Baile Beneficente Eisner Holdings -
Desci do carro com delicadeza, tentando não amassar o vestido que os rapazes haviam enviado para a minha casa. Eu estava usando um vestido de seda vermelho. Ele era colado e havia um decote na frente e atrás, fazendo como alça uma fina corrente de ouro. Nos pés um salto preto tamanho dezoito, com pedras nos detalhes. E no meu ombro, havia uma pequena bolsa pendurada com as mesmas pedras que a sandália. Minha maquiagem era minimalista, mas o vermelho dos meus lábios tinha que dar destaque, para mostrar a elegância do look. Eu me senti como se estivesse em um filme de Hollywood. - Mesmo sabendo que as pessoas que estavam ali não era diferente com as da televisão. —Senhorita! - Disse um homem uniformizado, estendendo a mão para que eu entrasse pelo tapete vermelho com ele. Eu então a segurei e o acompanhei. Eu já havia sido instruída do que eu deveria fazer; eles ensaiaram tudo, desde como eu deveria me portar ao jeito que eu deveria falar. Enfim, a namorada de aluguel. Entrei no luxuoso salão com o homem, que logo me cumprimentou e se afastou, me deixando a vontade. Olhei em volta para aquela festa, me sentindo completamente perdida. Tudo o que eles falaram para eu fazer, era completamente diferente de estar lá pessoalmente. Havia bebidas por todos os lados, inclusive uma torre feita com taças de champanhe. Estavam também servindo canapés para os convidados e outras delícias. Assim que um garçom passou por mim, sorri e estendi a mão, mas antes de pegar, uma voz chamou meu nome me deixando envergonhada. —Luiza? - Chamou a voz feminina me fazendo virar para a olhar. —Sophie? Achei que estava no exterior! - Falei sem graça a vendo se aproximar. Ela então, me olhou de baixo a cima, fazendo uma sutil cara de nojo. —Nossa, que repaginada! - Disse ela, tocando meus cabelos. —E então, o que faz aqui? Tenho certeza de que não veio para participar do leilão. —Ela está comigo! - Disse Augusto e ex namorado de Sophie. Assim que ele falou aquilo, se aproximou de mim, abraçando a minha cintura, ficando atrás de mim. —Guh! - Chamou Sophie com decepção. —Por que está fazendo isso? —Do que estamos falando? - perguntou ele se aproximando de mim, me dando um beijo na bochecha e então, ele cochichou. —Você está muito cheirosa! —Não me diz que vocês estão juntos? - Perguntou ela mostrando-se decepcionada. —Não! —Sim! - Respondemos o contrário e em uníssono. Foi então que Augusto me encarou com frieza. —Não? - Perguntou ele vincando as sobrancelhas. —Por que está mentindo. Devo te castigar por isso? —Me desculpa! - Falei me virando para olhar Sophie em seguida. —Precisamos ir. Boa festa! Assim que falei, Augusto segurou minha mão e caminhou comigo pelo salão, me exibindo como se eu fosse um troféu. Quanto mais olhavam para mim, mais ele sorria com aquele semblante de superioridade. Ficamos mais um pouco forçando simpatia para as pessoas e então, vi que Augusto encarava o relógio em seu pulso como se estivesse preocupado. Achei aquilo estranho e então, me aproximei o tocando no braço. —Augusto, aconteceu alguma coisa com o seu irmão? Por que ele não está aqui? —Ele já deve estar chegando! - Respondeu ele, me encarando com uma sobrancelha arqueada. —O que foi? É tão ruim assim ter a minha companhia? —Olha, eu vim em missão de paz. Não vou cair nos seus joguinhos se não vamos acabar brigando novamente. - Falei o vendo sorrir ladino e se aproximar de mim. —Depois de ouvir essas doces palavras, até senti vontade de te beijar, mas isso vai acabar borrando o seu batom. Quando ele disse aquilo, prendi a respiração tentando controlar o meu nervosismo. Ele sabia como me deixar nervosa. De repente ele respirou fundo e encarou a porta. Assim que olhei na mesma direção, vi Rangel entrar com o pai dele e mais uma garota. Eu então, vinquei as sobrancelhas e encarei August. —Quem é aquela? - Perguntei o vendo soltar um riso pálido. —A noiva dele. - Disse ele se virando para me olhar. —E você será a minha hoje! Assim que ele falou aquilo, segurou firme o meu pulso e caminhou em direção ao pai dele. Assim que o homem me olhou, seu semblante mudou rapidamente para algo indescritível, mas não parecia algo bom. —Pai, quero que conheça a minha noiva! - Disse Augusto o encarando com frieza. —Não vamos estragar o aniversário da sua avó. Essa festa é importante para ela. - Disse o senhor Eisner, saindo sem falar comigo. O homem caminhou par ao fundo do salão, entrando em uma sala em seguida. Não satisfeito com o