Há 5 anos Ana estava na biblioteca da universidade, nesta época estava com 19 anos, era uma garota simples e cheia de sonhos.
Absorta em seus pensamentos se afastou com o intuito de ter uma visão geral da prateleira e ver se encontrava um livro.De família simples desde cedo ela sabia que precisava estudar e trabalhar duro, para ser independente e ter uma vida digna. Cursava o terceiro ano de matemática, ela era muito dedicada, conseguiu entrar na faculdade aos dezessete anos.Tempos difíceis aqueles. Faltava grana para quase tudo, mas apertando aqui e ali dava para ir se virando, mesmo com toda as dificuldades era feliz, tinha a juventude, amigos e sonhos.Ela realmente precisava do livro, haviam poucos exemplares na biblioteca, sem querer, ao afastar-se ela esbarra em algo grande, parecia-lhe uma pessoa.Ana se assustou e institivamente se virou já com o pedido de desculpas na ponta da língua, mas quando viu a pessoa ela só fez menção de falar, todavia não conseguiu proferir nenhuma palavra.Era um rapaz lindo, alto e forte, cheirava muito bem. Suas roupas, cabelos e sorriso eram impecáveis, aparentava uns vinte e quatro anos, ele sorria quando ela olhou para ele.Depois de ter batido a cabeça em seu peito, agora que Ana estava de frente para a pessoa, sentiu suas pernas ficarem tremulas e suas bochechas queimar.Bruno Goulart, era seu nome, era forte e alto seus cabelos castanhos e seus olhos escuros com cílios abundantes realçavam sua pele clara, mas levemente bronzeada.Ele olhava para Ana com curiosidade e trazia no rosto um sorriso maroto, estava com os braços abertos como se estivesse prestes a abraça-la.Sem jeito, Ana gesticulava algo sem conseguir pedir desculpas, olhava-o nos olhos, que pareciam querer hipnotiza-la, a imagem dele era impecável e o perfume masculino era marcante, muito tentador.Quando ele sorriu seus dentes eram incrivelmente brancos, ela ficou atônita sem conseguir sair, por um tempo. Quando voltou a si baixou os olhos e pediu desculpas se afastando.De longe ela ainda olhou para trás e o viu sorrindo, conversando animadamente com outros rapazes, enquanto ele olhava na direção em que ela havia ido, seus olhares se encontraram mais uma vez e ela se virou envergonhada e saiu o mais rápido que pode.Ana voltou para sala, ainda estava em aula. Durante a aula Ana se pegou pensando várias vezes no rapaz da biblioteca.Ela voltou à biblioteca depois da aula, na verdade, teve sorte ao perguntar sobre o livro ouviu do atendente que haviam acabado de deixar um exemplar, na verdade o único naquele momento, ela se sentiu aliviada.Tranquila por ter conseguido o livro ela caminhou pelo calçadão da faculdade em direção ao ponto de ônibus, sempre que se lembrava do acontecido sentia borboletas no estômago.Por sorte logo o ônibus chegou e ela pode chegar em casa um pouquinho mais cedo.Em casa tomou um longo banho e comeu alguma coisa, essa era sua rotina, de manhã no escritório, a tarde dava aula e a noite a faculdade.Depois que lanchou, foi para cama exausta, mas sem sono, pois ainda estava com os pensamentos lá na biblioteca.Acabou pegando no sono, estava muito cansada.Há um ano Bruno sofria com a ausência de uma pequena criatura, uma linda e delicada garota que apareceu, por acaso, em sua vida como um anjo.Todavia, ele não soube ama-la e como uma criança levada ele a segurou tanto em seus braços que acabou por sufoca-la e ela se foi.Bruno Goulart era o filho primogênito de uma família tradicional muito conhecida. Seus bisavôs eram pioneiros da cidade em que ele nasceu, cresceu, hoje é dono de uma industria de motores elétricos para carros.Seu pai se tornou prefeito por vários mandatos e sempre cobrou de Bruno que ele cuidasse dos negócios da família. Também queria que ele seguisse a vida pública, se tornasse político, mas Bruno não quis, o que desagradava seu pai.Ainda bem jovem saiu da sua cidade, indo para a capital, para cursar o curso de engenharia elétrica numa universidade federal, foi lá que ele encontrou Ana.Em relação a outras pessoas Bruno teve uma vida fácil e cheia de mimos, tinha dinheiro, prestigio, era um jovem muito bonito, tinha muitas mulheres aos seus pés. Nas festas era perseguido pelas garotas causando inveja em alguns. As vezes ele ficava, como qualquer garoto normal, com alguma garota, mas por mais que quisessem compromisso ele nunca se apegou a nenhuma, na verdade ele não pensava em ficar preso a alguém e muito menos se casar tão cedo.Sabia que um dia isto ia ter que acontecer, seus pais não deixariam isso para lá, mas ele pretendia adiar o quanto pudesse.Pelo menos esse era seu pensamento, até o dia em que uma pequena fada de lábios rosados apareceu sob seus olhos entre meio prateleiras de livros velhos.Ela