02 - SEQUESTRADA PELO ALFA

POV: YULLI

Dei alguns passos para o lado, meus olhos se arregalando enquanto ele se aproximava com uma confiança elegante e um ar de preguiçosa superioridade. Keenan andava como um predador que não se preocupava com a reação de suas presas, cada movimento calculado, mas desdenhoso. Atrás dele, seus lacaios seguiam em silêncio, todos vestidos com trajes formais, cada um emanando uma aura de ameaça controlada.

— Fiquei chateado, encrenca. — Sua voz gotejava sarcasmo enquanto ele me olhava de cima a baixo, o olhar predatório fixo em mim. — Não recebi o convite para o seu casamento. — Seus lábios se curvaram em um sorriso insuportavelmente autoconfiante. — A propósito, você está linda.

— Keenan, o que você está fazendo aqui? — perguntei, tentando manter minha voz firme, embora o nervosismo me atravessasse. Com os olhos semicerrados enquanto ameaçava me aproximar dele, mas o feiticeiro supremo se colocou entre nós, bloqueando meu caminho. — Eu disse para não vir atrás de mim!

Keenan apenas sorriu, aquele sorriso encantador e perigoso, dando mais um passo em minha direção.

— Mas essa decisão não é sua, feiticeira. — Sua voz soou sedutoramente, e ele parou a poucos centímetros de mim. Seus olhos me estudaram, cada detalhe do meu rosto, cada curva do meu corpo, e um rosnado baixo escapou de sua garganta ao notar um leve corte no canto da minha boca. As presas se tornaram proeminentes, a ameaça latente.

— Ah, bruxinha... — sua voz estava carregada de uma raiva silenciosa. — Quem foi o tolo que ousou feri-la?

— Quem é você, criatura repulsiva? Como ousa invadir nosso casamento? — Drevan interveio, agarrando meus braços com uma força brutal, me puxando bruscamente para trás dele. Seu toque era áspero e possessivo, erguendo o queixo com olhos faiscando de ódio. — Lobos não são bem-vindos em nossas terras! Suas ações violam o tratado de paz!

— Sou o Alfa do Norte, feiticeiro, — Keenan declarou, endireitando-se com uma presença imponente. Seus olhos frios desceram até as mãos de Drevan, que estavam apertadas em volta dos meus braços, deixando marcas vermelhas em minha pele. O olhar do Lycan se estreitou, e a ameaça em seu olhar era palpável. — E sua noiva é minha prisioneira, que fugiu.

— Prisioneira? — Drevan me lançou um olhar, suas sobrancelhas se franzindo em desagrado. Ele se virou de volta para Keenan com uma risada debochada. — Minha noiva sempre arranja problemas por onde passa, Lycan, mas receio que ela não possa mais ser seu brinquedinho. Yulli traiu nosso clã e agora está vinculada a mim por um pacto contratual. Nossa união será selada diante de todo o nosso povo.

Keenan inclinou a cabeça ligeiramente, fingindo pensar enquanto deslizava os dedos pelo queixo. Ele estalou a língua, seu tom sarcástico e afiado.

— Por acaso, — disse ele, com um meio sorriso provocativo, — dei a impressão de que estava pedindo permissão?

O semblante de Drevan se contorceu de fúria, e ele deu um passo à frente. Seus olhos começaram a brilhar com magia negra, a energia pulsando ao redor dele como um manto ameaçador, o poder de ambos afastava os presentes que não ousavam intervir.

— Você está longe de seu domínio e jurisdição, Alfa, — o feiticeiro supremo retrucou, a voz baixa e maliciosa. — Se não quiser começar uma guerra, é melhor colocar o rabo entre as pernas e sumir da minha vista. Não vou repetir isso!

Keenan não hesitou. Em um movimento ágil e quase imperceptível, ele cortou a distância entre eles, sua essência Lupina irradiando uma fúria. O ar ao redor parecia vibrar com sua presença, cada fibra de seu corpo preparada para a batalha.

— Responda-me, feiticeiro — exigiu Keenan, sua voz profunda e mortal. — Foi você quem causou aqueles hematomas nela?

Drevan sorriu com desprezo, os lábios se curvando em uma expressão de pura arrogância. — E se tiver sido, lobo, o que fará? — Ele inclinou a cabeça, sua voz cheia de veneno. — Ela me pertence. Sua existência só é tolerada porque Yulli foi prometida a mim, única e exclusivamente para me servir.

