Olá, como estão? Espero que bem :) Quero agradecer a todos que acompanharam "A alfa e seu companheiro", eu fui muito feliz em escrevê-la e espero que tenha conseguido transmitir todos os sentimentos a vocês. Obrigada!! Voltarei em breve com mais uma história ;*
21 anos antes…MaryA barriga de oito meses não era tão grande como já vi em outras mulheres, mas deve ser pelo fato de eu não ser uma mulher comum. O colchão duro deixava minhas costas doloridas, porém, nada naquela sala era para me dar algum conforto, ao contrário, as câmeras posicionadas nos quatro cantos não me deixavam esquecer do porquê estava ali. A sala bem iluminada e insalubre estava bem trancada, através do vidro reforçado, via o corredor branco e vazio.Perdi a noção do tempo que estava ali, é incrível como a vida de uma pessoa pode mudar drasticamente. Há um tempo, eu tinha uma vida “comum”, tinha casa, trabalho, uma vida... tudo o que uma pessoa normal deseja.Mas eu não era uma pessoa normal.Havia uma anomalia em meus genes, herdado dos meus antepassados. Minha mãe certa vez contou sobre a maldição da nossa família, disse que éramos fadados a morte, nunca passávamos dos quarenta anos de idade. Segundo ela, era devido a nossos genes de lupinos.Uma criatura que existiu
— Mary, querida, hoje está um lindo dia! Uma pena que não possa ver já que seu banho de sol foi cortado. Sabe, é difícil achar funcionários hoje em dia e aquele que você estraçalhou me fez muita falta. — sorriu e chegou mais perto. — O quê? Não irá rosnar? Mostrar esses dentes...Permaneci imóvel, olhando-a. Carmem era bastante jovem, era impressionante como uma mulher de beleza angelical poderia ser tão ruim, além disso, era de total confiança do dono desse laboratório, eu o vi apenas uma vez, era horripilante e talvez mais cruel que ela.Amaro me ajudou a deitar na maca fria no meio da sala. Passou as travas de couro por cima dos meus quadris, ombros e pernas. Nos pulsos e tornozelos tinham o mesmo modelo que o da cadeira: um metal reforçado.A bata que usava foi levantada até meus seios, expondo minha barriga. Carmem se ajeitou na cadeira e despejou o gel frio na minha pele para em seguida passar o aparelho de ultrassom. Continuei com os olhos atentos a ela, seus cabelos loiros es
Havia três seguranças dentro da sala em que estive anteriormente. — Paradinha aí lobinha — outro falou com a arma apontada para mim. Rosnei em resposta. Eu odiava esse apelido, eles me chamavam assim enquanto me espancavam ou abusavam de mim. Deixei que minha natureza me dominasse, meu corpo cresceu um pouco mais, minha pele foi coberta com pelos na cor marrom, as garras ficaram maiores assim como os dentes. Senti minha bebê agitar-se, mas ela estava bem, apenas reagindo à loba dentro de mim. Usando da velocidade, peguei a cadeira ao meu lado e a arremessei, o suficiente para eles saírem das posições. O primeiro foi derrubado assim que minhas garras atingiram seu rosto, rasgando a pele. O segundo atirou, fui atingida no braço mas não parei, o ataquei da mesma forma, desarmando-o antes de afundar minhas garras em seu peito e matá-lo. Senti o choque percorrer meu corpo, minha barriga se contraiu e minhas pernas amoleceram, mas não podia parar. Me joguei em cima do terceiro homem
— Tem, mas você não vai abrir a porta, pode ser uma armadilha para um assalto.— É uma mulher ferida, Otávio! — afirmei já abrindo a porta.— Janete! Que mulher teimosa.A mulher se agachou, estava muito ferida, a bata que cobria seu corpo estava ensanguentada. E pior, ela estava grávida.— Me ajude, por favor… — suplicou e se afastou para se escorar em uma árvore. — Minha bebê vai nascer, me ajude.— Podemos levá-la ao hospital. Vem — Peguei em seu braço na intenção de ajudá-la a levantar, mas ela me impediu ao colocar sua mão por cima da minha.— Não vai dar tempo, está na hora. E não posso ir para o hospital, eles irão levá-la de volta para aquelas pessoas. Por favor, me ajude, não permita que ela vire uma cobaia.Apesar de não fazer ideia do que a mulher estava falando, pude sentir o seu medo, havia uma fraca iluminação da lua, ela estava cheia e bem alta no céu devido a hora. A mulher grunhiu se contorcendo, segurando a barriga.— Ela vai nascer agora, por favor…— Otávio, afaste
