5-Porque você está fugindo?

Ela o olhou com cara de espanto.

- Não pense demais, é de praxe para o formulário e o certificado, assine aqui!

Ela o olhou desconfiada e assinou a ficha, anotou o telefone no rodapé da fich.

Depois olhou para os lados e viu que ninguém pedia telefone, ela tinha sido tapeada.

E mais,depois que entrou no salão, olhou para fora e o viu entregar a prancheta para uma garota que se derretia na sua frente.

Ana ficou furiosa consigo, mas também achou graça não podia negar ele era esforçado.

Ela encontrou seus amigos que estavam sentados no início da fileira, próximo ao corredor.

- Com licença, com licença.

Estava sentada perdida em pensamentos quando viu Bruno se esgueirar entre as pessoas de sua fileira e se sentar ao lado de Julia.

Ela agiu com naturalidade, afinal estavam em um lugar público e ele poderia se sentar onde bem quisesse, isso era o que sua razão dizia, mas seu coração palpitava.

Ele vestia uma camisa polo preta impecável e uma calça caqui, ele estava sempre muito bem vestido, mesmo quando se vestia casualmente, ainda assim, parecia superior aos outros.

Ela focou na palestra, isso lhe custou um esforço hercúleo, até que de repente Julia se levanta e sai.

Ana pensou, "se Julia foi ao banheiro porque não me chamou, todo mundo sabe que mulheres sempre vão juntas ao banheiro".

Ela só entendeu quando percebeu um movimento ao seu lado, Bruno é claro!

Ela o olhou séria, dizendo:

- Este lugar está ocupado!

- Não, não está a garota que estava aqui me disse que não vai voltar.

Ele respondeu em tom despreocupado.

Ana ficou sem entender, teria que ter uma conversa com sua amiga, em compensação Pedro e João, não gostaram muito da história, mostraram insatisfação.

Julia nunca que voltava deste banheiro.

Então, ela o ignorou, se é que isso era possível, seu perfume a fazia lembrar do beijo de sexta, mesmo assim ela fingiu prestar atenção na palestra, de repente seu celular começa a vibrar com mensagens.

Eram de Julia, " Amiga aproveite a chance".

"Meus Deus do que ela está falando"? Ana pensou apavorada.

"Ele é lindo e está interessado em você, não o deixe escapar".

Outra mensagem dela, ela não queria começar a digitar no meio da palestra, mas queria esfola-la viva!

Do lado Bruno a observava com curiosidade.

Outra mensagem chega "Acho que sua amiga não vai voltar, posso te fazer companhia".

"É sério? Ela fez, mesmo, isso comigo"?

Pensou Ana desamparada.

A palestra terminou, e Ana mais do que de pressa tentou sair o mais rápido possível, mas os meninos que estavam do lado eram atrapalhados e demoraram sair.

Bruno se esforçava para não rir em ver seu pânico e pressa para se livrar dele.

A pressa era tanta, que ao sair ela nem notou que a alça de sua bolça havia se enroscado no braço da cadeira.

Ao andar com pressa ela ficou presa e quase caiu de joelhos no meio do corredor, por conta da tentativa de fuga.

Bruno vendo a alça presa e ela tentado fugir a segurou no momento certo.

Não fosse por ele tê-la segurado, certamente teria caído. Ela não sabia o que seria mais constrangedor cair no meio do corredor de joelhos ou ser amparada pelos braços de Bruno, depois de uma tentativa patética de fuga, neste momento ela agradeceu por ter vindo de calça e tênis.

- Obrigada, a alça da bolsa enroscou!

- Não tem problema, você se machucou? Vejo que está com pressa!

- Não me machuquei, obrigada! E sim, estou com pressa o ônibus passará logo no ponto e eu preciso pega-lo.

- Não se preocupe! Posso te dar uma carona, na verdade, será um prazer acompanha-la até sua casa.

Ele disse olhando para ela.

- Não quero incomoda-lo! Ela disse apressadamente, já recusando e caminhando para a saída, neste momento seu pulso foi segurado. Ela se virou e olhou para seu braço atônita.

- Desculpe, mas você estava fugindo e não tive outra forma de conte-la, porque você está fugindo?

Ele disse solene.

- Não estou fugindo, eu, eu apenas não quero realmente incomoda-lo e meu ônibus está prestes a passar.

- Venha! Vou te levar para casa.

Ele disse caminhando para fora segurando sua mão.

- Você pode me soltar?

- Hum, não sei não! Você vai fugir novamente?

Ele perguntou olhando sério para ela.

- Não, não vou!

- Ok, então!

Então, saíram caminhando juntos do saguão, na verdade, não tão juntos Ana ficava um pouco distante dele, não queria chamar a atenção para eles.

Ele pensou “ garota difícil, não quer que nos vejam juntos, por acaso ela acha que não estou à altura dela ”?

Na verdade, ela realmente não queria ser vista com Bruno, mas o motivo era o outro, pois ela reconhecia sua excelência e embora dissessem que ela era muito bonita ela não estava a altura dele, além de bonito ele tinha dinheiro e prestigio.

Além disso, Ana também sabia que, mesmo que improvável, caso ela viesse a ter um relacionamento com Bruno ela enfrentaria muitos problemas com o fã clube dele, a fila parecia ser extensa.

Ele ficou incomodado, mas não deixou transparecer.

Os dois caminharam até o estacionamento, seu carro era um SUV muito caro, combinava com ele.

Enquanto caminhavam em silencio até o carro, cada um estava perdido em seus pensamentos.

- Ana!

Ouviram alguém chamar!

Ana olhou para trás e viu Pedro vindo rapidamente em sua direção, ela se sentiu um pouco confusa.

- Oi! Ela disse quase gaguejando, tentando não transparecer que estava nervosa, ela não sabia dizer por que estava inquieta, mas algo estava deixando seu coração em alerta.

- Onde você está indo? Posso te levar para casa!

- Ah! Obrigada, eu...

Bruno a interrompeu estendendo a mão para Pedro.

- A dama já tem carona, sou Bruno e você quem é?

- Sou Pedro e você quem é?

Saia faiscas dos olhos dos dois, mesmo assim se cumprimentaram enquanto Ana dizia:

- Bruno este é Pedro um grande amigo e Pedro este é Bruno organizador da semana de engenharia.

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