esculacho, Augusto foi atrás me puxando junto dele. —Pai, precisamos falar disso agora! - Disse Augusto fazendo com que o pai dele parasse de andar e me olhasse com desdém. —Então ela é a sua noiva? E você está me dizendo para a aceitar? —Sim! Eu a amo! - Disse ele fazendo o pai sorrir. —A ama? - Falou o homem puxando o meu braço. —Ela se veste como uma mulherzinha barata que acabou de encontrar uma mina de ouro e você ainda tem a coragem de nos envergonhar falando que a ama? Disse o senhor Eisner, me encarando em seguida. —Senhorita, vá embora. Aqui é uma festa de família! —Não fale assim com ela! - Falou Augusto, entrando na minha frente e em questão de segundos, o pai dele o acertou um soco no rosto o fazendo cambalear. —Nunca mais ouse me afrontar na frente de ninguém. Leve-a embora daqui ou vá com ela junto. Eu não me importo! —Mas eu sim! - Disse Augusto, segurando a minha mão. —Vamos. Para confrontar o pai, ele passou no meio do salão e quando o pai dele apareceu, ele simplesmente me puxou para um beijo, deixando todos boquiabertos. —Luiza Stuart é a minha namorada. Se eu não me casar com ela, não me casarei com mais ninguém!Augusto estava acelerando o máximo que conseguia. Os olhos dele estavam na pista, mas a cabeça dele não estava presente. Ele olhava par ao nada mostrando-se enfurecido enquanto travava o maxilar. Quando vi que estava vindo um carro na direção contrária e ele estava saindo da pista, o gritei apertando a coxa dele. —Augusto! - Minha voz saiu desesperada. Naquele instante, engoli seco achando que o pior aconteceria, mas ele desviou o carro rapidamente, entrando em uma pista completamente escura. O carro freou bruscamente e então, Augusto respirou fundo, tocando a cabeça. Um silêncio tomou conta de nós naquele instante e então, Augusto o quebrou. —Você está bem? - Perguntou ele, se virando para me olhar em seguida. —Desculpa, eu quase perdi a cabeça. Quando ele disse aquilo, respirei fundo e soltei o cinto, tentando me recuperar do susto. Ele então, me olhou e vincou as sobrancelhas. —Não vai gritar, fugir ou me dar um tapa? —Por que eu deveria? Você está mais fora de si do que
Quando eu falei aquilo, Augusto me puxou para ainda mais perto, colando os nossos corpos sem escrúpulo algum e então, ele me puxou para um beijo. Como sempre, era quente e intenso. Não sei se ele sabia, mas mesmo o detestando as vezes, era impossível não me acender com os toques dele. Maneei meu corpo levemente para trás o sentindo atacar meu pescoço com beijos e mordidas sensuais, fazendo com que meu corpo inteiro se arrepiasse. E sem querer, acabei soltando um arfar, ouvindo um riso nasalado, seguido por uma mordida no lóbulo da minha orelha. —Parece uma gatinha manhosa. - Disse ele, se afastando para me olhar. Puxei o cinto da calça dele o trazendo para mais perto de mim e então, cruzei minhas pernas envolvendo o corpo dele o vendo apoiar os cotovelos no capô e me encarar. —Luiza! Você é muito fogosa! - Disse ele com humor, soltando um riso leve e nasalado. Eu então, voltei a beijá-lo o sentindo tocar minhas pernas. A mão começou no meu joelho direito e em seguida,
Alguns dias se passaram e a nossa interação estava completamente diferente. Assim que eu chegava no colégio, a primeira coisa que Augusto e Rangel faziam era vir ao meu encontro. Um pegava a minha mochila e o outro segurava a minha mão com delicadeza, me fazendo sentir como se eu fosse a escolhida. Saíamos uma vez por semana para as compras e tomarmos um lanche. E eu só podia usar o que eles escolhiam – Eu as vezes me achava ser a boneca com quem eles gostavam de brincar. Eles até me levavam para as sociais que eles tinham entre amigos. Às vezes eu ficava enciumada porque eles encontravam com outras garotas e me deixavam um pouco de lado, mas logo eu me lembrava de que quem devia fidelidade era eu e não eles. O problema era que eles me tratavam bem demais para eu poder me lembrar que tudo era só uma merda de contrato. E foi assim por mais ou menos um mês. Até que eu descobri o pior. —Como assim, Augusto e aquela vaca? - Perguntei encarando Isabela, que estava sentada na ca
