01 – CAÇADA

POV: YULLI

— Quanta coragem, presa. — A voz do Lycan era um rosnado profundo, carregado de ódio. Ele avançou com a velocidade de um predador, cada movimento tão rápido que mal tive tempo de reagir. — Vamos ver se continua assim quando eu rasgar sua carne.

Antes que eu pudesse me defender, fui arremessada contra a parede. O impacto arrancou o ar dos meus pulmões, uma onda de dor explodindo em minhas costas enquanto o mundo ao meu redor girava.

— Onde está a sua força agora? — Ele rugiu, suas presas a milímetros do meu rosto. O hálito quente e fétido fazia meu estômago revirar. Com um último esforço desesperado, chutei suas partes íntimas com toda a força que consegui reunir. Ele soltou um rosnado de dor, mas sua reação foi tão rápida quanto brutal. Suas garras enormes se fecharam em torno do meu pescoço, esmagando minha traqueia enquanto eu me debatia, a sensação de sufocamento me fazendo entrar em pânico.

— M*****a. — Sua voz era implacável, cada palavra gotejando veneno. — Íamos brincar com você mais um pouco, presa, mas acho que vou matá-la aqui e agora. Quais são as suas últimas palavras?

Minha visão começava a escurecer, mas não cedi ao medo. Com o pouco ar que me restava, cuspi as palavras:

— Não mexa com uma sacerdotisa, seu vira-lata nojento!

Reuni minhas forças e joguei a cabeça para frente, acertando a dele com tudo o que tinha. Ele riu, um som cheio de escárnio, como se o golpe fosse insignificante. Mas enquanto ele ria, minhas mãos, movidas pela raiva e pelo desespero, encontraram seus olhos. Sem hesitar, afundei os dedos nas órbitas oculares, sentindo a carne ceder sob a pressão, o rugido que se seguiu foi puro ódio e dor

Afundei os dedos com brutalidade, ignorando a resistência da carne enquanto o lobo rugia em agonia. Ele me golpeou contra a parede com força, tentando me fazer soltá-lo. O impacto foi devastador, tirando o ar dos meus pulmões, e um grito de dor escapou dos meus lábios.

— Maldito! — gritei, entre arfadas, recusando-me a soltar. Mesmo com cada pancada que recebia, mantive meus dedos cravados. Finalmente, um estalo grotesco ecoou, e a criatura me largou, cambaleando para trás. O sangue escorria por seu rosto, seus olhos destruídos enquanto ele tentava desesperadamente cobri-los com as garras. A outra mão buscava me alcançar, mas seus movimentos estavam descoordenados.

Os lacaios dele, ainda desorientados pelo pó e pela magia, tentavam se aproximar. Cambaleavam, mal conseguindo manter-se de pé. Era patético, mas eu não tinha tempo para desprezo. Passei a mão pelo meu pescoço, tentando aliviar a pressão e recuperar o ar que ainda parecia faltar. A dor latejava, mas eu não podia parar.

Meus dedos encontraram a barra de ferro caída no chão. Agarrando-a com força, ergui-a e desferi golpes incessantes contra o Lycan. Cada impacto fazia o som de ossos rachar. Ele recuava, passos hesitantes, sua força diminuindo a cada golpe. Eu não parei. Não podia parar. Minha raiva alimentava cada movimento, mesmo enquanto meus braços ardiam, ameaçando ceder.

— Quem é a presa encurralada agora?! — vociferei, minha voz carregada de fúria e determinação. Continuei batendo até que minhas mãos falharam, a barra de ferro escorregando dos dedos, manchada de sangue. O Lycan desabou, um corpo sem força.

Olhei para os outros, ainda tropeçando e lutando para se mover. Meu peito subia e descia, ofegante, enquanto a dor em meu corpo se tornava cada vez mais nítida.

— Voltem para o buraco imundo de onde vieram, antes que eu termine o serviço!

Virei-me, tonta, pronta para fugir, quando senti uma dor aguda nas costas. As garras afiadas do Lycan rasgaram minha carne com brutalidade, arrancando um grito preso em minha garganta. O ardor das feridas aumentava a cada segundo, cada movimento intensificando a dor. Girei sobre os ombros, encarando o lobo com seu sorriso sombrio e macabro.

— Volte para o seu clã, feiticeira — disse ele, com uma voz baixa e ameaçadora. — A menos que queira que a Noite da Caça às Bruxas comece novamente, desta vez por sua culpa.

Ele riu, um som rouco e cruel, enquanto suas garras deslizavam pelas minhas costas, abrindo feridas mais profundas. Meu corpo cedeu, caindo de joelhos no chão frio e molhado. A dor era insuportável, queimando cada nervo. Com um último esforço, olhei para o lobo, que desabou no chão, desmaiado.

Tremendo, forcei-me a levantar, cada movimento uma luta contra a fraqueza. O sangue escorria pelas costas, misturando-se à chuva incessante. Minhas pernas vacilavam, e mordi os lábios com tanta força que senti o gosto metálico. Não podia cair. Não ali.

Apoiando-me na parede, arrastei meu corpo ferido para longe daquele beco, cada passo um desafio. A respiração vinha em arfadas curtas, carregadas de dor. O frio e a chuva não ocultavam o calor da vida que escapava pelos meus ferimentos.

— Está na hora de voltar e enfrentar o conselho — murmurei, minha voz fraca, quase inaudível entre os gemidos de dor. Meu corpo ameaçava desabar, mas me agarrei à determinação que restava. — Chega de fugir.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo