POV: YULLIAjustei-me lentamente na banheira, buscando uma posição minimamente confortável para relaxar. Mesmo pequenos movimentos faziam minhas costelas protestarem, e gemidos baixos escapavam involuntariamente. Meu olhar pousou nas algemas, irritação e frustração me consumindo. Mesmo que estivesse livre delas, minha magia continuaria enfraquecida. Drevan havia drenado parte da minha essência, tornando impossível qualquer tentativa de autocura.— Que grande sacerdotisa eu sou. — Murmurei com desdém, levando as mãos ao pescoço para massageá-lo. A memória de toques quentes e firmes invadiu meus pensamentos: o calor de suas mãos contra minha pele, a proximidade de sua respiração, os beijos que, por instantes, faziam as dores desaparecerem. Meu corpo respondeu involuntariamente, um calor sutil percorrendo pontos sensíveis. — Maldito vira-lata... Deve estar se divertindo em me provocar e manter sob controle.Soltei um suspiro frustrado e bati a mão na água, espalhando pequenas gotas. Incli
POV: KEENANSoquei a parede com força, sentindo o impacto reverberar pelo braço enquanto meu lobo rugia em fúria. Segurei o aparelho em minhas mãos e o esmaguei sem hesitação, deixando os pedaços caírem no chão.— Pela câmera de segurança do local, senhor, assim que o ataque aconteceu, nossa equipe foi alertada. Enviei lobos treinados para se infiltrarem no caos e conter a situação sem que fossem identificados, mas... — Alisson pausou, entregando-me um envelope com fotos da cena. Peguei as imagens e deslizei os dedos sobre elas, analisando cada detalhe com atenção. Ao terminar, voltei meu olhar para ele, a surpresa evidente em minha expressão. — Todos foram mortos, Alfa. Não há sinais de batalha.— Que droga! — Praguejei, levando o dedo aos lábios, pensativo. — Há algo que conecte esse crime aos feiticeiros?— Não, senhor. Não encontramos nenhum vestígio de magia no local, nem gravuras ou símbolos característicos. — Alisson respondeu, soltando um suspiro pesado. — Foi tudo limpo demais
POV: YULLIHesitei por um instante, não porque não quisesse contar, mas porque não podia. Não agora, e certamente não sem que as consequências Divinas viessem à tona.— Nada demais — murmurei vagarosamente, tentando disfarçar minha vulnerabilidade — Acho que você tinha razão. Provavelmente desmaiei por causa da febre. — Minha resposta soou vaga, mas os olhos penetrantes de Keenan continuavam cravados em mim, dissecando cada centímetro do meu corpo.— Keenan, você precisa parar de inventar desculpas esfarrapadas só para me ver sem roupa, garoto — provoquei, sentindo a adrenalina circular em minhas veias.— Garoto? — O rosnado dele ecoou pelo ambiente, acompanhado de um sorriso tão provocativo que poderia facilmente desestabilizar qualquer mulher que o visse. — Quer mesmo me desafiar dessa maneira, feiticeira? Na minha linhagem Lupina, sou décadas mais experiente que você.— É, talvez seja... — Sorri maliciosamente, sustentando seu olhar — mas não é o que estou vendo agora.Tentei me lev
POV: YULLI— Yulli. — A advertência veio grave com autoridade explicita. Suas pupilas dilataram, e o brilho predatório em seus olhos deixou claro que eu estava brincando em um território que não deveria. — É uma pena que você não saiba quando parar. Vou adorar tê-la como minha prisioneira.— Esse é o ponto que você ainda não entende, vira-lata. — Falei em um tom suave, quase melódico, enquanto meus dedos deslizavam pelo tecido de sua camisa, apertando-o levemente. — Não pretendo ser sua prisioneira por muito tempo.— Não se preocupe, bruxinha. — Ele piscou travesso, acompanhado por um sorriso sedutor que fez meu coração acelerar. — Nos meus planos, você será muito mais do que isso.Antes que eu pudesse reagir, Keenan segurou minhas mãos, puxando-as para mais perto e passando a língua na ponta dos meus dedos. O gesto inesperado provocou um estremecimento em meu corpo e foi seguido por um grunhido baixo e possessivo vindo de seu peito.— Agora vamos vesti-la, antes que os médicos cheguem
