POV: KEENAN— O que você quer que eu diga, Keenan? — Yulli explodiu, afastando-se rapidamente dos meus toques. Seus olhos procuraram algo pelo cômodo até encontrarem o armário com as toalhas, que ela usou para cobrir as curvas que insistiam em provocar cada fibra do meu autocontrole. — Você não pode mudar o que aconteceu. Não pode me proteger de tudo.— Posso tentar. — Minha resposta foi firme, enquanto fechava os punhos. O peso da tensão tomava conta de cada músculo do meu corpo. — Não vou permitir que aconteça de novo.— Por quê? — Ela me interrompeu com um tom frio, a boca se torcendo em um gesto pensativo, quase desafiador. — Você deixou bem claro que sua proteção é motivada pelo seu interesse em descobrir os “segredos” dos seus inimigos. Meu povo, meu clã.Minha paciência se esgotou.— Qual é o seu problema, Yulli? — Rugi, fechando a distância entre nós em um único passo. Peguei seus punhos, o movimento brusco fez a toalha deslizar pelo seu corpo, revelando-a completamente. Minha
POV: YULLIAjustei-me lentamente na banheira, buscando uma posição minimamente confortável para relaxar. Mesmo pequenos movimentos faziam minhas costelas protestarem, e gemidos baixos escapavam involuntariamente. Meu olhar pousou nas algemas, irritação e frustração me consumindo. Mesmo que estivesse livre delas, minha magia continuaria enfraquecida. Drevan havia drenado parte da minha essência, tornando impossível qualquer tentativa de autocura.— Que grande sacerdotisa eu sou. — Murmurei com desdém, levando as mãos ao pescoço para massageá-lo. A memória de toques quentes e firmes invadiu meus pensamentos: o calor de suas mãos contra minha pele, a proximidade de sua respiração, os beijos que, por instantes, faziam as dores desaparecerem. Meu corpo respondeu involuntariamente, um calor sutil percorrendo pontos sensíveis. — Maldito vira-lata... Deve estar se divertindo em me provocar e manter sob controle.Soltei um suspiro frustrado e bati a mão na água, espalhando pequenas gotas. Incl
POV: KEENANSoquei a parede com força, sentindo o impacto reverberar pelo braço enquanto meu lobo rugia em fúria. Segurei o aparelho em minhas mãos e o esmaguei sem hesitação, deixando os pedaços caírem no chão.— Pela câmera de segurança do local, senhor, assim que o ataque aconteceu, nossa equipe foi alertada. Enviei lobos treinados para se infiltrarem no caos e conter a situação sem que fossem identificados, mas... — Alisson pausou, entregando-me um envelope com fotos da cena. Peguei as imagens e deslizei os dedos sobre elas, analisando cada detalhe com atenção. Ao terminar, voltei meu olhar para ele, a surpresa evidente em minha expressão. — Todos foram mortos, Alfa. Não há sinais de batalha.— Que droga! — Praguejei, levando o dedo aos lábios, pensativo. — Há algo que conecte esse crime aos feiticeiros?— Não, senhor. Não encontramos nenhum vestígio de magia no local, nem gravuras ou símbolos característicos. — Alisson respondeu, soltando um suspiro pesado. — Foi tudo limpo demai
POV: YULLIO ar frio de Orion cortava meus pulmões enquanto eu tentava puxar o ar desesperadamente, cada respiração um esforço doloroso que parecia inútil. A chuva intensa golpeava minhas costas sem piedade, transformando a cidade em um labirinto traiçoeiro. Meus pés se afundavam em poças geladas, cada impacto contra o solo mandando ondas de dor pelas pernas que já ameaçavam ceder. Estavam em chamas, ardendo a cada passo, a exaustão da fuga corroendo minhas forças.Quando minhas pernas finalmente vacilaram, deixei meu corpo cair contra uma parede áspera, coberta de musgo úmido. Pressionei a testa contra a pedra fria, tentando conter o pânico que rastejava pela minha espinha.— Merda, eles nunca desistem? — murmurei, minha voz rouca, quase engolida pelo som da chuva. Levantei o olhar para o céu escuro, gotas de água escorrendo pelo meu rosto como se fossem lágrimas. — Deusa... eu sei que não mereço nada de você, mas, por favor... me ajude.Uma brisa sutil tocou meu rosto, como um sussu
