Eternas Lembranças - Histórias Reais

Eternas Lembranças - Histórias ReaisPT

Realista
Maxy Lon  concluído
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Resumo
Índice

Esta obra tem por objetivo, apontar e testemunhar as belezas e a simplicidade de um lugar onde tive a felicidade de nascer e viver até aos dez anos de idade. São fatos que marcaram época na vida de quem teve a sorte e a honra de fazer parte desse pedacinho de Brasil. Nos dá um exemplo de vida em busca de um constante conhecimento das coisas mais simples e agradáveis de viver a vida. O caro leitor será bem recompensado pela simplicidade e doçura com que foram escritos. Espero que lhes trarão muitas surpresas!

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Dedicatória
                                                       ETERNAS LEMBRANÇAS                                                            hitórias reais                                                               Maxy Lon Dedicatória Dedico esta obra primeiramente a Deus e também a minha família pelo
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CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO - A Escolinha
Ao descambar-se vindo das bandas de Abadia dos Dourados, uma pequena cidade do Triângulo Mineiro às margens do Rio Dourados, afastando-se alguns quilômetros da bela cidade de Monte Carmelo, estendia-se ali um pouco a direita aquele antigo estradão de terra que se dava rumo a Dourado Quara.Cortava várias fazendas e campos áridos típicos daquelas regiões, transitando ora indo ora vindo, veículos, pedestres, cavaleiros e carros de boi. Passando pela região da Matinha assediada por várias fazendas de criação de gado bovino e plantações de grãos, estendia-se cruzando as férteis terras retratando as belas e exuberantes paisagens.Às suas margens, tanto a direita como a esquerda, ostentavam-se pequenas reservas de matas divisando-se com as belas pastagens cobertas de rezes, ora pastando, ou ruminando. Nas regiões mais baixas corria serenamente as
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CAPÍTULO II - CRUZEIRO DE SÃO JOSÉ - Esbarrancado
Á meio percurso até a fazenda ficava o pequeno morro que era conhecido como Serrote, aonde fora edificada ali uma Cruz em devoção a São Jose. Cruzeiro de São Jose – Assim era chamado. A fundação e o início da devoção á São José, foi baseada em fatos verídicos de que algo estranho andava acontecendo naquele lugar. Diziam meus pais, que, há tempos era comum as pessoas verem de longe, entidades misteriosas vestidas de branco sobre as pedras ao lado da cruz, posteriormente ali colocada. Presumia-se que aqueles vultos brancos em forma de anjos, seria um aviso para que uma devoção fosse edificada ali.O motivo de ser consagrada a São Jose se deu pelo fato de que as aparições mais constantes ocorrerem sempre no mês de março.Contavam meus pais que no dia 19 de março, o dia de São Jo
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CAPÍTULO III - A FAZENDA
Como fora citado antes, falou-se apenas de seus arredores e sua localização. A Escolinha, o Cruzeiro de São José, no Morro do Serrote e a estrada que liga a sede da propriedade.Falar-se a agora da tradição e do costume desta tão aconchegante e encantadora fazenda.Apesar de ter o tempo transformado tudo isso em eternas lembranças que acompanha-me até hoje, guardo como se fosse uma brasa viva a queimar-me por dentro.Tantas surpresasficaram para trás. Lembro-as como se fosse hoje. Fatos e acontecimentos marcaram presença e o tempo não as afastaramde mim.Recordações de tudo que vivi. Apesar da minha pouca idade até participei de algumas que serão descritas mais adiante.Com a certeza de que nada fugisse-me da mente, escrevo-as com o maior entusiasmo e precisão, buscando encontrar a forma perfeita para uma boa leitura com riquezas d
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CAPÍTULO IV - O ENGENHO - Ribeirão Córrego grande
A cinco metros da bica d’água, fora construído o tão famoso engenho de cana-de-açúcar feito exclusivamente de madeira de Jatobá Vermelho, balsamo e garapa amarela. A moagem de cana, bem como a fabricação de rapaduras e açúcar mascavo, além do apetitoso melaço de cana e doces de diversos sabores se dava no início no mês de junho.Nessa época a cana estava já amadurecida e por isso, o rendimento era bem maior com relação aos meses anteriores. Nessa época a cana estava já amadurecida e por isso, o rendimento era bem maior com relação aos meses anteriores.O processo ideal da moagem e a apuração da garapa para que o melado chegasse ao ponto de ir para a fôrma, era de tamanha importância. Isto, porém, influenciava bastante na qualidade e na concentração do produto.Ler mais
