— Eu posso ajudar — ela continuou, o queixo erguido. — Eu não sou cega, nem burra. E se esse tal de Rowan veio atrás de vocês… ele pode vir atrás de mim também. Eu prefiro estar preparada do que ser pega de surpresa.

Eu me movi antes mesmo de pensar. Cruzei a sala em poucos passos e parei bem na frente dela, o corpo tenso, o peito subindo e descendo.

— Não, Lila — minha voz saiu baixa, rouca. — Você não vai se meter nisso.

Ela arqueou uma sobrancelha, teimosa. — Por quê? Porque eu sou humana? Porque sou só uma florista?

— Porque eu não vou arriscar você — cortei, mais alto do que queria. — Eu não vou te colocar no meio disso, Lila. Não tem nada a ver com você ser humana. Tem a ver com o fato de que… se algo acontecer com você, eu não sobrevivo a essa merda.

O silêncio que se fez foi quase sufocante. Lila me encarou por alguns segundos, os olhos marejados, mas orgulhosa demais pra deixar a lágrima cair.

— Eu só… — ela sussurrou, a voz fraquejando — não quero ser o peso morto