Passou-se alguns dias e Ana não o viu mais, mesmo frequentando a mesma faculdade os dois não se viram.
As vezes ela se pegava lembrando do sorriso maroto de Bruno, e do vexame que passou.Seus dias foram comuns, como tantos outros, se não fosse por algumas vezes vir a sua mente a imagem do desconhecido e a sensação estranha que ela sentia toda vez que se lembrava dele.Durante uma aula, que Ana não gostava muito, houve uma batida na porta.O professor foi até a porta e ao avistar uns garotos do lado de fora abriu-a e fez um gesto com a cabeça para que o grupo entrasse.O grupo tinha vindo convidar os alunos de matemática para participar da semana de engenharia, para a surpresa de Ana, Bruno estava entre eles.Quando ela o viu tentou se encolher na cadeira, para que não fosse notada, mas ele a viu e fez questão de mostrar que a tinha visto.Logo depois, de uma breve apresentação sobre o que tinham ido fazer ali, ele se dirigiu a uma garota que estava toda animada logo ao lado de Ana, e entregou-lhe parte dos panfletos que tinha nas mãos.Ana se sentiu aliviada, mas um pouco incomodada, então ele se virou para ela, olhando diretamente em seus olhos, sorrindo e com sua voz grave disse:- Senhorita, você poderia me ajudar a entregar os panfletos?Ana foi pega de surpresa, levantou os olhos e olhou para ele, a sensação que sentiu naquele momento ela não pode descrever, seu coração disparou instantaneamente ao ouvir-lhe- Sim, claro!Ela estendeu as mãos tremulas para pegar os panfletos e começar a entrega-los.Elas rapidamente entregaram os panfletos enquanto os rapazes iam falando sobre as palestras e cursos que estariam na programação da semana, que já começaria na próxima semana.A garota terminou de entregar os panfletos e foi até Bruno toda sorridente para lhe entregar os panfletos que sobraram, ela não cabia em si de contentamento.Ana estendeu a mão tentando ficar o mais longe possível dele, mas ele não os pegou. Então ela teve que chegar mais perto dele, ela pode sentir a aura dele e seu perfume.Ele se aproximou dela e discretamente falou em seu ouvido:- Qual o nome da senhorita?Ana baixou os olhos já sentindo o coração disparar tentando discretamente se afastar.- Tudo bem, se você não diz eu terei que descobrir!Ela se afastou e sentou na cadeira rapidamente, para ela ninguém havia notado, mas o fato era que boa parte da turma notou sim, principalmente as garotas que sonhavam em ter uma chance de se aproximar de Bruno.Eles se despediram da turma, ele deu mais uma olhada em Ana, que não ousou olha-lo, e agradeceu ao professor com um aperto de mãos.Ana se sentiu aliviada quando eles partiram, mas o pior estava por vir, ela teve que aguentar as perguntas animadas de suas colegas e os olhares invejosos das que não gostavam dela.Passou-se vários dias, Bruno a esteve procurando por todos os cantos da universidade, já tinha virado frequentador fiel da biblioteca, mas era bem provável que seus horários não coincidiam. Ele chegou a pensar que isso só podia ser obra do destino.Os dias passaram rápido e apesar da correria não conseguia tirar aquela garota da cabeça, ele precisava falar com ela novamente. As vezes andando pelo calçadão da faculdade ele tinha a impressão de sentir seu delicado perfume.A Semana de Engenharia estava se aproximando e ele, que fazia parte da comissão organizadora, estava as voltas com todos os preparativos.A semana contaria com minicursos e palestras, ele usou seus conhecimentos e sua posição para conseguir convencer um grande professor de outra faculdade a vir dar uma palestra.O professor de início se recusou, mas quando se encontrou com Bruno e soube de quem ele se tratava ele aceitou.Ele soube que Bruno era filho de seu amigo da época da faculdade.Bruno teria muito trabalho além, de ter que organizar toda a logística da viajem ainda precisava deixar tudo pronto para que a palestra e a semana fossem um sucesso.Já era sexta-feira e a semana começaria na segunda, estavam cansados precisando espairecer, assim decidiram dar uma passada num bar muito badalado no centro da cidade.No bar a música era boa, Bruno e seus amigos seguiram direto para o balcão e logo que entraram já chamaram a atenção, todos sabiam de quem se tratavam.As garotas ficaram eufóricas, principalmente aquelas que procuravam um bom partido, pois além de belos rapazes eram, ainda, ricos de famílias e de importantes.Não dá para dizer que Bruno nunca tenha se aproveitado dessa situação, é claro que sim, mas ele não gostava muito.Então, dava para contar as vezes que saiu com uma garota do bar, além disso, nunca passou de um ou dois dias seus relacionamentos, mas elas insistiam assim mesmo.Ele era sincero e já as avisava que não estava à procura de um relacionamento, assim ele não as iludia, elas