POV: YULLI
— Quanta coragem, presa. — A voz do Lycan era um rosnado profundo, carregado de ódio. Ele avançou com a velocidade de um predador, cada movimento tão rápido que mal tive tempo de reagir. — Vamos ver se continua assim quando eu rasgar sua carne.
Antes que eu pudesse me defender, fui arremessada contra a parede. O impacto arrancou o ar dos meus pulmões, uma onda de dor explodindo em minhas costas enquanto o mundo ao meu redor girava.
— Onde está a sua força agora? — Ele rugiu, suas presas a milímetros do meu rosto. O hálito quente e fétido fazia meu estômago revirar. Com um último esforço desesperado, chutei suas partes íntimas com toda a força que consegui reunir. Ele soltou um rosnado de dor, mas sua reação foi tão rápida quanto brutal. Suas garras enormes se fecharam em torno do meu pescoço, esmagando minha traqueia enquanto eu me debatia, a sensação de sufocamento me fazendo entrar em pânico.
— M*****a. — Sua voz era implacável, cada palavra gotejando veneno. — Íamos brincar com você mais um pouco, presa, mas acho que vou matá-la aqui e agora. Quais são as suas últimas palavras?
Minha visão começava a escurecer, mas não cedi ao medo. Com o pouco ar que me restava, cuspi as palavras:
— Não mexa com uma sacerdotisa, seu vira-lata nojento!
Reuni minhas forças e joguei a cabeça para frente, acertando a dele com tudo o que tinha. Ele riu, um som cheio de escárnio, como se o golpe fosse insignificante. Mas enquanto ele ria, minhas mãos, movidas pela raiva e pelo desespero, encontraram seus olhos. Sem hesitar, afundei os dedos nas órbitas oculares, sentindo a carne ceder sob a pressão, o rugido que se seguiu foi puro ódio e dor
Afundei os dedos com brutalidade, ignorando a resistência da carne enquanto o lobo rugia em agonia. Ele me golpeou contra a parede com força, tentando me fazer soltá-lo. O impacto foi devastador, tirando o ar dos meus pulmões, e um grito de dor escapou dos meus lábios.
— Maldito! — gritei, entre arfadas, recusando-me a soltar. Mesmo com cada pancada que recebia, mantive meus dedos cravados. Finalmente, um estalo grotesco ecoou, e a criatura me largou, cambaleando para trás. O sangue escorria por seu rosto, seus olhos destruídos enquanto ele tentava desesperadamente cobri-los com as garras. A outra mão buscava me alcançar, mas seus movimentos estavam descoordenados.
Os lacaios dele, ainda desorientados pelo pó e pela magia, tentavam se aproximar. Cambaleavam, mal conseguindo manter-se de pé. Era patético, mas eu não tinha tempo para desprezo. Passei a mão pelo meu pescoço, tentando aliviar a pressão e recuperar o ar que ainda parecia faltar. A dor latejava, mas eu não podia parar.
Meus dedos encontraram a barra de ferro caída no chão. Agarrando-a com força, ergui-a e desferi golpes incessantes contra o Lycan. Cada impacto fazia o som de ossos rachar. Ele recuava, passos hesitantes, sua força diminuindo a cada golpe. Eu não parei. Não podia parar. Minha raiva alimentava cada movimento, mesmo enquanto meus braços ardiam, ameaçando ceder.
— Quem é a presa encurralada agora?! — vociferei, minha voz carregada de fúria e determinação. Continuei batendo até que minhas mãos falharam, a barra de ferro escorregando dos dedos, manchada de sangue. O Lycan desabou, um corpo sem força.
Olhei para os outros, ainda tropeçando e lutando para se mover. Meu peito subia e descia, ofegante, enquanto a dor em meu corpo se tornava cada vez mais nítida.
— Voltem para o buraco imundo de onde vieram, antes que eu termine o serviço!
Virei-me, tonta, pronta para fugir, quando senti uma dor aguda nas costas. As garras afiadas do Lycan rasgaram minha carne com brutalidade, arrancando um grito preso em minha garganta. O ardor das feridas aumentava a cada segundo, cada movimento intensificando a dor. Girei sobre os ombros, encarando o lobo com seu sorriso sombrio e macabro.
— Volte para o seu clã, feiticeira — disse ele, com uma voz baixa e ameaçadora. — A menos que queira que a Noite da Caça às Bruxas comece novamente, desta vez por sua culpa.
Ele riu, um som rouco e cruel, enquanto suas garras deslizavam pelas minhas costas, abrindo feridas mais profundas. Meu corpo cedeu, caindo de joelhos no chão frio e molhado. A dor era insuportável, queimando cada nervo. Com um último esforço, olhei para o lobo, que desabou no chão, desmaiado.
Tremendo, forcei-me a levantar, cada movimento uma luta contra a fraqueza. O sangue escorria pelas costas, misturando-se à chuva incessante. Minhas pernas vacilavam, e mordi os lábios com tanta força que senti o gosto metálico. Não podia cair. Não ali.
Apoiando-me na parede, arrastei meu corpo ferido para longe daquele beco, cada passo um desafio. A respiração vinha em arfadas curtas, carregadas de dor. O frio e a chuva não ocultavam o calor da vida que escapava pelos meus ferimentos.
— Está na hora de voltar e enfrentar o conselho — murmurei, minha voz fraca, quase inaudível entre os gemidos de dor. Meu corpo ameaçava desabar, mas me agarrei à determinação que restava. — Chega de fugir.
POV: YULLICom dedos trêmulos, disquei seu número uma última vez. Meu corpo doía, não apenas pelos ferimentos, mas por todo peso das decisões que me trouxeram até aqui, aos portões ancestrais do clã das bruxas.— Alô? — Sua voz grave e familiar fez meu coração apertar.— Me perdoe, pulguento... — sussurrei direta, enquanto o vento gélido cortava minha pele. Uma lágrima teimosa escorria por meu rosto, mordi os lábios, tentando conter um soluço. — Não consegui ficar fora de confusão.— Yulli? Onde você está? — A preocupação em seu rosnado me fez quase desistir de tudo.— Preciso que pare de me procurar, vira-lata. — Endureci minha voz, mesmo que por dentro estivesse despedaçada. Ergui o queixo, como se ele pudesse me ver. — Siga com sua vida, encontre uma Luna e seja feliz. Não venha mais atrás de mim!Desliguei antes que sua voz pudesse me fazer mudar de ideia. O celular encontrou seu fim sob meus pés, cada pedaço quebrado simbolizando o fim desta história. Com passos pesados, entrei n
POV: YULLIDei alguns passos para o lado, meus olhos se arregalando enquanto ele se aproximava com uma confiança elegante e um ar de preguiçosa superioridade. Keenan andava como um predador que não se preocupava com a reação de suas presas, cada movimento calculado, mas desdenhoso. Atrás dele, seus lacaios seguiam em silêncio, todos vestidos com trajes formais, cada um emanando uma aura de ameaça controlada.— Fiquei chateado, encrenca. — Sua voz gotejava sarcasmo enquanto ele me olhava de cima a baixo, o olhar predatório fixo em mim. — Não recebi o convite para o seu casamento. — Seus lábios se curvaram em um sorriso insuportavelmente autoconfiante. — A propósito, você está linda.— Keenan, o que você está fazendo aqui? — perguntei, tentando manter minha voz firme, embora o nervosismo me atravessasse. Com os olhos semicerrados enquanto ameaçava me aproximar dele, mas o feiticeiro supremo se colocou entre nós, bloqueando meu caminho. — Eu disse para não vir atrás de mim!Keenan apenas
POV: KEENANAntes de adentrar o carro, uma dor lancinante atravessou minhas costas até meu peito. O ar escapou de meus pulmões e cambaleei, apoiando-me na porta do carro para não cair. Um rosnado feroz escapou de minha garganta enquanto meus seguranças rapidamente formavam uma barreira protetora atrás de mim.Virei-me lentamente, minhas presas expostas, e encarei Drevan parado à distância. O feiticeiro exibia um sorriso triunfante, seus lábios e dentes manchados com sangue vermelho-ferrugem.— Vocês pagarão por isso! — ameaçou ele.— Mal posso esperar — respondi com um sorriso irônico, minha voz áspera pela dor. Com esforço, abri a porta do carro e empurrei Yulli para dentro, ignorando sua resistência. Entrei em seguida e suspirei pesadamente ao notar o líquido viscoso que escorria do ferimento, manchando o tecido. — Droga, era meu terno preferido.— Qual é o seu problema?! — Yulli gritou, acertando um tapa em meu ombro.— Ei, estou ferido, esqueceu? — arqueei uma sobrancelha, mantend
POV: YULLIMeus olhos encontraram os dele, e um peso avassalador me impediu de desviar. Tentei empurrá-lo, forçando uma distância entre nós, mas ele permaneceu imóvel, como se minha força fosse insignificante. Antes que pudesse refletir sobre minhas ações, minha mão subiu em um gesto rápido e certeiro, descendo com força contra seu rosto. O som do impacto reverberou no ar, nítido e afiado, enquanto sua pele exibia um leve rubor onde meus dedos haviam deixado suas marcas. Apesar disso, ele sequer vacilou.— Foi só isso? — Sua voz carregava um sarcasmo irritante, e sua sobrancelha arqueada acentuava a provocação. — Já terminou, bruxinha?Seus lábios se curvaram em um sorriso frio, revelando as presas afiadas que brilhavam sob a luz fraca. Ele não demonstrava dor ou surpresa, apenas uma confiança perigosa que parecia se expandir com meu ato impulsivo. Seus olhos fixaram-se em mim com precisão, estudando cada reação, cada tremor em meu rosto, enquanto um brilho predatório cintilava em seu
