À noite, as ruas estavam praticamente vazias. Mesmo quando apareciam carros, Sabrina conseguia desviar deles com agilidade. Fabiano logo perdeu a competição, ficando muito atrás de Sabrina. Observando o carro dela desaparecer à distância, Fabiano rangeu os dentes de raiva. "Como isso é possível?! Por que Sabrina dirige tão bem?!" Ele sequer sabia algo sobre isso antes! Fabiano estava completamente atordoado. Ao lembrar do olhar provocador e cheio de confiança que Sabrina lhe lançou momentos atrás, sua expressão se tornou gradualmente sombria e perigosa. Ele se recusava a acreditar que não poderia conquistar Sabrina. Após se acalmar por alguns segundos, Fabiano acelerou ao máximo, saindo em disparada. Com o que Sabrina conhecia de Fabiano, tinha certeza de que ele voltaria a alcançá-la. Por isso, ela propositalmente diminuiu a velocidade, esperando que ele se aproximasse. Notando o que ela estava fazendo, os olhos de Emerson se estreitaram ligeiramente: — Sabi, p
Emerson olhou para a mensagem no celular de Sabrina, e sua expressão foi ficando cada vez mais sombria e perigosa. Ele e Álvaro tinham feito de tudo para esconder isso de Sabrina, mas Fabiano havia conseguido encontrá-la e se apresentar por conta própria. Que irônico. Ele devolveu o celular para Sabrina e perguntou: — Sabi, depois que ele te contou essas coisas, você não foi tirar satisfação com ele? Sabrina piscou algumas vezes antes de responder: — Tirar satisfação sobre o quê? Ele só disse uma frase sem qualquer prova. Se eu fosse correndo atrás dele, acabaria alarmando o inimigo. Então, achei melhor fazer algo mais útil. Tipo, encontrar o Baltazar, mostrar o dedo do meio na frente dele e dizer que ele não vale nada. Emerson deu um sorriso resignado e puxou ela para o closet. — Está certo, minha Sabi é a melhor. Vamos logo tomar banho e dormir cedo, pode ser? Faz dias que não descansamos direito e estamos exaustos. Sabrina não precisava que ele dissesse isso para s
A ambulância chegou rapidamente. Fabiano estava preso dentro do carro e não conseguia sair. Foi necessário que várias pessoas se unissem para virar o veículo e resgatá-lo. A ambulância acelerou pela estrada. Como já era noite e não havia muito tráfego, conseguiu chegar ao hospital em pouco tempo. Médicos e enfermeiros se mobilizavam freneticamente, levando as vítimas para a sala de emergência, enquanto outros funcionários se apressavam em contatar os familiares de Fabiano e da outra pessoa ferida no acidente. Por causa do ocorrido, o hospital ficou em completo alvoroço. A polícia de trânsito também agiu rapidamente e, ao revisar as imagens das câmeras de segurança, concluiu que o principal responsável pelo acidente era Fabiano. Aparentemente, ele estava perseguindo alguém de propósito. Os agentes de trânsito rastrearam o carro rosa, um Porsche, que Fabiano estava seguindo, e identificaram que o veículo pertencia a Sabrina. As imagens mostravam que Sabrina também parecia e
Era evidente que Fabiano estava seguindo alguém. — Quem é o dono do carro que ele estava seguindo? O policial respondeu: — Desculpe, não podemos revelar essa informação. Precisamos proteger a privacidade da outra parte. Mas a responsabilidade principal pelo acidente é, de fato, do seu filho. Ele terá que arcar com todos os prejuízos causados à outra parte. Fique ciente. Após dizer isso, o policial saiu com os documentos em mãos. Kayra olhou para as costas dele, rangendo os dentes de raiva. Ela respirou fundo e se voltou para Vasco, que estava ao lado, visivelmente irritado: — Você sabe quem o Fabiano estava seguindo? Vasco ficou pensativo por alguns segundos, já com uma suspeita em mente. "Um Porsche rosa, se não me engano, apenas Sabrina tem um carro desses por aqui." Temendo que Kayra fizesse mais confusão, Vasco respondeu com calma e disfarce, balançando a cabeça: — Eu não sei. Com a mentalidade de Kayra, era difícil que ela chegasse a uma conclusão tão elabora
