Ele não se importou com o protesto dela. Caminhou com passos largos de forma que Ana, bem menor que ele, estava quase correndo para alcança-lo, mais um pouco e ele a arrastaria pela calçada.
Quando localizou um lugar mais tranquilo, ele a colocou de costas para uma parede, soltou seu pulso e olhou-a nos olhos com um sorriso nos lábios.Ela estava muito brava, com os braços cruzados no peito como forma de protesto, fazendo bico.- Por que você foge de mim?Ana olhou para ele curiosa, tentando descobrir o que se passava na cabeça dele.- Eu estou fugindo de você? Por que acha que fujo de você?- Tenho te procurado por dias e você simplesmente sumiu.- Eu nem sabia que você me procurava, você é maluco?Ele gargalhou e respondeu colocando a as mãos na parede, uma de cada lado dela, de forma que ela ficasse presa entre seus braços.- Não era, mas desde que você propositalmente trombou em mim aquele dia, acho que tem me faltado algum parafuso.- De propósito? Por que acha que eu trombaria em você de propósito?Ele se inclinou para ela chegando bem perto de seu ouvido e disse com uma voz sedutora:- Não é obvio? Quem resistiria um homem como eu?Ana ficou ainda mais brava, ela não conseguia nem falar, sem contar que seu coração batia tão forte e tão rápido que a impressão que se tinha era que ele ia saltar para fora.- Você não é só maluco é muito convencido também.- Não fique brava, embora você fique linda com esse biquinho!Ana tentou afasta-lo, com a mão em seu peito, empurrando-o.Ele levou a mão em seu queixo e delicadamente o levantou, quando fez isso imediatamente Ana sentiu borboletas em seu estômago presentindo o perigo.Ele inclinou a cabeça e beijou-lhe os lábios, ela tentou sair, ele escorregou a mão da parede para sua cintura e a que estava no queixo pelo seu pescoço prendendo-a no beijo.Ela resistiu, foi valente, mas o beijo dele era quente e dominante ela sentiu que parecia que sua alma havia saído do corpo, sentiu uma sensação que ainda não havia experimentado.Então quando ele terminou o beijo ela ficou um tempo ainda fora de si, e ele estava com a testa colada na sua , ela voltou a si e o empurrou com força e saiu batendo o pé, sem olhar para trás.- Me diga pelo menos seu nome!Ele sorriu passando os dedos nos lábios.Ela voltou, com o coração aos pulos, para junto de suas amigas que a esperavam.Seus lábios estavam vermelhos e pareciam queimar, ao chegar ela não disse nada só pegou sua bolsa e disse que ia para casa.Neste momento passou um taxi e ela fez sinal e entrou rapidamente.Eles ficaram longe dos olhos das amigas de Ana, mas havia alguém que os olhava com ódio nos olhos.Bianca era uma garota mimada, que não aceitava não como resposta. Cercava Bruno em todo lugar que ele ia, ele já havia ficado com uma ou duas amigas dela, mas ele nunca havia lhe dado uma chance.Se tivesse essa chance ela não o deixaria mais escapar, agora que ela viu literalmente Bruno correr atrás de Ana ela se tornou sua rival.Bruno ficou um tempo parado no mesmo lugar e de lá só mandou uma mensagem para seus amigos dizendo que já estava indo embora, então ele voltou ao bar pegou seu carro e foi para casa.No caminho Ana estava mais calma, mas seus lábios ainda queimavam, ela sentia uma revolta, mas não conseguia ter raiva Bruno.Ambos chegaram em suas casas e se jogaram no sofá, relembrando o momento, ele contente e ela preocupada porque deveria estar brava, mas contrariando a razão ela tinha gostado.A semana de engenharia chegou, haviam se passado três dias desde o encontro inesperado no calçadão do centro.As meninas começaram a bombardeá-la com informações sobre Bruno de onde era, quem eram seus pais e que era lindo e muito cobiçado pelas universitárias e claro não podia faltar as perguntas indiscretas, como:O que vocês conversaram?Se beijaram?Ana ficava vermelha e seu coração palpitava só de ouvi-las falar. Ela não disse nada, era muito discreta, além disso era muito “pé no chão” não queria se iludir, certamente ela era só mais um desafio para o competitivo Bruno.Segunda era o primeiro dia da semana de engenharia, o que acalmava o coração de Ana era que ele estaria muito ocupado e não teria tempo para perturbá-la.Engano dela, ele realmente estava muito ocupado, mas era excelente em tudo que fazia e calculou e programou tudo certinho para que estivesse livre para encontrá-la.Ana chegou em casa depois de ter dado aula a tarde toda, tomou um banho rápido e colocou uma calça jeans clara e uma camisa polo com listras azuis, tênis e amarrou o cabelo num “rabo de cavalo” alto.Mesmo simples ela parecia encantadora, é na simplicidade que está a beleza mais genuína.No saguão de entrada, Bruno esperava ansioso e