Me virei para o olhar, encarando-o desacreditada.
—O quê? - Perguntei o vendo apontar para o carro dele com as mãos, fazendo menção para que eu entrasse.—Vamos conversar lá dentro! - Disse ele abrindo a porta.Respirei fundo e ameacei entrar, mas antes eu voltei um passo, ficando bem ao lado dele e então o encarei.—Quero deixar claro que só vou entrar porque você me fez perder o ônibus.—Foi eu quem disse que você teria direito a um motorista. Eu não ia te deixar ie embora vestida assim de condução pública! - Disse ele emanando superioridade e um pouco de proteção, quem sabe?!—Obrigada! - Respondi entrando dentro do carro, o vendo fechar a porta e correr para o outro lado, entrando em seguida.Assim que ele fechou a porta, respirou fundo e antes de ligar o carro se virou para me olhar.—Luiza...- Me chamou ele, hesitando em continuar. Ele então, ligou o carro e começou a dirigir. —Vamos sair daqui priEu havia voltado para o banco e estava o vendo tocar o volante com a ponta dos dedos, mostrando seu nervosismo. Augusto então, respirou fundo e então, tomou coragem para se pronunciar. —Termine com Rangel! - Disse ele me encarando em seguida. —Faça isso amanhã mesmo. Eu o olhei e sorri. —Termine com Sophie na frente de todos. - Falei o vendo arquear uma sobrancelha. —Não use mais calcinhas e não deixa ninguém descobrir. É chato tirá-las. - Disse ele com seriedade. E mais uma vez eu sorri. —Tudo nem! - Respondi simplista o vendo sorrir com os olhos. —Vamos ao médico. Quero que comece a tomar algum remédio definitivo para não termos erros. - Disse ele me fazendo soltar um riso. —Erros você diz, filhos? - Perguntei o vendo balançar a cabeça concordando. Eu então o encarei com uma sobrancelha arqueada e soltei o ar dos meus pulmões com irritação. —É mais fácil você dizer o que eu posso fazer. Já está me proibindo de quase tudo mesmo! - Falei o vendo se virar e me encarar com fr
Havia se passado alguns dias desde que eu e Augusto estivemos juntos. Ele estava trabalhando direto na empresa com o pai dele, que por sinal, não ia muito com a minha cara, mas também não se metia ente a gente. Enquanto isso, eu tive que me mudar para o então apartamento de Augusto, que por sinal, ficava em frente ao de Rangel. - Eles eram cúmplices até nisso. Eu estava terminando de organizar os quartos, quando a campainha tocou. Fui até a cozinha e encarei Isabel confusa, a vendo me olhar da mesma forma. —Você avisou alguém que a gente veio hoje? - Perguntei a vendo balançar a cabeça em negação. —Você disse para a gente ser discreta! - Disse ela me fazendo soltar um riso. —Deve ser ele! - Falei indo até a porta, mas ao olhar pelo olho mágico, estranhei e logo abri a porta. —Pois não? —Oi vizinha! - Disse um cara com uma xícara na mão. —Desculpa, eu me mudei hoje e... —Deixa eu adivinhar... Açucar? - Perguntei pegando a xícara da mão dele o vendo sorrir. —Você é mu
Eu estava em frente o closet escolhendo um entre os vestidos de grife que Augusto me deu, quando de repente ele se aproximou de mim e esticou o braço. —Use esse aqui, com aquele sapato! - Disse ele apontando para um vestido vermelho. E um salto da mesma cor que amarra na canela exibindo algumas pedras douradas. —Não o acha decotado de mais? - Perguntei o olhando sobre o ombro, vendo Augusto me olhar nos olhos. Ficamos por mais alguns instantes daquela forma e confesso que aquilo e confundia bastante. Quando os olhos dele me encaravam daquela forma, eu sentia como se ele quisesse se conectar comigo de forma mais profunda. E então, um leve sentimento de paz me abraçava. Depois de alguns segundos nos encarando, ele sorriu e tocou meu queixo. —Você fica bem de vermelho com esses cabelos loiros. - Disse ele com um tom suave, me deixando ainda mais mexida. Eu então respirei fundo e me virei para o olhar, notando que ele já estava arrumado. Augusto estava encantador; ele estav
Subimos os degraus da entrada da mansão e assim que passamos pela porta, um mordomo veio até nós para nos receber. —Senhor Eisner, senhorita, boa noite! - Disse o homem estendendo a mão para pegar a minha bolsa e o casaco de Augusto. Em seguida, Augusto entrelaçou o braço no meu e entramos na casa, indo até a sala de jantar. O lugar era enorme; a casa tinha enormes paredes brancas impecáveis e bem no meio do lugar, bem a cima da mesa, havia um enorme lustre de cristal que refletia as paredes como se estivéssemos dentro de um diamante. Assim que olhei para os convidados, os olhos azulados da mãe de Augusto vieram sobre mim. —Luiza! - Disse ela vindo até mim com os braços abertos. —Como você está, querida? —Bem, senhora Eisner! - Respondi sendo abraçada em seguida. —Fico feliz em te rever! - Disse ela ignorando totalmente a presença de Sophie na mesa. Em seguida senti dois braços me abraçarem por trás e ao me virar, vi Rangel sorrir. —Uau, você está linda! - Disse ele me dand