esbarrou nele na biblioteca da faculdade, ele estava lá apenas acompanhando um colega de sala, todavia o destino quis que ele estivesse lá, esse era seu pensamento.Na biblioteca estavam conversando pelo corredor, quando ele viu, de relance, uma garota frágil e delicada olhando atentamente para uma prateleira de livros, certamente aquele ambiente não combinava com ela.Ela usava um vestido simples claro e leve, tão delicado quanto seus contornos, ele não conteve o ímpeto de espia-la entre os corredores de prateleiras. A garota lhe parecia muito diferente da maioria das meninas que o cercavam, estas eram produzidas demais, fúteis e sempre rebocadas de maquiagem, Ana a seus olhos era simples, elegante e muito genuína.Ela tinha cabelos longos na altura da cintura, eram literalmente dourados, seu rosto fino e delicado e a pele clara, parecia quase nunca sair ao sol, quando ela olhou para ele naquele dia suas bochechas estavam coradas.Os cílios de Ana eram logos e seus olhos eram esverdeados, límpidos e grandes, seus cabelos com cachos soltos pareciam fios de cobre.Bruno sentiu seu coração dar um pulo quando teve seu corpo ser tocado pelo corpo de Ana. Sentiu o aroma fresco que exalava de seus cabelos, logo abaixo de seu queixo.Ela pediu desculpas a ele, que ficou tão encantado com sua voz, que se esqueceu de responder, apenas quando ela se virou ele abriu os braços para que ela não se desiquilibrasse e caísse.Ela se foi, seu coração neste momento ficou inquieto e ele ficou com cara de bobo, seus colegas zombaram dele por dias.Passou-se alguns dias e Ana não o viu mais, mesmo frequentando a mesma faculdade os dois não se viram.As vezes ela se pegava lembrando do sorriso maroto de Bruno, e do vexame que passou. Seus dias foram comuns, como tantos outros, se não fosse por algumas vezes vir a sua mente a imagem do desconhecido e a sensação estranha que ela sentia toda vez que se lembrava dele.Durante uma aula, que Ana não gostava muito, houve uma batida na porta. O professor foi até a porta e ao avistar uns garotos do lado de fora abriu-a e fez um gesto com a cabeça para que o grupo entrasse.O grupo tinha vindo convidar os alunos de matemática para participar da semana de engenharia, para a surpresa de Ana, Bruno estava entre eles. Quando ela o viu tentou se encolher na cadeira, para que não fosse notada, mas ele a viu e fez questão de mostrar que a tinha visto.Logo depois, de uma breve apresentação sobre o que tinham ido fazer ali, ele se dirigiu a uma garota que estava toda animada logo ao lad
Ele não se importou com o protesto dela. Caminhou com passos largos de forma que Ana, bem menor que ele, estava quase correndo para alcança-lo, mais um pouco e ele a arrastaria pela calçada. Quando localizou um lugar mais tranquilo, ele a colocou de costas para uma parede, soltou seu pulso e olhou-a nos olhos com um sorriso nos lábios. Ela estava muito brava, com os braços cruzados no peito como forma de protesto, fazendo bico. - Por que você foge de mim? Ana olhou para ele curiosa, tentando descobrir o que se passava na cabeça dele. - Eu estou fugindo de você? Por que acha que fujo de você? - Tenho te procurado por dias e você simplesmente sumiu. - Eu nem sabia que você me procurava, você é maluco? Ele gargalhou e respondeu colocando a as mãos na parede, uma de cada lado dela, de forma que ela ficasse presa entre seus braços. - Não era, mas desde que você propositalmente trombou em mim aquele dia, acho que tem me faltado algum parafuso. - De propósito? Por que acha que e
Ela o olhou com cara de espanto. - Não pense demais, é de praxe para o formulário e o certificado, assine aqui! Ela o olhou desconfiada e assinou a ficha, anotou o telefone no rodapé da fich.Depois olhou para os lados e viu que ninguém pedia telefone, ela tinha sido tapeada. E mais,depois que entrou no salão, olhou para fora e o viu entregar a prancheta para uma garota que se derretia na sua frente. Ana ficou furiosa consigo, mas também achou graça não podia negar ele era esforçado. Ela encontrou seus amigos que estavam sentados no início da fileira, próximo ao corredor.- Com licença, com licença. Estava sentada perdida em pensamentos quando viu Bruno se esgueirar entre as pessoas de sua fileira e se sentar ao lado de Julia.Ela agiu com naturalidade, afinal estavam em um lugar público e ele poderia se sentar onde bem quisesse, isso era o que sua razão dizia, mas seu coração palpitava. Ele vestia uma camisa polo preta impecável e uma calça caqui, ele estava sempre muito bem
