POV: YULLI
Dei alguns passos para o lado, meus olhos se arregalando enquanto ele se aproximava com uma confiança elegante e um ar de preguiçosa superioridade. Keenan andava como um predador que não se preocupava com a reação de suas presas, cada movimento calculado, mas desdenhoso. Atrás dele, seus lacaios seguiam em silêncio, todos vestidos com trajes formais, cada um emanando uma aura de ameaça controlada.
— Fiquei chateado, encrenca. — Sua voz gotejava sarcasmo enquanto ele me olhava de cima a baixo, o olhar predatório fixo em mim. — Não recebi o convite para o seu casamento. — Seus lábios se curvaram em um sorriso insuportavelmente autoconfiante. — A propósito, você está linda.
— Keenan, o que você está fazendo aqui? — perguntei, tentando manter minha voz firme, embora o nervosismo me atravessasse. Com os olhos semicerrados enquanto ameaçava me aproximar dele, mas o feiticeiro supremo se colocou entre nós, bloqueando meu caminho. — Eu disse para não vir atrás de mim!
Keenan apenas sorriu, aquele sorriso encantador e perigoso, dando mais um passo em minha direção.
— Mas essa decisão não é sua, feiticeira. — Sua voz soou sedutoramente, e ele parou a poucos centímetros de mim. Seus olhos me estudaram, cada detalhe do meu rosto, cada curva do meu corpo, e um rosnado baixo escapou de sua garganta ao notar um leve corte no canto da minha boca. As presas se tornaram proeminentes, a ameaça latente.
— Ah, bruxinha... — sua voz estava carregada de uma raiva silenciosa. — Quem foi o tolo que ousou feri-la?
— Quem é você, criatura repulsiva? Como ousa invadir nosso casamento? — Drevan interveio, agarrando meus braços com uma força brutal, me puxando bruscamente para trás dele. Seu toque era áspero e possessivo, erguendo o queixo com olhos faiscando de ódio. — Lobos não são bem-vindos em nossas terras! Suas ações violam o tratado de paz!
— Sou o Alfa do Norte, feiticeiro, — Keenan declarou, endireitando-se com uma presença imponente. Seus olhos frios desceram até as mãos de Drevan, que estavam apertadas em volta dos meus braços, deixando marcas vermelhas em minha pele. O olhar do Lycan se estreitou, e a ameaça em seu olhar era palpável. — E sua noiva é minha prisioneira, que fugiu.
— Prisioneira? — Drevan me lançou um olhar, suas sobrancelhas se franzindo em desagrado. Ele se virou de volta para Keenan com uma risada debochada. — Minha noiva sempre arranja problemas por onde passa, Lycan, mas receio que ela não possa mais ser seu brinquedinho. Yulli traiu nosso clã e agora está vinculada a mim por um pacto contratual. Nossa união será selada diante de todo o nosso povo.
Keenan inclinou a cabeça ligeiramente, fingindo pensar enquanto deslizava os dedos pelo queixo. Ele estalou a língua, seu tom sarcástico e afiado.
— Por acaso, — disse ele, com um meio sorriso provocativo, — dei a impressão de que estava pedindo permissão?
O semblante de Drevan se contorceu de fúria, e ele deu um passo à frente. Seus olhos começaram a brilhar com magia negra, a energia pulsando ao redor dele como um manto ameaçador, o poder de ambos afastava os presentes que não ousavam intervir.
— Você está longe de seu domínio e jurisdição, Alfa, — o feiticeiro supremo retrucou, a voz baixa e maliciosa. — Se não quiser começar uma guerra, é melhor colocar o rabo entre as pernas e sumir da minha vista. Não vou repetir isso!
Keenan não hesitou. Em um movimento ágil e quase imperceptível, ele cortou a distância entre eles, sua essência Lupina irradiando uma fúria. O ar ao redor parecia vibrar com sua presença, cada fibra de seu corpo preparada para a batalha.
— Responda-me, feiticeiro — exigiu Keenan, sua voz profunda e mortal. — Foi você quem causou aqueles hematomas nela?
Drevan sorriu com desprezo, os lábios se curvando em uma expressão de pura arrogância. — E se tiver sido, lobo, o que fará? — Ele inclinou a cabeça, sua voz cheia de veneno. — Ela me pertence. Sua existência só é tolerada porque Yulli foi prometida a mim, única e exclusivamente para me servir.
