Otávio segurava a pequena faca, movimentando ela para frente e para trás na direção da virilha do homem à sua frente. O homem, tomado pelo medo, urinou nas calças e confessou tudo o que sabia. De fato, era algo tramado pelos concorrentes da família Carmo. O motivo de terem mencionado o País M não era apenas para confundir, eles realmente tinham vindo de lá. Os olhos de Otávio se semicerraram. — Você está dizendo que o seu chefe realmente tem conexões com o País M? O homem, com o rosto pálido e lágrimas nos olhos, assentiu. Aquilo era algo que podia tomar proporções gigantescas. O semblante de Otávio ficou imediatamente sério. Sendo um dos concorrentes do tio de Emerson, a posição desse homem não era insignificante. Se houvesse mesmo conexões com o País M, isso poderia desencadear uma série de problemas maiores. Certamente envolveria muitas pessoas. Por isso, Otávio decidiu não contar diretamente a Álvaro. Primeiro, precisava confirmar as informações com Serafim. — P
Álvaro assentiu: — Certo, então faremos do jeito que você disse. Mas, desta vez, é realmente uma ótima oportunidade para derrubá-los. Espero que vocês não a desperdicem. Dalila havia pensado seriamente sobre essa questão. Ela levantou o olhar para Álvaro, que tinha quase um metro e noventa de altura: — Eu sei. Vou agora mesmo para casa conversar com eles sobre isso. Assim que tiver um resultado, te aviso. Quanto ao Emerson, peço que você e a Sabi fiquem de olho nele para mim. Álvaro a observou enquanto ela saía: — Pode deixar, confie em mim. Dalila sorriu levemente e entrou no elevador. Assim que saiu, entrou na limusine Lincoln alongada e falou imediatamente ao motorista: — Vamos voltar à Mansão dos Carmo, rápido. — Certo, Srta. Dalila. A limusine disparou pela estrada, enquanto Dalila pegava o celular para avisar seu tio Américo e seu primo André para irem à Mansão dos Carmo discutir o assunto. André e seu pai estavam em casa nos últimos dias por conta do caso
Ele franziu as grossas sobrancelhas com força, o olhar carregado de uma complexidade inquietante. — Sempre achei que eles fossem irracionais, mas não imaginei que chegariam a esse ponto. Isso coloca a segurança nacional em risco, e eles ainda têm a audácia de agir dessa forma! É simplesmente fora de controle! André pegou a xícara de café ao lado e tomou um gole. Um brilho de severidade profunda passou por seus olhos: — Pai, já que é assim, por que não aproveitamos a oportunidade para solicitar que o alto escalão os investigue? Podemos tratar como uma inspeção de rotina. Se encontrarem algo errado, a culpa não será nossa. Foram eles que não tomaram cuidado, e não nós que os denunciamos. Américo ponderou por um instante e, por fim, assentiu, percebendo que o raciocínio de André fazia muito sentido. — Está bem, faremos como você sugeriu. Vou deixar essa questão sob sua responsabilidade. Organize tudo. André sorriu levemente. — Pode deixar, pai, confie em mim. Afinal, ele j
O tempo passava lentamente, segundo a segundo. Sabrina já estava no carro há meia hora e ainda não tinha visto Emerson. Justo quando estava prestes a perder a paciência, uma figura familiar apareceu na porta ao longe. Ele vestia o mesmo terno de alguns dias atrás. Com sua figura alta e passos largos, caminhava para fora com um porte altivo. Mesmo à distância, Sabrina conseguia sentir o cansaço emanando dele. Sabrina abriu rapidamente a porta do carro e desceu, correndo em sua direção: — Emerson! Emerson pareceu perceber algo e, ao ver a pequena figura de sua esposa correndo em sua direção, abriu os braços e a acolheu em um abraço apertado. Embora tivessem se passado apenas dois ou três dias desde a última vez que se viram, ele sentia como se tivesse passado uma eternidade. Naquele momento, finalmente compreendeu o significado da expressão "um dia sem te ver parece uma eternidade".Emerson a abraçou com força, apoiando o queixo no ombro dela. Ele não sabia se era apenas impr
