CAPÍTULO 27

Emilly

Estou nauseada.

Ao mesmo tempo em que me pergunto: Como alguém é capaz de fazer algo desse tipo? Admirada sobre como alguém pode jogar qualquer produto acelerante para queimar uma pessoa! Planejar uma desova e continuar vivendo depois de tudo! Algo aponta para mim mesma e lembro do passado angustiante com que venho lutando para esquecer por todos esses anos. Tento me convencer, mais uma vez, que a culpa não foi minha, como meu pai repetiu por tanto tempo.

De qualquer forma, aquilo que vi lá dentro é diferente do que me aconteceu. É monstruoso! Coisas assim se repetem o tempo todo, estou tão alheia a isso, que entrar em um lugar como este me faz temer o mundo em que vivo. E, enquanto espero em um corredor gelado, cheirando a água sanitária, tremendo enquanto ando de um lado para o outro, tento espantar a imagem horrível de um cadáver todo queimado, imaginando como aquela pessoa sofreu até vir a óbito.

O celular toca em minha mão e atendo a ligação do meu pai por reflexo.

— Alô.

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