Reencontro

Krampus narrando

Eu sabia quem eu era. Um demônio, uma fera de sombras e instintos primitivos. Mas ter meu filhote nos braços... isso quase me transformava em um cordeiro dócil. Ele era pequeno, quente e tão inocente que parecia impossível que carregasse dentro de si qualquer traço da escuridão que corria em minhas veias, mas eu sabia que estava lá, claro que sabia, era a minha cria.

Eu o segurei com cuidado, o corpo pequeno contra meu peito. Aquele era o momento em que eu percebia o verdadeiro peso do que significava ser pai. Eu seria bom para ele. Como meu próprio pai havia sido comigo. Ele me ensinou que mesmo as criaturas mais sombrias têm espaço para o amor verdadeiro.

E, como se o destino estivesse ouvindo meus pensamentos, foi ele quem encontrei na porta. O cheiro do seu neto havia o chamado até mim — forte, inegável. Quando nos encaramos, havia algo em seus olhos que não via há muito tempo: orgulho.

— Se saiu melhor do que eu esperava. — Meu pai disse, com uma voz grave e baix
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