As pessoas me olhavam como se eu fosse a pior das prostitutas. Elas sabiam do que aconteciam entre nós, mas manter explícito é uma coisa completamente diferente. Eu então o encarei desacreditada e quando ameacei falar algo, meu braço foi puxado por alguém. —Rangel! - Chamei o vendo me olhar e sorrir. —Se continuar mostrando que se importa, descumprirá com o que combinamos. - Disse ele me levando para a pista de dança. —Do que está falando? - Perguntei o encarando confusa e então ele sorriu e tocou meu rosto. —Baby, dá pra ver a tensão e os sentimentos fluindo a distância de vocês. Não era para estar assim, certo? Não quero te fazer escolher entre um de nós. Assim que ele falou, me virou para que eu ficasse de costas para ele e tocou minha coxa, me movendo contra ele. —Lu, continue sendo nossa e não só dele. Caso contrário, terei que costurar algo que não foi eu quem provoquei! - Disse ele levando uma mão como se tocasse meu coração. —Foi só um deslize, não farei de novo. - Fa
O som da festa soava dentro da sala de forma abafada. Lá dentro, era apenas nós três e a nossa insanidade, nos fazendo mostrar quem realmente somos. Éramos três loucos sedentos, deixando nossas verdadeiras raízes se aflorarem. As persianas estavam abertas deixando visível a luz do luar atravessar o fino vidro da janela, fazendo nos iluminar de forma sensual. Nossos corpos brilhavam pelo calor do desejo, deixando-nos ainda mais atraentes um para o outro. Do meu lado esquerdo, os lábios de Rangel tocavam meu corpo de forma delicada e ao mesmo tempo sensual, fazendo com que eu me envolvesse aos poucos. E do meu lado direito, o fogo que me consumia. Augusto mordia a minha pele me causando arrepios e uma sensação inexplicada. Era como o anjo e o diabo, disputando para ver quem ganhava a minha alma. E adivinhe só? Eu ria queimar no inferno, mas não estava nenhum pouco disposta a me converter. —Droga! - Falei os vendo parar e me olhar sem entender nada. Eu então soltei um riso.
Peguei um pacote de lenço na minha bolsa para me limpar e os estendi os vendo se vestirem e sair sem dizer uma só palavra, me deixando sozinha com meus pensamentosCapítulo 010 - Respirei fundo e esperei um pouco para sair do laboratório e assim que passei pela porta, dei de frente com Sophie. Ela veio andando em minha direção de forma ameaçadora, fazendo com que eu desse passos para trás para me esquivar, batendo as costas na parede. E então, Sophie segurou meu queixo e me encarou com um sorriso assustador em seus lábios. —Então é você o novo brinquedinho do meu noivo? - Perguntou ela fingindo naturalidade. Eu a olhei e vinquei as sobrancelhas, tendo meu rosto virado para o lado com hostilidade. —Não me encara, sua vadia! - Disse Sophie, com arrogância. —Escuta bem o que eu vou te falar. Eu não quero você perto dele, senão eu vou ferrar com a sua vida. Está me ouvindo? —Eu não sou surda, Sophie! - Falei voltando a encará-la, recebendo um tapa em seguida. —Eu dis
Saímos de lá sobre os olhares de muitos e assim que chegamos na entrada do salão, Augusto soltou a minha mão com rispidez e virou para me olhar, mostrando-se furioso. —Que merda era aquela, Luiza? - Perguntou ele me deixando confusa. —De qual delas você está falando? - Perguntei fingindo não estar entendendo e então, Augusto se aproximou, apertando o meu braço. —Você estava de papo com o presidente da turma. O que foi? Não te f*di direito? - Perguntou ele com estupidez, me fazendo soltar um riso desacreditada. Ele então vincou as sobrancelhas e balançou a cabeça em negação. —Você estava brincando comigo? Acha divertido brincar com o temperamento das pessoas? - Perguntou ele me soltando e se virando, passando as mãos nos cabelos em seguida. —Porra! Assim que ele gritou, chutou o primeiro balde de lixo que havia e então, se virou para me olhar, mostrando-se enfurecido. —Você está ferrando com a minha mente. —Sério? Até agora só você falou e eu fiquei quieta te vendo dar chiliq
Me virei para o olhar, encarando-o desacreditada. —O quê? - Perguntei o vendo apontar para o carro dele com as mãos, fazendo menção para que eu entrasse. —Vamos conversar lá dentro! - Disse ele abrindo a porta. Respirei fundo e ameacei entrar, mas antes eu voltei um passo, ficando bem ao lado dele e então o encarei. —Quero deixar claro que só vou entrar porque você me fez perder o ônibus. —Foi eu quem disse que você teria direito a um motorista. Eu não ia te deixar ie embora vestida assim de condução pública! - Disse ele emanando superioridade e um pouco de proteção, quem sabe?! —Obrigada! - Respondi entrando dentro do carro, o vendo fechar a porta e correr para o outro lado, entrando em seguida. Assim que ele fechou a porta, respirou fundo e antes de ligar o carro se virou para me olhar. —Luiza...- Me chamou ele, hesitando em continuar. Ele então, ligou o carro e começou a dirigir. —Vamos sair daqui pri