Augusto estava acelerando o máximo que conseguia.
Os olhos dele estavam na pista, mas a cabeça dele não estava presente. Ele olhava par ao nada mostrando-se enfurecido enquanto travava o maxilar. Quando vi que estava vindo um carro na direção contrária e ele estava saindo da pista, o gritei apertando a coxa dele. —Augusto! - Minha voz saiu desesperada. Naquele instante, engoli seco achando que o pior aconteceria, mas ele desviou o carro rapidamente, entrando em uma pista completamente escura. O carro freou bruscamente e então, Augusto respirou fundo, tocando a cabeça. Um silêncio tomou conta de nós naquele instante e então, Augusto o quebrou. —Você está bem? - Perguntou ele, se virando para me olhar em seguida. —Desculpa, eu quase perdi a cabeça. Quando ele disse aquilo, respirei fundo e soltei o cinto, tentando me recuperar do susto. Ele então, me olhou e vincou as sobrancelhas. —Não vai gritar, fugir ou me dar um tapa? —Por que eu deveria? Você está mais fora de si do que eu mesma. - Falei o vendo parecer ainda mais confuso. Eu então, balancei a cabeça em negação e encarei a paisagem escura pelo vidro. —Quero dizer, que você teve seus motivos para agir por impulso. Ele então respirou fundo e soltou o cinto, descendo do carro. Eu fiquei um tempo o observando, vendo-o sentar-se em cima do capô, encarando o escuro do céu. Eu então, tirei o salto e desci do carro, me sentando ao lado dele, mas em silêncio. Ele não precisava que eu dissesse nada, só precisava organizar os pensamentos. E depois de alguns minutos, ele soltou outro respiro profundo e a voz dele saiu de um tanto que provocante. —Por que aceitou isso? Tipo, é o mesmo que estar se vendendo para nós. - Disse ele se virando para me olhar. —Vocês pareciam confiáveis. - Falei o vendo soltar um riso. —O quê? Não somos mais? —Não foi isso que eu quis dizer. - Falei olhando para o ada, evitando olhar nos olhos dele. —Eu só...quis, sabe?? —E se eu mostrar que não sou confiável e quebrar o contrato? Ainda vai dizer que confia em mim? - Perguntou ele me causando um frio na barriga. Eu então, respirei fundo e o olhei. —Não poderá me punir por um erro seu, certo? - Falei o vendo soltar outro riso. Droga, o sorriso dele era a coisa mais linda. Ele então, se virou apressado, colocando-se entre as minhas pernas. Nossos olhos se conectaram fixamente e então, as mãos dele alisaram as minhas coxas, adentrando-se o vestido. Além dos toques dele, a forma em que ele me olhava era intensa e me deixava fora de órbita. E acho que ele sabia disso. Ao senti-lo subir ainda mais, soltei um arfar baixo, me sentindo envergonhada e então, fechei meus olhos, evitando o encarar. —Luiza! - Chamou Augusto, me deixando nervosa. Meu nome soava tão atraente pelos lábios dele. Eu então abri meus olhos o encarando fixamente. —Eu prefiro que me olhe. - Disse ele mantendo o nosso contato visual, continuando a falar. —Eu não sou acostumada com garotas de passado sombrio. Todas querem dinheiro, luxo e sexo. O que tem de diferente em você? —Eu não sou todo mundo! - Respondi o vendo sorrir com os olhos. —E isso me agrada. É uma pena que prefere o meu irmão! - Disse ele me soltando. Eu me senti tão frustrada, que desci do carro e o encarei. —Qual é o seu problema? Por que se diminui dessa forma. É algum tipo de marketing para ter o que quer? —Do que está falando? - Perguntou ele soltando um riso. —Vai se mostrar histérica agora? —Sim! Você me trouxe até aqui, fica me provocando e depois me faz cair em mim e me lembrar que a sua versão boa está a quilômetros daqui e com uma droga de noiva, o que me faz sentir ainda mais suja. Ele então soltou uma gargalhada. —É isso? Rangel e Sana? Por isso está aqui? —Não. Eu estou aqui porque você me trouxe com você e por uma mísera fração de segundos, eu achei que a gente estava se dando bem. —Eu quero te comer! - Disse ele me encarando como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. Eu então soltei um riso irônico. —É, eu já sabia. Só que você fala e não faz! - Falei o vendo se levantar no mesmo instante e vir até mim com o maxilar travado. —Porra, para de me provocar. - Disse ele cerrando os dentes. Ele então me pegou no colo e me colocou de volta em cima do capô, levando as mãos dentro do meu vestido e puxando a minha calcinha. Eu ainda mantinha meus olhos sobre os dele tentando esconder a minha surpresa e então, ele balançou a peça entre seus dedos e a colocou dentro do bolso do terno. —Acha mesmo que não sou capaz de fazer isso? - Perguntou ele se aproximando de mim, fazendo menção de beijar meus lábios. De repente, ele puxou minhas pernas para si me dando um tranco e me deitou, se colocando em cima de