POV: YULLI— Quanta coragem, presa. — A voz do Lycan era um rosnado profundo, carregado de ódio. Ele avançou com a velocidade de um predador, cada movimento tão rápido que mal tive tempo de reagir. — Vamos ver se continua assim quando eu rasgar sua carne.Antes que eu pudesse me defender, fui arremessada contra a parede. O impacto arrancou o ar dos meus pulmões, uma onda de dor explodindo em minhas costas enquanto o mundo ao meu redor girava.— Onde está a sua força agora? — Ele rugiu, suas presas a milímetros do meu rosto. O hálito quente e fétido fazia meu estômago revirar. Com um último esforço desesperado, chutei suas partes íntimas com toda a força que consegui reunir. Ele soltou um rosnado de dor, mas sua reação foi tão rápida quanto brutal. Suas garras enormes se fecharam em torno do meu pescoço, esmagando minha traqueia enquanto eu me debatia, a sensação de sufocamento me fazendo entrar em pânico.— Maldita. — Sua voz era implacável, cada palavra gotejando veneno. — Íamos brin
POV: YULLICom dedos trêmulos, disquei seu número uma última vez. Meu corpo doía, não apenas pelos ferimentos, mas por todo peso das decisões que me trouxeram até aqui, aos portões ancestrais do clã das bruxas.— Alô? — Sua voz grave e familiar fez meu coração apertar.— Me perdoe, pulguento... — sussurrei direta, enquanto o vento gélido cortava minha pele. Uma lágrima teimosa escorria por meu rosto, mordi os lábios, tentando conter um soluço. — Não consegui ficar fora de confusão.— Yulli? Onde você está? — A preocupação em seu rosnado me fez quase desistir de tudo.— Preciso que pare de me procurar, vira-lata. — Endureci minha voz, mesmo que por dentro estivesse despedaçada. Ergui o queixo, como se ele pudesse me ver. — Siga com sua vida, encontre uma Luna e seja feliz. Não venha mais atrás de mim!Desliguei antes que sua voz pudesse me fazer mudar de ideia. O celular encontrou seu fim sob meus pés, cada pedaço quebrado simbolizando o fim desta história. Com passos pesados, entrei n
POV: YULLIDei alguns passos para o lado, meus olhos se arregalando enquanto ele se aproximava com uma confiança elegante e um ar de preguiçosa superioridade. Keenan andava como um predador que não se preocupava com a reação de suas presas, cada movimento calculado, mas desdenhoso. Atrás dele, seus lacaios seguiam em silêncio, todos vestidos com trajes formais, cada um emanando uma aura de ameaça controlada.— Fiquei chateado, encrenca. — Sua voz gotejava sarcasmo enquanto ele me olhava de cima a baixo, o olhar predatório fixo em mim. — Não recebi o convite para o seu casamento. — Seus lábios se curvaram em um sorriso insuportavelmente autoconfiante. — A propósito, você está linda.— Keenan, o que você está fazendo aqui? — perguntei, tentando manter minha voz firme, embora o nervosismo me atravessasse. Com os olhos semicerrados enquanto ameaçava me aproximar dele, mas o feiticeiro supremo se colocou entre nós, bloqueando meu caminho. — Eu disse para não vir atrás de mim!Keenan apenas
POV: KEENANAntes de adentrar o carro, uma dor lancinante atravessou minhas costas até meu peito. O ar escapou de meus pulmões e cambaleei, apoiando-me na porta do carro para não cair. Um rosnado feroz escapou de minha garganta enquanto meus seguranças rapidamente formavam uma barreira protetora atrás de mim.Virei-me lentamente, minhas presas expostas, e encarei Drevan parado à distância. O feiticeiro exibia um sorriso triunfante, seus lábios e dentes manchados com sangue vermelho-ferrugem.— Vocês pagarão por isso! — ameaçou ele.— Mal posso esperar — respondi com um sorriso irônico, minha voz áspera pela dor. Com esforço, abri a porta do carro e empurrei Yulli para dentro, ignorando sua resistência. Entrei em seguida e suspirei pesadamente ao notar o líquido viscoso que escorria do ferimento, manchando o tecido. — Droga, era meu terno preferido.— Qual é o seu problema?! — Yulli gritou, acertando um tapa em meu ombro.— Ei, estou ferido, esqueceu? — arqueei uma sobrancelha, mantend