Crise no Casamento! Primeiro amor, Fique Longe
Crise no Casamento! Primeiro amor, Fique Longe
Por: SSS
Capítulo 1
No hospital, Bruno Henrique aprumou-se em toda a sua altura, destacando-se na multidão.

— Não é da sua conta, pode ir embora.

Mal tinha me aproximado quando ouvi ele dizer isso, e o saco que eu segurava foi tirado das minhas mãos.

A meia-irmã de Bruno foi levada ao hospital no meio da noite, e minha única função, como cunhada, era apenas trazer algumas roupas, nada além do que uma empregada faria.

Estávamos casados há quatro anos, e eu já estava acostumada à frieza dele, então fui falar com o médico para entender a situação.

O médico disse que o ânus da paciente estava rompido, causado pelo ato de fazer amor com um parceiro.

Naquele instante, senti como se tivesse caído em um poço de gelo, o frio invadindo-me dos pés à cabeça.

Que eu soubesse, Gisele Silva não tinha namorado, e quem a levou ao hospital naquela ocasião foi meu marido.

O médico ajustou os óculos no nariz e me olhou com certa pena.

— Os jovens hoje em dia gostam de buscar novas emoções e procurar por estímulos.

— O que quer dizer com isso?

Eu esperava que ele me dissesse mais alguma coisa, mas ele apenas balançou a cabeça e me convidou a sair do consultório.

Embora fosse uma da manhã, o hospital estava cheio. Perdida em meus pensamentos, esbarrei em várias pessoas.

Gisele havia se mudado para a família Henriques quando sua mãe, Karina Silva, casou-se com o pai de Bruno.

Após meu casamento com Bruno, ela disse que não queria morar na Antiga Mansão da família Henriques, então nossa casa sempre foi habitada por nós três.

Por inúmeras vezes, vi Gisele beijando a bochecha de Bruno. Inicialmente, pensei que fosse apenas um sinal de boa relação entre irmãos, mas naquele momento, quem poderia saber se os dois beijavam na boca quando estavam sozinhos?

Não tive coragem de continuar pensando nisso, e então apressei-me em direção ao quarto.

O rosto pálido de Gisele estava coberto de lágrimas. Ela segurava a manga de Bruno, dizendo algo que eu não conseguia ouvir, parecendo muito inocente e frágil.

Aquelas cenas de novela, onde alguém escutou conversas alheias, simplesmente não aconteciam na vida real. As portas modernas, quando bem fechadas, tinham um isolamento acústico excelente.

Bruno estava de costas para mim.

Eu não conseguia ver sua expressão, nem ouvir sua voz, mas sabia que ele estava definitivamente de coração partido.

Minha mão, que tentou empurrar a porta, parou e, no final, eu a deixei cair. Entrar e confrontar ele diretamente seria imprudente, e eu também não sabia se minha sanidade conseguiria suportar a verdade.

Nosso casamento foi uma aliança entre famílias com poderes equilibrados.

Muitas vezes, senti-me feliz por viver em uma família abastada e por casar-me com o homem que amava.

Mas esses quatro anos de casamento passaram depressa, e tudo mudou. Com a morte do meu pai, minha família entrou em decadência.

Eu não tinha talento para negócios, e para não desperdiçar os esforços do meu pai, minha mãe teve que lutar sozinha para manter tudo.

No dia a dia, recebia muita atenção de Bruno na empresa.

Se eu fosse confrontá-lo com base em apenas suposições, nosso já frágil casamento poderia desmoronar de vez.

Como não havia ninguém em casa, fui direto para o quarto de Gisele. Uma menina com segredos no coração não conseguiria esconder o amor, caso existisse.

Gisele não era uma garota dedicada aos estudos, faltar às aulas na faculdade era algo comum. Quando precisava de dinheiro, adorava puxar o braço de Bruno e pedir com charme:

— Irmão, dinheirinho.

Ela pesava trinta e cinco quilos, tinha um metro e oitenta, e seu sorriso lembrava uma boneca de porcelana de anime.

Sempre que ela pedia com aquele jeitinho, não só Bruno, mas até eu, acabava transferindo vinte mil reais de mesada para ela.

No entanto, no quarto dela não havia nada relacionado a textos, nem livros, nem cadernos. Apenas uma foto antiga dela com Bruno, tirada quando eram crianças, estava sobre a penteadeira.

Gisele já tinha me contado sobre isso. Foi no primeiro dia dela na família Henriques, quando insistiu para tirar uma foto com o irmão bonito.