Embora Vasco não gostasse de Kayra, ele se preocupava muito com o filho. Assim que soube que Fabiano havia despertado, dirigiu imediatamente ao hospital para vê-lo. Kayra havia passado a noite em claro, mas sua mente estava especialmente lúcida. Sentada ao lado da cama, ela olhava fixamente para Fabiano, que ainda estava com o tubo de oxigênio. De repente, se lembrou das palavras ditas pelo policial rodoviário. Um Porsche rosa... Carros assim não eram difíceis de encontrar na Cidade do Sol, especialmente porque eram feitos sob encomenda e havia pouquíssimos exemplares. Pensando nisso, Kayra decidiu ligar para alguém de sua família, esperando que pudesse ajudá-la a investigar. Ela pediu ajuda a um sobrinho que tinha algumas conexões e era muito habilidoso com computadores. Em menos de dez minutos, ele enviou a Kayra o número da placa do carro. Os carros das famílias nobres na Cidade do Sol tinham marcas específicas nas placas. Por exemplo, os carros da família Amorim tin
— Eu também não sei, pode ser que aquele trecho tenha radar de velocidade média. De qualquer forma, acabei de receber a ligação. Emerson pensou que, na noite anterior, Fabiano também havia corrido de carro. Já que Sabrina iria, será que Fabiano também estaria lá? Ele definitivamente não queria que os dois se encontrassem. Pensando nisso, Emerson pegou a própria escova de dentes que estava ao lado, colocou pasta e começou a escovar os dentes. Com a boca cheia de espuma, respondeu de forma indistinta: — Vou, claro que vou te acompanhar. Sabrina sorriu levemente, cuspiu a espuma da boca, enxaguou ela e começou a lavar o rosto. Vinte minutos depois, os dois saíram juntos. Como não estavam com muita fome pela manhã, decidiram almoçar mais tarde. Dessa vez, Emerson dirigia, mas não o Porsche rosa de Sabrina. Ele estava com seu carro prateado. Sabrina, no banco do passageiro, estava pesquisando restaurantes próximos que parecessem interessantes para experimentar com Emerson
Ao ver a ligação de Sabrina, Rodrigo atendeu imediatamente: — Sabi, onde você está? Sabrina não queria que seus pais soubessem sobre sua corrida de carro na noite anterior. — Estou em casa, por quê? Ao ouvir que Sabrina estava em casa, Rodrigo e Bianca ficaram aliviados. Mas logo surgiu uma nova questão a ser resolvida: — Venha até o hospital. Sabrina ficou confusa: — Por que eu iria ao hospital? Pai, mãe, vocês não estão se sentindo bem? O que aconteceu? Rodrigo tinha uma expressão pesada no rosto. Afinal, Kayra, em suas palavras, havia deixado claro que estava colocando toda a culpa em Sabrina. Ele nem conseguia imaginar como seria a tempestade quando Sabrina chegasse. Não que tivessem medo de Kayra ou de Vasco, mas queriam evitar falatórios desnecessários. Já que Kayra insistiu para Sabrina ir, talvez fosse melhor que ela fosse e esclarecesse tudo. — Fabiano sofreu um acidente de carro ontem à noite. Foi algo grave. Venha até aqui, seu tio Vasco e sua tia Kayr
— Eu já disse a ele que não há mais possibilidade entre nós, que eu não gosto mais dele. Mas ele insiste, perseguindo meu marido incessantemente, até mesmo a família do meu marido. Vocês acham que eu não tenho provas disso? Errado, eu tenho provas. Eu só não quis levar isso adiante por consideração à relação entre as nossas famílias. Tia Kayra, eu também gostaria de saber por que Fabiano age como um maníaco, nos seguindo todos os dias? Você é a mãe dele, que tal me explicar isso? — Sabrina continuou com firmeza. — Eu não esperava que ele sofresse um acidente de carro. Ontem à noite, por causa da corrida que fiz, fui até a delegacia de trânsito hoje para pagar a multa. Essa situação não traz benefício para ninguém. Mas não fui eu quem mandou ele correr, muito menos me seguir. Espero que você entenda isso. Kayra ficou tão irritada que seu rosto ficou vermelho como um tomate, esquecendo até mesmo de chorar por um momento. Quando finalmente reagiu, ao ver o rosto de Sabrina, sua raiva