Karl, um juiz experiente de 42 anos, vê-se intrigado por Emily, uma encantadora advogada de 26 anos. Durante uma nevasca que os prende no Sul do Canadá, Karl aceita relutantemente levar Emily à casa de sua família. Bloqueados pela tempestade, alugam uma cabana para o fim de semana, onde a temperatura fria do exterior contrasta com o calor crescente entre eles. Sem estar casado ou ter filhos, Karl, desfocado por anos de olhares furtivos, sucumbe à paixão reprimida com Emily. Entre lençóis quentes e noites geladas, exploram seus desejos mais profundos, desvendando camadas desconhecidas um do outro. A cabana, inicialmente um refúgio, torna-se palco de uma conexão intensa e proibida, onde o frio implacável fora contrasta com a paixão ardente dentro. À medida que o sol surge e a neve derrete, Karl e Emily enfrentam as consequências de sua paixão proibida. O que começou como uma nevasca inesperada se transforma em uma jornada de autodescoberta, amor proibido e a busca por calor em meio ao gelo. O contraste entre a tempestade intensa e a paixão ardente revela que até as situações mais adversas podem dar origem às experiências mais calorosas.
Ler maisComecei a escrever essa história aos 19 anos, e agora, aos 21, olhando para trás, percebo o quanto cresci e mudei. Não só como escritora, mas também como mulher e ser humano. Durante essa jornada, passei por muitas transformações pessoais, especialmente no que diz respeito à minha fé. Retornei ao Catolicismo, e essa reconexão com a fé me trouxe uma nova perspectiva sobre o que quero transmitir nas minhas histórias. Não desvalorizo nada do que vivi, pois escrever sempre será o meu refúgio, meu espaço de liberdade e expressão. Mas, a partir de agora, escolho usar esse dom para criar histórias que estejam em sintonia com os princípios e valores que hoje defendo. Para aqueles que acompanharam minha evolução e dedicaram seu tempo a ler o que escrevi, meu coração é só gratidão. A história de Emily e Karl também reflete essa transformação que vivi. Quando comecei a escrevê-la, eu era imatura, cheia de inseguranças e dúvidas. Hoje, me sinto uma mulher formada, com um entendimento mais profun
Tudo estava acontecendo tão rápido, e, ao mesmo tempo, parecia que o mundo havia desacelerado para me permitir absorver cada detalhe. Eu estava dentro do carro, sentindo uma mistura de nervosismo e alegria que crescia a cada quilômetro que nos aproximava da Torre Eiffel. Era noite, e Paris brilhava como um sonho. O vestido que me aguardava na casa de Ella havia sido finalmente ajustado, e agora, eu estava vestida como nunca imaginei: um vestido esmeralda, fluido, com bordados delicados de pequenas flores brancas que reluziam com o movimento. O tecido parecia uma nuvem envolvendo meu corpo, suave e leve, quase como se estivesse flutuando.Enquanto o carro se aproximava da Torre, as luzes brilhantes da cidade e a estrutura imponente no horizonte começaram a surgir. Era surreal. Senti meu coração bater mais forte. Eu sabia que Karl estava lá, esperando, assim como todos os nossos amigos e família. Mas meu pai... ele estaria lá também. E isso me pegou de surpresa. A notícia de sua presenç
O passeio noturno no rio Sena foi como um sonho. O barco estava iluminado de forma suave, com luzes douradas refletindo nas águas tranquilas, criando um ambiente encantador. Eu estava sentado ao lado de Emily, segurando sua mão enquanto olhávamos para a paisagem de Paris à nossa volta, seus monumentos icônicos iluminados, como a Torre Eiffel, brilhando à distância.Sofia, que sempre parecia tão cheia de energia, estava calma no colo de Ella, quase hipnotizada pela beleza ao redor. Ela balançava os pezinhos enquanto observava as luzes, e de vez em quando apontava para algo que lhe chamava atenção, soltando suas pequenas risadas que me faziam sorrir.O jantar estava prestes a ser servido, e eu me inclinei para Emily, que olhava para o horizonte com um olhar sonhador. "Não parece real, não é?", murmurei em seu ouvido, sentindo a brisa suave que vinha do rio. Ela sorriu, virando-se para mim com aquele olhar que sempre me fazia perder o fôlego. "Parece um conto de fadas", ela respondeu, ap
Acordei sentindo o calor de Karl ao meu lado, seu braço descansava pesado sobre mim, enquanto o quarto de hóspedes estava silencioso e acolhedor. Ele ainda dormia profundamente, e, por um momento, fiquei ali, observando seu rosto sereno, me sentindo completamente em paz.Me levantei com cuidado para não acordá-lo e caminhei pelo corredor silenciosamente, indo ver Sofia. O quarto das crianças estava escuro, mas dava para ver Sofia dormindo como uma bonequinha, os primos tinham ajeitado os cobertores ao redor dela, parecendo uma cena de filme. Segurei o riso e uma onda de carinho tomou conta de mim.Depois de confirmar que ela estava bem e confortável, segui para a cozinha. Eu já podia sentir o cheiro do café no ar e, ao entrar, encontrei Ella lá, preparando tudo com o mesmo carinho de sempre. Ela me olhou por cima do ombro, sorrindo ao me ver.— Bom dia, dorminhoca. — disse ela com uma risada suave. — Como você está?Sentei-me à mesa, suspirando aliviada por finalmente estar em um luga
