elevador, isso fez com que eu chegasse mais perto dela. Ela ainda estava baixinha, com um corpo incrível, nem um pouco magrela. Melhor eu parar de olhar, fica esquisito, que cheiro bom de shampoo.
— Não pense assim, a Sra. Solto é realmente muito ocupada, ela vai remarcar. – Ela está olhando pra minha camisa, quer ver que eu derramei vitamina, ou pior, aquela mulher deixou marca de batom… — Tem alguma coisa na minha camisa?
— Não, não, desculpa. É que percebi que você é … A
Alto, magro, gordo, feio, falaaaaaa mulher! — Segurança, agora.
— Sim, montei minha… – Carlos começou a falar comigo no rádio baixinho. — Empresa há um ano e meio.
Carlos pelo rádio: ( Boss, que conversinha fiada é essa, você parece uma menina da oitava série. Você não é assim, quem é essa garota? )
— Poxa, que legal, você é um empresário de sucesso, parabéns! – Ela colocou a mão no meu ombro, tomara que tenha notado que eu cresci, modéstia à parte.
Tobias pelo rádio ( Hummm, deve ser interesseira! )
— Obrigado, espero que você consiga a vaga de assistente, aí podemos conversar mais – vou mostrar os bíceps. O que eu estou fazendo, brincadeira de socar, o que essa garota tem? Se recomponha agora, Apolo. — Ou você me dá seu telefone e combinamos algo, um café, um suco, refri.
— Claro, me empresta seu celular, que eu vou digitar pra você. Prontinho, coloquei meu nome já, Hannan sem o banana.
Graças a Deus essa conversa acabou, e consegui o telefone.
JP pelo rádio ( Não creio que ele conseguiu o telefone. Deve ser uma doida mesmo. )
Fiquei um tempinho ali parado, olhando ela se afastar. Depois subi o elevador sorrindo, sem perceber. A questão era, deveria ligar?
— Alô, mãe, acabei a segunda entrevista de hoje… – Minha mãe me ligava duas vezes em média por dia. Eu gostava disso, sentia que tinha uma amiga me apoiando em tudo que eu precisasse, pois era assim que ela agia. Ao contrário do meu pai, que só queria saber de me julgar e dizer como viver minha vida.— Não, mãe, acho que ainda não foi dessa vez, mas sabe quem eu encontrei?— Brad Pitt ou Wagner Moura? – Mamãe sonhava em encontrar um dos ídolos dela na rua e achava que eu ia achar isso o máximo para mim. Na verdade, só conheço esses nomes porque esses caras são realmente excelentes atores, mas fala sério, tô mais para Tom Holland ou Gabriel Elias.— Não, mãe, Apolo, o gatinho da escola.— O que sumiu depois dos boatos – ela ficou sabendo que algo muito grave aconteceu na casa do Apolo que fez a família se mudar. — Filha, como ele está? Vocês conversaram?Eu estava atravessando a rua, e havia muito barulho de trânsito e pessoas passando.— Não sobre isso, mas eu dei meu telefone – ela j
— Boa noite, Sr. Inácio.— Boa noite, Sta. Hannah. Como o senhor está hoje? – O motorista que me leva para a faculdade quase todos os dias.— Bem, graças a Deus, e você?— Eu preciso de um milagre para ir bem na prova.— Vou orar por você, mocinha, mas Deus só ajuda a lembrar o que você se esforçou para estudar.— Por isso que eu preciso de um milagre, Sr. Inácio. – Passei a roleta depois de ouvir a gargalhada e depois do olhar de desaprovação do meu amigo motorista. Era uma risada gostosa, solta e despreocupada. Me ajudava a seguir adiante; aquele senhor de idade avançada já me contou várias vitórias e sempre terminava com aquela gargalhada, isso me marcou.Quando cheguei no corredor, antes de entrar na sala, vi o casal se esfregando perto do bebedouro, que nojo! Letícia e Cícero, meu ex, sei lá o que era aquilo.— Boa noite, Hannah – ele falou com a mão ainda na bunda dela. — Como você está hoje? Não precisa responder, pela aparência, ainda na auto-piedade sem fim, pobre coitada.—
Meu celular me despertou, mas não era o toque do despertador, era umaligação de um número estranho.— Alô?— Por favor, Srta. Hannah Furtado. – Meu coração gelou, era voz dasecretária legal da primeira entrevista, mal podia acreditar… mas podia ser paradizer… não, não posso pensar assim. — Alô, tem alguém aí?— Oi, sou eu, desculpa, pode falar. – Que tonta, já comecei mal.— Você passou para a segunda fase da entrevista, gostaria de participar?— Sim, claro. O que devo fazer? – Levantei e corri para pegar um papel, masé claro que eu não tinha, porque na hora que se precisa, não achamos nada.Meu celular me despertou, mas não era o toque do despertador, era umaligação de um número
