14. O jantar

Do lado de fora, as luzes amareladas das lamparinas tremeluziam, projetando sombras suaves nas paredes de taipa da imponente casa-grande. O perfume das flores de laranjeira pairava no ar, misturado ao aroma tentador que escapava da cozinha, onde Dona Ivone supervisionava cada detalhe do banquete com mãos firmes e experientes.

Dentro do salão de jantar, o brilho dos candelabros de prata refletia nas porcelanas finas e nos cristais lapidados, enquanto as vozes se misturavam em um burburinho agradável. Os Monteiro de Alcântara sabiam como receber. A mesa, longa e farta, ostentava faisões assados, tortas delicadas, pães frescos e frutas cristalizadas, um espetáculo digno das mais refinadas casas da Corte.

Cecília, no entanto, mal sentia o gosto do caldo fumegante em seu prato. O coração batia descompassado desde o momento em que vira Max Vieira de Sá cruzar a soleira da porta. Não esperava vê-lo tão cedo — e, definitivamente, não naquele jantar. A surpresa deixara seu corpo tenso, e a
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