Capítulo 18

Ela parou na ponta do balcão

- Imagina, está tudo bem!

- Você pode por favor, ligar para o meu celular?

- Acho que ele escondeu.

Riven já estava super irritado com outras coisas, o trabalho, ligou uma vez só, caiu na caixa postal, ele foi saindo da cozinha

- Vou perguntar a ele, onde está. E já te falo!

Rigel pegou a caixa de chocolates, foi abrindo

- Tem certeza que não quer?

Ela encostou ao lado pensativa

- Não consigo comer nada, quando fico nervosa.

- Eu converso com você, se parar de deixar coisas em meu quarto.

- Você acha que ele vai ficar bravo comigo, por muito tempo?

Ele ficou na dúvida, para saber se ela estava falando do Riven ou Amin, preferiu nem perguntar, disse que não ia e logo tudo ia voltar a ficar bem, Amin foi se aproximando chorando, entrou na cozinha cabisbaixo, parou perto dela

- Desculpa por te machucar, foi sem querer.

Riven estava atrás, perguntou pelo celular, nem deu tempo de Sky o desculpar, ele foi entrando na lavanderia, apontou o tanque chorando, Riven não acreditou quando viu

- Vai pro seu quarto, vai ficar de castigo.

Pegou o celular de dentro da água, mostrou para eles

- Skylar ele jogou no tanque! Sinto muito.

- Se não tiver como arrumar, te dou outro novo.

Ela se aproximou boquiaberta chocada, pegou o celular sem dizer nada, ficou emotiva, começou secar na roupa

- Vou para o quarto.

Se sentindo muito idiota e arrependida, só conseguia pensar nos pais, porque não teria como explicar de onde veio o dinheiro para comprar um celular novo, trancou a porta e começou entrar em pânico.

Rigel falou para o irmão o que aconteceu, acabou falando demais, sendo sincero, reclamando do comportamento de Amin, questionando a onde iriam parar, com tanta falta de respeito.

O caos terminou de se instalar, Riven não gostava de ouvir a nada calado, mesmo que estivesse errado, foi rude, já começou com a conversa de irem embora de lá.

Quando contou aos pais, o que Amin fez com o celular, Violeta também acabou se excedendo dando palpites, reclamou da casa sempre estar bagunçada e comparou a infância deles, dizendo que nem com gêmeos, era assim.

Amin estava em seu quarto sozinho, Riven acabou se alterando chamando atenção dele, ficou realmente muito bravo, exausto, ao vê-lo retrucando dizendo que era só comprar outro, sem se desculpar ou ter consciência de que estava se prejudicando e sendo muito errado com as babás.

Riven perdeu o controle e acabou lhe dando umas boas palm adas, algo que muito raramente acontecia, Amin chorou mais ainda pedindo socorro, fazendo todo um drama, ninguém se meteu, os avós acharam bem feito.

Riven o levou para ficar no mesmo quarto, o encheu de medo, dizendo que a Sky ia embora, questionou porque ele estava agindo tão mal, se tinha de tudo em casa, Amin disse que não tinha tudo, porque não tinha mãe, ficou realmente sentido com o pai, por apanhar, porque não era algo comum.

A culpa começou a pesar bem rápido, Riven não demorou meia hora, pegou algumas coisas para os dois e saiu sem falar nada para ninguém, foi dormir em sua casa, que estava praticamente do mesmo jeito, desde que Agnes partiu.

Toda semana ele dava uma passada lá, sempre melancólico, solitário, lembrando tudo de bom o que viveu, as vezes só ficava deitado por horas pensando, ou fazia uma faxina, quase nunca levava Amin junto.

Ao ver para onde foram, o menino também entendeu que o pai estava triste, Riven pediu pizza, perguntou se ele queria voltar a morar lá, só os dois, comentou que iria ser preciso, trocá-lo de escola, para outra que fosse período integral e não teriam mais babás, Amin estava pensativo comendo, perguntou se não iria mais ver a Sky, Riven balançou a cabeça que não, ele ficou emotivo

- Ela não gosta mais de mim?

- Vai embora porque eu machuquei ela?

- Compra outro celular pra ela, por favor papai, não quero que me abandone.

Riven ficou com dó, também com medo desse apego repentino, já que os dois estavam juntos a poucos dias, tentou desconversar

- Ela só está triste, mais gosta muito de você.

- Não vai adiantar dar outro celular, as coisas não funcionam assim filho, você não pode dar um presente, para tentar se desculpar, toda vez que faz algo errado e magoa alguém.

