Laura Martins:
— Ei! — Puxa-me para trás, fecho os olhos, sinto todo o meu corpo tremer. — Por que está me ignorando? — Reconhecer a voz do agro, respiro aliviada.
— Por que ainda está aqui? — Ignoro a sua pergunta.
— Vem — ele começa a me arrastar, mas não deixo, puxo a minha mão para longe da dele.
— O que acha que está fazendo? — Pergunto, a chuva começa a ficar mais forte.
— Vou te levar para um lugar seguro, vamos, a chuva já está piorando.
— Eu não vou para a sua casa! — Exclamo, só Deus sabe o que esse ogro tem na mente.
— Nunca te levaria para lá — ele responde olhando-me com... nojo? — Conheço uma pousada aqui perto.
— Como pode ver, não tenho dinheiro para pagar...
— Eu vou pagar, não posso te deixar na chuva.
Paraliso, me surpreendendo pela terceira vez com esse cara. Eu estou cansada, andei o dia todo hoje, e as sapatilhas criando calos nos meus dedos e calcanhares não ajudam muito. Só quero conseguir dormir.
— Vem logo! — Ele me tira do estopim da minha mente, entramos em seu carro.
Observo os fleches de luz pelo vidro fumê da janela, um silêncio expeço paira dentro do carro, que ao parar no sinal vermelho, não consigo controlar a vontade de expiar o homem estranho – que eu denominei ogro – ao meu lado. Ele realmente é muito bonito, os seus cabelos pretos desalinhados e molhados o deixam ainda mais charmoso, ele é o homem mais bonito que eu já vi, mas nunca irei admitir isso para ele.
Nunca!
— Se continuar me olhando assim, praticamente me devorando com os olhos, vou começar a achar que está interessada — a sua voz me tira dos devaneios, percebo, tarde demais, que estava encarando-o com a boca meio aberta.
Pressiono os lábios um contra o outro numa linha reta, tento parecer indiferente, mas sinto o meu rosto queimar de vergonha.
— Fa-falta muito para chegarmos? — Desvio o olhar e desconverso, tentando disfarçar o constrangimento.
— Hum, não muito — ele responde.
Concentro-me a paisagem além da janela, e, mesmo sem eu querer, a minha mente vagueia pelas lembranças ruins da semana passada quando todo o meu mundo virou de cabeça para baixo e eu virei uma moradora de sua.
"toc-toc", uma batida repentina no viro me faz pular, coloco a mão sobre o peito e sinto as batidas fortes e rápidas do meu frágil e jovem coração, pisco os olhos várias vezes assustada.
— Chegamos! — Escuto a voz abafada do ogro, sou preenchida pelo alívio, porém também me sinto constrangida.
Céus, fiquei tão entretida dentro da minha mente que não vi o momento em que o carro foi estacionado e nem ouvir o som da porta dele sendo aberta.
O ogro abre a porta para mim e eu saio do carro meio atordoada, o grande edifício chama a minha atenção, todas as janelas com varandas, esse lugar cheira ao tipo de lugar que não tenho dinheiro de passar nem uma noite. Isso nem de longe tem cara de ser uma pousada.
Calma! — falo a mim mesma, eu devo ter virado na direção errada. Calmante viro-me para o outro lado da rua, mas não encontro nada além de vários tipos de lojas, estendo a minha visão até o fim da rua e não localizo nada que se pareça ser uma pousada barata.
— Vamos logo! — O ogro diz fazendo-me virar novamente em direção ao edifício chique.
Ele já está perto do portão enquanto eu ainda estou do lado do carro.
— Ué, cadê a pousada? — Indago confusa.
— Não sabia que tinha problemas de visão, dragãozinha — ele provoca, e eu reviro os olhos. — Vamos, está ficando frio.
Ele vira-se de costa e abre o portão, eu o sigo. Caminhamos até uma recepção chique, onde uma mulher jovem aparece.
— O que traz a sua ilustre presença ao meu ressinto? — A moça diz divertida, dirigindo-se ao ogro.
— Quero um quarto para essa mulher — ele responde, e a moça finalmente olha na minha direção, os seus olhos percorrem da minha cabeça aos pés, consigo sentir os seus olhos julgando as minhas roupas velhas. Ela olha novamente para ele e depois para mim e então para ele novamente, agora com uma sobrancelha arqueada. — O quarto é apenas para ela, Monique — ele esclarece.
— Ah, sim. Está com documentos em mão, querida? — Ela pergunta a mim.
Pego no bolso da calça a minha identidade e entrego.
— Muito bem, Laura — ela diz após dá uma olhada no meu documento.
Ela digita e clica em alguma coisa no notebook, não demora nem um minuto, ela abaixa-se e quando levanta me entrega a minha identidade e uma chave, olho o número no cartão preso e sei que é o quarto: vinte e dois.
