Neste momento Ana olhou para o retrovisor e encontrou o olhar de Bruno, ele ficou um tempo parado enquanto Bianca se afastava. Ele saiu do carro e abriu a porta traseira para que Ana descesse e se sentasse no banco do carona.
- Desça!
- Obrigada, vou aqui mesmo. Estamos com pressa- Ela disse em tom um pouco descontente.
- Porque você não me ligou quando se feriu? Você viu quem foi? Anotou a placa?
- Não havia necessidade, e não anotei nada, foi muito rápido.
Ele fechou a porta com um baque e dirigiu diretamente para a faculdade estava aparentemente irritado.
Quase chegando ele disse – Você é muito torpe.
Ana ficou espantada com a afirmação dele, ela não via a hora dele parar o carro para que ela descesse.
Assim que ele estacionou o carro, ela abriu a porta e saiu, ela nem se lembrou do joelho machucado.
Ele saiu rápido do carro e foi atrás dela e a segurou pelo braço, ela se desequilibrou e por pouco não foi ao chão.
- O que você pensa que está fazendo?
- Indo para a aula, já estou atrasada, desculpe incomoda-lo.
Ela se soltou dele e saiu caminhando com dificuldade.
Ela foi para seu curso e ele foi cuidar dos contratempos que apareceram durante o evento.
Ele esperava que ela voltasse com ele e pudessem conversar, mas ela não ligou para ele.
Quando ele estava indo para o estacionamento tentado ligar para ela, a viu caminhando com Pedro, ele acelerou os passos para alcança-los.
- Você vem comigo. Ele disse puxando-a pelo braço.
Ana e Pedro se assustaram, ela não teve reação e quando viu estava sendo puxada por Bruno.
- Não se preocupe. – Ela disse olhando para Pedro para acalma-lo ela não queria um confronto.
Ao chegar no carro Bruno abriu a porta para ela. – Entre!
- O que você pensa que está fazendo? Ela perguntou com um misto de medo e de raiva.
- Entre! Vamos conversar. Ele disse em tom firme.
Ela entrou, ele ajustou seu cinto e saiu cantando pneu.
- Você está brava por que dei carona para Bianca?
- O que você faz da sua vida não me diz respeito.
- Ah! Não? Porque você está com raiva então?
- Eu não vou perder meu tempo discutindo, quero apenas ir embora, você pode para o carro.
- Você está zangada queria ter ido embora com seu amigo Pedro?
- Ele é mais educado. Ela disse sem pensar olhando pela janela.
- Desça. Ele parou o carro e ordenou, estavam no meio do nada.
Ana era orgulhosa, desceu imediatamente.
Ele partiu, e viu pelo retrovisor sua figura ficando cada vez menor.
Ana sentiu seu coração esfriar, aquele lugar era deserto, mas não estava tão deserto assim, um homem de meia idade viu quando Ana desceu do carro, ele achou que ela era uma garota de programa.
- Perdeu seu cliente gracinha?
Ana se assustou e começou a caminhar sem olhar para o homem, que a acompanhava com o carro em velocidade reduzida.
- Ora não se faça de difícil, estou disposto a pagar uma boa grana por umas horinhas com você.
- Não é o que o senhor está pensando.
Ele parou o carro e correu atrás dela, ela não conseguiu correr estava com o joelho machucado e tão pouco tinha força para lutar contra um homem corpulento quanto aquele.
- Me solte, ela disse tentado se livrar do homem que queria beija-la.
- Você parece deliciosa!
O coração de Ana estava quase saltando pela boca, ela tentou escapar, mas tropeçou o homem lhe agarrou, sua camisa se abriu, ela não sabia se afastava as mãos do homem de seu corpo ou cobria seu peito.
Pam! Um estrondo, o homem no chão.
- Você é louco? Como ousa encostar suas mãos imundas na minha mulher!
Paf! Um chute acertou o homem no chão que agora gemia.
- Eu não sabia, me perdoe.
Ana chorava, encostada na parede tentando ajeitar suas roupas, seus joelhos estavam sangrando.
- Venha, Bruno tirou a jaqueta e colocou sobre ela. Abraçou-a – Passo, você está bem? Ele te machucou? Me desculpe, perdi a cabeça.
Ana não disse nada, ainda estava chorando e abalada. Isso nunca havia acontecido com ela.
- Entre vou te levar ao hospital. Ele disse com a voz mansa tentando acalma-la.
- Não precisa, só quero ir para minha casa.
- Você está machucada e abalada, não pode ficar na sua casa sozinha.
- Não é nada demais, já estou acostumada ser sozinha.
- Agora você não estará mais sozinha, vamos vou te levar.
Ana entrou no carro, seu coração doía pelas palavras de Bruno mais cedo, e também pela humilhação que acabara de passar.
Ele a levou para seu apartamento.
- Este não é meu prédio. Ela disse olhando para ele, um pouco mais calma.
- Eu sei, você está ferida por minha causa, você não quis ir ao hospital, eu só posso cuidar de você.
- Eu..