— Obrigado por esclarecer. — disse Keenan, um sorriso letal se formando em seus lábios. Suas presas se alongaram, afiadas e proeminentes, enquanto suas garras se estendiam rapidamente. Sem hesitar, ele agarrou o pescoço do feiticeiro com uma força brutal, levantando-o do chão sem piedade. O Alfa virou o nariz na minha direção, farejando com precisão, como um predador que conhece cada marca em sua presa.

— Costelas, cabelo, boca, braço e maçãs do rosto, — ele enumerou, a voz carregada de uma ameaça.

— O que? — O feiticeiro tentou responder, a confusão estampada em seu rosto enquanto se debatia, os pés balançando no ar.

— Esses são os lugares onde você a feriu, — rosnou o Alfa, o tom tão frio que me fez estremecer. — E os lugares onde você será ferido.

— Foi pouco perto do que a traidora merecia, — retrucou o feiticeiro.

Os punhos de Keenan se fecharam, e ele descarregou uma série de socos brutais no rosto do feiticeiro supremo, cada golpe carregando a fúria acumulada por todas as vezes que ele me machucou. O som dos ossos quebrando ressoou pelo ar, e o sangue começou a jorrar, desfigurando o rosto do feiticeiro. As marcas deixadas pelo Alfa se imprimiam em sua carne, retribuindo cada ferida que ele havia me infligido.

O impacto final lançou o feiticeiro ao chão com um estrondo surdo. Mas antes que Keenan pudesse avançar para outro ataque, correntes mágicas irromperam do nada, prendendo-o e arrastando-o para trás com uma força sobrenatural. Keenan lutou contra elas, mas a magia era poderosa. O feiticeiro supremo se ergueu com dificuldade, cambaleando, o rosto agora inchado e ensanguentado, um olho quase fechado pelo inchaço. Ele limpou o sangue que escorria com o dorso da mão, seus olhos agora transbordando de ódio puro,

— Criatura primitiva, você pagará caro por me ferir! — Drevan vociferou, limpando o líquido metálico que escorria do canto de sua boca com o dorso da mão. Seu olhar era puro ódio. — Não sairá daqui com vida.

Com um movimento ágil e feroz, ele rompeu as correntes que o seguravam, em um piscar de olhos, pressionou Drevan contra o pilar, fazendo o chão estremecer com o impacto. O feiticeiro, sem hesitar, puxou um punhal e o cravou na barriga de Keenan, arrancando um grunhido de dor.

Drevan sorriu, triunfante, mas o alfa aproveitou e agarrou seu punho mantando em sua ferida, puxando com a outra mão do bolso as algemas e prendendo-as no pulso do feiticeiro cessando sua magia.

O alfa mesmo ferido, agarrou Drevan pelo pescoço, apertando-o com uma força implacável, sufocando-o sem piedade.

— Keenan, pare! — gritei, caindo ao chão de joelhos, minhas mãos desesperadamente agarrando meu próprio pescoço enquanto o ar parecia fugir de meus pulmões. — Por favor...

Drevan, com o rosto ficando roxo pela falta de ar, conseguiu gaguejar algumas palavras entre o aperto brutal.

— Escute-a, Alfa. — falou com sua voz estrangulada. — Estamos ligados pelo pacto... se eu morrer, ela também morrerá!

— Maldito! — rosnou Keenan, os olhos brilhando de ódio. Com um gesto feroz, lançou Drevan contra a janela, estilhaçando o vidro. O Alfa se recompôs, ajustando o terno amassado enquanto se dirigia a mim. Seu olhar suavizou ao me ver, ele se ajoelhou para me examinar. — Você está bem? — perguntou, a preocupação em sua voz tão genuína.

— Você não deveria ter vindo, pulguento, — murmurei, tossindo e tentando recuperar o ar que parecia tão difícil de alcançar.

Um sorriso travesso surgiu em seus lábios, seu tom rouco e sedutor causando um arrepio em minha pele.

— Eu sempre virei por você, encrenca. — Ele se inclinou, a intensidade de seu olhar me deixando sem fôlego. — Você vem comigo!

Antes que eu pudesse protestar, Keenan me ergueu com facilidade e me jogou sobre o ombro, minha posição nada digna com a bunda para cima, enquanto ele caminhava lentamente para fora do santuário, como se o caos que havíamos deixado para trás não tivesse acontecido.

— Me ponha no chão, pulguento! — Gritei socando suas costas, a humilhação aquecendo meu rosto. — Vira-lata, você não pode fazer isso... a lei...

— Que se dane a lei de proibição, os Deuses, e seu maldito noivo, — Keenan trovejou, sua voz reverberando com uma fúria que me fez calar. Ele apertou minhas pernas levemente, como se quisesse reforçar sua determinação. — Você me pertence!

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