— Yasmin! — Monique grita e logo outra mulher aparece. — Leve ela para o quarto.
A Yasmim me olha e sorrir.
— Por aqui — Yasmin diz simpática e vira-se de costas.
Volto a olhar para o ogro, quero agradecê-lo pela gentileza, mas tem um nó na minha garganta e a presença de Monique deixa-me ainda mais desconfortável.
— Nos despedimos aqui, dragão — ele diz, sua voz firme mas não hostil.
— Não quero que fique me chamando assim — falo, sentindo-me envergonhada. Ele precisa me chamar disso na frente das pessoas?
— Não nos veremos novamente — ele afirma. — Então vá logo para o seu quarto.
A forma como ele diz isso, embora não seja hostil, carrega uma sensação de finalidade. Abro a boca para responder, mas os olhos gélidos de Fernando me fazem fechar a boca novamente.
Apenas aceno com a cabeça, resignada, e me viro para Yasmin, que me espera pacientemente. Começo a segui-la até o elevador, sentindo um misto de emoções.
Entramos na caixa metálica, o som suave das portas se fechando ecoando na minha mente. Yasmin pressiona o botão do terceiro andar, e subimos em silêncio. Quando as portas se abrem, saímos e seguimos pelo corredor até a metade. Yasmin para ao lado de uma porta, virando-se para mim com um sorriso encorajador.
— Aqui é o seu quarto, Laura.
Ao dar o primeiro passo para dentro, Yasmin começa a se afastar, retornando pelo caminho que viemos. Tateio a parede ao lado da porta e acho o interruptor. Acendo a luz e fecho a porta. Respiro fundo, no meio disso tudo, esqueci de devolver o terno dele.
Viro-me e observo o quarto, mas me surpreendo. Isso aqui não é um quarto de uma pousada. Certo, eu nunca antes estive em uma, mas sempre imaginei que seria apenas uma cama e um banheiro, ou apenas uma cama mesmo.
Mas aqui estou eu, diante de uma sala, com um sofá, uma televisão e uma mesinha de centro. Deixo o terno do ogro em cima do sofá e caminho até uma abertura que dá para o corredor.
Entro no banheiro e tomo um longo banho, a água quente relaxando os meus músculos. Volto para o quarto e jogo-me de costas na cama, meu corpo afunda no colchão e segundos depois, adormeço.
~
— Vim devolver a chave e pedir um favor — falo com Monique. — Queria que devolvesse para mim ao dono esse terno, o homem que estava comigo ontem — colo as chaves e o terno sob o balcão. — Obrigada pela hospedagem.
— Laura, o seu contrato é de três meses — Monique informa, encaro-a confusa. — Ontem foi pago a estadia de três meses, pegue de volta — ela empurra o terno e a chave para mim.
— Ele pagou por três meses?... Por quê? — Questiono num sussurro.
Pego a chave da mão dela e sinto-me mal. Apesar de no início ele ter sido um grosso comigo, ele foi o estranho mais gentil que já cruzou o meu caminho.
— Você pode me dizer o nome dele? — Pergunto sem graça a Monique.
— Entrou no carro de um homem sem sequer saber o nome? — Ela indaga com os olhos surpresos, fico envergonhada.
— Eu não tive tempo de perguntar o nome e nem sei onde o encontrar, então... — tento me justificar.
— Certo, já entendi. Olha, eu não sei por que o meu amigo fez isso por você. Nunca o vi ajudando de forma tão ativa moradores de rua, mas tenho certeza que ele não irá querer esse terno de volta e muito menos gostaria que eu revelasse o seu nome para uma garota que ele ajudou, mas sequer disse o próprio nome.
— Mas... — tentou contra-argumentar, mas ele me corta.
— Jogue fora essa roupa que colocou em seu corpo e aproveite a sua estadia aqui. Aproveite e procure um emprego, saia dessa vida, menina — ela diz mais suavemente.
— O meu primeiro dia no emprego começa hoje — informo, não quero parecer ainda mais coitada.
— Ótimo, junte dinheiro e consiga um lugar para ficar, está bem? Aproveite essa chance que a vida te deu.
— Certo, obrigada.
Olho para o relógio de parede e faltam trinta minutos para às sete da manhã, tenho uma hora e meia para chegar no meu trabalho.
"Será que encontrarei com ele novamente?" — Questiono mentalmente e guardo a chave no bolso da minha calça. Volto para o quarto e guardo o paletó. Preciso ir para o trabalho.
Dentro do ônibus, a caminho do trabalho, meus pensamentos estão divididos entre a gratidão e a curiosidade. Quem era ele e por que fez isso por mim? Sinto um misto de alívio e confusão. A gentileza dele, apesar de sua grosseria inicial, é algo que não consigo entender completamente.
