Capítulo 3
Sabrina havia acabado de abrir a porta quando a voz de sua mãe, Bianca Pires, chegou carregada de soluços:

— Sabrina! Por que você não atende o telefone? Término é término, mas por que não atende? Quer me matar de preocupação?

"O quê?"

"Como isso é diferente do que eu imaginei?"

Sabrina piscou, confusa.

— Ah... Meu celular estava no silencioso, eu não ouvi.

O rosto de seu pai, Rodrigo Amorim, estava tenso como água parada. Ele e Bianca entraram, trocaram os sapatos e se sentaram no sofá.

Sabrina trouxe água morna da cozinha e os serviu.

— Mamãe, papai, bebam um pouco de água.

— Sabrina, o que aconteceu com sua testa e seu braço? — Indagou Rodrigo ao notar o braço dela envolto em várias camadas de ataduras e um grande hematoma roxo na testa, onde até a pele parecia ter sido rompida.

Sabrina baixou a cabeça, em silêncio.

Bianca examinou mais de perto e percebeu que ela estava gravemente ferida, no braço enfaixado parecia que ficaria uma cicatriz permanente, a testa brutalmente agredida. Enquanto se irritava com a teimosia da filha, sentiu uma ponta de dor.

— Sabrina, o que você fez consigo mesma? Como está toda machucada assim? E o que aconteceu realmente entre você e o Fabiano? O casamento não é brincadeira, seu pai e eu já enviamos os convites. Você dizer hoje que quer terminar, como nós vamos enfrentar a família Ribeiro? Você não é mais nenhuma criança, não pode pensar um pouco no geral? Você já ameaçou terminar com o Fabiano várias vezes antes, e no final não acabava indo atrás dele e fazendo as pazes? Sabrina, você não pode continuar agindo como uma criança, sempre com esses temperamentos.

Sabrina baixava a cabeça enquanto as lágrimas escorriam passando por seu nariz, caindo em suas mãos, queimando um pouco a pele.

— Não chore, primeiro nos explique direito o que aconteceu. — Bianca estava visivelmente irritada.

Sabrina, ainda jovem, costumava falar frequentemente em terminar relacionamentos, se sentindo mimada demais por eles, o que a levava a agir assim.

Nesse momento, a tensão interna que Sabrina sentia finalmente se rompeu.

Ela enxugou as lágrimas e levantou a cabeça, com seus olhos vermelhos fitando seus pais, disse:

— Vocês querem saber como eu me machuquei? Foi o Fabiano que fez isso. Eu acidentalmente quebrei o vaso que sua ex-namorada deu para ele, e ele me empurrou, machucando meu braço, e ainda exigiu que eu pedisse desculpas às flores dele. Quando o sangue do meu braço caiu sobre as flores, ele me empurrou e minha cabeça bateu na quina da mesa. Ele ainda disse que eu era malvada, que eu tinha tomado o lugar da sua ex-namorada. Mãe, por que você não pergunta o que o Fabiano fez? Por que só sabe me culpar? É só porque eu costumava falar em terminar?

Após falar, Sabrina se levantou, ignorando o olhar chocado de seus pais, vestiu um casaco e disse de forma desafiadora:

— Vou dar uma volta, o ar aqui está muito abafado.

Ela pegou o elevador para descer, se sentou em um banco no térreo do prédio e ficou olhando para os vagalumes à distância.

De repente, uma sombra apareceu à sua frente. Ela levantou a cabeça e viu o homem que tinha visto naquela tarde.

Seus traços eram delicados e atraentes, como se tivessem sido meticulosamente esculpidos, com uma aparência bonita, pele clara e um porte distinto.

Ele vestia uma camiseta preta, com os contornos dos músculos e as linhas do corpo sutilmente visíveis, calças casuais pretas e um par de tênis esportivos pretos, simples, mas de uma marca que Sabrina reconheceu como muito cara, parecia que os sapatos daquela marca custavam várias dezenas de milhares.

— Olá. — Cumprimentou Sabrina, com os olhos ainda vermelhos.

— Olá. — A voz do homem era surpreendentemente agradável, profunda e magnética, como o som de um violoncelo.
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