Amin parou de comer chateado

- Mais você faz isso comigo papai, quando briga me dá presente pra eu ficar feliz depois.

Ele ficou desconcertado, porque realmente fazia isso sempre, o acariciou afetuoso

- O papai só quer te ver feliz filho, você é a minha vida.

- Vou começar trabalhar menos e ficar mais com você, só nós dois.

- Vamos voltar morar na nossa casa, ir viajar sem mais ninguém...

Amin interrompeu

- Mais não existe família de dois e eu gosto de morar com a minha vózinha.

Riven ficou olhando pensando no quanto incomodavam a todos morando lá, disse que sempre iriam passear, mais que precisavam ter um lar, só deles, com as coisas que a mamãe gostava, Amin respondeu distraído

- Mais ela não vai voltar mesmo.

- A gente não precisa guardar tudo.

- Posso faltar da escola amanhã?

Riven ficou emotivo, tentando conter o choro, disse que com certeza iriam faltar de tudo, passar o dia juntos, assistir muitos desenhos e passear, Amin o viu chorando, se aproximou para abraçar

- Não vou mais te deixar descontente tá bom papai.

- Vou ser um bom filho de novo.

Desabando em lágrimas, Riven disse que ele era um ótimo filho, já mandou mensagem avisando a van, que ele não iria no outro dia.

Quando Violeta viu que os dois saíram, já imaginou pra onde foram, foi fazer o jantar, também ficou chateada com tudo, Rigel nem foi a academia, ficou fazendo companhia aos pais, comentou que achava Sky muito sensível para aguentar o Amin e que provavelmente, ela iria desistir e com razão.

Quando tudo ficou pronto, Violeta foi chamar ela, Sky tinha acabado de tomar banho, estava com os olhos inchados vermelhos, de tanto chorar, abriu a porta apreensiva

- Oi.

Violeta sorriu sem jeito

- Vamos jantar, como está a sua mão?

Sky mostrou também sem jeito

- Não foi nada demais, qualquer coisa me deixa com hematomas.

- Não estou com muita fome, tudo bem se eu ficar aqui?

Violeta a abraçou com dó e vergonha do neto

- Claro, você quem decide. Vou deixar um prato no microondas, depois você come quando sentir fome. Pode ser?

Toda emotiva constrangida por parecer mal educada, ela disse que realmente não precisava, comentou que estava com queimação, náuseas, por causa de toda a agitação.

Violeta ofereceu remédios, se desculpou, para não a deixar mais constrangida disse que tudo bem, voltou para a cozinha com dó, cochichou dizendo que ela não queria e estava com carinha de choro, Ivan também achou que ela ia desistir.

Sky estava mais preocupada com os pais e a amiga, porque não ia conseguir avisar nada, e ainda faltavam dois dias para a semana acabar.

Também ficou preocupada em ser demitida, ainda não queria deixar tudo, estava repleta de dúvidas, se sentindo incompleta, como se não pertencesse a sua vida antiga e a nova também não.

Ficou assistindo até mais tarde, levantou tomar água, sem vontade de comer, Rigel estava na sala assistindo, viu que a luz acendeu na cozinha, foi levar um prato como quem não queria nada, ela estava encostada na pia olhando fixamente para o nada, terminou de beber a água, assim que o viu, ele colocou o prato ao lado

- E a mão Sky? Tomou algum remédio para dor?

Ela balançou a cabeça que não, saiu de dentro do balcão, encostou fora o observando

- Sei que não é ele, porque ele quase não sorri pra mim e não me chama assim.

Ele foi fuçando no armário, pegou a caixa de chocolates, sentou no balcão um pouco longe dela

- É, ele é mais sério, sempre foi.

- Ele saiu, com o Amin, deve ter ido pra casa dele.

- As vezes eles fazem isso, quando nada parece dar mais certo por aqui.

- Amanhã eles voltam com certeza, sempre voltam.

- Já jantou? Quer seu chocolate?

Ela deitou a cabeça no balcão, em cima do braço

- Não, eu não me sinto bem para comer nada, quando passo por muita agitação.

- O que tem na casa dele? Onde é?

Ele sorriu irônico

- Tem tudo, está como sempre foi, ele não desfez nada, não gosta que ninguém mexa.

- É a uns vinte minutos daqui, não muito longe da sua.

- Você não mora perto do hospital? Aquele particular?

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