Chego ao meu novo emprego com tempo de sobra, ansiosa e nervosa. A oportunidade de mudar minha vida está à minha frente. Ao entrar no prédio, respiro fundo e me preparo para o que quer que venha.
— Laura Martins? — Ouço meu nome ser chamado por um homem, aceno com a cabeça. — Vou te mostrar a empresa e o que tem que fazer.
Após o tour, o coordenador de serviços gerais me entrega o meu uniforme e então começo o serviço.
Durante o dia, tento me concentrar nas minhas tarefas, mas os pensamentos sobre o desconhecido que me ajudou continuam a surgir. Cada vez que vejo alguém com um terno preto, meu coração dá um salto, mas nenhum deles é ele.
Talvez, um dia, eu o encontre novamente e possa agradecer pessoalmente. Por agora, preciso focar no trabalho e fazer o meu melhor para garantir um futuro mais seguro e estável, mostrar aquele estranho que aproveitei a chance que ele me deu.
Quando o dia finalmente termina, estou exausta, mas também um pouco mais confiante. Caminho de volta para o lugar que agora posso chamar de lar, pelo menos por três meses. Entro no quarto, me jogo na cama e deixo a exaustão me levar para um sono profundo, cheia de esperança e determinação para o futuro.
7 meses depois.Laura Martins:Batidas fortes na porta me despertam de um sono agitado, desencadeando uma dor latejante na minha têmpora, lembrando-me da queda que sofri anteontem na empresa quando desmaiei e bati a cabeça na privada, acordei só no dia seguinte. A luz do sol entrando pelas frestas das da janela de madeira faz meus olhos arderem.— Já vai! — Tento gritar, mas minha voz sai fraca, um mero sussurro.As batidas continuam, mais urgentes. Respiro fundo, tentando dissipar a dor, e me levanto cambaleando. O quarto gira por um momento, mas me estabilizo, apoiando-me na parede enquanto caminho até a porta. O eco das batidas se mistura com o zumbido na minha cabeça.— Quem é? — Minha voz sai rouca, quase inaudível, enquanto destranco a porta.— Senhorita Martins? — Uma voz feminina responde.Abro a porta lentamente, revelando uma mulher jovem e elegante. Ela é alta e magra, vestindo um terno perfeitamente ajustado. Seus olhos me observam com intensidade, e um leve sorriso curva s
Fernando Duarte:No meu relógio marca 19 horas e 30 minutos, e a minha paciência diminui a cada segundo. Se essa mulher se atrasar um minuto sequer, estou fora. Eu nem queria está aqui para começo de conversar, só estou aqui porque a minha mãe ameaçou colocar fogo em sua própria casa.Impaciente, dedilho a mesa, viro o rosto para a janela e começo a observar os carros passando apressados pela frente do restaurante escolhido por minha mãe.Só mais trinta segundos...— Senhor Duarte? — Ouça a voz da recepcionista, se ela está aqui só pode significar uma coisa.Merda!Respiro fundo e controlo a raiva, só faltavam trinta segundos para que eu pudesse estar livre e usar a desculpa de que a tal mulher não apareceu me deixando no vácuo.Desvio minha atenção dos carros e olho para a moça que me chama. De baixo pra cima, observo a mulher que está ao lado da recepcionista.Dentro de um vestido tubinho de cor preta, os meus olhos percorrem o seu corpo, observando as curvas suaves e delicadas marca
Fernando Duarte:O momento presente se dissolve, e minha mente é abruptamente arrastada de volta àquela noite fatídica. o barulho ensurdecedor, repentino e violento de uma batida, seguido pelo estrondo assustador de uma explosão atrás do meu carro.O mundo ao meu redor transformou-se num caos vivo: os olhos verdes desesperados, os gritos dilacerantes por socorro perfurando a noite, misturados ao som das sirenes sendo abafadas pelo zumbido em meu ouvido. Lágrimas mesclam-se ao sangue que tingia toda a minha visão de um vermelho profundo e sombrio.O horror da imagem tingida de vermelho me dá náuseas — membros perdidos, um braço aqui, pernas ali, espalhado pelo interior do carro, o forte cheiro do sangue...Enquanto o passado me consome, uma gota de suor frio traça um caminho pela minha testa. O descompasso de meu coração martela contra meu peito, enquanto minhas vistas se embaçam com a iminência de mais um colapso emocional. Lágrimas, antes contidas, agora fluem livremente, embaçando mi
