POV: YULLI— Não pode estar falando sério... Não você. Não depois de tudo o que passamos e das implicações de me assumir como sua prisioneira.Keenan deixou sua mão subir até meu rosto, o toque surpreendentemente delicado enquanto secava a lágrima que escapava do canto dos olhos. Seus dedos arrastaram o traço molhado para o lado enquanto seus olhos verdes me encaravam com uma intensidade quase sufocante.— A traição dói, não é, Yulli? — Seu tom ficou mais sombrio. — Ser usado, ter seus sentimentos ignorados... Isso destrói qualquer um.Engoli em seco, descendo o rosto para encará-lo diretamente, meus olhos avermelhados brilhando com raiva.— Então, é isso? Está se vingando de mim por eu ter ido embora? — Minha sobrancelha arqueou em um gesto desafiador. — É disso que se trata, Keenan?Sua resposta foi imediata e explosiva, sua voz preenchendo o ambiente como um trovão. — Se trata de você ter me traído! — Ele brandou, a mão descendo com força pela parede ao lado, deixando marcas profund
POV: KEENANComo uma mulher tão pequena conseguia despertar tantas emoções em um lobo como eu? Essa pergunta ecoava constantemente em minha mente, sem uma resposta clara.Yulli estava bem diante de mim, a testa levemente franzida, o olhar furioso fixo no meu, como se tentasse intimidar-me. Ela não tinha ideia do quanto isso apenas tornava sua presença mais viciante. Seu aroma doce com um toque apimentado me invadia, intensificando-se toda vez que ela tentava, em vão, disfarçar os desejos que sentia. O leve rubor que subiu por suas bochechas pálidas apenas a tornava ainda mais irresistível, uma mistura perfeita de fragilidade e teimosia que me desarmava e atraía ao mesmo tempo.— Ah, Yulli... — Inclinei-me, diminuindo ainda mais a distância entre nós, meus lábios roçando suavemente os dela, provocando um arfar involuntário que fez seu peito subir e descer de forma irregular. — O que essa cabecinha maliciosa está tramando agora?— Como você mesmo disse, pulguento, estou com febre! — Ela
POV: KEENAN— O que você quer que eu diga, Keenan? — Yulli explodiu, afastando-se rapidamente dos meus toques. Seus olhos procuraram algo pelo cômodo até encontrarem o armário com as toalhas, que ela usou para cobrir as curvas que insistiam em provocar cada fibra do meu autocontrole. — Você não pode mudar o que aconteceu. Não pode me proteger de tudo.— Posso tentar. — Minha resposta foi firme, enquanto fechava os punhos. O peso da tensão tomava conta de cada músculo do meu corpo. — Não vou permitir que aconteça de novo.— Por quê? — Ela me interrompeu com um tom frio, a boca se torcendo em um gesto pensativo, quase desafiador. — Você deixou bem claro que sua proteção é motivada pelo seu interesse em descobrir os “segredos” dos seus inimigos. Meu povo, meu clã.Minha paciência se esgotou.— Qual é o seu problema, Yulli? — Rugi, fechando a distância entre nós em um único passo. Peguei seus punhos, o movimento brusco fez a toalha deslizar pelo seu corpo, revelando-a completamente. Minha
POV: YULLIAjustei-me lentamente na banheira, buscando uma posição minimamente confortável para relaxar. Mesmo pequenos movimentos faziam minhas costelas protestarem, e gemidos baixos escapavam involuntariamente. Meu olhar pousou nas algemas, irritação e frustração me consumindo. Mesmo que estivesse livre delas, minha magia continuaria enfraquecida. Drevan havia drenado parte da minha essência, tornando impossível qualquer tentativa de autocura.— Que grande sacerdotisa eu sou. — Murmurei com desdém, levando as mãos ao pescoço para massageá-lo. A memória de toques quentes e firmes invadiu meus pensamentos: o calor de suas mãos contra minha pele, a proximidade de sua respiração, os beijos que, por instantes, faziam as dores desaparecerem. Meu corpo respondeu involuntariamente, um calor sutil percorrendo pontos sensíveis. — Maldito vira-lata... Deve estar se divertindo em me provocar e manter sob controle.Soltei um suspiro frustrado e bati a mão na água, espalhando pequenas gotas. Incli