que eram confiantes demais.Ficaram um tempo no bar, e muitas garotas o cercaram e ele começou a se sentir incomodado até que resolveu se sentar no segundo andar do bar. Escolheu uma mesa na janela e ficou olhando para fora as luzes da cidade brilhava lá fora.Sem nenhuma pretensão ele olhou para baixo e viu um pequeno grupo passando do outro lado da rua, no grupo estava, quem ele por tanto tempo esteve procurando, Ana estava sorrindo animada entre suas colegas.Não se sabe o quão ligeiro ele desceu as escadas e saiu sem falar com seus amigos.Olhando de um lado para outro ele acelerou os passos ficando um pouco atrás do grupo de meninas que riam e caminhavam animadas.Elas pararam e sentaram em um banco no calçadão estavam tomando sorvete, estavam distraídas e nem notaram sua presença.- Boa noite, será que eu poderia roubar uma amiga de vocês por uns minutos?Todas olharam atônitas e principalmente Ana que estava de costas para a rua, mas se virou assim que ouviu a voz.Ela se virou com os olhos arregalados e sem saber o que falar olhando para ele, que tinha um sorriso safado nos lábios.- Claro!Responderam, juntas, as amigas de Ana!Ela se virou e olhou para elas, com uma cara brava, tipo “como vocês fazem isso comigo”?Ela tentou gesticular para que elas dissessem não que estavam ocupadas, nesta hora seu coração já estava na boca.- É rápido eu prometo!Então, ele passou a mão no pulso de Ana e a puxou para tomar uma distância das garotas que cochichavam entre si.Ana o olhou muito brava, reprovando sua atitude!Ele a achou muito fofa, e pensou “ brava é ainda mais linda!”.Ele não se importou com o protesto dela. Caminhou com passos largos de forma que Ana, bem menor que ele, estava quase correndo para alcança-lo, mais um pouco e ele a arrastaria pela calçada. Quando localizou um lugar mais tranquilo, ele a colocou de costas para uma parede, soltou seu pulso e olhou-a nos olhos com um sorriso nos lábios. Ela estava muito brava, com os braços cruzados no peito como forma de protesto, fazendo bico. - Por que você foge de mim? Ana olhou para ele curiosa, tentando descobrir o que se passava na cabeça dele. - Eu estou fugindo de você? Por que acha que fujo de você? - Tenho te procurado por dias e você simplesmente sumiu. - Eu nem sabia que você me procurava, você é maluco? Ele gargalhou e respondeu colocando a as mãos na parede, uma de cada lado dela, de forma que ela ficasse presa entre seus braços. - Não era, mas desde que você propositalmente trombou em mim aquele dia, acho que tem me faltado algum parafuso. - De propósito? Por que acha que e
Ela o olhou com cara de espanto. - Não pense demais, é de praxe para o formulário e o certificado, assine aqui! Ela o olhou desconfiada e assinou a ficha, anotou o telefone no rodapé da fich.Depois olhou para os lados e viu que ninguém pedia telefone, ela tinha sido tapeada. E mais,depois que entrou no salão, olhou para fora e o viu entregar a prancheta para uma garota que se derretia na sua frente. Ana ficou furiosa consigo, mas também achou graça não podia negar ele era esforçado. Ela encontrou seus amigos que estavam sentados no início da fileira, próximo ao corredor.- Com licença, com licença. Estava sentada perdida em pensamentos quando viu Bruno se esgueirar entre as pessoas de sua fileira e se sentar ao lado de Julia.Ela agiu com naturalidade, afinal estavam em um lugar público e ele poderia se sentar onde bem quisesse, isso era o que sua razão dizia, mas seu coração palpitava. Ele vestia uma camisa polo preta impecável e uma calça caqui, ele estava sempre muito bem
Bruno olhou para ela levantando uma sobrancelha, ele era para ela apenas o carinha que organizou uma semana de estudos? Ao passo que o outro era seu amigo? Pedro também não ficou contente ao ouvi-la dizer "amigo", na verdade, ele queria ser bem mais que amigo. Pedro acompanhava Ana há tempos, mas não se declarava, pois tinha medo de que, se caso ela o rejeitasse, até a amizade ficasse arruinada.Pedro era um belo rapaz, um pouco mais baixo que Bruno, era do tipo que gostava de academia e jogar bola, era divertido e também muito protetor. Conheceu Ana há uns três anos, ele era veterano e ela a caloura, se conheceram por intermédio de Julia, que se tornou amiga de Ana, desde o momento que iniciaram o curso juntas. Quando Ana entrou para a faculdade, era apenas uma garotinha vinda do interior, longe da família se aventurando na capital. Porém, tinha algo mais, ela trazia em seus olhos uma certa fragilidade. por trás do sorriso tímido havia uma insegurança e até mesmo uma tristeza.M