POV: KEENAN— É mesmo? — perguntei em voz baixa e provocativa, mantendo as mãos nos bolsos enquanto o encarava. A presença do meu lobo dominava o ambiente. — O que te dá o direito de exigir algo dentro da minha alcateia, Constantine?— Estamos fartos da sua proteção a essa traidora! — rosnou o Alfa da alcateia convergente, os olhos faiscando de raiva. — O Alfa Supremo pode ser complacente por sua amizade, mas nós...— Nós? — cortei sua fala com frieza, arqueando uma sobrancelha. Avancei devagar, cada passo uma ameaça silenciosa. — Quem mais ousa me desafiar?— Você sabe que o Conselho não a deixará escapar do que fez. — Ele também avançou, mostrando os caninos com um sorriso debochado. — O feitiço dessa bruxa te cegou, Alfa do Norte. Talvez um confronto te faça enxergar.Um sorriso frio se formou em meus lábios.— Eu adoraria ver você tentar.Liberei a força do meu lobo, tornando o ar denso e pesado. Meus músculos se retesaram, prontos para o ataque. Cada movimento meu emanava uma ame
POV: KEENAN— A sacerdotisa garantiu nossa vitória na primeira guerra. — declarei com rispidez. Direcionei o olhar para Yulli e suas algemas, antes de enfrentar Constantine novamente. — Ela não tem regalias. Está sob minha custódia, impedida de usar magia.Fechei o punho, contendo a fera que rugia para ser libertada.— Respondo por seus atos. — Dei um passo à frente, encarando-o. — Se busca vingança pela incompetência do seu filho, enfrente alguém que pode revidar!Constantine rosnou sem avançar. Senti Olson, meu lobo, agitar-se violentamente, exigindo carne e sangue.Aproximei-me mais, mas antes que qualquer um de nós pudesse agir, Aaron moveu-se. O Supremo colocou-se entre mim e Constantine, sua postura irradiando uma autoridade que ninguém ousaria questionar. Seu olhar passou rapidamente por Constantine, uma repreensão silenciosa que congelou o outro Alfa no lugar, antes de se voltar para mim.— Mandei você recuar, Keenan. — As palavras do Supremo soaram gélidas e ameaçadoras, sua
POV: KEENANAfastei os braços de Yulli do meu quadril, resistindo à sensação de paz que seu toque proporcionava. Ela recuou alguns passos, envergonhada, o rosto corado realçando sua beleza angelical, os lábios volumosos avermelhados sendo pressionado por seus dentes em um aperto hesitante e tímido.Aaron avançou, seu olhar pesado sobre mim.— Desafiou a ira dos ancestrais e do clã das bruxas. O Feiticeiro Supremo exige a noiva de volta ou... — pausou com um rosnado. — O tratado de paz será revogado.— Vou retornar. — Yulli interrompeu, decidida. A lancei um olhar repreensível, silenciando-a.— Rei Lycan, precisamos discutir os motivos do meu ataque. — Minha voz soou mais grave, impregnada de seriedade. — Não foi apenas pela prisioneira.Yulli me encarou atônita, encrenqueira como era, parecia incapaz de evitar se envolver em problemas. Aaron, por outro lado, cruzou os braços lançando um olhar desconfiado.— Que razões justificariam destruir minha diplomacia pela paz, Keenan? — questio
POV: YULLISem qualquer delicadeza, Allison escancarou a porta do quarto e me empurrou para dentro com força, fazendo-me tropeçar.— Ei, sarnento! — reclamei, minha voz transbordando irritação enquanto me recuperava. Sua resposta veio em forma de um olhar furioso acompanhado de um rosnado ameaçador. — Isto aqui é um absurdo!— Concordo, feiticeira. — A voz dele era fria, carregada de desprezo enquanto ele avançava na minha direção. — Nosso Alfa deveria eliminá-la e nos poupar do fardo de sua presença. — Sua postura era intimidadora, e o tom de ameaça em suas palavras era inconfundível. — Você só trouxe desgraças a ele!Respirei fundo, ignorando a dor pulsante em minhas costelas e a exaustão que parecia dominar meu corpo. Ergui o queixo, meu olhar desafiador fixo nele.— Eu fui embora, não fui? — rebati, minha voz firme. — Foi seu Alfa quem me trouxe de volta contra a minha vontade. Nunca quis envolvê-lo em nada disso.Os olhos de Allison brilharam com raiva contida enquanto ele se apr