Eu estava com o saco de Bruno nas mãos, e não sabia o que fazer com ele nem podia pegar nem podia largar.O copo estava firme em minha mão, e, quando fui abrir a boca, até minha voz falhou.— Bruno, não precisa encher até a borda... — Forcei-me a controlar a vergonha, apontando para o que estava escrito no rótulo da garrafinha. — Aqui está escrito que a quantidade de uma vez é o suficiente.— Como você sabe que não vou encher a quantidade certa?Fiquei tão surpresa que os pelos do meu corpo se arrepiaram. Levantei a manga e estiquei o braço para mostrar a ele o quanto estava atônita.— Bruno, você tem noção do que está dizendo?!— Não tem ninguém vendo, qual o problema?De repente, Bruno abaixou a cabeça e, com uma suavidade quase irreconhecível, mordeu meu clavículo.Não doeu, mas a pressão não era algo que eu pudesse ignorar. Era uma força que me fazia querer gritar, mas eu me segurava.Mordi forte o lábio inferior e, sem pensar, envolvi a cabeça dele com minhas mãos.— Bruno, não fa
Rapidamente, pressionei minha testa contra a de Bruno, me mantendo em silêncio, desafiando ele com o olhar. A pele que ele beijara ainda queimava, e seus olhos eram como magma escaldante; bastava ele me olhar uma única vez para que meu sangue começasse a tremer e a se agitar, sem controle. No hospital, o sistema de ar-condicionado era dos mais modernos, mas mesmo assim, uma fina camada de suor apareceu em minha palma. Se continuássemos assim, logo, quando saísse daqui, não conseguiria olhar ninguém nos olhos.— Bruno, me deixa levantar! Eu mantinha o rosto impassível, tentando disfarçar a frieza que eu forçava em meu semblante.A adâmia de Bruno subia e descia, ele claramente não queria responder ao que eu havia dito. Talvez o meu olhar tivesse sido firme demais, mas, por fim, ele abaixou a cabeça, derrotado, enterrando o rosto em meu pescoço. Sua respiração quente e úmida se espalhou pela minha orelha, e ele, sem poder mais, se esfregou contra mim, fazendo a voz dele tremer, chei
Não sei por que, mas ao ouvir Bruno dizer aquilo, uma sensação de pânico e medo tomou conta de mim. Eu temia que fosse uma armadilha, que, se eu relaxasse nem que fosse um pouco, acabaria novamente presa na lama.O ambiente completamente fechado me deixava sem ar, e eu quase sentia uma necessidade desesperadora de sair dali.— Bruno, você... — Falar com ele sobre isso me parecia um pouco embaraçoso, mas, naquele momento, eu não me importava mais com isso. — Você não tem uma foto? Olha a foto, está tudo lá.Minha voz foi diminuindo até que, ao final, eu mesma mal conseguia ouvir o que dizia.Por trás de mim, o som baixo e sugestivo de um suspiro masculino, mais intimidador que qualquer imagem congelada na tela, me fez sentir ainda mais envergonhada.De repente, uma dor aguda na minha cintura me fez soltar um pequeno gemido.Bruno havia apertado minha cintura com uma força punitiva. Quando eu me assustei e gritei, parecia que ele também tinha se assustado, e sua mão na minha cintura est
Agora não era o momento certo. Não importava o que Bruno dissesse, eu não estava ouvindo...Tudo o que me preocupava era como eu enfrentaria Bruno no dia seguinte, ou nos próximos dias. Tudo o que estava acontecendo naquele momento era muito além do que eu imaginava que poderia acontecer entre nós.Era difícil garantir que ele não quisesse algo mais. O que eu faria então?De repente, uma dor aguda apareceu na minha cintura, e a voz de Bruno soou abafada, cheia de frustração.— Não me ouviu? Está distraída nesse momento? Isso me deixa completamente derrotado.— Que momento? O que você está fazendo, não eu! — Eu estava irritada, cobrindo o rosto com a mão, e minha voz tremia, como se eu fosse chorar a qualquer momento. — Bruno, não pode apressar isso?Eu só queria sair daquela sala de exame o mais rápido possível.— Se eu apressar, eu não vou aguentar.Eu não consegui refutar! Parece que até o som da roupa se arrastando atrás de mim foi reduzido, se tornando mais lento, como se ele qui