Bianca era de família rica, era muito mimada estava disposta a tudo para não perder Bruno, ela acabaria com qualquer mulher que atravessasse seu caminho, pois acreditava em suas qualidades. Ana com a ajuda do homem se levantou e foi para o escritório. - Você não quer que te leve ao hospital? - Agradeço, foi só um ralado. Ana disse se despedindo do senhor que a acompanhou até o escritório.No escritório Antônio viu Ana chegar, mancando e o joelho ensanguentado.- O que aconteceu? Ele foi até ela.- Nada demais, um carro passou no sinal vermelho e quase me acertou na faixa, desequilibrei e cai.- Você acha que isso não foi nada demais? Ele disse olhando e apontando para o joelho dela que sangrava.Ela olhou para o joelho e não respondeu nada.- Não precisa trabalhar hoje, vá ao médico. Junior? Ele chamou.Um rapaz apareceu na porta.- Leve Ana ao hospital, tenho uma reunião agora, depois deixe-a em casa.- Sim senhor.Junior era o assistente, Ana era secretária, ele ajudou Ana a se l
- Certamente eu farei, embora eu pense em casa e ficar em casa e cuidar da família.Bruno a olhou desconfiado, não acreditava nas palavras dela -Fique a vontade, vou tomar banho, quando sair feche a porta.- Está bem! Bianca engoliu seco imaginando Bruno no banho, não pode deixar de fantasiar uma situação com ele no banheiro.Enquanto isso, Ana passou o dia em casa. Seu joelho havia feito um pequeno corte, a dor era mais por ter batido no chão.Tomou banho e lavou os cabelos e escolheu um short saia de tafetá, ele ia até uns dois dedos acima dos joelho, se colocasse calça o tecido poderia machucar a ferida.Ela não usava roupa curta para ir a faculdade colocou uma camisa branca, leve e um relógio azul, no pulso, realçava sua pele clara, sapatilhas nos pés. Fez uma maquiagem natural, e quando olhou no espelho gostou, era singela e romântica. Então, já estava quase na hora ela resolveu descer para o saguão, quando Bruno ligasse ela já estaria lá embaixo, não gostava de deixar as pesso
Neste momento Ana olhou para o retrovisor e encontrou o olhar de Bruno, ele ficou um tempo parado enquanto Bianca se afastava. Ele saiu do carro e abriu a porta traseira para que Ana descesse e se sentasse no banco do carona.- Desça!- Obrigada, vou aqui mesmo. Estamos com pressa- Ela disse em tom um pouco descontente.- Porque você não me ligou quando se feriu? Você viu quem foi? Anotou a placa?- Não havia necessidade, e não anotei nada, foi muito rápido.Ele fechou a porta com um baque e dirigiu diretamente para a faculdade estava aparentemente irritado.Quase chegando ele disse – Você é muito torpe.Ana ficou espantada com a afirmação dele, ela não via a hora dele parar o carro para que ela descesse.Assim que ele estacionou o carro, ela abriu a porta e saiu, ela nem se lembrou do joelho machucado.Ele saiu rápido do carro e foi atrás dela e a segurou pelo braço, ela se desequilibrou e por pouco não foi ao chão.- O que você pensa que está fazendo?- Indo para a aula, já estou a
Eles comeram em silêncio. - Você poderia me emprestar um carregador? Meu celular está descarregado. - Descarregado? Por isso te liguei e você não atendeu! Você não consegue se cuidar? - O que tem a ver? Ela disse espantada. - Como você sai com o celular descarregado? E se você precisa ligar por ajuda? - Eu, Eu... Ana começou a gaguejar não sabia o que dizer. - Tome, pode dormir no quarto eu ficarei na sala. Ele disse, lhe entregando o carregador. Ela pegou o celular e o carregador e foi para o quarto, sem entender porque ele estava tão zangado. Ela colocou o celular para carregar e se deitou na cama, virou de um lado para outro não consegui pegar no sono, a cama tinha o cheiro de Bruno. Como não conseguia dormir flashes do incidente mais cedo, com aquele homem nojento, vinha a sua mente. Neste momento outra coisa também lhe chamou a atenção, a fúria com que Bruno o atacou, ela se esforçou para não pensar mais, queria esquecer este dia. Na manhã seguinte ela vestiu sua roupa
Bianca estava o tempo todo observando o casal de longe, ela viu quando Ana e bruno se separaram na porta do vestiário, neste momento ela tomada pelo ciúme tomou uma decisão, ela tinha que se livrar de Ana. Ela encontrou um garoto perto do banheiro. - Ei garoto, quer ganhar uma nota de duzentos reais? Seus olhos brilharam - O que eu preciso fazer? - É simples, tem uma mulher que me maltratou muito e eu queria só dar um susto nela, você só precisa passar por ela e esbarrar nela para que ela caia na piscina, não se preocupe ela sabe nadar. O menino ficou um pouco cismado. Ela percebeu. - Olha, quatrocentos reais, não se preocupe ninguém vai ficar sabendo, é só uma brincadeira, para ela aprender não pegar o que é dos outros. - Está bem, sendo assim eu faço. Bruno viu quando um garoto passa correndo por Ana e esbarra nela com força, ela se desequilibra e cai. Bruno se levantou na hora e desceu rápido as escadas. O local que ela estava não tinha muitas pessoas só algumas mulheres