Ayla, uma garota absurdamente linda, de 18 anos, guardou sua virgindade por conta da tradição da família, que só permitia que o ato fosse consumado após o casamento. Haviam muitos pretendentes de boa família interessados nela, mas as jovens só poderiam casar aos 21 anos, e ela teria que permanecer imaculada até lá. Porém, uma força sobrenatural, totalmente desconhecido pelos humanos, apareceu pra Ayla, desafiando a tradição de gerações, e colocando em risco a pureza dela. Azrael, é um anjo obsessor, sua missão é alimentar desejos sexuais em jovens puras, tirando delas a única coisa de valor, sua virgindade.
Ler maisEthan abriu a boca, fechou, abriu de novo, piscou algumas vezes, como se tentasse processar a cena diante dele. Finalmente, soltou um sussurro rouco:— Como isso é possível? Então ela é? Nossa, mas como?Antes que eu pudesse sequer tentar formular uma resposta decente, Laila estreitou os olhos e repetiu, dessa vez com mais impaciência:— Alôo? Alguém vai me responder quem é essa garota?Ayla, sem perder tempo, tomou a frente e estendeu a mão, sua expressão mais desafiadora do que educada.— Eu sou Ayla.Laila cruzou os braços, olhando-a de cima a baixo, como se tentasse decifrar um enigma.— Eu sou Laila.O silêncio que se seguiu foi sufocante. Um tipo de silêncio que antecede uma explosão. Ayla virou a cabeça lentamente para mim, seus olhos cravados nos meus, exigindo uma resposta. Eu sabia o que ela queria perguntar. O que ela já suspeitava. Eu podia ver o desmoronamento se formando em seus pensamentos.— Ela é...? Ayla começou, mas eu me antecipei, cortando qualquer possibilidade
AZRAEL ..Não tinha forma melhor de ter aquela conversa, Ayla iria arrancar aquela resposta de mim de qualquer jeito, mas fiquei mais tranquilo em saber que ela havia aceitado deixar aquela conversa pra outro momento, uma tranquilidade que durou pouco tempo.Cada passo que eu dava pela trilha ao lado de Ayla, mais pesado meu peito se tornava. O silêncio entre nós era quase sufocante, preenchido apenas pelos sons da natureza ao redor. Mas dentro de mim, uma tempestade se formava.Convenci Ayla a deixar essa conversa para outro momento, mas por quanto tempo? Quanto tempo até ela exigir saber toda a verdade? E pior... como ela reagiria ao descobrir que Laila era prima de Ethan e tinha livre acesso à casa onde estávamos indo?A ideia me deixou ainda mais irritado. Eu queria arrancar aquela informação do meu próprio peito antes que Ayla a encontrasse por conta própria. Meu instinto me dizia que seria inevitável. E quando acontecesse, eu teria que enfrentar outra tempestade.Eu sentia rai
AYLA . . O silêncio de Azrael pesava entre nós conforme avançávamos pela trilha. O único som era o farfalhar das folhas secas sob nossos passos e a brisa cortante que dançava entre as árvores. Mesmo sem olhar diretamente para ele, eu sentia a tensão em seu corpo. Ele segurava minha mão, mas seu aperto era firme demais, como se estivesse tentando se controlar. A inquietação cresceu dentro de mim, e eu não consegui ignorar. Eu precisava saber sobre o quê ele estava pensando, mas me arrependi amargamente de ter perguntado. Ele demorou um segundo para responder, os olhos fixos no caminho à frente, e simplesmente disse que não era algo para se conversar naquele momento. Essa simples resposta já foi o suficiente para me deixar em alerta. Franzi o cenho, puxando-o pelo braço para que me olhasse. Ele suspirou, mas finalmente virou o rosto para mim.Eu achava que ele estava escondendo algo de mim, e realmente estava, eu só não esperava que ele me acusasse de forma tão agressiva.Ele
AZRAEL ..Houve um completo silêncio, como se algo oculto tivesse sido reprimido, como se as palavras de Ayla tivesse desfeito algo.Ao ouvir as palavras dela, senti que algo dentro de mim havia mudado. A fúria que antes me consumia deu lugar a algo que eu não conseguia nomear. Um sentimento que aquecia meu peito, como se, pela primeira vez, um pedaço perdido de mim finalmente voltasse ao seu devido lugar.Ela estava dizendo a verdade. Eu sabia.O amor da vida dela.As palavras de Ayla ecoaram na minha mente, quebrando barreiras que eu nem sabia que existiam. Eu sempre soube que havia algo diferente nela, ou na sombra dela que constantemente percorria a minha mente. Desde o instante em que a vi em minha mente, algo dentro de mim sussurrava que ela era minha. Mas agora, essa certeza era avassaladora. Eu não sabia quem eu era, mas sabia que meu destino estava entrelaçado ao dela. Sempre esteve.Minha respiração estava pesada, e quando olhei para Ayla, vi que ela me observava com um mi
