Essa família vai tirar informações com essa intromissão? Estou curiosa e vocês?
Que atitude estúpida. Apenas minha ex cunhada deve atender, é uma mulher solteira e sem filhos. Tão reclusa e solitária quanto eu. Não sei se ela me deduraria para Thereza, gostaria que ela não soubesse da situação. Olho para Emily feliz com o café da manhã, a mulher mais linda que já vi em minha vida. Seu corpo nu para mim, completamente acessível. Mas não sei como prosseguir com nossos jogos sexuais depois de um vacilo desses. Observo suas marcas no corpo, que eu mesmo fiz em duas noites seguidas de puro orgasmo. Me permito sentir orgulho por isso. Ela começa a falar de sua família, a única mulher em anos da família paterna, um verdadeiro milagre de concepção. –Mas sabe, parte disso é ruim. Meus primos e tios me protegem como ouro. –Com motivos o suficiente. –Uma vez meu pai perguntou se eu era lésbica porque nunca apareci namorando um homem em casa. Emily nunca teve um namorado? O que seria sua referência de amor? –Me desculpe mas, como é seu pai com a sua mãe? –
Envolvi-me no meu avental, a sensação do tecido áspero contra minha pele nua um lembrete da nossa regra de nudez. Queria me proteger da bagunça da cozinha enquanto preparava o almoço. Escolhi fazer macarrão à bolonhesa, um prato simples que me trazia conforto em meio à tempestade de emoções que eu estava sentindo. Minha mãe com certeza fez hoje e meus primos atacaram tudo. Cortei os ingredientes, misturei o molho e cozinhei o macarrão, tentando me concentrar na tarefa e afastar meus pensamentos sobre a conversa que Karl e eu tivemos mais cedo. Quando finalmente terminei, chamei Karl. – Karl, o almoço está pronto. Ele entrou na cozinha, e nos sentamos à mesa. O cheiro do macarrão à bolonhesa preenchia o ar, mas o clima estava tenso. Eu precisava quebrar o silêncio. – Karl, não quero falar sobre gravidez agora – disse, minha voz soando mais firme do que eu esperava. Ele olhou para mim, com preocupação nos olhos. – Emily, entendo como você se sente. Mas precisamos ser responsáve
Estávamos arrumando a cabana em um silêncio pesado, ambos cientes do que aquilo significava: o fim do que vivemos ali e o retorno à vida como antes. Karl parecia chateado, e eu me sentia confusa emocionalmente, como se estivesse me magoando ao não levar essa relação adiante. O peso da despedida pairava no ar, tornando cada movimento nosso mais lento, mais carregado de emoção. Eu dobrava a última manta quando decidi quebrar o silêncio. – Karl, eu... não sei o que dizer. Ele olhou para mim, seus olhos cheios de uma mistura de tristeza e resignação. – Não precisamos dizer nada, Emily. Acho que ambos sabemos o que isso significa. Suspirei, tentando encontrar as palavras certas. – Parte de mim deseja que pudéssemos continuar isso, que pudéssemos encontrar uma maneira de fazer dar certo. Karl assentiu, aproximando-se e segurando minhas mãos. – Eu também, Emily. Mas sabemos que nossas carreiras e tudo mais complicariam isso. Precisamos ser realistas. Assenti, sentindo uma dor no pei
–Vou ajudar seu chefe, Louis pode ser entrão demais…–Por favor, mãe!Ela correu em direção ao bar gritando Louis, meu tio das brincadeiras sem graça. Paro para observar o meu lar. O lugar exalava uma nostalgia familiar. A mansão dos Campbell era imponente, com suas grandes janelas que permitiam a entrada de luz natural. As paredes eram decoradas com quadros antigos e os móveis refletiam a tradição e a história da nossa família.Tudo em tons de terracota e vermelho vívido.A sala de estar, com sua lareira majestosa sempre acesa no inverno, emanava um calor acolhedor. O cheiro familiar de pinho e do bolo de Natal que minha mãe sempre fazia preenchia o ar, trazendo uma sensação agridoce de saudade. Os corredores largos levavam aos quartos, cada um decorado com lembranças das viagens e das conquistas dos membros da família. Muitos prêmios de medicina do meu pai e mini medalhas com fotos minhas banguela. A casa transbordava memória e tradição, um refúgio que sempre parecia acolher-nos, inde
