Ingênua

Tábata soltou um som breve e amargo, enquanto seus ombros se encolhiam. 

— Você diz isso agora... 

Ele se inclinou para frente, apoiando um antebraço no joelho, a mão acariciando o ventre com uma agitada bebê, sem tirar os olhos dos de Taby. 

— Taby, seja o que for, pode me contar. 

Tábata respirou fundo, sentindo o calor da mão de Guilherme ainda repousada sobre sua barriga. Era estranho como aquele simples toque lhe dava força e coragem, mesmo que a lembrança do que precisava dizer enchesse seu peito de um imenso peso.

— Eu sempre me senti como um peso, uma peça deslocada... Descartável — engoliu em seco, empurrando sem sucesso o bolor doloroso se acumulando na garganta. — Além de não ser querida em casa, nunca fui o tipo de garota que os rapazes admiravam e escolhem. Sempre fui... — hesitou, buscando a

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