CAPÍTULO V - FESTA DE REIS - Principais personagens
Falando em Festas, lembro-me bem de quando eu tinha por volta de cinco anos de idade, de uma Festa de Reis que houve em nossa Fazenda. Era segundo meus pais, uma promessa que fizera há algum tempo e era aquele o momento certo para a realização e celebração da Festa.Era de manhã quando na frente da casa da fazenda começava a ser construída provisoriamente uma tolda coberta com folhas de babaçu, amarradas com embiras de casca de jatobá para servir o jantar para os foliões que chegariam logo mais ao entardecer.Fora colocado também ali, bancos de tabuas para que as pessoas pudessem sentar e algumas mesas improvisadas para colocar as comidas para os inúmeros convidados.Ao lado, perto da cozinha, havia um grande rancho de palhas onde morava minha avó paterna. Ali era feito as comidas e trazidas para as coberturas feitas para esse fim. Além da cobertura na frente
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CAPÍTULO VI - ZÉ CATUCÁ
Zé Catucá era um cidadão meio extrovertido, nervoso e cheio de artimanha. Sofria de uma gagueira crônica e tinha muita dificuldade no falar. Às vezes, ficava um tanto chateado quando certas pessoas zombavam dele. Era filho do lugar e vinha de uma família humilde e simples.Vivia sempre de casa em casa, trabalhando como boia fria nas fazendas que o acolhia por várias semanas ou até meses. Aparentava uns 45 anos de idade. Não sabia ler nem escrever.Tinha o hábito de reclamar de tudo que o aborrecia, principalmente nas horas das refeições questionando algum atraso do horário costumeiro. Também no serviço, era turrão e vagaroso. Seu desempenho era defasado com relação ao rendimento nas tarefas que lhes eram proporcionadas a fazer.Catucá não ingeria bebida alcoólica, mas era fumante assíduo. Não dispensava u
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CAPÍTULO VII - JOAQUIM FURTADINHO
Histórias como estas de Zé Catucá e outros mais, são abundantes no cenário mineiro como será narrada a vida de Joaquim Furtadinho Era ele um homem de pequena estatura, cor de canela, cabelos negros e lisos. Olhos grandes, nariz achatado e bem dividido entre os olhos e a testa. Traziam traços indígenas. Seus lábios grossos demonstravam fortes aparências com os bugres – uma raça indígena dispersa na nossa região. Viviam isolados e solitários.De vez em quando meu pai defrontava com algum que habitava as matas da nossa fazenda. Eram pacíficos e tímidos.Sua característica era de um cidadão bastante rústico e antiquado, apesar de ser um tanto alegre, humilde e educado. Não costumava tomar banho. Suas roupas eram semelhantes a uma lona de caminhão. O mau odor tomava conta do ambiente no qual se encontrava Joaqui
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CAPÍTULO VIII - PEDRO MALAS ARTE
Lembro-me bem de quando numa tarde ensolarada de céu límpido e muito calor, meu irmão e eu brincávamos no gramado na frente da casa da fazenda.Os últimos raios do sol já se encobriam atrás do horizonte anunciando o anoitecer. O gado reunia-se no curral para lamber o sal depositado nos cochos como era de costume.Os passarinhos fazendo revoada para acomodarem-se nos galhos aonde costumavam dormir. Abriam o peito num gorjeio constante aproveitando as últimas horas do dia para depois silenciarem-se. A brisa fresca soprava tentando afastar o calor deixado pelo sol, ensaiando um tom de frescor para a tranquilidade da noite.A alegria que sentíamos em nossas brincadeiras era tanto que nem percebemos quando aquele estranho apareceu no portão do pátio na entrada da casa.Sem pronunciar uma palavra sequer, começou a calafetar as amarras de arame que prendia o rústico portão
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CAPÍTULO IX - NÃO SOU JOÃO NINGUÉM
Certo dia, depois de ter ouvido falar que seu Alcebíades, um fazendeiro daquela região, o qual Pedro Malas Arte passava grande parte do tempo em sua casa, ficou um tanto chateado ao saber que o mesmo havia falado que ele era um João Ninguém, ou seja, um Pedro Ninguém, um preguiçoso e não valia o que comia.Decidiu então tomar satisfação com seu Alcebíades que já andava meio preocupado, pois não imaginava o que Pedro Malas Arte era capaz de fazer para se vingar. Dito e feito; Pedro chegou à sua casa e falou com certa ironia;—Seu Alcebíades.—Não gostei nada do que o senhor andou falando por aí a meu respeito. O sinhô fique sabendo que eu sô é muito macho, uai. Logo o senhor, meu melhor amigo ficar falando essas coisas me deixando aperreado dessa maneira homem!—Calma Pedro! Não pensei que fosse
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