POV: KEENANSoquei a parede com força, sentindo o impacto reverberar pelo braço enquanto meu lobo rugia em fúria. Segurei o aparelho em minhas mãos e o esmaguei sem hesitação, deixando os pedaços caírem no chão.— Pela câmera de segurança do local, senhor, assim que o ataque aconteceu, nossa equipe foi alertada. Enviei lobos treinados para se infiltrarem no caos e conter a situação sem que fossem identificados, mas... — Alisson pausou, entregando-me um envelope com fotos da cena. Peguei as imagens e deslizei os dedos sobre elas, analisando cada detalhe com atenção. Ao terminar, voltei meu olhar para ele, a surpresa evidente em minha expressão. — Todos foram mortos, Alfa. Não há sinais de batalha.— Que droga! — Praguejei, levando o dedo aos lábios, pensativo. — Há algo que conecte esse crime aos feiticeiros?— Não, senhor. Não encontramos nenhum vestígio de magia no local, nem gravuras ou símbolos característicos. — Alisson respondeu, soltando um suspiro pesado. — Foi tudo limpo demais
POV: YULLIHesitei por um instante, não porque não quisesse contar, mas porque não podia. Não agora, e certamente não sem que as consequências Divinas viessem à tona.— Nada demais — murmurei vagarosamente, tentando disfarçar minha vulnerabilidade — Acho que você tinha razão. Provavelmente desmaiei por causa da febre. — Minha resposta soou vaga, mas os olhos penetrantes de Keenan continuavam cravados em mim, dissecando cada centímetro do meu corpo.— Keenan, você precisa parar de inventar desculpas esfarrapadas só para me ver sem roupa, garoto — provoquei, sentindo a adrenalina circular em minhas veias.— Garoto? — O rosnado dele ecoou pelo ambiente, acompanhado de um sorriso tão provocativo que poderia facilmente desestabilizar qualquer mulher que o visse. — Quer mesmo me desafiar dessa maneira, feiticeira? Na minha linhagem Lupina, sou décadas mais experiente que você.— É, talvez seja... — Sorri maliciosamente, sustentando seu olhar — mas não é o que estou vendo agora.Tentei me lev
POV: YULLI— Yulli. — A advertência veio grave com autoridade explicita. Suas pupilas dilataram, e o brilho predatório em seus olhos deixou claro que eu estava brincando em um território que não deveria. — É uma pena que você não saiba quando parar. Vou adorar tê-la como minha prisioneira.— Esse é o ponto que você ainda não entende, vira-lata. — Falei em um tom suave, quase melódico, enquanto meus dedos deslizavam pelo tecido de sua camisa, apertando-o levemente. — Não pretendo ser sua prisioneira por muito tempo.— Não se preocupe, bruxinha. — Ele piscou travesso, acompanhado por um sorriso sedutor que fez meu coração acelerar. — Nos meus planos, você será muito mais do que isso.Antes que eu pudesse reagir, Keenan segurou minhas mãos, puxando-as para mais perto e passando a língua na ponta dos meus dedos. O gesto inesperado provocou um estremecimento em meu corpo e foi seguido por um grunhido baixo e possessivo vindo de seu peito.— Agora vamos vesti-la, antes que os médicos cheguem
POV: KEENANYulli me encarava, os olhos brilhando de raiva, as narinas dilatadas enquanto sua respiração se tornava pesada e irregular.— Nada? — Arqueei uma sobrancelha, o sarcasmo cortante em minha voz. — E o líquido no banheiro? Vai nos contar a verdade ou inventar mais uma mentira?— Líquido? — Ryan olhou de um para o outro, confuso, tentando entender. — Certo, está tenso aqui, talvez seja melhor eu ir e...— Você não vai a lugar nenhum! — Respondemos em uníssono, nossos olhares voltando a se cruzar como lâminas. — É exatamente por isso que o Dr. Ryan está aqui. A experiência dele com bruxos e os anos de pesquisa vão revelar o que você está escondendo de propósito.— Eu só desmaiei no banheiro! — Exclamou ela exaspera, contorcendo o rosto de dor. — Não sei do que estão falando!— Ah bruxinha, estou me contendo para não a castigar como merece. — Sentia meu lobo na superfície da pele ansioso para emergir e persegui sua presa.Os tremores em seu corpo não me passou despercebido, mas o