Com o som das palavras, o ambiente da sala mergulhou em um silêncio profundo.— O que você disse?Uma força imensa apertou meus ombros, e Bruno me virou com brusquidão. Senti como se meu corpo estivesse prestes a se despedaçar.Bruno, com a voz rouca, soltou um grunhido de dor.— Diga de novo! Como assim? Eu também tomei aqueles remédios!A expressão de Bruno era semelhante à minha de outrora.Quando descobri sobre isso pela primeira vez, eu também estava atônita, incapaz de acreditar. Minha surpresa foi tamanha que duvidei de tudo ao meu redor. Por que tudo nesse mundo parecia uma mentira?Enquanto observava o rosto de Bruno, que passava da surpresa à confusão, meu próprio rosto palideceu. Minha respiração se tornou leve, como se eu fosse desaparecer a qualquer momento.Será que ele acreditaria nas minhas palavras?Ele acreditaria naquela mulher que lhe deu tanto amor quando era criança, ou acreditaria em mim?— Fale! — Após um breve momento de confusão, Bruno pareceu agarrar uma opor
O corpo de Bruno tremia incontrolavelmente, e eu tentei levantá-lo do chão, mas minha força era insuficiente.Ajoelhei-me na sua frente, e com as mãos delicadamente segurei seu rosto.— Não chore mais, tudo isso já passou.Bruno pressionou levemente com as mãos, e, num movimento instintivo, fechei os olhos. Perdi o equilíbrio e caí diretamente em seu abraço.Senti uma dor intensa atrás da orelha, e Bruno mordeu meu lóbulos, passando a língua suavemente, como se quisesse sugar o meu sangue, mas ao mesmo tempo hesitasse em me causar dor. Ele lutava contra um soluço, e sua mão grande e firme deslizava pelas minhas costas.— Só de pensar que você pode desaparecer para sempre da minha vida... Meu mundo inteiro parece desabar...Lentamente, abri os olhos, forçando-os a se manter abertos, e inclinei um pouco a cabeça para trás.Quando fui para o exterior, será que eu também não pensava na possibilidade de desaparecer completamente do seu mundo? Talvez, no fundo, a forma como ele e eu entendem
No hospital, Bruno Henrique aprumou-se em toda a sua altura, destacando-se na multidão.— Não é da sua conta, pode ir embora.Mal tinha me aproximado quando ouvi ele dizer isso, e o saco que eu segurava foi tirado das minhas mãos. A meia-irmã de Bruno foi levada ao hospital no meio da noite, e minha única função, como cunhada, era apenas trazer algumas roupas, nada além do que uma empregada faria. Estávamos casados há quatro anos, e eu já estava acostumada à frieza dele, então fui falar com o médico para entender a situação. O médico disse que o ânus da paciente estava rompido, causado pelo ato de fazer amor com um parceiro.Naquele instante, senti como se tivesse caído em um poço de gelo, o frio invadindo-me dos pés à cabeça.Que eu soubesse, Gisele Silva não tinha namorado, e quem a levou ao hospital naquela ocasião foi meu marido.O médico ajustou os óculos no nariz e me olhou com certa pena.— Os jovens hoje em dia gostam de buscar novas emoções e procurar por estímulos.— O qu
Minha visão caiu sobre a calça de Bruno, que estava jogada ao lado da cama, com o cós frouxo e distorcido formando um rosto choroso, e um canto de seu celular preto deslizando para fora, parecendo mais triste com as lágrimas.Na vida matrimonial, acreditava que tanto o amor quanto a privacidade eram importantes. Sempre demos espaço um ao outro e nunca mexemos no celular do parceiro.Mas hoje, depois de vasculhar até o escritório, pensei que também deveria olhar o celular dele.Peguei o celular e com pressa, mergulhei debaixo das cobertas até cobrir minha cabeça.Eu estava muito nervosa.Diziam que ninguém conseguia manter um sorriso no rosto após verificar o celular do parceiro. Eu tinha medo de encontrar provas de sua traição com Gisele ou de não encontrar nada e parecer que não confiava nele.Ao pensar no bracelete que ele gostava de usar todos os dias, meus dentes começaram a tremer.“Bruno, o que você está escondendo de mim? O que realmente importa para você?”Errei a senha várias