Depois que eu fiz a biopsia eu só pensava no resultado. A semana parecia se arrastar. Simão ia lá em casa dia sim, dia não. Ficávamos no portão conversando horas depois que ele jogava uma partida com o Rafael. Sempre chegava com sono no trabalho, D. Graça já estava me chamando a atenção. No final de semana ele falou para nós três irmos no zoológico, e foi maravilhoso. Rafa adorou cada animal que ele via, a conexão dele com o Simão crescia muito rápido e isso me assustava às vezes. E se não desse certo? No domingo à noite levei o Rafael no culto, minha mãe foi contra, disse que ele tinha que ser católico. Enfim, eu ia levar e depois ele escolhia. Quanto mais conhecia Simão, mais me apaixonava por ele e o medo de ele me conhecer e desapaixonar crescia. — Você é muito boba. Porque pensa essas coisas? — Sei lá, você parece ser tão perfeito e eu…— O quê? Humana e maravilhosa. Sabia que eu sou cheio de receios quanto a mim mesmo? — Você é o cara mais seguro de si que conheço. — Deus
A HISTÓRIA DE SARA— Sara!! Sara!! Onde você está?— Bum!!— A sua danadinha, estava escondida aí atrás, que espertinha. Vem que seu pai chegou e sua mãe quer que todos jantem na mesa. A família de Sara morava em um país ainda muito conservador e a pequena cidade ainda mais. Sara era uma criança muito educada, esperta e gentil. Morava em um local privilegiado, em um dos bairros mais cobiçados da cidade. Sua educação era rígida, em um colégio de freiras. E sua mãe fazia questão que ela sempre aprendesse as tradições da família, quando a religião e a etiqueta de uma mulher na sociedade. Sara tinha a mãe como a imagem de uma rainha, daquelas de conto de fadas, sempre muito bem arrumada e com os gestos e falas apropriados para todos os momentos. Não sentia falta de afeto, pois nunca houve nada parecido da parte dela, então achava que isso era o normal de qualquer mãe. Com oito anos de idade ela já tinha aula de culinária, bordado e como servir a mesa. A pessoa que ela mais gostava na
SARA E AFONSOEu conheci Paola em um encontro de motos, em uma cidadezinha do interior. Fui com um amigo meu, o Afonso, que tinha acabado de sair do instituto. Ele prometeu que assim que saísse nós íamos a um desses passeios. Como eu conheci Afonso, é muito simples. Investigadores achavam que eu tinha alguma coisa a ver com a morte do meu pai, que está bem no inferno. Só porque o bendito freio do carro dele, resolveu parar de funcionar. E com isso eu herdei a grana da família, finalmente. Depois que minha mãe morreu, a vida deveria ter ficado muito melhor para mim. Nos meus planos, eu ia convencer meu pai a contratar a Rose novamente e ser uma garota mais livre. Sem a Stephanie na escola, tudo ia ficar numa boa. Pois bem, meu querido pai, convencido que eu tinha algo a ver com o incêndio no evento, porque eu havia falado ver as duas que morreram lá fora. Me colocou em um colégio muito pior, um internato para garotas em outro pais bem longe dele. Tinha regras para tudo, e como os pa
PAOLA, CLARA E SARADepois que trocamos nossos telefones, Paola e eu sempre nos falávamos secretamente. Sara diz: “Mas quando você pretende contar para ela?”Paola diz: “Em breve, estou procurando casa para morar. Estamos juntas a um tampo e temos que separar as contas e as coisas. Não posso deixá-la desprevenida.”Sara diz: “Entendo, mas não podemos nos encontrar, só uma vez?”Paola diz: “Acho melhor não, já sinto que falar com você é uma traição, se te encontrar, sei que vai rolar alguma coisa.”Sara diz: “Eu entendo. Posso ao menos saber para onde posso enviar um presente?”Paola diz: “Eu faço bico duas vezes por semana nessa academia, à noite. Pode enviar para lá.”Eu vi o endereço e mandei uma cesta com doces fitness e saudáveis, com um panda de pelúcia. Ela me falou que tinha um sonho de conhecer um panda de verdade. Depois que ela me passou o endereço e os dias que estava lá, comecei a frequentar a academia. Era em uma universidade. Paola no primeiro dia, fingiu estar me ens