Fernando Duarte:Após deixar o restaurante, dirijo com pressa tendo o caminho iluminado pelas luzes amarelas dos portes. Seguro tão firme o volante do carro, sentindo o metal gelado contra a palma da minha mão, que sinto as falanges dos meus dedos doerem e as veias do dorso das minhas mãos saltarem.De onde a minha mãe conhece Laura? E por que diabos a minha mãe achou que seria uma boa ideia arranjar um encontro com essa pirralha irritante?A frustração e a raiva se acumulam dentro de mim. Com fúria, desfiro um golpe no volante.— Porra! Por que tinha que ser logo ela? Ela era a última pessoa que eu queria encontrar — grito exasperado dentro do carro.Os faróis dos outros carros se misturam em um borrão de luzes, espelhando meu estado de espírito tumultuado. Minha respiração está tensa, e os pensamentos sobre Laura, sobre o meu passado, giram furiosamente na minha mente.Ao estacionar em frente à casa da minha mãe, respiro fundo, saio do carro e aperto a campainha. Ana, o braço direto
Laura Martins:Pago a passagem e me sento no banco mais alto. O ônibus começa a se mover, e apoio meu cotovelo na janela, repousando o queixo na palma da mão. Observo as luzes urbanas se desdobrarem à medida que o ônibus segue para a estação. Minha mente volta ao restaurante, lembrando os olhos do senhor Duarte, antes gélidos, agora cheios de terror e desespero. O que o teria deixado assim?Para! Já tenho problemas demais para me preocupar com os dos outros.Busco refúgio nos meus fones de ouvido e seleciono a música "Dias Melhores" do Jota Quest. Deixo-me levar pela melodia enquanto olho as ruas movimentadas."🎶 Vivemos esperando dias melhores.Dias de paz, dias a mais,dias que não deixaremos para trás.Oh oh, vivemos esperando o dia que seremos melhores,melhores no amor, melhores na dor, melhores em tudo... 🎶"Cantarolo baixinho, meus olhos se enchem de lágrimas, mas pisco para afastá-las. Sou egoísta demais, pensando em tudo o que ele já fez por mim. Ninguém nunca fez o que ele
Laura Martins:"Ele sempre teve uma boca tão bonita assim?" —Me questiono internamente, mordo o meu lábio inferior. Será que são macios? Quentes? A língua... será que... de repente e bruscamente, como se tivesse uma doença altamente contagiosa, ele me solta e se afasta. Cambaleio um pouco antes de retornar ao equilíbrio. Uma pontada de vergonha toma conta de mim, me atingindo como um soco no estômago, a minha mente martela com a possibilidade de que ele percebeu que, por um breve momento, eu talvez quisesse beijá-lo. Rezo em silêncio para que ele não tenha notado as minhas intenções nesse pequeno instante que encarei a boca dele.O som de um pigarro seco escapa da minha garganta enquanto tento esconder o meu constrangimento.Sinto um calor subir pelas minhas bochechas, o conflito interno entre raiva e atração deixando-me confusa.— Eu... eu não preciso da sua ajuda — sussurro, minha voz traindo a determinação que tento manter.— Por que você sempre tem que complicar tudo? — ele questio
Laura Martins: — Laura, o que aconteceu no restaurante? O meu filho chegou aqui transtornado! — a mulher começa. Lá vamos nós, penso me preparando para receber o esporro. — O nosso acordo era para você deixá-lo feliz e não ainda mais infeliz! — A voz da mulher ressoar familiar por trás da linha. De onde a conheço... de onde... já sei! É ela! A senhora elegante e gentil de terninho. Cristiane, é esse o nome dela, por que eu não me lembrei assim que vi o ogro? Será que foi o choque por ter sido justo ele? — Está aí? — Cristiane, a mãe do ogro, chama impaciente. — Si-sim! Estou sim — respondo, tentando suar calma, mesmo com o coração disparado. — Então por que não me respondeu? — Questiona. — Eu estava tentando me lembrar de onde conhecia a sua voz — explico e mordo o lábio com vergonha da minha lerdeza. — Você não lembrava que era eu? — Consigo sentir a surpresa em sua voz. — Desculpe — peço envergonhada, provavelmente o nome dela estava no contrato, mas eu só li a parte dos bene
Laura Martins:— Você! — exclamamos juntos, ambos claramente atônitos e, no meu caso, desesperada.Meu coração dispara em meu peito, ecoando um alarme surdo que parece preencher todo o espaço da sala de reuniões. Minhas mãos tremem tanto que mal consigo segurar a bandeja. Diante de mim, com os olhos azuis mais gélidos, que parece até congelar o ar entre nós, que eu já encontrei, está o ogro... não, o CEO da empresa onde trabalho, o mesmo homem em que a mãe me “alugou” para amar. Céus!Seu olhar sobre mim é uma mistura de surpresa e irritação, tão intensa que nesse momento, eu quero desaparecer.A única coisa que consigo fazer é encará-lo com uma expressão que eu só posso imaginar como uma mistura de choque e horror.Sinto os olhares curiosos de todos sobre nós, olho em volta e subitamente me sinto muito pequena. Sinto o peso de cada olhar, julgando, questionando. Procuro por uma rota de fuga, mas a realidade da situação me golpeia com força. Não tem como eu correr.— O que está fazend