— Obrigado por esclarecer. — disse Keenan, um sorriso letal se formando em seus lábios. Suas presas se alongaram, afiadas e proeminentes, enquanto suas garras se estendiam rapidamente. Sem hesitar, ele agarrou o pescoço do feiticeiro com uma força brutal, levantando-o do chão sem piedade. O Alfa virou o nariz na minha direção, farejando com precisão, como um predador que conhece cada marca em sua presa.
— Costelas, cabelo, boca, braço e maçãs do rosto, — ele enumerou, a voz carregada de uma ameaça.
— O que? — O feiticeiro tentou responder, a confusão estampada em seu rosto enquanto se debatia, os pés balançando no ar.
— Esses são os lugares onde você a feriu, — rosnou o Alfa, o tom tão frio que me fez estremecer. — E os lugares onde você será ferido.
— Foi pouco perto do que a traidora merecia, — retrucou o feiticeiro.
Os punhos de Keenan se fecharam, e ele descarregou uma série de socos brutais no rosto do feiticeiro supremo, cada golpe carregando a fúria acumulada por todas as vezes que ele me machucou. O som dos ossos quebrando ressoou pelo ar, e o sangue começou a jorrar, desfigurando o rosto do feiticeiro. As marcas deixadas pelo Alfa se imprimiam em sua carne, retribuindo cada ferida que ele havia me infligido.
O impacto final lançou o feiticeiro ao chão com um estrondo surdo. Mas antes que Keenan pudesse avançar para outro ataque, correntes mágicas irromperam do nada, prendendo-o e arrastando-o para trás com uma força sobrenatural. Keenan lutou contra elas, mas a magia era poderosa. O feiticeiro supremo se ergueu com dificuldade, cambaleando, o rosto agora inchado e ensanguentado, um olho quase fechado pelo inchaço. Ele limpou o sangue que escorria com o dorso da mão, seus olhos agora transbordando de ódio puro,
— Criatura primitiva, você pagará caro por me ferir! — Drevan vociferou, limpando o líquido metálico que escorria do canto de sua boca com o dorso da mão. Seu olhar era puro ódio. — Não sairá daqui com vida.
Com um movimento ágil e feroz, ele rompeu as correntes que o seguravam, em um piscar de olhos, pressionou Drevan contra o pilar, fazendo o chão estremecer com o impacto. O feiticeiro, sem hesitar, puxou um punhal e o cravou na barriga de Keenan, arrancando um grunhido de dor.
Drevan sorriu, triunfante, mas o alfa aproveitou e agarrou seu punho mantando em sua ferida, puxando com a outra mão do bolso as algemas e prendendo-as no pulso do feiticeiro cessando sua magia.
O alfa mesmo ferido, agarrou Drevan pelo pescoço, apertando-o com uma força implacável, sufocando-o sem piedade.
— Keenan, pare! — gritei, caindo ao chão de joelhos, minhas mãos desesperadamente agarrando meu próprio pescoço enquanto o ar parecia fugir de meus pulmões. — Por favor...
Drevan, com o rosto ficando roxo pela falta de ar, conseguiu gaguejar algumas palavras entre o aperto brutal.
— Escute-a, Alfa. — falou com sua voz estrangulada. — Estamos ligados pelo pacto... se eu morrer, ela também morrerá!
— Maldito! — rosnou Keenan, os olhos brilhando de ódio. Com um gesto feroz, lançou Drevan contra a janela, estilhaçando o vidro. O Alfa se recompôs, ajustando o terno amassado enquanto se dirigia a mim. Seu olhar suavizou ao me ver, ele se ajoelhou para me examinar. — Você está bem? — perguntou, a preocupação em sua voz tão genuína.
— Você não deveria ter vindo, pulguento, — murmurei, tossindo e tentando recuperar o ar que parecia tão difícil de alcançar.
Um sorriso travesso surgiu em seus lábios, seu tom rouco e sedutor causando um arrepio em minha pele.
— Eu sempre virei por você, encrenca. — Ele se inclinou, a intensidade de seu olhar me deixando sem fôlego. — Você vem comigo!
Antes que eu pudesse protestar, Keenan me ergueu com facilidade e me jogou sobre o ombro, minha posição nada digna com a bunda para cima, enquanto ele caminhava lentamente para fora do santuário, como se o caos que havíamos deixado para trás não tivesse acontecido.
— Me ponha no chão, pulguento! — Gritei socando suas costas, a humilhação aquecendo meu rosto. — Vira-lata, você não pode fazer isso... a lei...