PAOLA, HANNAH E EUMe tornando esposa dela, ela era minha tutora e dona. E então começou meu inferno novamente. No começo ela só me deixava trancada, nada de celular ou algo que tivesse internet. Não sabia do meu contato com Afonso. Apenas que eu tinha um contador, e ela o conheceu quando foi levar a procuração que eu assinei, passando direitos dela mexer nas minhas contas. Demorou um ano para ela me deixar dormir na cama dela. Foi um ano provando a minha devoção e adoração por ela. Meses para fazer uma massagem. Mais meses para sentar ao seu lado no sofá e assistirmos filmes juntas. E enfim, estava na sua cama. Sempre que eu podia, ficava só de lingerie, e ela mandava me vestir. Até que ela não se importava mais. Na nossa primeira noite ela pediu para eu deitar nua na cama e amarrou minhas mãos. Beijou meu pescoço, mas não a minha boca. Deslizou a língua pelos meus seios e brincou com os bicos, chupando delicadamente um de cada vez. As vezes ela vinha com a sua boca pertinho da
Na primeira vez que me apaixonei, eu tinha nove anos e estava na terceira série.— Me dá essa maçã, garotinha. – Nico estava na quarta série e costumava pegar lanches dos mais novos.— Deixa ela em paz, Nico. – Apolo estava na mesma sala que Nico, sendo seu opositor.— De novo se metendo onde não deve, seu “medingo” arruaceiro. – Nico empurrou-o no ombro; ele era um pouco mais alto e gordo.— De novo, Nico, se diz mendigo… – e ele devolveu o empurrão.— BRIGA NO REFEITÓRIO!!! – Alguém gritou, e todos formaram um círculo.Os meninos rolavam no chão, socando-se e esperneando como podiam.Minha mente congelou minutos atrás, quando Apolo chegou e disse a primeira frase referindo-se a mim. Daquele momento até a chegada da supervisora, foram músicas românticas e nós passeando de mãos dadas pelos jardins da escola.— Hannah!!! Hannah… – Uma voz lá no fundo me acordou do transe.— Oi!!— Vamos à diretoria – a supervisora estava visivelmente nervosa.— Mas… mas… eu não fiz nada – minha gargant
O motorista me deixou a cinco enormes quarteirões da segunda entrevista, então tive que correr na chuva. — Bom dia – lá estava eu, eu uma recepção pra lá de chique, toda molhada e atrasada. — Tenho uma entrevista, aliás, tinha uma entrevista às 10:00 com Sebastian Cole, sobre a vaga de assistente administrativa. — Bom dia, o Sr. Cole está atrasado, deve ser o trânsito, então você está com sorte – a moça me deu um sorriso e uma piscadinha de olho, aquilo me confortou profundamente. — Então relaxa, e vai até o banheiro se secar um pouco, lá tem toalhas. — Uau!! Você é um amor, muito obrigada… – fiquei procurando o nome dela no crachá. — Tabita, e imagina, eu sei como é estar procurando trabalho, estou aqui há pouco mais de um mês. – Ela deu mais um sorriso e indicou o banheiro. Quando entrei no local, percebi que a empresa era realmente muito elegante, digamos assim. Tudo de mármore preto e branco, e as toalhas de que ela falou eram de tecido, fiquei chocada. A senhora que cuidava
— Fica mais um pouquinho, delícia.Detestava quando ela me tratava assim, mas fui eu que permiti essa intimidade, fazer o quê, não é?— Não posso, moça bonita, tenho que levantar cedo, se não minha patroa me come vivo… – era uma piada interna nossa. — Ahhh é! Ela é você, e você já me devora.Coloquei minha camisa e dei uma piscadinha cafajeste que elas gostam. Para falar a verdade, aquilo tudo já estava me cansando, mas eu só precisava aguentar mais alguns meses até o contrato acabar.Eu sei o que vocês estão pensando, misturar negócios com prazer, ou até mesmo que eu me vendi. Mas não julguem antes de saber que ela me contratou pelas minhas outras virtudes, meu negócio de segurança era muito recomendado, eu realmente era bom no que fazia e ralei muito para me tornar uns dos melhores na área.O prazer veio bem depois, afinal, aquela mulher não era de se jogar fora, e eu não deixo passar um bom partido.— Alô? Estou a caminho. – Era meu assistente, tinham invadido um dos escritórios qu