AYLA ..Azrael recuou um passo, e depois outro,parecia que ele tentava a todo custo controlar seus reais instintos. Seus olhos, que antes brilhavam com um fogo intenso, agora estavam enevoados por algo que eu não conseguia decifrar, talvez ódio.Sua voz saiu áspera, quase um rugido abafado pelo vento que insistia em uivar ao nosso redor, e quanto mais ele perguntava quem ele era, mas intenso o sombrio o ambiente ficava.Meu coração pulsava descompassado. O vento forte chicoteava meu rosto, e as folhas das árvores farfalhavam de maneira sinistra, como se o próprio mundo rejeitasse esse reencontro. Mas nada me faria recuar agora. Eu precisava enfrentá-lo. Precisava trazê-lo de volta para mim.Agarrei-me ao tronco da árvore mais próxima, sentindo a madeira áspera contra minha pele trêmula, e, ignorando a tempestade crescente, gritei:— Você é o meu anjo obsessor... e o amor da minha vida!O mundo parou.O vento cessou de uma vez, como se tivesse sido engolido pelo próprio silêncio. As
AZRAEL . . A mata ao meu redor se tornava um borrão de sombras e troncos enquanto eu avançava, impulsionado por um impulso que não compreendia completamente. Mas eu sabia. No fundo da minha alma, eu sabia que precisava encontrá-la. Ayla, eu não poderia deixá-la ir embora sem respostas. Seu nome ecoava na minha mente como uma maldição e uma prece. Desde o instante em que nossos olhos se cruzaram mais cedo, algo dentro de mim se rompeu. O choque em seu rosto, sua expressão de medo, a decisão de me ignorar... Tudo aquilo me atingiu com uma força que eu não esperava. Eu não a perderia de vista, e não podia permitir que isso acontecesse. Minhas mãos se fecharam em punhos enquanto meus pés deslizavam sobre a terra fofa. O vento cortava minha pele, mas eu não sentia frio. Sentia apenas a urgência de chegar até ela. Quando cheguei no mesmo local que a vi, olhei em direção de onde ela foi, mas fui levado a olhar também para o meu lado esquerdo, e lá estava ela, meu coração parou
AYLA . . Eu caminhei sem rumo, guiada apenas pela necessidade de encontrá-lo. O bosque se estendia diante de mim, silencioso e misterioso, como se esperasse por algo. Meu coração pulsava de forma errática, e cada passo parecia um convite ao desconhecido. Ao alcançar um banco de madeira entre duas árvores, minhas pernas cederam, e eu me sentei pesadamente. Minhas mochilas escorregaram para o chão, mas eu nem me importei. Enterrei o rosto entre as mãos e deixei que as lágrimas caíssem livremente. Eu estava sozinha. Perdida. Sem rumo. O que eu faria agora? Como poderia me virar em um país desconhecido, sem família, sem apoio? Caio havia sido a minha segurança temporária, mas agora eu sabia que não podia me apoiar nele. Ele nunca entenderia a tempestade dentro de mim. E Azrael... Meu peito doía ao lembrar do olhar dele. O choque. A mágoa. A decepção. Eu o vi. Eu o ignorei. Eu o perdi. Meus soluços se tornaram mais intensos. Tudo dentro de mim gritava arrependimento. O
AZRAEL ..Eu senti meu mundo desmoronar.Ayla estava ali, real, de carne e osso, ao alcance das minhas mãos, mas ela parecia fugir de mim.Mas não era apenas isso. Ela não estava sozinha. Ela estava com ele. O homem que trouxe ira ao meu ser, o mostro real do meu inferno interior, o cara capaz de fazer Ayla se entregar, e gemer, e o pior era saber que aquele cara que a tinha tão intimamente não era eu.O desespero me tomou de forma brutal e avassaladora. Eu queria gritar, queria rasgar minha própria pele para arrancar a dor que me consumia por dentro. Mas tudo que consegui fazer foi ficar ali, paralisado, enquanto ela se afastava de mim. Como se eu fosse um estranho. Como se eu não passasse de um fantasma insignificante na vida dela.Quando Ayla desapareceu pelas laterais daquele prédio, senti um aperto no peito tão forte que quase me dobrei para frente. Era como se uma parte de mim estivesse sendo arrancada, mas eu não sabia qual. Eu não lembrava. A única coisa que eu sentia era qu
AYLA..Colocamos os pés na terra firme, e a imensidão dos Estados Unidos se desenrolava diante de mim como uma promessa silenciosa de recomeço. O porto estava cheio de movimentação, turistas e trabalhadores iam e vinham, mas para mim, era como se tudo estivesse em câmera lenta. O cheiro de sal ainda impregnava minhas roupas, e a brisa do mar bagunçava meus cabelos enquanto caminhávamos lado a lado.Caio suspirou fundo ao meu lado, com um meio sorriso nos lábios.— Finalmente acabou.Disse, aliviado. — Semanas em alto-mar não foram fáceis, mas valeu a pena. Se não fosse por isso, eu nunca teria te conhecido.Aquela confissão me fez desviar o olhar. Eu queria responder algo que correspondesse ao carinho dele, mas tudo que fiz foi esboçar um sorriso tímido.— Sim... foi uma experiência e tanto.Continuamos caminhando calmamente pelo porto. Meu coração tamborilava de ansiedade pelo que estava por vir. Eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, Caio faria a pergunta que eu não sabia como r