Atualmente Aurora — Não acredito que estamos fazendo isso de novo — murmurei ao ver minha mãe saindo da loja de conveniência. Tirei a mangueira de gasolina do carro e devolvi para a suporte. Estávamos há dias na estrada e ainda faltava muito para chegar na tal cidade. — Quer que eu dirija agora? — perguntei sem esconder meu aborrecimento. — Não. Ainda estou bem disposta. — Entregou-me a sacola ao passar por mim. — Anime-se, essa viagem está sendo ótima. Quase revirei os olhos ao ouvir isso. Entrei no carro e olhei as guloseimas que tinha comprado. — A senhora sempre diz a mesma coisa. — Bufei. — Aurora, não reclame. A cidade parece ótima, tenho certeza que vai gostar. — Ligou o carro e saímos devagar. — Fim de mundo a senhora quer dizer — retruquei. — Já vi fim de mundos piores... — Cantarolou daquele jeito provocador e irritante que sempre fazia. — Mãe, essa cidade nem está no mapa. Pra chegarmos aqui tivemos que atravessar o país e ainda entrar naquele mini avião que an
— Então, o que deseja? — O homem de aparência tão rústica quanto o lugar perguntou depois de um longo silêncio. — Ah, eu… Ele tinha um olhar intenso, profundo. Embora seus traços fossem fortes a ponto de deixá-lo com uma expressão séria, eu via uma gentileza contida. Tudo nele parecia combinar, desde os cabelos escuros e um pouco revoltos que caiam de forma desordenada por seu pescoço, até aquela barba que acentuava o maxilar definido. Parecia selvagem no primeiro momento, mas olhando-o profundamente, era aconchegante, tranquilo. Por um breve momento, senti como se tudo estivesse no lugar. Era como chegar em casa. — Você é a nova moradora ou turista? — Bem… — Estava agitada, sem saber como agir. — A primeira opção. — Imaginei, nós estávamos esperando os novos moradores. Seja bem vinda. — Estendeu-me a mão e me ofereceu um sorriso gentil. Olhei para sua mão e fiquei mais nervosa, porém quando a toquei, senti aquele arrepio, aquela sensação quente. Um calor se formou no meu ce
Agonia. Foi assim que eu acordei no meio da noite. Em agoria. O calor do meu corpo estava quase insuportável, o suor escorria no meu rosto e pescoço. Não era um sintoma desconhecido, porém, estava mais forte. Saí da cama sentindo-me tonta e, mesmo no escuro, cheguei ao banheiro. Quase não achei o interruptor para ligar a luz, meu corpo estava doendo como se estivesse prestes a quebrar-se, queimava como se rolasse em brasas. Tateei a pia para apoiar-me e derrubei vários frascos, vidros e embalagens metálicas caíram no chão fazendo um grande barulho. Gemi ao me cortar nos pés, o cheiro de perfume estava forte, embaralhando ainda mais meus sentidos. Foi um custo chegar ao chuveiro, eu não iria conseguir colocar a banheira para encher. Era sempre assim, as crises aconteciam durante a noite, eu deixava sempre a banheira ou qualquer outro recipiente grande com água, mas dessa vez fui pega de surpresa. Algo estava errado. Consegui ligar o chuveiro e escorreguei para o chão, não demo
Alguns dias depois… Aquela semana tinha sido dolorosa. Meus sintomas cada vez mais fortes eram motivos para as noites pouco dormidas e angústias, principalmente de minha mãe. Eu já não sabia o que fazer, os métodos que usamos ao longo do tempo estavam se tornando inúteis. Mesmo que tivesse impulsos estranhos para sair de casa, ainda não tinha conseguido, as febres eram fortes até durante o dia. A irritação estava na pele e até o silêncio era incômodo, não tinha paciência nem para pentear meus cabelos que não se decidiam se iriam ser lisos ou enrolados. Bem, de qualquer maneira, não me importava muito em me ajeitar. E aquele homem perturbava até os meus poucos sonhos. Fora a minha dor, esse era meu único pensamento, chegava a ser obsessivo. — Droga! — Larguei a faca e olhei o sangue em meu dedo. Eu só queria fazer um jantar, um bife simples com algum molho, mas talvez perdesse um pedaço do dedo. liguei a torneira e a água morna lavou o sangue do meu indicador. O corte não