—Como assim, querida? Deveria aproveitar as oportunidades que a vida te dá! - Disse ela indo até o closet, voltando com um vestido em mãos. Ele era lindo; um branco, quase prata de tão reluzente, cheio de pedras penduradas. E com certeza, não eram falsas. —Vista-o querida! - Disse ela me estendendo o cabide. —Eu não posso usar isso, senhora Eisner. Parece algo bem particular e... - Ela então sorriu. —O que acabamos de dizer sobre aproveitar as oportunidades? - Disse ela mantendo o sorriso. —Bom, isso era para ela antes de desmanchar o noivado, mas como o seu foi afetado, nada mais justo do que você o usar! —Eu não posso! - Falei a vendo desfazer o sorriso e respirar fundo, trazendo a mão para a gargantilha em meu pescoço. —Ai está você! - Disse ela me deixando confusa. —Oi? —Essa joia. Ele me pediu há alguns dias e não disse mais nada. Vi que não estava no pescoço de Sophie e me perguntei quem seria a privilegiada. - Disse ela me deixando ainda mais confusa e perdida. E ent
Era completamente estranho despertar e ver Augusto na minha cama. Respirei fundo me sentindo um pouco apreensiva e então, me afastei e me virei para o olhar. Levei meu dedo vagarosamente até o rosto dele, fazendo menção de o tocar enquanto admirava seus detalhes. Os olhos, o formato dos lábios e o nariz harmonizando com o formato do rosto me deixava encantada. Ele conseguia ser lindo, sexy e atraente. Augusto estava pelado; seu corpo levemente bronzeado me tirava o fôlego. Ele estava quase todo exposto, coberto da cintura para baixo com o fino lençol branco. Ele poderia não fazer ideia do que me causava, mas eu acabei virando uma admiradora e sabia que não deveria me sentir daquela forma. Era tudo falso o que havia entre a gente e quanto mais desenvolvermos sentimentos, mais difícil será quando chegar a hora de ir embora. - Pensei me sentando na cama, ficando de costas para ele. Respirei fundo e me sentei em frente a janela aberta que dava vista para a linda lua no céu.
Olhei para o papel em minhas mãos, fingindo não saber de onde era. —Obrigada doutor. Posso vê-la? -- Perguntei o vendo balançar a cabeça concordando e então me retirei da sala dele, seguindo para o elevador. Assim que as portas metálicas se abriram, vi alguém andar pelo corredor indo sentido contrário a mim. Ele estava indo pelas escadas. Vinquei as sobrancelhas enquanto o via sumir e foi então que o reconheci. —Rangel? - Questionei indo atrás dele, mas ao abrir a porta das escadas de emergência, ele já não estava mais alcançável. Voltei para ir até o quarto e assim que passei pela porta, vi que havia uma enfermeira cuidando dela. —Bom dia senhorita! Eu sou a enfermeira responsável pela sua avó hoje. - Disse ela com delicadeza, exibindo um sorriso. —Ah, obri...- Fui interrompida antes de terminar, por um beliscão na cintura que me fez virar assustada. —Isa! —Como está a vovó? - Perguntou ela me olhando com seriedade. —Eu também acabei de chegar. - Respondi colocando m
Eu havia acabado de tomar banho. Me vesti com um roupão felpudo e sai do banheiro voltando para o quarto em seguida. A noite estava silenciosa fora o barulho da chuva que dava para ouvir pelo tilintar da água contra o vidro. Caminhei até lá para travar melhor as portas e ajeitei as cortinas, me virando para olhar o quarto. Naquele instante fui preenchida por uma sensação nostálgica. Era como se eu sentisse falta de algo; quem sabe do meu antigo eu antes de tudo acontecer? E de repente a minha mente foi preenchida pela cena do acidente dos meus pais. Os carros caídos na ponte, a noite chuvosa que me causou traumas, a fumaça em volta e os carros de bombeiros os resgatando. Sabe o que é mais doloroso para um filho? Ter que reconhecer o corpo dos seus próprios pais. - Pensei enquanto respirava fundo. Naquele momento, era como se a raiva tivesse me tomado de uma forma completamente insana. Caminhei até o armário do banheiro e assim que o abri, peguei uma cápsula de ansiolítico e o es