Sentado no carro, indo em direção a Toronto, flashes do passado recente passavam por minha mente. O sorriso de Emily, ela no vestido que usou na noite de Natal, tudo parecia uma lembrança agridoce. Meu coração se contorcia ao lembrar do olhar do primo Samuel para Emily. Eles praticamente não eram família e ele poderia tentar investir nela. Uma sensação de mal-estar me invadia ao pensar no fim de tudo. No meio desses pensamentos, meu telefone tocou. Diminuí o volume do som e atendi. Era minha ex-cunhada. – Karl, vou estar no hospital esta noite resolvendo algumas questões laboratoriais. Podem passar lá nesse horário. – Obrigado, vamos estar lá. – Respondi, sentindo um alívio temporário. Estacionei o carro em uma praça para enviar um SMS para Emily. Ela estava salva nos meus contatos como "Doce Emily". Digitei rapidamente, informando sobre a consulta. Sua resposta chegou cinco minutos depois: "Consegui que Samuel emprestasse o carro dele". O ciúme me invadiu instantaneamente. Respon
Meu pai chegou há alguns minutos e todos fomos jantar em família. Samuel sentou em minha frente, sempre me encarava entre as garfadas e na sobremesa lambia cuidadosamente a colher como se insinuasse algo. –Como tem passado primo Samuel?Perguntou meu pai.–Muito bem, primo Christopher.–Ainda atuando como empresário musical?Ele indaga serrando os punhos, analisando Samuel profundamente.–Sim, primo. É o que mantém minha vida.–Sabe, você e Emily me preocupam. De chegar aos 30 e poucos sem família própria. Não entendo como dois jovens de vida estável não tem a vida pessoal encaminhada.Eu sim, pai. Posso ter concebido com o juíz que atua no tribunal que eu mais atendo meus clientes. Orgulho da família.–É, realmente. Talvez o trabalho roube nosso tempo.Afirma Samuel.–Podíamos unir vocês dois, melhor que um estranho na família.Meus tios e primos riem do comentário do tio Louis, meu pai no entanto reflete. Como se levasse isso a sério, ele ergue sua taça se levantando ao meu lado. A
Emily estava ao meu lado no carro enquanto dirigíamos em direção ao hospital. O silêncio entre nós era pesado, cheio de pensamentos não ditos e medos não confessados. Eu não conseguia parar de pensar em tudo o que havia acontecido nos últimos dias. A neve, a cabana, a noite juntos... e agora, a possibilidade real de uma concepção.Chegamos ao hospital e eu liguei para Amélia, minha ex-cunhada e uma médica de confiança. Ela tinha pouco mais de 30 anos, com cabelos ruivos que caíam em ondas suaves sobre seus ombros, olhos verdes penetrantes e uma presença calma e confiante que sempre foi reconfortante para mim.– Amélia, estamos aqui – disse eu, tentando manter a voz firme. – Onde podemos te encontrar?– Estou no quarto de exames 302 – respondeu ela, a voz firme mas acolhedora. – Podem subir. Vou encontrá-los lá.Guiamos-nos até o quarto de exames, onde Amélia já nos aguardava. A sala era simples e esterilizada, com equipamentos médicos organizados
Entrei no banheiro e liguei o chuveiro, deixando a água quente cair sobre meu corpo. Enquanto a água escorria, meus pensamentos se agitavam. "A única mulher nascida dentro da família e a mais usada, que desrespeitoso", pensei, sentindo a indignação crescer dentro de mim. "Como podem esperar que eu me case só porque meu primo fez uma proposta? Isso é uma violação dos meus direitos, das minhas escolhas."Suspirei, tentando afastar a raiva. Precisava de um detox emocional. Talvez um pouco de compras ajudassem a clarear minha mente. Tomei a decisão de sair e comprar roupas para os próximos cinco dias. Sairia devagar, sem fazer barulho, para não acordar Karl.Voltei ao quarto e peguei meu celular. Antes de sair, parei por um momento para apreciar Karl dormindo. Ele parecia tão em paz. Um sorriso suave apareceu em meus lábios. Por mais confusa que estivesse, não podia negar o que sentia por ele.Desci até o restaurante do hotel e tomei um café rápido. Em seguida, chamei um táxi e pedi para m