Enquanto embarcávamos no avião, com Emily carregando Sofia no colo, não pude deixar de sorrir. Sofia estava em uma fase dengosa ultimamente, querendo colo o tempo todo e chamando por nós a cada cinco minutos. Emily, exausta, olhou para mim com aquele olhar de quem precisaria de um minuto de descanso. Tomei Sofia em meus braços, como sempre faço, assumindo meu papel de “super pai”.— Prontinho, princesa, agora vamos voar! — murmurei, beijando a testa de Sofia, que respondeu com um sorriso sonolento.Emily sorriu, aliviada.— Você realmente sabe como conquistar as mulheres dessa família, hein?— Ah, você sabe que é meu trabalho manter todas as minhas meninas felizes. — Respondi com um olhar brincalhão.Nos acomodamos nos assentos, com Sofia no meu colo, já prestes a cochilar. Emily se ajeitou ao meu lado, claramente aliviada por termos conseguido embarcar sem grandes dramas.— Finalmente, nossa primeira viagem em família! — Emily suspirou, com um brilho no olhar.— Família. — Repeti,
Mark contou a Karl que Amélia precisava de contato feminino. Encontrei Amélia na praça de alimentação do shopping, e o coração apertou ao vê-la tão abatida. Seu cabelo ruivo, sempre tão vibrante, estava preso de forma descuidada, e as olheiras profundas deixavam claro o cansaço que ela tentava esconder. Ela me viu e esboçou um meio sorriso, mas dava para ver o esforço. Parte de mim queria apenas abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem, mas sabia que não era tão simples.— Oi, Emily — disse ela, sua voz soando mais fraca do que eu me lembrava.Sentei-me ao seu lado, observando-a com cuidado. Apesar de tudo, Amélia tentava manter a compostura. Como médica, ela sempre foi muito controlada, mas naquele momento, era visível que algo estava errado.— Como você está? — perguntei, mesmo sabendo que a resposta seria óbvia.Ela desviou o olhar por um segundo antes de responder, forçando um tom de normalidade.— Estou bem, e você?Era uma mentira, e nós duas sabíamos disso. Mas, ao invés de confr
Estou a observar Sofia mostrar todos os brinquedos que o avô a deu. Ela fala em sílabas curtas, ainda aprendendo a se expressar, mas ele esforça-se para entendê-la. É evidente que o meu sogro está a sofrer, fisicamente e emocionalmente, mas ele empenha-se em cada interação com Sofia. Eu percebo a sua determinação, mas uma parte de mim ainda reluta em deixá-lo sozinho com ela. Não é por desconfiança, mas pelo instinto protetor que não consigo controlar.Peter está acamado na mansão Campbell, nossa família o visita e enfermeiras fazem manutenções diariamente no quarto. Não entendo nada do que fazem. Meu sogro está muito despedaçado.Parte de mim o perdoa, mas a outra parte ainda luta para entender como ele quase deixou Emily casar com Samuel, sabendo o quão disfuncional tudo aquilo era. Ainda assim, não consigo negar o esforço que ele faz, especialmente agora.De repente, Sofia desce da maca e corre em minha direção, gritando "Papai!" e pedindo colo. Eu a abraço imediatamente, sentindo
Saio de casa em silêncio, certificando-me de que Karl está profundamente adormecido antes de fechar a porta suavemente atrás de mim. O ar da noite está frio e carregado de umidade, e puxo o casaco mais próximo ao corpo enquanto caminho em direção ao carro. Meu coração bate acelerado, misturado entre a ansiedade e a determinação. Sinto que esta é uma jornada que preciso fazer sozinha.O trajeto até o hospital é feito sob as luzes piscantes da cidade, cada sinal vermelho parece prolongar minha inquietação. As mãos firmes no volante começam a suar, e meus pensamentos estão confusos, uma mistura de medo, arrependimento e necessidade de fechamento. Faz meses que meu pai está em coma, e eu tenho evitado este encontro por tempo demais. Duas semanas atrás, Samuel, que também faz parte da minha família, foi internado em um hospital psiquiátrico. Agora, sinto que é hora de me consertar com meu pai, de dizer adeus da forma correta.Ao chegar ao hospital, o ambiente estéril e silencioso me envolv
Eu me encontro com Mark na corte, pronto para mais um dia de trabalho intenso. Assim que ele me vê, abre um sorriso e vem em minha direção, estendendo a mão para um aperto firme.— Karl, bom te ver! Como vai a minha afilhada? — Mark pergunta, com aquele tom casual que sempre usa para disfarçar a curiosidade.— Vai muito bem, obrigado. E você? Já está pensando em ter filhos? — retruco, meio de brincadeira, mas também com certa curiosidade. Mark sempre foi um enigma nesse sentido.Ele solta uma risada, mas logo em seguida sua expressão muda para algo mais sério, quase pensativo.— Estou cuidando da Amélia agora... — ele começa, com uma certa hesitação na voz. Isso me surpreende, e eu arqueio uma sobrancelha, esperando que ele continue. Parecem íntimos — Ela entrou em crise depois de tudo o que a Thereza fez. Tem sido difícil para ela.Mark parecia... territorial, quase possessivo quando falava de Amélia. Nunca o vi assim antes. Ele sempre foi o tipo de cara tranquilo, que não se deixava