Ela estava apenas se sentindo triste. Afinal de contas, tudo isso havia começado por causa dela. Se não tivesse entrado na porta errada naquela época, se não tivesse conhecido Emerson, ele não estaria sofrendo com esse desastre sem sentido. Pensando nisso, Sabrina ainda sentia uma profunda culpa em relação à família dele. Emerson estava reclinado no banco do passageiro com os olhos semicerrados, mas, de repente, percebeu que havia um carro os seguindo de perto. O veículo era preto e, sob a cobertura da escuridão, os faróis brilhantes se destacavam de forma especialmente óbvia. Os olhos de Emerson se estreitaram, e sua expressão ficou instantaneamente alerta: — Sabi, tem um carro nos seguindo. O rosto de Sabrina ficou levemente tenso, e ela olhou instintivamente pelo retrovisor. Quando viu a placa familiar, seu olhar imediatamente endureceu: — É o Fabiano. Fabiano só tinha alguns carros e, na época em que Sabrina gostava dele, ela prestava atenção nos veículos que
À noite, as ruas estavam praticamente vazias. Mesmo quando apareciam carros, Sabrina conseguia desviar deles com agilidade. Fabiano logo perdeu a competição, ficando muito atrás de Sabrina. Observando o carro dela desaparecer à distância, Fabiano rangeu os dentes de raiva. "Como isso é possível?! Por que Sabrina dirige tão bem?!" Ele sequer sabia algo sobre isso antes! Fabiano estava completamente atordoado. Ao lembrar do olhar provocador e cheio de confiança que Sabrina lhe lançou momentos atrás, sua expressão se tornou gradualmente sombria e perigosa. Ele se recusava a acreditar que não poderia conquistar Sabrina. Após se acalmar por alguns segundos, Fabiano acelerou ao máximo, saindo em disparada. Com o que Sabrina conhecia de Fabiano, tinha certeza de que ele voltaria a alcançá-la. Por isso, ela propositalmente diminuiu a velocidade, esperando que ele se aproximasse. Notando o que ela estava fazendo, os olhos de Emerson se estreitaram ligeiramente: — Sabi, p
Emerson olhou para a mensagem no celular de Sabrina, e sua expressão foi ficando cada vez mais sombria e perigosa. Ele e Álvaro tinham feito de tudo para esconder isso de Sabrina, mas Fabiano havia conseguido encontrá-la e se apresentar por conta própria. Que irônico. Ele devolveu o celular para Sabrina e perguntou: — Sabi, depois que ele te contou essas coisas, você não foi tirar satisfação com ele? Sabrina piscou algumas vezes antes de responder: — Tirar satisfação sobre o quê? Ele só disse uma frase sem qualquer prova. Se eu fosse correndo atrás dele, acabaria alarmando o inimigo. Então, achei melhor fazer algo mais útil. Tipo, encontrar o Baltazar, mostrar o dedo do meio na frente dele e dizer que ele não vale nada. Emerson deu um sorriso resignado e puxou ela para o closet. — Está certo, minha Sabi é a melhor. Vamos logo tomar banho e dormir cedo, pode ser? Faz dias que não descansamos direito e estamos exaustos. Sabrina não precisava que ele dissesse isso para s
A ambulância chegou rapidamente. Fabiano estava preso dentro do carro e não conseguia sair. Foi necessário que várias pessoas se unissem para virar o veículo e resgatá-lo. A ambulância acelerou pela estrada. Como já era noite e não havia muito tráfego, conseguiu chegar ao hospital em pouco tempo. Médicos e enfermeiros se mobilizavam freneticamente, levando as vítimas para a sala de emergência, enquanto outros funcionários se apressavam em contatar os familiares de Fabiano e da outra pessoa ferida no acidente. Por causa do ocorrido, o hospital ficou em completo alvoroço. A polícia de trânsito também agiu rapidamente e, ao revisar as imagens das câmeras de segurança, concluiu que o principal responsável pelo acidente era Fabiano. Aparentemente, ele estava perseguindo alguém de propósito. Os agentes de trânsito rastrearam o carro rosa, um Porsche, que Fabiano estava seguindo, e identificaram que o veículo pertencia a Sabrina. As imagens mostravam que Sabrina também parecia e