procurava um meio de ter a chance de conseguir falar com ela, mas conhecendo-a ele teria que ser discreto, pois ela era muito reservada e ele não queria irrita-la ainda mais.Ana chegou no prédio onde seria a semana e onde teriam as palestras, sem perceber ela olhou a volta à procura de alguém, de imediato se sentiu aliviada por não o encontrar, na verdade ela estava evitando de encontra-lo não sabia como reagir.Ela não o tinha visto, mas lá de dentro ele já a havia visto e tratou de pensar numa maneira de se aproximar. Ele viu várias garotas com pranchetas nas mãos, elas estavam anotando os dados dos participantes.Ele teve uma ideia, chegou sorridente para uma das garotas e disse:- Você não quer ir tomar uma água e aproveitar e trazer uma para mim? Eu fico aqui para você.A garota ficou entusiasmada e entregou-lhe a prancheta com um certo charme, que ele não notou, e saiu sorrindo para buscar a água.Quando Ana entrou no saguão avistou Bruno que foi diretamente para ela.- Boa noite! Vai participar da palestra?Ela o olhou desconfiada e com as bochechas já começando a esquentar.- Sim.Ela respondeu em tom baixo sem olhar muito para ele.- Ótimo preciso de seu nome.Ele disse, tentando mostrar seriedade.- Ana Rivera.Ela disse meio acanhada, foi então que se lembrou que ele já a tinha beijado e nem seu nome ele sabia.- Prazer Ana Rivera, sou Bruno Goulart, preciso do seu telefone também.Ela o olhou com cara de espanto. - Não pense demais, é de praxe para o formulário e o certificado, assine aqui! Ela o olhou desconfiada e assinou a ficha, anotou o telefone no rodapé da fich.Depois olhou para os lados e viu que ninguém pedia telefone, ela tinha sido tapeada. E mais,depois que entrou no salão, olhou para fora e o viu entregar a prancheta para uma garota que se derretia na sua frente. Ana ficou furiosa consigo, mas também achou graça não podia negar ele era esforçado. Ela encontrou seus amigos que estavam sentados no início da fileira, próximo ao corredor.- Com licença, com licença. Estava sentada perdida em pensamentos quando viu Bruno se esgueirar entre as pessoas de sua fileira e se sentar ao lado de Julia.Ela agiu com naturalidade, afinal estavam em um lugar público e ele poderia se sentar onde bem quisesse, isso era o que sua razão dizia, mas seu coração palpitava. Ele vestia uma camisa polo preta impecável e uma calça caqui, ele estava sempre muito bem
Bruno olhou para ela levantando uma sobrancelha, ele era para ela apenas o carinha que organizou uma semana de estudos? Ao passo que o outro era seu amigo? Pedro também não ficou contente ao ouvi-la dizer "amigo", na verdade, ele queria ser bem mais que amigo. Pedro acompanhava Ana há tempos, mas não se declarava, pois tinha medo de que, se caso ela o rejeitasse, até a amizade ficasse arruinada.Pedro era um belo rapaz, um pouco mais baixo que Bruno, era do tipo que gostava de academia e jogar bola, era divertido e também muito protetor. Conheceu Ana há uns três anos, ele era veterano e ela a caloura, se conheceram por intermédio de Julia, que se tornou amiga de Ana, desde o momento que iniciaram o curso juntas. Quando Ana entrou para a faculdade, era apenas uma garotinha vinda do interior, longe da família se aventurando na capital. Porém, tinha algo mais, ela trazia em seus olhos uma certa fragilidade. por trás do sorriso tímido havia uma insegurança e até mesmo uma tristeza.M
Bianca era de família rica, era muito mimada estava disposta a tudo para não perder Bruno, ela acabaria com qualquer mulher que atravessasse seu caminho, pois acreditava em suas qualidades. Ana com a ajuda do homem se levantou e foi para o escritório. - Você não quer que te leve ao hospital? - Agradeço, foi só um ralado. Ana disse se despedindo do senhor que a acompanhou até o escritório.No escritório Antônio viu Ana chegar, mancando e o joelho ensanguentado.- O que aconteceu? Ele foi até ela.- Nada demais, um carro passou no sinal vermelho e quase me acertou na faixa, desequilibrei e cai.- Você acha que isso não foi nada demais? Ele disse olhando e apontando para o joelho dela que sangrava.Ela olhou para o joelho e não respondeu nada.- Não precisa trabalhar hoje, vá ao médico. Junior? Ele chamou.Um rapaz apareceu na porta.- Leve Ana ao hospital, tenho uma reunião agora, depois deixe-a em casa.- Sim senhor.Junior era o assistente, Ana era secretária, ele ajudou Ana a se l