Bruno já era bastante maduro na época, e mesmo com um rosto fechado, sua beleza era inegável. Gisele disse que essa era sua foto favorita.

Não consegui encontrar nada no quarto de Gisele. Então fui ao escritório de Bruno e revirei até o cofre, mas não achei nenhuma pista.

Às três da madrugada, eu estava com o celular na mão, procurando na internet "como descobrir se o marido está traindo e reunir provas?".

As respostas dos internautas eram variadas e os métodos sugeridos eram bastante engenhosos, mas nenhum parecia adequado para a nossa situação.

Bruno tinha quartos reservados em vários hotéis, então suas estadias não deixariam registros.

Deitada na cama, virando-me de um lado para o outro sem conseguir dormir, decidi enviar uma mensagem para Bruno.

“Você volta hoje à noite?”

Eu sabia, muito claramente, que estava tentando usar a preocupação dele comigo como prova de que ele não estava me traindo. No fundo, eu não queria aceitar a ideia, ainda mais considerando que a suposta pessoa era a irmã dele.

Todavia, eu também sabia que ele com certeza não voltaria, que passaria a noite toda cuidando de Gisele, sem dormir ou descansar.

Eu estava presa em um redemoinho de dor.

Para minha surpresa, recebi uma resposta de Bruno em cinco minutos. Uma simples palavra: "Volto", fria como ele sempre foi.

De maneira estranha, essa frieza me trouxe uma certa alegria.

O reflexo no espelho me mostrava apoiada no travesseiro, com olhos brilhantes que ainda exalavam uma pureza ingênua sobre a realidade.

Mas, aos vinte e seis anos, eu sabia muito bem como essa pureza e a lingerie sensual que eu usava poderiam impactar um homem.

Sentei-me elegantemente no sofá da sala de estar, determinada a ser a primeira coisa que ele veria ao entrar. Gisele não estava em casa, era a oportunidade perfeita para algo mais estimulante.

Esperei até às cinco da manhã, mas não ouvi nenhum som de carro chegando. Adormeci com lágrimas escorrendo sobre a mensagem de Bruno.

Não sabia quanto tempo se passou até que alguém me sacudiu pelo ombro. Ao abrir os olhos, a face altiva de Bruno apareceu de repente diante de mim.

Eu me levantei do sofá, e o cobertor escorregou sem querer, revelando meu corpo meticulosamente preparado. Sorrindo, o cumprimentei:

— Amor, você está com fome? Quer que eu faça um macarrão para você?

Já fazia muito tempo que não tínhamos relações sexuais. Como alguém poderia resistir a maneira como eu estava vestida depois de ficar tanto tempo sem fazer sexo?— Ontem eu tive um compromisso. — Ele explicou brevemente, estendendo a mão para me pegar e levando-me para o andar de cima.

Eu sabia o que ele queria dizer com "compromisso"; Gisele deve tê-lo retido. Mas naquele momento, isso pouco me importava. Apenas estar nos braços dele já me fazia sentir excitada, e eu me mexia inquieta em seu colo.

Beijando seu pomo de Adão, meio suplicante, meio sedutora, murmurei:

— Querido, faça amor comigo.

Mas ele não fez.

— Vista uma roupa, não quero que você fique frio. — Ele me colocou na cama do nosso quarto e, dizendo isso, entrou no banheiro.

Um vazio imenso tomou conta de mim, refletindo a intensidade do desejo que sentia, transformando-se em vergonha. Se ele realmente estivesse me traindo, seria capaz de machucar Gisele com sua paixão a ponto de levá-la ao hospital, mas não tinha desejo por mim, que era a sua esposa legítima.

A sensação de sufocamento quase me dominava.

Dez minutos se passaram, a paixão já havia desaparecido, mas o som da água no banheiro ainda não cessava.

— Como está Gisele? — Perguntei a ele através da porta do banheiro: — Precisa que eu vá cuidar dela?

— Não precisa, vou tomar um banho e trocar de roupa, depois vou ficar com ela.

— Você não precisa trabalhar? Posso cuidar dela, seria a mesma coisa.

O som da água não conseguia abafar sua determinação.

— Ana, Gisele não pode ficar sem mim agora!

Lágrimas de tristeza escorreram pelo meu rosto quando eu me apoiei na porta. Era Gisele quem não podia ficar sem ele, ou foi ele mesmo quem feriu Gisele?
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