— Que se dane a lei de proibição, os Deuses, e seu maldito noivo, — Keenan trovejou, sua voz reverberando com uma fúria que me fez calar. Ele apertou minhas pernas levemente, como se quisesse reforçar sua determinação. — Você me pertence!
POV: KEENANAntes de adentrar o carro, uma dor lancinante atravessou minhas costas até meu peito. O ar escapou de meus pulmões e cambaleei, apoiando-me na porta do carro para não cair. Um rosnado feroz escapou de minha garganta enquanto meus seguranças rapidamente formavam uma barreira protetora atrás de mim.Virei-me lentamente, minhas presas expostas, e encarei Drevan parado à distância. O feiticeiro exibia um sorriso triunfante, seus lábios e dentes manchados com sangue vermelho-ferrugem.— Vocês pagarão por isso! — ameaçou ele.— Mal posso esperar — respondi com um sorriso irônico, minha voz áspera pela dor. Com esforço, abri a porta do carro e empurrei Yulli para dentro, ignorando sua resistência. Entrei em seguida e suspirei pesadamente ao notar o líquido viscoso que escorria do ferimento, manchando o tecido. — Droga, era meu terno preferido.— Qual é o seu problema?! — Yulli gritou, acertando um tapa em meu ombro.— Ei, estou ferido, esqueceu? — arqueei uma sobrancelha, mantendo
POV: YULLIMeus olhos encontraram os dele, e um peso avassalador me impediu de desviar. Tentei empurrá-lo, forçando uma distância entre nós, mas ele permaneceu imóvel, como se minha força fosse insignificante. Antes que pudesse refletir sobre minhas ações, minha mão subiu em um gesto rápido e certeiro, descendo com força contra seu rosto. O som do impacto reverberou no ar, nítido e afiado, enquanto sua pele exibia um leve rubor onde meus dedos haviam deixado suas marcas. Apesar disso, ele sequer vacilou.— Foi só isso? — Sua voz carregava um sarcasmo irritante, e sua sobrancelha arqueada acentuava a provocação. — Já terminou, bruxinha?Seus lábios se curvaram em um sorriso frio, revelando as presas afiadas que brilhavam sob a luz fraca. Ele não demonstrava dor ou surpresa, apenas uma confiança perigosa que parecia se expandir com meu ato impulsivo. Seus olhos fixaram-se em mim com precisão, estudando cada reação, cada tremor em meu rosto, enquanto um brilho predatório cintilava em seu
POV: KEENAN— É mesmo? — perguntei em voz baixa e provocativa, mantendo as mãos nos bolsos enquanto o encarava. A presença do meu lobo dominava o ambiente. — O que te dá o direito de exigir algo dentro da minha alcateia, Constantine?— Estamos fartos da sua proteção a essa traidora! — rosnou o Alfa da alcateia convergente, os olhos faiscando de raiva. — O Alfa Supremo pode ser complacente por sua amizade, mas nós...— Nós? — cortei sua fala com frieza, arqueando uma sobrancelha. Avancei devagar, cada passo uma ameaça silenciosa. — Quem mais ousa me desafiar?— Você sabe que o Conselho não a deixará escapar do que fez. — Ele também avançou, mostrando os caninos com um sorriso debochado. — O feitiço dessa bruxa te cegou, Alfa do Norte. Talvez um confronto te faça enxergar.Um sorriso frio se formou em meus lábios.— Eu adoraria ver você tentar.Liberei a força do meu lobo, tornando o ar denso e pesado. Meus músculos se retesaram, prontos para o ataque. Cada movimento meu emanava uma amea
POV: KEENAN— A sacerdotisa garantiu nossa vitória na primeira guerra. — declarei com rispidez. Direcionei o olhar para Yulli e suas algemas, antes de enfrentar Constantine novamente. — Ela não tem regalias. Está sob minha custódia, impedida de usar magia.Fechei o punho, contendo a fera que rugia para ser libertada.— Respondo por seus atos. — Dei um passo à frente, encarando-o. — Se busca vingança pela incompetência do seu filho, enfrente alguém que pode revidar!Constantine rosnou sem avançar. Senti Olson, meu lobo, agitar-se violentamente, exigindo carne e sangue.Aproximei-me mais, mas antes que qualquer um de nós pudesse agir, Aaron moveu-se. O Supremo colocou-se entre mim e Constantine, sua postura irradiando uma autoridade que ninguém ousaria questionar. Seu olhar passou rapidamente por Constantine, uma repreensão silenciosa que congelou o outro Alfa no lugar, antes de se voltar para mim.— Mandei você recuar, Keenan. — As palavras do Supremo soaram gélidas e ameaçadoras, sua p