mim. —Luiza, quando eu pedir para parar de me provocar, você no mínimo devia acatar. —As únicas pessoas que tinham o poder sobre mim não existem mais nessa vida, acha mesmo que você vai mandar em mim? - Perguntei o provocando e então, ele me sentou me deixando bem perto do seu corpo. E quando ficamos bem próximos, Augusto tirou a camisa, desabotoando-a lentamente para me provocar. Ele me encarava com luxúria e mostrava estar muito puto comigo. Engoli seco o vendo abrir o cós da calça e quando ele ameaçou se afastar eu o puxei para mim. Augusto me encarou surpreso, abrindo os olhos mais que o normal, me exibindo sua íris azulada. Eu então sorri, mantendo os olhos sobre os dele. —Começou, termina!Quando eu falei aquilo, Augusto me puxou para ainda mais perto, colando os nossos corpos sem escrúpulo algum e então, ele me puxou para um beijo. Como sempre, era quente e intenso. Não sei se ele sabia, mas mesmo o detestando as vezes, era impossível não me acender com os toques dele. Maneei meu corpo levemente para trás o sentindo atacar meu pescoço com beijos e mordidas sensuais, fazendo com que meu corpo inteiro se arrepiasse. E sem querer, acabei soltando um arfar, ouvindo um riso nasalado, seguido por uma mordida no lóbulo da minha orelha. —Parece uma gatinha manhosa. - Disse ele, se afastando para me olhar. Puxei o cinto da calça dele o trazendo para mais perto de mim e então, cruzei minhas pernas envolvendo o corpo dele o vendo apoiar os cotovelos no capô e me encarar. —Luiza! Você é muito fogosa! - Disse ele com humor, soltando um riso leve e nasalado. Eu então, voltei a beijá-lo o sentindo tocar minhas pernas. A mão começou no meu joelho direito e em seguida,
Alguns dias se passaram e a nossa interação estava completamente diferente. Assim que eu chegava no colégio, a primeira coisa que Augusto e Rangel faziam era vir ao meu encontro. Um pegava a minha mochila e o outro segurava a minha mão com delicadeza, me fazendo sentir como se eu fosse a escolhida. Saíamos uma vez por semana para as compras e tomarmos um lanche. E eu só podia usar o que eles escolhiam – Eu as vezes me achava ser a boneca com quem eles gostavam de brincar. Eles até me levavam para as sociais que eles tinham entre amigos. Às vezes eu ficava enciumada porque eles encontravam com outras garotas e me deixavam um pouco de lado, mas logo eu me lembrava de que quem devia fidelidade era eu e não eles. O problema era que eles me tratavam bem demais para eu poder me lembrar que tudo era só uma merda de contrato. E foi assim por mais ou menos um mês. Até que eu descobri o pior. —Como assim, Augusto e aquela vaca? - Perguntei encarando Isabela, que estava sentada na ca
As pessoas me olhavam como se eu fosse a pior das prostitutas. Elas sabiam do que aconteciam entre nós, mas manter explícito é uma coisa completamente diferente. Eu então o encarei desacreditada e quando ameacei falar algo, meu braço foi puxado por alguém. —Rangel! - Chamei o vendo me olhar e sorrir. —Se continuar mostrando que se importa, descumprirá com o que combinamos. - Disse ele me levando para a pista de dança. —Do que está falando? - Perguntei o encarando confusa e então ele sorriu e tocou meu rosto. —Baby, dá pra ver a tensão e os sentimentos fluindo a distância de vocês. Não era para estar assim, certo? Não quero te fazer escolher entre um de nós. Assim que ele falou, me virou para que eu ficasse de costas para ele e tocou minha coxa, me movendo contra ele. —Lu, continue sendo nossa e não só dele. Caso contrário, terei que costurar algo que não foi eu quem provoquei! - Disse ele levando uma mão como se tocasse meu coração. —Foi só um deslize, não farei de novo. - Fa
O som da festa soava dentro da sala de forma abafada. Lá dentro, era apenas nós três e a nossa insanidade, nos fazendo mostrar quem realmente somos. Éramos três loucos sedentos, deixando nossas verdadeiras raízes se aflorarem. As persianas estavam abertas deixando visível a luz do luar atravessar o fino vidro da janela, fazendo nos iluminar de forma sensual. Nossos corpos brilhavam pelo calor do desejo, deixando-nos ainda mais atraentes um para o outro. Do meu lado esquerdo, os lábios de Rangel tocavam meu corpo de forma delicada e ao mesmo tempo sensual, fazendo com que eu me envolvesse aos poucos. E do meu lado direito, o fogo que me consumia. Augusto mordia a minha pele me causando arrepios e uma sensação inexplicada. Era como o anjo e o diabo, disputando para ver quem ganhava a minha alma. E adivinhe só? Eu ria queimar no inferno, mas não estava nenhum pouco disposta a me converter. —Droga! - Falei os vendo parar e me olhar sem entender nada. Eu então soltei um riso.
