005

Augusto estava acelerando o máximo que conseguia.

Os olhos dele estavam na pista, mas a cabeça dele não estava presente. Ele olhava par ao nada mostrando-se enfurecido enquanto travava o maxilar.

Quando vi que estava vindo um carro na direção contrária e ele estava saindo da pista, o gritei apertando a coxa dele.

—Augusto! - Minha voz saiu desesperada. Naquele instante, engoli seco achando que o pior aconteceria, mas ele desviou o carro rapidamente, entrando em uma pista completamente escura.

O carro freou bruscamente e então, Augusto respirou fundo, tocando a cabeça.

Um silêncio tomou conta de nós naquele instante e então, Augusto o quebrou.

—Você está bem? - Perguntou ele, se virando para me olhar em seguida. —Desculpa, eu quase perdi a cabeça.

Quando ele disse aquilo, respirei fundo e soltei o cinto, tentando me recuperar do susto.

Ele então, me olhou e vincou as sobrancelhas.

—Não vai gritar, fugir ou me dar um tapa?

—Por que eu deveria? Você está mais fora de si do que eu mesma. - Falei o vendo parecer ainda mais confuso. Eu então, balancei a cabeça em negação e encarei a paisagem escura pelo vidro. —Quero dizer, que você teve seus motivos para agir por impulso.

Ele então respirou fundo e soltou o cinto, descendo do carro.

Eu fiquei um tempo o observando, vendo-o sentar-se em cima do capô, encarando o escuro do céu.

Eu então, tirei o salto e desci do carro, me sentando ao lado dele, mas em silêncio. Ele não precisava que eu dissesse nada, só precisava organizar os pensamentos.

E depois de alguns minutos, ele soltou outro respiro profundo e a voz dele saiu de um tanto que provocante.

—Por que aceitou isso? Tipo, é o mesmo que estar se vendendo para nós. - Disse ele se virando para me olhar.

—Vocês pareciam confiáveis. - Falei o vendo soltar um riso.

—O quê? Não somos mais?

—Não foi isso que eu quis dizer. - Falei olhando para o ada, evitando olhar nos olhos dele. —Eu só...quis, sabe??

—E se eu mostrar que não sou confiável e quebrar o contrato? Ainda vai dizer que confia em mim? - Perguntou ele me causando um frio na barriga.

Eu então, respirei fundo e o olhei.

—Não poderá me punir por um erro seu, certo? - Falei o vendo soltar outro riso. Droga, o sorriso dele era a coisa mais linda.

Ele então, se virou apressado, colocando-se entre as minhas pernas.

Nossos olhos se conectaram fixamente e então, as mãos dele alisaram as minhas coxas, adentrando-se o vestido.

Além dos toques dele, a forma em que ele me olhava era intensa e me deixava fora de órbita. E acho que ele sabia disso.

Ao senti-lo subir ainda mais, soltei um arfar baixo, me sentindo envergonhada e então, fechei meus olhos, evitando o encarar.

—Luiza! - Chamou Augusto, me deixando nervosa. Meu nome soava tão atraente pelos lábios dele.

Eu então abri meus olhos o encarando fixamente.

—Eu prefiro que me olhe. - Disse ele mantendo o nosso contato visual, continuando a falar. —Eu não sou acostumada com garotas de passado sombrio. Todas querem dinheiro, luxo e sexo. O que tem de diferente em você?

—Eu não sou todo mundo! - Respondi o vendo sorrir com os olhos.

—E isso me agrada. É uma pena que prefere o meu irmão! - Disse ele me soltando.

Eu me senti tão frustrada, que desci do carro e o encarei.

—Qual é o seu problema? Por que se diminui dessa forma. É algum tipo de marketing para ter o que quer?

—Do que está falando? - Perguntou ele soltando um riso. —Vai se mostrar histérica agora?

—Sim! Você me trouxe até aqui, fica me provocando e depois me faz cair em mim e me lembrar que a sua versão boa está a quilômetros daqui e com uma droga de noiva, o que me faz sentir ainda mais suja.

Ele então soltou uma gargalhada.

—É isso? Rangel e Sana? Por isso está aqui?

—Não. Eu estou aqui porque você me trouxe com você e por uma mísera fração de segundos, eu achei que a gente estava se dando bem.

—Eu quero te comer! - Disse ele me encarando como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

Eu então soltei um riso irônico.

—É, eu já sabia. Só que você fala e não faz! - Falei o vendo se levantar no mesmo instante e vir até mim com o maxilar travado.

—Porra, para de me provocar. - Disse ele cerrando os dentes.

Ele então me pegou no colo e me colocou de volta em cima do capô, levando as mãos dentro do meu vestido e puxando a minha calcinha.

Eu ainda mantinha meus olhos sobre os dele tentando esconder a minha surpresa e então, ele balançou a peça entre seus dedos e a colocou dentro do bolso do terno.

—Acha mesmo que não sou capaz de fazer isso? - Perguntou ele se aproximando de mim, fazendo menção de beijar meus lábios.

De repente, ele puxou minhas pernas para si me dando um tranco e me deitou, se colocando em cima de mim.

—Luiza, quando eu pedir para parar de me provocar, você no mínimo devia acatar.

—As únicas pessoas que tinham o poder sobre mim não existem mais nessa vida, acha mesmo que você vai mandar em mim? - Perguntei o provocando e então, ele me sentou me deixando bem perto do seu corpo.

E quando ficamos bem próximos, Augusto tirou a camisa, desabotoando-a lentamente para me provocar. Ele me encarava com luxúria e mostrava estar muito puto comigo.

Engoli seco o vendo abrir o cós da calça e quando ele ameaçou se afastar eu o puxei para mim.

Augusto me encarou surpreso, abrindo os olhos mais que o normal, me exibindo sua íris azulada.

Eu então sorri, mantendo os olhos sobre os dele.

—Começou, termina!

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