- Não tem acordo será assim e pronto.
Ela olhou para ele suspirou e não quis mais discutir, estava exausta.
No apartamento ele mostrou-lhe o sofá.
- Sente-se vou pegar uma água para você e lhe preparar um banho.
Ele trouxe a água, as mãos dela estavam tremulas ainda.
Ele percebeu, mas não falou nada “ela é muito teimosa e ingênua” ele pensou irritado, pensando o que poderia ter acontecido com ela se ele não tivesse voltado a tempo.
Ele preparou o banho, deixou um roupão dele limpo, sobre a cama e também uma camisa. Ele não tinha roupa feminina em casa. Preparou a banheira com água morna, iria fazer bem a ela.
- Está pronto, entre e tome um banho. Está com fome?
Ela ia recusar, mas já prevendo outra discussão, apenas assentiu.
Ele foi para a cozinha preparar algo e ela seguiu para o quarto, ela trancou a porta do banheiro, ela entrou na banheira e suas lágrimas desabaram.
Ela ficou um tempo na banheira, colocou a camisa que ele havia deixado, mesmo ele sendo maior que ela, suas pernas ainda ficaram de fora, ela saiu tímida do quarto.
Ele vinha saindo da cozinha com um prato nas mãos, venha se sente vou ver seu machucado e depois sentamos para comer.
Ela se sentiu estranha, Bruno lhe dava ordens como se ela fosse criança.
Eles comeram em silêncio. - Você poderia me emprestar um carregador? Meu celular está descarregado. - Descarregado? Por isso te liguei e você não atendeu! Você não consegue se cuidar? - O que tem a ver? Ela disse espantada. - Como você sai com o celular descarregado? E se você precisa ligar por ajuda? - Eu, Eu... Ana começou a gaguejar não sabia o que dizer. - Tome, pode dormir no quarto eu ficarei na sala. Ele disse, lhe entregando o carregador. Ela pegou o celular e o carregador e foi para o quarto, sem entender porque ele estava tão zangado. Ela colocou o celular para carregar e se deitou na cama, virou de um lado para outro não consegui pegar no sono, a cama tinha o cheiro de Bruno. Como não conseguia dormir flashes do incidente mais cedo, com aquele homem nojento, vinha a sua mente. Neste momento outra coisa também lhe chamou a atenção, a fúria com que Bruno o atacou, ela se esforçou para não pensar mais, queria esquecer este dia. Na manhã seguinte ela vestiu sua roupa
Bianca estava o tempo todo observando o casal de longe, ela viu quando Ana e bruno se separaram na porta do vestiário, neste momento ela tomada pelo ciúme tomou uma decisão, ela tinha que se livrar de Ana. Ela encontrou um garoto perto do banheiro. - Ei garoto, quer ganhar uma nota de duzentos reais? Seus olhos brilharam - O que eu preciso fazer? - É simples, tem uma mulher que me maltratou muito e eu queria só dar um susto nela, você só precisa passar por ela e esbarrar nela para que ela caia na piscina, não se preocupe ela sabe nadar. O menino ficou um pouco cismado. Ela percebeu. - Olha, quatrocentos reais, não se preocupe ninguém vai ficar sabendo, é só uma brincadeira, para ela aprender não pegar o que é dos outros. - Está bem, sendo assim eu faço. Bruno viu quando um garoto passa correndo por Ana e esbarra nela com força, ela se desequilibra e cai. Bruno se levantou na hora e desceu rápido as escadas. O local que ela estava não tinha muitas pessoas só algumas mulheres
Ana, na banheira, ficou pensando em como tudo havia acontecido, tão rápido, ela não se lembrava de nada, só de sentir seu corpo sendo atingido e a dor forte na cabeça. Ela saiu do banho e se vestiu estava um pouco acanhada, não sabia como explicar sua situação para dona Joana, não sabia se dizia algo ou deixava quieto, só falando caso ela perguntasse. - Doa Ana? Está tudo bem? De repente ela ouviu, tirando-a dos seus pensamentos. –Sim, já estou saindo. Ela respondeu rápido. Saiu do quarto e foi para a cozinha, vestia apenas uma calcinha e a camisa de bruno, por sorte não era transparente. Ela se sentou à mesa e o cheiro da comida era muito bom, ela tirou um pouco da sopa e colocou no prato comendo devagar. Dona Joana a observava discretamente. - Como está a sopa? Bruno adora essa sopa. - Ah! Uma delícia, mas não imaginava que ele gostava de sopa. Ana disse, brincando. - Sim, ele gosta! Desde que era pequeno faço essa sopa para ele. - A senhora o conhece desde pequeno? - Sim t