Peguei um pacote de lenço na minha bolsa para me limpar e os estendi os vendo se vestirem e sair sem dizer uma só palavra, me deixando sozinha com meus pensamentosCapítulo 010 - Respirei fundo e esperei um pouco para sair do laboratório e assim que passei pela porta, dei de frente com Sophie. Ela veio andando em minha direção de forma ameaçadora, fazendo com que eu desse passos para trás para me esquivar, batendo as costas na parede. E então, Sophie segurou meu queixo e me encarou com um sorriso assustador em seus lábios. —Então é você o novo brinquedinho do meu noivo? - Perguntou ela fingindo naturalidade. Eu a olhei e vinquei as sobrancelhas, tendo meu rosto virado para o lado com hostilidade. —Não me encara, sua vadia! - Disse Sophie, com arrogância. —Escuta bem o que eu vou te falar. Eu não quero você perto dele, senão eu vou ferrar com a sua vida. Está me ouvindo? —Eu não sou surda, Sophie! - Falei voltando a encará-la, recebendo um tapa em seguida. —Eu dis
Saímos de lá sobre os olhares de muitos e assim que chegamos na entrada do salão, Augusto soltou a minha mão com rispidez e virou para me olhar, mostrando-se furioso. —Que merda era aquela, Luiza? - Perguntou ele me deixando confusa. —De qual delas você está falando? - Perguntei fingindo não estar entendendo e então, Augusto se aproximou, apertando o meu braço. —Você estava de papo com o presidente da turma. O que foi? Não te f*di direito? - Perguntou ele com estupidez, me fazendo soltar um riso desacreditada. Ele então vincou as sobrancelhas e balançou a cabeça em negação. —Você estava brincando comigo? Acha divertido brincar com o temperamento das pessoas? - Perguntou ele me soltando e se virando, passando as mãos nos cabelos em seguida. —Porra! Assim que ele gritou, chutou o primeiro balde de lixo que havia e então, se virou para me olhar, mostrando-se enfurecido. —Você está ferrando com a minha mente. —Sério? Até agora só você falou e eu fiquei quieta te vendo dar chiliq
Me virei para o olhar, encarando-o desacreditada. —O quê? - Perguntei o vendo apontar para o carro dele com as mãos, fazendo menção para que eu entrasse. —Vamos conversar lá dentro! - Disse ele abrindo a porta. Respirei fundo e ameacei entrar, mas antes eu voltei um passo, ficando bem ao lado dele e então o encarei. —Quero deixar claro que só vou entrar porque você me fez perder o ônibus. —Foi eu quem disse que você teria direito a um motorista. Eu não ia te deixar ie embora vestida assim de condução pública! - Disse ele emanando superioridade e um pouco de proteção, quem sabe?! —Obrigada! - Respondi entrando dentro do carro, o vendo fechar a porta e correr para o outro lado, entrando em seguida. Assim que ele fechou a porta, respirou fundo e antes de ligar o carro se virou para me olhar. —Luiza...- Me chamou ele, hesitando em continuar. Ele então, ligou o carro e começou a dirigir. —Vamos sair daqui pri
South Yellow, quatro anos atrás... “Paixão Eloquente” - Um tipo de paixão excessiva que não se esconde e/ou não tem a intenção de se esconder. Acho que é dessa forma que devo chamar o que estou sentindo. —Pare de olhar para eles Luiza, ou vão pensar que você é louca! - Cochichou Isabela, me cutucando. - Eu sorri, voltando a atenção para o meu livro. O professor de literatura estava falando sobre o tempo renascentista e enquanto ele explicava sobre o clássico de Shakespeare, meus olhos fitavam com intensidade os dois garotos pelo qual eu era apaixonada. Eles eram para mim, como dois deuses mitológicos. O corpo deles era motivo de cobiça em todo campus; ombros largos, braços fortes e abdômen chapado. As pernas e coxas bem torneadas, dava um leve vislumbre da marcação entre o cós da calça. Se fosse só o corpo tudo bem, mas eles eram ricos, gostosos e lindos de rosto também. Um maxilar marcante, uma silhueta perfeita, boca levemente carnuda e olhar intenso. Um era branco e o outr