POV: KEENANYulli me encarava, os olhos brilhando de raiva, as narinas dilatadas enquanto sua respiração se tornava pesada e irregular.— Nada? — Arqueei uma sobrancelha, o sarcasmo cortante em minha voz. — E o líquido no banheiro? Vai nos contar a verdade ou inventar mais uma mentira?— Líquido? — Ryan olhou de um para o outro, confuso, tentando entender. — Certo, está tenso aqui, talvez seja melhor eu ir e...— Você não vai a lugar nenhum! — Respondemos em uníssono, nossos olhares voltando a se cruzar como lâminas. — É exatamente por isso que o Dr. Ryan está aqui. A experiência dele com bruxos e os anos de pesquisa vão revelar o que você está escondendo de propósito.— Eu só desmaiei no banheiro! — Exclamou ela exaspera, contorcendo o rosto de dor. — Não sei do que estão falando!— Ah bruxinha, estou me contendo para não a castigar como merece. — Sentia meu lobo na superfície da pele ansioso para emergir e persegui sua presa.Os tremores em seu corpo não me passou despercebido, mas o
POV: YULLIEsquecendo completamente a presença de Ryan, me permiti afundar na cama, sentindo a tensão e o cansaço tomarem conta. Foi o som de um pigarro que me trouxe de volta à realidade.— Oh, desculpe, doutor. — Disse rapidamente, ajustando minha postura com esforço. — Quer que eu me levante para que faça o exame?— Não será necessário. Apenas sente-se para que eu possa avaliar os ferimentos. — Ele respondeu com gentileza, me ajudando a me posicionar na beirada da cama. Pegou a maleta e começou a retirar os instrumentos médicos, entre eles várias ampolas organizadas de forma meticulosa. — Vocês dois sempre tiveram uma... dinâmica complicada, para dizer o mínimo.— Nunca houve uma relação, Doutor. — Respondi de forma ríspida, sentindo um incômodo que não era apenas físico. Encolhi os ombros quando senti os dedos frios dele tocarem as feridas em minhas costas. O franzir de seu cenho não passou despercebido, e a expressão fechada dele acendeu meu alerta. — Está tão ruim assim?— Na ver
POV: KEENAN— A lei nunca me impediu de nada, Alisson. — Interrompi, a voz cortante. O copo na minha mão estalou, rachando sob a força dos meus dedos. — Dois dias são mais que o suficiente para resolver isso. Yulli não vai a lugar nenhum.Fiz uma pausa, o sorriso largo e desafiador ao perceber o nervosismo dele.— Beta, quantas vezes vou ter que repetir? Eu não dou a mínima para as burocracias inventadas por lobos velhos, sentados em suas cadeiras enquanto o mundo queima ao redor. — Toquei a mesa com as garras, o som cortando o silêncio como um aviso.— Senhor... um desses "velhos" é o Alfa Supremo. Seu amigo. — Alisson hesitou, o olhar inquieto, varrendo o ambiente como se temesse que alguém estivesse ouvindo.— Aaron aprecia a guerra tanto quanto eu. A única razão para ele evitá-la agora é porque tem filhotes. — Minha voz era fria, carregada de convicção. — Mesmo ele sabe que essas leis estão longe de serem perfeitas. — Passei a unha afiada pela madeira, traçando linhas enquanto anal
POV: YULLI— As bruxas reclusas? — Indaguei, puxando-o pela camisa com força. — Onde elas estavam? Quando as viu?— Sra. Yulli, mantenha a calma. — Ryan segurou minhas mãos, desviando o olhar para o vestido que revelava parcialmente a marca do pacto. Sua expressão mudou, o cenho se franziu com curiosidade. — O que é isso?— Responda a minha pergunta! — Exigi com firmeza, o tom impaciente e cortante. Apertei o tecido ainda mais, deixando claro que não cederia. — Onde você as encontrou?— Como já disse, foi durante uma de minhas viagens... Não fui atrás delas, elas vieram até mim! — Respondeu com frieza, os olhos alternando entre meu aperto e meu rosto. — Poderia me soltar agora?— Maldição! — Praguejei, soltando-o de repente e pressionando as costelas, a dor irradiando em ondas que dificultavam respirar. — Ryan, preciso saber, quando isso aconteceu? É vital!— Dois meses atrás. Mas por que isso é tão importante? — Ele inclinou a cabeça, confuso, a desconfiança evidente. — O que você que