Não subestime a curiosidade e a lealdade de uma mãe para com outra. Mal saiu do apartamento, Joana ligou toda contente para Cristina, mãe de Bruno. - Senhora, o menino trouxe uma linda garota para o apartamento. - Você está falando de Bianca? - Não senhora, essa é Ana, muito educada, me parece que sofreu um acidente e o menino a trouxe para casa para cuidar dela. - Cuidar dela? Como ele tem se comportado? - Calmo e parece gostar muito da moça, me fez fazer sopa para ela e foi comprar roupas para ela, parece cuidar pessoalmente de tudo que está relacionado a ela. - Só vendo para acreditar, meu filho não dá moral nem para mim. - Não diga nada, deixe-o, acho que ele encontrou o amor. - Hum! E a garota? Pode ser uma caça dotes? Cristina estava contente pelo filho estar em um relacionamento, aparentemente sério, mas não pode evitar de sentir ciúme. - Não acredito, é muito reservada e até tímida, bem diferente das garotas que costumam persegui-lo. - Ok, não diga nada. Ele não pre
Pegou o seu travesseiro e foi para a sala, não queria arriscar deitar ao lado dela, pois seria uma tortura não toca-la. Ana acordou assustada de manhã, olhou a cama do outro lado estava arrumado, ela saiu da cama e saiu pé por pé do quarto, ela olhou para a sala e Bruno dormia tranquilo no sofá. Ele estava deitado com os braços dobrados atrás da cabeça, seu peitoral a mostra ele era muito bonito, ela sentiu um frio no estômago. Ela não podia negar, ela tinha desejo por ele. Logo ela ouviu uma chave na porta, ela voltou rápido para o quarto. Dona Joana chegou, viu Bruno dormindo no sofá, ela balançou a cabeça e riu “ é acho que está apaixonado” ela pensou sorrindo. Ana voltou para o quarto e tomou um banho, procurou uma roupa das que Bruno trouxe, ela escolheu um conjunto leve e foi para a cozinha ver no que podia ajudar. - Bom dia dona Joana. Ela disse sorrindo para a senhora que lidava com uma cafeteira. - Bom dia, como você está? - Estou bem melhor, acho que hoje vou para cas
Ana entrou e deu passagem para ele. - Vamos entre, vou fazer um café para você. Como pode chegar a este ponto? O que meus vizinhos irão pensar? Ele se aproximou dela a abraçando-a, ele cheirava a perfume e álcool. - Você é incrível! Eu neste estado por sua causa e você preocupada com o que seus vizinhos irão pensar? Ele a beijou antes que ela pudesse dizer alguma coisa. Ana tentou sair do abraço dele, mas sua força era muito inferior a dele. - Você precisa crescer Ana. Ele disse em seu ouvido, Ela não gostou do que ele disse, se sentindo ameaçada. - Deixe-me fazer um café para você. Você bebeu demais. - Eu não bebi. Ele protestou beijando-a. - Me solte! Você está parecendo um moleque mimado. Ela disse irritada, se soltando e indo para a cozinha. Bruno não gostou de ser chamado de moleque, ele a seguiu a pegou pelo braço e trouxe-a para a sala novamente jogando-a no sofá. Ana olhou assustada para ele sem entender nada, enquanto o via tirar a camiseta. - Moleque? Você acha q
Ana, Pedro, Julia, Bia e João há dias já haviam combinado irem juntos no carro de Pedro para o hotel fazenda onde um amigo de Pedro se casaria, eles iam aproveitar o fim de semana. Bruno tentou várias vezes falar com Ana, mas ela o estava evitando. Ela não sabia o que dizer a ele, e as lembranças daquele dia ainda a machucavam. A noite Ana e seus amigos combinaram de comer fora, era uma pizzaria que costumavam ir, de lá Julia e Bia dormiriam na casa de Ana, pois Pedro e João as pegariam de manhã para irem ao hotel fazenda, onde seria a festa de casamento. Ana saiu direto do trabalho e foi para a pizzaria, Pedro foi o primeiro a chegar. Estavam os dois sentados numa mesa do lado de fora o clima estava bom, os dois estavam conversando sobre a viagem. Bianca estava no trânsito quando avistou Ana com um rapaz sentados na pizzaria. Ela ainda não tinha engolido o fato de Bruno ter levado Ana para seu apartamento e ainda tê-la mimado com presentes caros. Ela odiava Ana achava que ela ti
- Se veste vou te levar para sua casa. Ele disse em tom frio acordando a garota. Enquanto dirigia ele pensava na besteira que tinha feito, isso nunca havia acontecido com ele. - Você está bem? Não pense muito, foi só uma noite, isso não significa que temos uma relação entendeu? A garota olhou espantada para ele fingido inocência, ela sabia que ele havia dormido com ela, mas que talvez não passasse disso, porém ela quis arriscar, podia ser sua chance. Ela percebeu que na cabeça, ou melhor no coração de Bruno devia ter alguém. - Tudo bem, mas eu vou te esperar eu gosto mesmo de você. Ela disse em tom meloso. - Não se esforce muito, já tenho outra pessoa e não pretendo abrir mão dela. - E onde está ela agora? Sou eu quem está do seu lado. - Não diga coisas que você não sabe, foi um encontro casual, nada mais, você quis e eu não te prometi nada. Nosso encontro termina aqui, você quer alguma compensação? A garota ficou com os olhos vermelhos. - Você quer me pagar? Acha que sou alg