"Vou pedir para que desliguem seus celulares... – Aqui estou eu, e Antonella
está impecável, como da última vez que a vi. Esse perfume dela é mesmo incrível; um dia vou perguntar... — Hannah Furtado, você pode me acompanhar? — Claro. – Eu tinha que ser a primeira, que droga. Mas tudo bem, eu vou conseguir; melhor tirar o esparadrapo de uma vez. — Quantos candidatos passaram para a segunda fase? — Para a vaga de secretária, só você. Os outros estão esperando outras vagas.— Yes!! – Ela parou... — Desculpe, não foi nada. – Credo, que olhar fuzilante; ela não vai com a minha cara, será?! Hummm, Nico deve ter comentado algo com ela..."— Pode se sentar aqui, nesta tela; pode abrir o documento que está no Word como "Teste para VagaSeu menino idiota, já não falei para você ajudar sua mãe… – que cheiro horrível de álcool, ele dessa vez nem consegue ficar em pé, babaca de merda — O que você está olhando, acha que essa porcaria de escola vai te ajudar a ser alguém na vida? — Se eu não for como você, já está ótimo. – Falei e saí correndo dali, tinha que ficar longe até ele desmaiar. O único problema é que, se ele não me pegasse, ele tinha que descontar em alguém. Depois de algumas horas, eu voltei para casa. O caderno estava todo rasgado, a professora era um saco, nem adiantava contar nada, ela não estava nem aí… aliás, ninguém estava. — Mãe, o que está fazendo aí no chão? – Ela colocou o dedo na boca, pedindo que eu me calasse. Seu olhar de pavor condiz com o tremor da sua mão. Tem muito sangue em suas pernas. — Mas, mãe… — Cala essa boca, moleque, o sangue não é meu. – Ela virou o rosto, e vi que estava muito machucada. — Esse desgraçado tentou me puxar enquanto se afogava no próprio sang
— Vou colocar o endereço no GPS. – Cara, nem acredito que Hannah está no meu carro, comigo… claro, né Zé mané. Vai estar no seu carro com quem?! — Você quer digitar aqui, por favor?— Claro, é bem fácil chegar lá, mas como nunca fui daqui, é melhor colocar mesmo. Deixe-me ver – enquanto ela digita, eu sinto o perfume amadeirado dela. Seu cabelo ainda tem a mesma cor, parece que nunca quis colorir, o jeito dela mesma, tão confiante e autêntica. — Prontinho.— Confeitaria Li Le Tá, nome bacana. Sua amiga vai estar lá nos esperando?— A confeitaria é dela, então… – ela torceu a boca, fica tão simpática quando faz isso. Eu liguei o carro e saímos. Ficamos um tempo em silêncio, até que os dois falamos ao mesmo tempo…— Queria pedir desc…— Eu queria pedir…Demos risada. O som do carro estava ligado baixinho, coincidência ou destino era uma música da nossa época."Love Me Like You Do" You're the light, you're the nightYou're the color of my bloodYou're the cure, you're the painYo
— Mãe, cheguei! – Todos os dias chego em casa por volta de seis da tarde e logo procuro meu filhote para dar um longo e saboroso abraço nele. — Onde está meu homenzinho aranha? — Pitchu!! Pitchu!! – Ele atira teias imaginárias em mim, estava fascinado pelos quadrinhos que comprei da última vez que passei na banca do senhor Cleison. — Você está presa na teia, mamãe. — Ohhhh, e agora, quem poderá me salvar? – Sempre misturo os personagens com Chapolin Colorado, que acompanhou minha infância na comunidade, onde minha mãe ligava no único canal que sintonizava. — Não, mamãe. Você é a malvada, ninguém vai te salvar. Eu salvo as pessoas de você.— Vem cá, seu moleque, depois que eu te pegar, alguém vai ter que te salvar dos meus beijos. – Ele saiu correndo depois de ver minhas garras apontadas para ele. Eu amo demais esse garotinho, pena que o pai seja quem ele é. — Vocês dois, parem de farra… – minha mãe sempre de mal humor, sinto por ela. Veio da cozinha com as contas nas mãos e gritan
— Claro, vá lá, eu devo ter milhões de recados de Antonella para ler – ele deu um sorriso murcho.Me afastei um pouco, antes de atender, respirei fundo. — Alô. – Ninguém disse nada, achei estranho e repeti um pouco mais alto. — Alô, aqui é Hannah. — Oi, Hannah, aqui é Apolo, da escola. Quer dizer, não mais da escola, da empresa de segurança, quer dizer da empresa que você… — Apolo, eu sei quem é você. – Mais uma vez, ficou mudo do outro lado. — Alô? — Oi, que bom que você sabe. Então, se estiver ocupada, posso ligar outra hora.— Claro, vá lá, eu devo ter milhões de recados de Antonella para ler – ele deu um sorriso murcho. Me afastei um pouco, antes de atender eu respirei fundo. — Alô. – Ninguém disse nada, achei estranho e repeti um pouco mais alto. — Alô, aqui é Hannah. — Oi, Hannah, aqui é Apolo, da escola. Quer dizer, não mais da escola, da empresa de segurança, quer dizer da empresa que você… — Apolo, eu sei quem é você. – Mais uma vez, ficou mudo do outro lado. — Alô?—
