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4-Sentiu borboletas em seu estômago !

Ele não se importou com o protesto dela. Caminhou com passos largos de forma que Ana, bem menor que ele, estava quase correndo para alcança-lo, mais um pouco e ele a arrastaria pela calçada.

Quando localizou um lugar mais tranquilo, ele a colocou de costas para uma parede, soltou seu pulso e olhou-a nos olhos com um sorriso nos lábios.

Ela estava muito brava, com os braços cruzados no peito como forma de protesto, fazendo bico.

- Por que você foge de mim?

Ana olhou para ele curiosa, tentando descobrir o que se passava na cabeça dele.

- Eu estou fugindo de você? Por que acha que fujo de você?

- Tenho te procurado por dias e você simplesmente sumiu.

- Eu nem sabia que você me procurava, você é maluco?

Ele gargalhou e respondeu colocando a as mãos na parede, uma de cada lado dela, de forma que ela ficasse presa entre seus braços.

- Não era, mas desde que você propositalmente trombou em mim aquele dia, acho que tem me faltado algum parafuso.

- De propósito? Por que acha que eu trombaria em você de propósito?

Ele se inclinou para ela chegando bem perto de seu ouvido e disse com uma voz sedutora:

- Não é obvio? Quem resistiria um homem como eu?

Ana ficou ainda mais brava, ela não conseguia nem falar, sem contar que seu coração batia tão forte e tão rápido que a impressão que se tinha era que ele ia saltar para fora.

- Você não é só maluco é muito convencido também.

- Não fique brava, embora você fique linda com esse biquinho!

Ana tentou afasta-lo, com a mão em seu peito, empurrando-o.

Ele levou a mão em seu queixo e delicadamente o levantou, quando fez isso imediatamente Ana sentiu borboletas em seu estômago presentindo o perigo.

Ele inclinou a cabeça e beijou-lhe os lábios, ela tentou sair, ele escorregou a mão da parede para sua cintura e a que estava no queixo pelo seu pescoço prendendo-a no beijo.

Ela resistiu, foi valente, mas o beijo dele era quente e dominante ela sentiu que parecia que sua alma havia saído do corpo, sentiu uma sensação que ainda não havia experimentado.

Então quando ele terminou o beijo ela ficou um tempo ainda fora de si, e ele estava com a testa colada na sua , ela voltou a si e o empurrou com força e saiu batendo o pé, sem olhar para trás.

- Me diga pelo menos seu nome!

Ele sorriu passando os dedos nos lábios.

Ela voltou, com o coração aos pulos, para junto de suas amigas que a esperavam.

Seus lábios estavam vermelhos e pareciam queimar, ao chegar ela não disse nada só pegou sua bolsa e disse que ia para casa.

Neste momento passou um taxi e ela fez sinal e entrou rapidamente.

Eles ficaram longe dos olhos das amigas de Ana, mas havia alguém que os olhava com ódio nos olhos.

Bianca era uma garota mimada, que não aceitava não como resposta. Cercava Bruno em todo lugar que ele ia, ele já havia ficado com uma ou duas amigas dela, mas ele nunca havia lhe dado uma chance.

Se tivesse essa chance ela não o deixaria mais escapar, agora que ela viu literalmente Bruno correr atrás de Ana ela se tornou sua rival.

Bruno ficou um tempo parado no mesmo lugar e de lá só mandou uma mensagem para seus amigos dizendo que já estava indo embora, então ele voltou ao bar pegou seu carro e foi para casa.

No caminho Ana estava mais calma, mas seus lábios ainda queimavam, ela sentia uma revolta, mas não conseguia ter raiva Bruno.

Ambos chegaram em suas casas e se jogaram no sofá, relembrando o momento, ele contente e ela preocupada porque deveria estar brava, mas contrariando a razão ela tinha gostado.

A semana de engenharia chegou, haviam se passado três dias desde o encontro inesperado no calçadão do centro.

As meninas começaram a bombardeá-la com informações sobre Bruno de onde era, quem eram seus pais e que era lindo e muito cobiçado pelas universitárias e claro não podia faltar as perguntas indiscretas, como:

O que vocês conversaram?

Se beijaram?

Ana ficava vermelha e seu coração palpitava só de ouvi-las falar. Ela não disse nada, era muito discreta, além disso era muito “pé no chão” não queria se iludir, certamente ela era só mais um desafio para o competitivo Bruno.

Segunda era o primeiro dia da semana de engenharia, o que acalmava o coração de Ana era que ele estaria muito ocupado e não teria tempo para perturbá-la.

Engano dela, ele realmente estava muito ocupado, mas era excelente em tudo que fazia e calculou e programou tudo certinho para que estivesse livre para encontrá-la.

Ana chegou em casa depois de ter dado aula a tarde toda, tomou um banho rápido e colocou uma calça jeans clara e uma camisa polo com listras azuis, tênis e amarrou o cabelo num “rabo de cavalo” alto.

Mesmo simples ela parecia encantadora, é na simplicidade que está a beleza mais genuína.

No saguão de entrada, Bruno esperava ansioso e procurava um meio de ter a chance de conseguir falar com ela, mas conhecendo-a ele teria que ser discreto, pois ela era muito reservada e ele não queria irrita-la ainda mais.

Ana chegou no prédio onde seria a semana e onde teriam as palestras, sem perceber ela olhou a volta à procura de alguém, de imediato se sentiu aliviada por não o encontrar, na verdade ela estava evitando de encontra-lo não sabia como reagir.

Ela não o tinha visto, mas lá de dentro ele já a havia visto e tratou de pensar numa maneira de se aproximar. Ele viu várias garotas com pranchetas nas mãos, elas estavam anotando os dados dos participantes.

Ele teve uma ideia, chegou sorridente para uma das garotas e disse:

- Você não quer ir tomar uma água e aproveitar e trazer uma para mim? Eu fico aqui para você.

A garota ficou entusiasmada e entregou-lhe a prancheta com um certo charme, que ele não notou, e saiu sorrindo para buscar a água.

Quando Ana entrou no saguão avistou Bruno que foi diretamente para ela.

- Boa noite! Vai participar da palestra?

Ela o olhou desconfiada e com as bochechas já começando a esquentar.

- Sim.

Ela respondeu em tom baixo sem olhar muito para ele.

- Ótimo preciso de seu nome.

Ele disse, tentando mostrar seriedade.

- Ana Rivera.

Ela disse meio acanhada, foi então que se lembrou que ele já a tinha beijado e nem seu nome ele sabia.

- Prazer Ana Rivera, sou Bruno Goulart, preciso do seu telefone também.

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