"Vou pedir para que desliguem seus celulares... – Aqui estou eu, e Antonellaestá impecável, como da última vez que a vi. Esse perfume dela é mesmo incrível;um dia vou perguntar... — Hannah Furtado, você pode me acompanhar? — Claro.– Eu tinha que ser a primeira, que droga. Mas tudo bem, eu vou conseguir; melhortirar o esparadrapo de uma vez. — Quantos candidatos passaram para a segundafase? — Para a vaga de secretária, só você. Os outros estão esperando outras vagas.— Yes!! – Ela parou... — Desculpe, não foi nada. – Credo, que olhar fuzilante;ela não vai com a minha cara, será?! Hummm, Nico deve ter comentado algo comela..."— Pode se sentar aqui, nesta tela; pode abrir o documento que está no Wordcomo "Teste para Vaga
Seu menino idiota, já não falei para você ajudar sua mãe… – que cheiro horrível de álcool, ele dessa vez nem consegue ficar em pé, babaca de merda — O que você está olhando, acha que essa porcaria de escola vai te ajudar a ser alguém na vida? — Se eu não for como você, já está ótimo. – Falei e saí correndo dali, tinha que ficar longe até ele desmaiar. O único problema é que, se ele não me pegasse, ele tinha que descontar em alguém. Depois de algumas horas, eu voltei para casa. O caderno estava todo rasgado, a professora era um saco, nem adiantava contar nada, ela não estava nem aí… aliás, ninguém estava. — Mãe, o que está fazendo aí no chão? – Ela colocou o dedo na boca, pedindo que eu me calasse. Seu olhar de pavor condiz com o tremor da sua mão. Tem muito sangue em suas pernas. — Mas, mãe… — Cala essa boca, moleque, o sangue não é meu. – Ela virou o rosto, e vi que estava muito machucada. — Esse desgraçado tentou me puxar enquanto se afogava no próprio sang
— Vou colocar o endereço no GPS. – Cara, nem acredito que Hannah está no meu carro, comigo… claro, né Zé mané. Vai estar no seu carro com quem?! — Você quer digitar aqui, por favor?— Claro, é bem fácil chegar lá, mas como nunca fui daqui, é melhor colocar mesmo. Deixe-me ver – enquanto ela digita, eu sinto o perfume amadeirado dela. Seu cabelo ainda tem a mesma cor, parece que nunca quis colorir, o jeito dela mesma, tão confiante e autêntica. — Prontinho.— Confeitaria Li Le Tá, nome bacana. Sua amiga vai estar lá nos esperando?— A confeitaria é dela, então… – ela torceu a boca, fica tão simpática quando faz isso. Eu liguei o carro e saímos. Ficamos um tempo em silêncio, até que os dois falamos ao mesmo tempo…— Queria pedir desc…— Eu queria pedir…Demos risada. O som do carro estava ligado baixinho, coincidência ou destino era uma música da nossa época."Love Me Like You Do" You're the light, you're the nightYou're the color of my bloodYou're the cure, you're the painYo
— Mãe, cheguei! – Todos os dias chego em casa por volta de seis da tarde e logo procuro meu filhote para dar um longo e saboroso abraço nele. — Onde está meu homenzinho aranha? — Pitchu!! Pitchu!! – Ele atira teias imaginárias em mim, estava fascinado pelos quadrinhos que comprei da última vez que passei na banca do senhor Cleison. — Você está presa na teia, mamãe. — Ohhhh, e agora, quem poderá me salvar? – Sempre misturo os personagens com Chapolin Colorado, que acompanhou minha infância na comunidade, onde minha mãe ligava no único canal que sintonizava. — Não, mamãe. Você é a malvada, ninguém vai te salvar. Eu salvo as pessoas de você.— Vem cá, seu moleque, depois que eu te pegar, alguém vai ter que te salvar dos meus beijos. – Ele saiu correndo depois de ver minhas garras apontadas para ele. Eu amo demais esse garotinho, pena que o pai seja quem ele é. — Vocês dois, parem de farra… – minha mãe sempre de mal humor, sinto por ela. Veio da cozinha com as contas nas mãos e gritan
— Claro, vá lá, eu devo ter milhões de recados de Antonella para ler – ele deu um sorriso murcho.Me afastei um pouco, antes de atender, respirei fundo. — Alô. – Ninguém disse nada, achei estranho e repeti um pouco mais alto. — Alô, aqui é Hannah. — Oi, Hannah, aqui é Apolo, da escola. Quer dizer, não mais da escola, da empresa de segurança, quer dizer da empresa que você… — Apolo, eu sei quem é você. – Mais uma vez, ficou mudo do outro lado. — Alô? — Oi, que bom que você sabe. Então, se estiver ocupada, posso ligar outra hora.— Claro, vá lá, eu devo ter milhões de recados de Antonella para ler – ele deu um sorriso murcho. Me afastei um pouco, antes de atender eu respirei fundo. — Alô. – Ninguém disse nada, achei estranho e repeti um pouco mais alto. — Alô, aqui é Hannah. — Oi, Hannah, aqui é Apolo, da escola. Quer dizer, não mais da escola, da empresa de segurança, quer dizer da empresa que você… — Apolo, eu sei quem é você. – Mais uma vez, ficou mudo do outro lado. — Alô?—