Ela estava apenas se sentindo triste. Afinal de contas, tudo isso havia começado por causa dela. Se não tivesse entrado na porta errada naquela época, se não tivesse conhecido Emerson, ele não estaria sofrendo com esse desastre sem sentido. Pensando nisso, Sabrina ainda sentia uma profunda culpa em relação à família dele. Emerson estava reclinado no banco do passageiro com os olhos semicerrados, mas, de repente, percebeu que havia um carro os seguindo de perto. O veículo era preto e, sob a cobertura da escuridão, os faróis brilhantes se destacavam de forma especialmente óbvia. Os olhos de Emerson se estreitaram, e sua expressão ficou instantaneamente alerta: — Sabi, tem um carro nos seguindo. O rosto de Sabrina ficou levemente tenso, e ela olhou instintivamente pelo retrovisor. Quando viu a placa familiar, seu olhar imediatamente endureceu: — É o Fabiano. Fabiano só tinha alguns carros e, na época em que Sabrina gostava dele, ela prestava atenção nos veículos que
À noite, as ruas estavam praticamente vazias. Mesmo quando apareciam carros, Sabrina conseguia desviar deles com agilidade. Fabiano logo perdeu a competição, ficando muito atrás de Sabrina. Observando o carro dela desaparecer à distância, Fabiano rangeu os dentes de raiva. "Como isso é possível?! Por que Sabrina dirige tão bem?!" Ele sequer sabia algo sobre isso antes! Fabiano estava completamente atordoado. Ao lembrar do olhar provocador e cheio de confiança que Sabrina lhe lançou momentos atrás, sua expressão se tornou gradualmente sombria e perigosa. Ele se recusava a acreditar que não poderia conquistar Sabrina. Após se acalmar por alguns segundos, Fabiano acelerou ao máximo, saindo em disparada. Com o que Sabrina conhecia de Fabiano, tinha certeza de que ele voltaria a alcançá-la. Por isso, ela propositalmente diminuiu a velocidade, esperando que ele se aproximasse. Notando o que ela estava fazendo, os olhos de Emerson se estreitaram ligeiramente: — Sabi, p
[Faltam apenas dois dias para eu e o Fabiano irmos ao cartório.]Sabrina digitou essa frase com cuidado no bloco de notas do celular, depois colocou o aparelho virado para baixo na mesa e continuou a limpar o quarto, sorrindo. A casa era um presente dos pais de Fabiano para eles como lar de casados, onde Fabiano morava sozinho. Como ele estava ocupado e não tinha tempo para limpar, Sabrina passou esses dias ajudando por lá.As famílias de ambos eram muito próximas, e, após dois anos sendo unidos pelos pais, finalmente estavam prestes a se casar. Todos pensavam que ela estava sendo forçada a ficar com Fabiano, mas só alguns sabiam que ela secretamente o amava há anos. Quando ele concordou em namorá-la diante de ambos os pais, ela ficou tão feliz que não conseguiu dormir aquela noite.Sabrina estava no escritório, com um doce sorriso nos lábios enquanto limpava a mesa, imaginando a vida feliz que teriam ali. Porém, ao se virar, acidentalmente esbarrou em um vaso de gardênia na mesa.O
O tempo em junho mudava rapidamente. Quando Sabrina chegou, o céu estava limpo, mas agora estava coberto de nuvens escuras e chovia torrencialmente.Sabrina saiu correndo da casa de Fabiano, chorando, tão apressada que esqueceu as chaves do carro. Ela correu para a chuva e pegou um táxi na porta para voltar para casa.Quando o táxi parou no destino, Sabrina pagou a corrida com um QR code e correu para o prédio sob a chuva.No elevador, após apertar o botão do décimo terceiro andar, ficou num canto, enxugando as lágrimas incessantemente.O elevador parou, e ela, de cabeça baixa, caminhou até o apartamento e começou a digitar a senha.Estranhamente, a porta, que normalmente se abria de imediato, continuava mostrando erro na senha.Será que ela estava tão perturbada que se esqueceu da senha?Sabrina enxugou as lágrimas e decidiu tentar novamente.Ela tinha acabado de pressionar o primeiro número quando a porta se abriu subitamente de dentro.Eles se encararam, e Sabrina ficou paralisada.
