Capítulo 3

— Alec, você vai cuidar da tecnologia. Você sempre foi o mais curioso entre nós, e tem um talento especial para entender o futuro antes de ele acontecer.

Alec levantou uma sobrancelha, parecendo surpreso, mas satisfeito.

— Tecnologia, hein? Não posso reclamar disso.

Colin então voltou o olhar para mim. Seu olhar parecia pesar um pouco mais ao pousar sobre o caçula da família.

— Ethan, você vai cuidar da construção e das empreiteiras.

— Construção? — Perguntei, surpreso.

— Sim — respondeu ele, com firmeza. — Você tem uma maneira única de visualizar o que pode ser feito, de transformar o impossível em algo concreto. É disso que esse ramo precisa.

— E a força bruta também ajuda — acrescentou Alec, com um sorriso provocador.

Revirei os olhos, mas Colin ergueu a mão, pedindo silêncio.

— Isso não é uma questão de força — ele disse, o tom impaciente. — É uma questão de visão e persistência, e Ethan tem ambos.

Olhei para ele, tentando entender se era um elogio ou um desafio. Talvez fosse os dois.

— E quanto ao nosso pai? — perguntou Cassia, quebrando o silêncio.

Colin respirou fundo, olhando para o horizonte da floresta.

— Ele continuará no comando geral, mas estamos em um ponto de transição. Ele quer que todos nós assumamos essas áreas, que cada um de nós prove que é digno do nome Whitmore.

— Bem, isso soa intenso — comentou Caleb, com uma risada nervosa.

— Intenso é pouco — retruquei, cruzando os braços.

Colin olhou para nós com seriedade, sua voz baixa, mas cheia de autoridade.

— Isso não é apenas sobre negócios. É sobre a nossa matilha. Nosso pai ergueu o império e agora temos que dar continuidade e formar um império ainda maior.

Liam sorriu, tentando aliviar a tensão.

— Então, estamos fazendo isso?

Colin assentiu.

— Estamos.

E assim, enquanto a floresta ao nosso redor sussurrava com o vento, ficou decidido que o futuro da família Whitmore estava em nossas mãos, e que cada um de nós teria que provar seu valor.

Alec foi o primeiro a quebrar o clima sério que Colin havia estabelecido, como sempre.

— Então, Ethan, construção, hein? Espero que consiga construir uma boa desculpa para explicar quando estragar tudo.

— Ah, vai se ferrar, Alec — resmunguei, mas ele apenas riu.

— Falei algo errado? — provocou, os olhos brilhando com aquele ar irritante de quem sabia exatamente como me tirar do sério.

Eu me movi rapidamente em sua direção, mas Alec já estava correndo. Ele disparou pela clareira em direção ao seu carro, um 4x4 de luxo reluzente que parecia deslocado no ambiente rústico da floresta.

Alec estava a poucos passos do carro, um sorriso desafiador estampado no rosto enquanto suas mãos já alcançavam a porta.

— Ei, volta aqui, covarde! — gritei, acelerando meus passos para alcançá-lo.

Ele olhou para trás, rindo.

— Covarde? Eu só estou sendo mais esperto que você, irmãozinho.

— Mais esperto? Isso não é esperteza, é medo! — retruquei, parando ao lado do meu próprio carro.

Antes que Alec pudesse entrar no dele, Colin apareceu em um movimento rápido e bloqueou o caminho, sua expressão rígida como sempre.

— Vocês dois, nem pensem em sair daqui.

Alec revirou os olhos e deu um passo para trás.

— Sempre mandão, hein?

— Não me chame de mandão — respondeu Colin, cruzando os braços. — Eu estou apenas garantindo que vocês não ajam como os filhotes que são.

Cassia, recostada em uma árvore próxima, riu.

— Deixa eles, Colin. Não dá para esperar que filhotes tenham o mesmo controle que um líder de matilha.

Caleb concordou, o tom brincalhão em sua voz.

— Verdade. E além disso, é até divertido ver o caos que esses dois causam.

— Divertido? — Colin exalou uma respiração longa e exasperada. — Divertido é o que você chama de correr o risco de um deles acabar em um hospital ou pior?

Liam riu, mas antes que pudesse responder, um estalo seco rompeu o ar. No instante seguinte, Liam caiu no chão com um gemido de dor, segurando o ombro que agora estava encharcado de sangue.

O nosso redor pareceu congelar. Todos nós ficamos imóveis, cada um tentando captar um movimento, um cheiro ou alguma coisa. Qualquer coisa.

— Liam! — Cassia se ajoelhou ao lado do irmão.

— Estou bem — Liam gemeu, pressionando a ferida com a mão. Foi só de raspão.

Colin já estava em posição de ataque, os músculos tensos e os olhos escaneando as árvores ao redor. Outro tiro ecoou, e dessa vez Colin rosnou alto, ele estava furioso por seu irmão ter sido ferido. Todos estávamos.

— Caçadores — ele murmurou, seus olhos escuros cheios de fúria.

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