POV: KEENANAfastei os braços de Yulli do meu quadril, resistindo à sensação de paz que seu toque proporcionava. Ela recuou alguns passos, envergonhada, o rosto corado realçando sua beleza angelical, os lábios volumosos avermelhados sendo pressionado por seus dentes em um aperto hesitante e tímido.Aaron avançou, seu olhar pesado sobre mim.— Desafiou a ira dos ancestrais e do clã das bruxas. O Feiticeiro Supremo exige a noiva de volta ou... — pausou com um rosnado. — O tratado de paz será revogado.— Vou retornar. — Yulli interrompeu, decidida. A lancei um olhar repreensível, silenciando-a.— Rei Lycan, precisamos discutir os motivos do meu ataque. — Minha voz soou mais grave, impregnada de seriedade. — Não foi apenas pela prisioneira.Yulli me encarou atônita, encrenqueira como era, parecia incapaz de evitar se envolver em problemas. Aaron, por outro lado, cruzou os braços lançando um olhar desconfiado.— Que razões justificariam destruir minha diplomacia pela paz, Keenan? — question
POV: YULLISem qualquer delicadeza, Allison escancarou a porta do quarto e me empurrou para dentro com força, fazendo-me tropeçar.— Ei, sarnento! — reclamei, minha voz transbordando irritação enquanto me recuperava. Sua resposta veio em forma de um olhar furioso acompanhado de um rosnado ameaçador. — Isto aqui é um absurdo!— Concordo, feiticeira. — A voz dele era fria, carregada de desprezo enquanto ele avançava na minha direção. — Nosso Alfa deveria eliminá-la e nos poupar do fardo de sua presença. — Sua postura era intimidadora, e o tom de ameaça em suas palavras era inconfundível. — Você só trouxe desgraças a ele!Respirei fundo, ignorando a dor pulsante em minhas costelas e a exaustão que parecia dominar meu corpo. Ergui o queixo, meu olhar desafiador fixo nele.— Eu fui embora, não fui? — rebati, minha voz firme. — Foi seu Alfa quem me trouxe de volta contra a minha vontade. Nunca quis envolvê-lo em nada disso.Os olhos de Allison brilharam com raiva contida enquanto ele se apro
POV: KEENAN— Sim. — Assenti lentamente, os olhos fixos em Aaron enquanto ponderava. — Sabemos que durante o evento celestial o poder dos bruxos se intensifica significativamente, enquanto nossos lobos tornam-se mais vulneráveis, propensos ao descontrole e à magia. Acha que é esse o motivo do retorno do Feiticeiro Supremo?Aaron soltou uma risada baixa desdenhosa, antes de me encarar.— Então você sabia sobre ele? — Indagou, avaliando os limites do meu conhecimento. — Achei que estava completamente cego por aquela traidora.Meu sorriso se alargou friamente, o rosnado em minha garganta foi audível, deixando claro que mesmo o Rei Lycan não estava imune à minha insatisfação. As presas brilharam afiadas quando avancei um passo, a postura rígida.— Curioso, Aaron... há não muito tempo essa “traidora” era sua aliada. Uma grande amiga. — Mantive o tom ameaçador implícito. — Sei sobre o Feiticeiro Supremo, que ele retornou e tomou o comando do clã devido ao seu poder. O que ainda não sei, caro
POV: KEENANAaron permaneceu estático e paciente, seus olhos intensificaram-se. Sua presença dominante pressionava o ambiente, sua essência pulsava deliberadamente.— A liderança da alcateia o deixou presunçoso demais, pequeno lobo! — Rugiu sutilmente, a forma rude de dizer deixando claro que perto do poder supremo, eu não tinha relevância. Grunhidos involuntários do meu lobo interior ressoou sob a pressão de sua fera que rugiu em comando e alerta.Tensionei a mandíbula rangendo os dentes, sustentando seu olhar com as presas expostas.— Presunção é acreditar que eu não farei o necessário para garantir o que é meu. — Declarei possesso, sem margens para debates. — Aprendi com você, Supremo: o que quero, eu tomo e o torno meu, assim como fiz com esta alcateia... — Dei um passo à frente, a madeira sob minhas mãos estalando com a força que empreguei. Meu olhar não vacilou enquanto a presença de Olson crescia dentro do meu peito, arranhando minha mente com sua impaciência.Minha respiração t