Grupo de Matemática no wattsapp:Pâmela diz: “Olá, pessoal, criei o grupo para tratar somente de assuntos do trabalho, então vamos focar.”Cícero diz: “Meninas, papaizão tá na área, calcule a satisfação!! (emoticon boca com língua de fora)Valquíria diz: “Oi, olha, podemos nos encontrar no sábado aqui em casa. Meus pais estarão viajando.”Pâmela diz: “Eu ia oferecer minha casa, mas estamos com reforma.”Hannah diz: “Sábado está ótimo se for à tarde. Olá pessoal!”Carla diz: “Oi, galera, de boa pra mim, só que até as 18h, depois tô fora.”Cícero diz: “Essa é das baladas.” (giff pessoas dançando)Carla diz: (figurinha dizendo: cuida da sua vida.) Pâmela diz: “Então ficou marcado para este sábado às 14h na casa da Val. Depois vc compartilha o endereço aqui no grupo conosco, okay?”Valquíria diz: “Pode deixar.”Levantei bem antes do horário de ir para o trabalho. Nossa, só de imaginar meu primeiro dia, me dá um frio na barriga. Tomei um banho e coloquei a roupa que já tinha separado, nad
Rodolfo diz: “Bruno, fui selecionado para aquela vaga na empresa do mel.”Bruno diz: “A vaga de secretário? Onde você está?”Rodolfo diz: “Sim, ela mesma. Estou em uma cafeteria, perto da via norte. Vem me encontrar?”Bruno diz: “Vem você pra cá, mando o Orion te buscar.”Rodolfo diz: “Já falei que não, estava falando sério. Como está a mamãe?”Bruno diz: “Ela se internou em um Spa, falou para o pai que está em greve de sexo, até ele te convencer a voltar.”Rodolfo diz: “Acho melhor ele achar uma nova esposa, seria mais fácil.”Bruno diz: “Não brinque com isso, Tato, ele é louco por ela, você sabe.”Rodolfo diz: “Pare de drama, fiz minhas escolhas e você prometeu me apoiar.”Bruno diz: “Claro, o que precisar. Já arrumou onde morar definitivamente?"Rodolfo diz: “Não, e a grana está acabando. Preciso passar nessa segunda entrevista. Aí será achar um apartamento, quem sabe alguém para dividir comigo.”Bruno diz: “kkkkkkk, você dividindo apê, quando a mamãe souber disso ela vai ter um su
Quando cheguei, vi a mesma fila de espera para entrar e o guarda do dia da entrevista. Ele sorriu para mim, quando notei, acenei com um comprimento rápido e fui para a fila também. — Moça, o guarda está lhe chamando. – Uma senhora me chamou. — Ah, obrigada. – Fui até a porta de vidro, que ele abriu de prontidão. — Bom dia, Sta. Hannah, seja muito bem vinda. Olha que legal, outra recepção agora, não é seu fortão? — Bom dia, senhor… ? – Procurei pelo seu nome no crachá, que ele muito simpaticamente me apontou com muito orgulho. — Samuel, a seu dispôr. Que graça, ninguém mais fala assim. — Sr. Samuel, muito prazer. — A senhorita, não precisa pegar a fila, eles tem que passar pelo cartão de ponto, então ficam na ordem de chegada – ele me explicava até alguém bater no vidro. Então fechou a cara em um carranca e abriu a mão esticando o braço na sequência. — Pode esperar lá na fila, por favor. Voltado a me olhar com um sorriso doce e meigo, foi me acompanhando até o elevador. — A
Hannah diz: “Lili, estraguei tudo… estou indo para aí!!”Lilith diz: “Xodó, o que houve, onde você está?”Hannah diz: “No elevador do prédio da advocacia. Saí da entrevista com o Nico.”Lilith diz: “Ok, venha para cá, terminando de montar as últimas entregas do delivery, quer que vá te buscar?”Hannah diz: “Não, vou chamar um Uber. Te vejo daqui a pouco.”Nossa, que elevador demorado, são poucos andares. Chegou, até que enfim, quero ir embora logo daqui…— HANNAH, ESPERE!!!— Jesus Cristo, Nico… – a porta do elevador abriu e o homem apareceu correndo na minha frente. — Quer me matar do coração?Ele fez sinal com o dedo indicador, pedindo um tempo e colocou a outra mão apoiada no joelho, se debruçando sobre ele, abaixou a cabeça tomando ar.— Pelo visto desceu as escadas correndo. E pelo visto está fora de forma… – o que eu estou falando, o homem está saradão. — Não que não esteja sarado, e gosto… quer dizer, definido. Quer dizer…Ele levantou e ficou me olhando com um sorriso de vitor