3- Brava é ainda mais linda!

Passou-se alguns dias e Ana não o viu mais, mesmo frequentando a mesma faculdade os dois não se viram.

As vezes ela se pegava lembrando do sorriso maroto de Bruno, e do vexame que passou.

Seus dias foram comuns, como tantos outros, se não fosse por algumas vezes vir a sua mente a imagem do desconhecido e a sensação estranha que ela sentia toda vez que se lembrava dele.

Durante uma aula, que Ana não gostava muito, houve uma batida na porta.

O professor foi até a porta e ao avistar uns garotos do lado de fora abriu-a e fez um gesto com a cabeça para que o grupo entrasse.

O grupo tinha vindo convidar os alunos de matemática para participar da semana de engenharia, para a surpresa de Ana, Bruno estava entre eles.

Quando ela o viu tentou se encolher na cadeira, para que não fosse notada, mas ele a viu e fez questão de mostrar que a tinha visto.

Logo depois, de uma breve apresentação sobre o que tinham ido fazer ali, ele se dirigiu a uma garota que estava toda animada logo ao lado de Ana, e entregou-lhe parte dos panfletos que tinha nas mãos.

Ana se sentiu aliviada, mas um pouco incomodada, então ele se virou para ela, olhando diretamente em seus olhos, sorrindo e com sua voz grave disse:

- Senhorita, você poderia me ajudar a entregar os panfletos?

Ana foi pega de surpresa, levantou os olhos e olhou para ele, a sensação que sentiu naquele momento ela não pode descrever, seu coração disparou instantaneamente ao ouvir-lhe

- Sim, claro!

Ela estendeu as mãos tremulas para pegar os panfletos e começar a entrega-los.

Elas rapidamente entregaram os panfletos enquanto os rapazes iam falando sobre as palestras e cursos que estariam na programação da semana, que já começaria na próxima semana.

A garota terminou de entregar os panfletos e foi até Bruno toda sorridente para lhe entregar os panfletos que sobraram, ela não cabia em si de contentamento.

Ana estendeu a mão tentando ficar o mais longe possível dele, mas ele não os pegou. Então ela teve que chegar mais perto dele, ela pode sentir a aura dele e seu perfume.

Ele se aproximou dela e discretamente falou em seu ouvido:

- Qual o nome da senhorita?

Ana baixou os olhos já sentindo o coração disparar tentando discretamente se afastar.

- Tudo bem, se você não diz eu terei que descobrir!

Ela se afastou e sentou na cadeira rapidamente, para ela ninguém havia notado, mas o fato era que boa parte da turma notou sim, principalmente as garotas que sonhavam em ter uma chance de se aproximar de Bruno.

Eles se despediram da turma, ele deu mais uma olhada em Ana, que não ousou olha-lo, e agradeceu ao professor com um aperto de mãos.

Ana se sentiu aliviada quando eles partiram, mas o pior estava por vir, ela teve que aguentar as perguntas animadas de suas colegas e os olhares invejosos das que não gostavam dela.

Passou-se vários dias, Bruno a esteve procurando por todos os cantos da universidade, já tinha virado frequentador fiel da biblioteca, mas era bem provável que seus horários não coincidiam. Ele chegou a pensar que isso só podia ser obra do destino.

Os dias passaram rápido e apesar da correria não conseguia tirar aquela garota da cabeça, ele precisava falar com ela novamente. As vezes andando pelo calçadão da faculdade ele tinha a impressão de sentir seu delicado perfume.

A Semana de Engenharia estava se aproximando e ele, que fazia parte da comissão organizadora, estava as voltas com todos os preparativos.

A semana contaria com minicursos e palestras, ele usou seus conhecimentos e sua posição para conseguir convencer um grande professor de outra faculdade a vir dar uma palestra.

O professor de início se recusou, mas quando se encontrou com Bruno e soube de quem ele se tratava ele aceitou.

Ele soube que Bruno era filho de seu amigo da época da faculdade.

Bruno teria muito trabalho além, de ter que organizar toda a logística da viajem ainda precisava deixar tudo pronto para que a palestra e a semana fossem um sucesso.

Já era sexta-feira e a semana começaria na segunda, estavam cansados precisando espairecer, assim decidiram dar uma passada num bar muito badalado no centro da cidade.

No bar a música era boa, Bruno e seus amigos seguiram direto para o balcão e logo que entraram já chamaram a atenção, todos sabiam de quem se tratavam.

As garotas ficaram eufóricas, principalmente aquelas que procuravam um bom partido, pois além de belos rapazes eram, ainda, ricos de famílias e de importantes.

Não dá para dizer que Bruno nunca tenha se aproveitado dessa situação, é claro que sim, mas ele não gostava muito.

Então, dava para contar as vezes que saiu com uma garota do bar, além disso, nunca passou de um ou dois dias seus relacionamentos, mas elas insistiam assim mesmo.

Ele era sincero e já as avisava que não estava à procura de um relacionamento, assim ele não as iludia, elas que eram confiantes demais.

Ficaram um tempo no bar, e muitas garotas o cercaram e ele começou a se sentir incomodado até que resolveu se sentar no segundo andar do bar. Escolheu uma mesa na janela e ficou olhando para fora as luzes da cidade brilhava lá fora.

Sem nenhuma pretensão ele olhou para baixo e viu um pequeno grupo passando do outro lado da rua, no grupo estava, quem ele por tanto tempo esteve procurando, Ana estava sorrindo animada entre suas colegas.

Não se sabe o quão ligeiro ele desceu as escadas e saiu sem falar com seus amigos.

Olhando de um lado para outro ele acelerou os passos ficando um pouco atrás do grupo de meninas que riam e caminhavam animadas.

Elas pararam e sentaram em um banco no calçadão estavam tomando sorvete, estavam distraídas e nem notaram sua presença.

- Boa noite, será que eu poderia roubar uma amiga de vocês por uns minutos?

Todas olharam atônitas e principalmente Ana que estava de costas para a rua, mas se virou assim que ouviu a voz.

Ela se virou com os olhos arregalados e sem saber o que falar olhando para ele, que tinha um sorriso safado nos lábios.

- Claro!

Responderam, juntas, as amigas de Ana!

Ela se virou e olhou para elas, com uma cara brava, tipo “como vocês fazem isso comigo”?

Ela tentou gesticular para que elas dissessem não que estavam ocupadas, nesta hora seu coração já estava na boca.

- É rápido eu prometo!

Então, ele passou a mão no pulso de Ana e a puxou para tomar uma distância das garotas que cochichavam entre si.

Ana o olhou muito brava, reprovando sua atitude!

Ele a achou muito fofa, e pensou “ brava é ainda mais linda!”.

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