Bruno olhou para ela levantando uma sobrancelha, ele era para ela apenas o carinha que organizou uma semana de estudos? Ao passo que o outro era seu amigo? Pedro também não ficou contente ao ouvi-la dizer "amigo", na verdade, ele queria ser bem mais que amigo. Pedro acompanhava Ana há tempos, mas não se declarava, pois tinha medo de que, se caso ela o rejeitasse, até a amizade ficasse arruinada.Pedro era um belo rapaz, um pouco mais baixo que Bruno, era do tipo que gostava de academia e jogar bola, era divertido e também muito protetor. Conheceu Ana há uns três anos, ele era veterano e ela a caloura, se conheceram por intermédio de Julia, que se tornou amiga de Ana, desde o momento que iniciaram o curso juntas. Quando Ana entrou para a faculdade, era apenas uma garotinha vinda do interior, longe da família se aventurando na capital. Porém, tinha algo mais, ela trazia em seus olhos uma certa fragilidade. por trás do sorriso tímido havia uma insegurança e até mesmo uma tristeza.M
Bianca era de família rica, era muito mimada estava disposta a tudo para não perder Bruno, ela acabaria com qualquer mulher que atravessasse seu caminho, pois acreditava em suas qualidades. Ana com a ajuda do homem se levantou e foi para o escritório. - Você não quer que te leve ao hospital? - Agradeço, foi só um ralado. Ana disse se despedindo do senhor que a acompanhou até o escritório.No escritório Antônio viu Ana chegar, mancando e o joelho ensanguentado.- O que aconteceu? Ele foi até ela.- Nada demais, um carro passou no sinal vermelho e quase me acertou na faixa, desequilibrei e cai.- Você acha que isso não foi nada demais? Ele disse olhando e apontando para o joelho dela que sangrava.Ela olhou para o joelho e não respondeu nada.- Não precisa trabalhar hoje, vá ao médico. Junior? Ele chamou.Um rapaz apareceu na porta.- Leve Ana ao hospital, tenho uma reunião agora, depois deixe-a em casa.- Sim senhor.Junior era o assistente, Ana era secretária, ele ajudou Ana a se l
- Certamente eu farei, embora eu pense em casa e ficar em casa e cuidar da família.Bruno a olhou desconfiado, não acreditava nas palavras dela -Fique a vontade, vou tomar banho, quando sair feche a porta.- Está bem! Bianca engoliu seco imaginando Bruno no banho, não pode deixar de fantasiar uma situação com ele no banheiro.Enquanto isso, Ana passou o dia em casa. Seu joelho havia feito um pequeno corte, a dor era mais por ter batido no chão.Tomou banho e lavou os cabelos e escolheu um short saia de tafetá, ele ia até uns dois dedos acima dos joelho, se colocasse calça o tecido poderia machucar a ferida.Ela não usava roupa curta para ir a faculdade colocou uma camisa branca, leve e um relógio azul, no pulso, realçava sua pele clara, sapatilhas nos pés. Fez uma maquiagem natural, e quando olhou no espelho gostou, era singela e romântica. Então, já estava quase na hora ela resolveu descer para o saguão, quando Bruno ligasse ela já estaria lá embaixo, não gostava de deixar as pesso
Neste momento Ana olhou para o retrovisor e encontrou o olhar de Bruno, ele ficou um tempo parado enquanto Bianca se afastava. Ele saiu do carro e abriu a porta traseira para que Ana descesse e se sentasse no banco do carona.- Desça!- Obrigada, vou aqui mesmo. Estamos com pressa- Ela disse em tom um pouco descontente.- Porque você não me ligou quando se feriu? Você viu quem foi? Anotou a placa?- Não havia necessidade, e não anotei nada, foi muito rápido.Ele fechou a porta com um baque e dirigiu diretamente para a faculdade estava aparentemente irritado.Quase chegando ele disse – Você é muito torpe.Ana ficou espantada com a afirmação dele, ela não via a hora dele parar o carro para que ela descesse.Assim que ele estacionou o carro, ela abriu a porta e saiu, ela nem se lembrou do joelho machucado.Ele saiu rápido do carro e foi atrás dela e a segurou pelo braço, ela se desequilibrou e por pouco não foi ao chão.- O que você pensa que está fazendo?- Indo para a aula, já estou a
Eles comeram em silêncio. - Você poderia me emprestar um carregador? Meu celular está descarregado. - Descarregado? Por isso te liguei e você não atendeu! Você não consegue se cuidar? - O que tem a ver? Ela disse espantada. - Como você sai com o celular descarregado? E se você precisa ligar por ajuda? - Eu, Eu... Ana começou a gaguejar não sabia o que dizer. - Tome, pode dormir no quarto eu ficarei na sala. Ele disse, lhe entregando o carregador. Ela pegou o celular e o carregador e foi para o quarto, sem entender porque ele estava tão zangado. Ela colocou o celular para carregar e se deitou na cama, virou de um lado para outro não consegui pegar no sono, a cama tinha o cheiro de Bruno. Como não conseguia dormir flashes do incidente mais cedo, com aquele homem nojento, vinha a sua mente. Neste momento outra coisa também lhe chamou a atenção, a fúria com que Bruno o atacou, ela se esforçou para não pensar mais, queria esquecer este dia. Na manhã seguinte ela vestiu sua roupa