Sabrina havia acabado de abrir a porta quando a voz de sua mãe, Bianca Pires, chegou carregada de soluços:— Sabrina! Por que você não atende o telefone? Término é término, mas por que não atende? Quer me matar de preocupação?"O quê?" "Como isso é diferente do que eu imaginei?"Sabrina piscou, confusa.— Ah... Meu celular estava no silencioso, eu não ouvi.O rosto de seu pai, Rodrigo Amorim, estava tenso como água parada. Ele e Bianca entraram, trocaram os sapatos e se sentaram no sofá.Sabrina trouxe água morna da cozinha e os serviu.— Mamãe, papai, bebam um pouco de água.— Sabrina, o que aconteceu com sua testa e seu braço? — Indagou Rodrigo ao notar o braço dela envolto em várias camadas de ataduras e um grande hematoma roxo na testa, onde até a pele parecia ter sido rompida.Sabrina baixou a cabeça, em silêncio.Bianca examinou mais de perto e percebeu que ela estava gravemente ferida, no braço enfaixado parecia que ficaria uma cicatriz permanente, a testa brutalmente agredida.
Sabrina apontou para o lugar ao seu lado e disse:— Se sente.O homem sorriu levemente e se sentou, segurando um molho de chaves. O chaveiro ostentava um personagem de desenho animado que lhe era vagamente familiar. Sabrina teve a impressão de já ter visto aquilo em algum lugar. Além disso, o personagem de desenho era adorável, o que não combinava com a aparência firme e atraente do homem.— Peço desculpas por esta tarde, eu realmente acabei indo para o andar errado sem querer, espero não ter te causado nenhum transtorno.Sabrina considerou que qualquer pessoa normal acharia absurda a situação de alguém tentar digitar a senha na porta de sua casa.— Não tem problema, eu entendo. – Respondeu ele, com uma voz calma.Sabrina encolheu as pernas, apoiou os pés na cadeira, abraçou os joelhos e repousou a cabeça nos braços.— Meu nome é Sabrina, e o seu?O homem, que tinha lábios finos e um sorriso atraente, respondeu com uma voz suave:— Emerson.Ele fixou o olhar nos olhos brilhantes de Sa
Ao vê-la chegar, Fabiano franziu as sobrancelhas. Sua expressão, usualmente bonita, estava agora visivelmente irritada.— Onde você estava? Seu telefone também estava desligado. Sabrina, você acha que eu tenho tanto tempo livre para brincar com você todos os dias? Já que você está aqui, vá logo, assim você consegue pegar o certificado de casamento antes do intervalo para o almoço no cartório.Sabrina se sentiu confusa. "Ele perdeu a memória ou está com algum problema na cabeça?""Ele não entendeu quando eu disse que estava acabando tudo?""Todos no grupo de chat dos pais estavam discutindo cancelar o casamento, ele não viu isso?"Ela soltou a mão que estava presa em seu braço, deu um passo para trás, adotando uma expressão incrivelmente distante e fria ao dizer:— Fabiano, eu deixei bem claro anteontem: acabou para nós. Eu disse e não me arrependo. Nosso casamento também foi cancelado. Nos últimos dias, todos na família estão discutindo isso no chat. Você não está prestando atenção?—
Originalmente, ele sempre a via dessa maneira!Sabrina arregalou os olhos, mesmo já tendo decidido não gostar mais dele. No entanto, as palavras que ele disse eram dolorosamente desoladoras.Era como uma lâmina afiada penetrando diretamente em seu coração, causando a ela uma dor intensa.Ela se lembrou de quão atencioso e meticuloso ele era com Lívia e, então, comparou com as palavras cruéis que lhe dirigia.Afinal, amar e não amar pareciam tão distintos.Mais e mais espectadores se reuniam ao redor, discutindo sobre Sabrina, que estava no centro das atenções. Ela apertava as mãos gradualmente mais forte, deformando a barra do terno de Emerson com suas mãos.Vendo que Sabrina ainda não reagia, Fabiano olhou para Emerson desdenhosamente, com uma postura arrogante e disse:— Sabrina, te dou uma última chance, vem aqui.Enquanto Sabrina pensava em como dispensá-lo, a voz calma de Emerson, misturada com um toque de severidade, soou:— Sr. Fabiano, acha que é o único homem no mundo? A Srta.