- Certamente eu farei, embora eu pense em casa e ficar em casa e cuidar da família.Bruno a olhou desconfiado, não acreditava nas palavras dela -Fique a vontade, vou tomar banho, quando sair feche a porta.- Está bem! Bianca engoliu seco imaginando Bruno no banho, não pode deixar de fantasiar uma situação com ele no banheiro.Enquanto isso, Ana passou o dia em casa. Seu joelho havia feito um pequeno corte, a dor era mais por ter batido no chão.Tomou banho e lavou os cabelos e escolheu um short saia de tafetá, ele ia até uns dois dedos acima dos joelho, se colocasse calça o tecido poderia machucar a ferida.Ela não usava roupa curta para ir a faculdade colocou uma camisa branca, leve e um relógio azul, no pulso, realçava sua pele clara, sapatilhas nos pés. Fez uma maquiagem natural, e quando olhou no espelho gostou, era singela e romântica. Então, já estava quase na hora ela resolveu descer para o saguão, quando Bruno ligasse ela já estaria lá embaixo, não gostava de deixar as pesso
Neste momento Ana olhou para o retrovisor e encontrou o olhar de Bruno, ele ficou um tempo parado enquanto Bianca se afastava. Ele saiu do carro e abriu a porta traseira para que Ana descesse e se sentasse no banco do carona.- Desça!- Obrigada, vou aqui mesmo. Estamos com pressa- Ela disse em tom um pouco descontente.- Porque você não me ligou quando se feriu? Você viu quem foi? Anotou a placa?- Não havia necessidade, e não anotei nada, foi muito rápido.Ele fechou a porta com um baque e dirigiu diretamente para a faculdade estava aparentemente irritado.Quase chegando ele disse – Você é muito torpe.Ana ficou espantada com a afirmação dele, ela não via a hora dele parar o carro para que ela descesse.Assim que ele estacionou o carro, ela abriu a porta e saiu, ela nem se lembrou do joelho machucado.Ele saiu rápido do carro e foi atrás dela e a segurou pelo braço, ela se desequilibrou e por pouco não foi ao chão.- O que você pensa que está fazendo?- Indo para a aula, já estou a
Eles comeram em silêncio. - Você poderia me emprestar um carregador? Meu celular está descarregado. - Descarregado? Por isso te liguei e você não atendeu! Você não consegue se cuidar? - O que tem a ver? Ela disse espantada. - Como você sai com o celular descarregado? E se você precisa ligar por ajuda? - Eu, Eu... Ana começou a gaguejar não sabia o que dizer. - Tome, pode dormir no quarto eu ficarei na sala. Ele disse, lhe entregando o carregador. Ela pegou o celular e o carregador e foi para o quarto, sem entender porque ele estava tão zangado. Ela colocou o celular para carregar e se deitou na cama, virou de um lado para outro não consegui pegar no sono, a cama tinha o cheiro de Bruno. Como não conseguia dormir flashes do incidente mais cedo, com aquele homem nojento, vinha a sua mente. Neste momento outra coisa também lhe chamou a atenção, a fúria com que Bruno o atacou, ela se esforçou para não pensar mais, queria esquecer este dia. Na manhã seguinte ela vestiu sua roupa
Bianca estava o tempo todo observando o casal de longe, ela viu quando Ana e bruno se separaram na porta do vestiário, neste momento ela tomada pelo ciúme tomou uma decisão, ela tinha que se livrar de Ana. Ela encontrou um garoto perto do banheiro. - Ei garoto, quer ganhar uma nota de duzentos reais? Seus olhos brilharam - O que eu preciso fazer? - É simples, tem uma mulher que me maltratou muito e eu queria só dar um susto nela, você só precisa passar por ela e esbarrar nela para que ela caia na piscina, não se preocupe ela sabe nadar. O menino ficou um pouco cismado. Ela percebeu. - Olha, quatrocentos reais, não se preocupe ninguém vai ficar sabendo, é só uma brincadeira, para ela aprender não pegar o que é dos outros. - Está bem, sendo assim eu faço. Bruno viu quando um garoto passa correndo por Ana e esbarra nela com força, ela se desequilibra e cai. Bruno se levantou na hora e desceu rápido as escadas. O local que ela estava não tinha muitas pessoas só algumas mulheres
Ana, na banheira, ficou pensando em como tudo havia acontecido, tão rápido, ela não se lembrava de nada, só de sentir seu corpo sendo atingido e a dor forte na cabeça. Ela saiu do banho e se vestiu estava um pouco acanhada, não sabia como explicar sua situação para dona Joana, não sabia se dizia algo ou deixava quieto, só falando caso ela perguntasse. - Doa Ana? Está tudo bem? De repente ela ouviu, tirando-a dos seus pensamentos. –Sim, já estou saindo. Ela respondeu rápido. Saiu do quarto e foi para a cozinha, vestia apenas uma calcinha e a camisa de bruno, por sorte não era transparente. Ela se sentou à mesa e o cheiro da comida era muito bom, ela tirou um pouco da sopa e colocou no prato comendo devagar. Dona Joana a observava discretamente. - Como está a sopa? Bruno adora essa sopa. - Ah! Uma delícia, mas não imaginava que ele gostava de sopa. Ana disse, brincando. - Sim, ele gosta! Desde que era pequeno faço essa sopa para ele. - A senhora o conhece desde pequeno? - Sim t