ThalesDesliguei a chamada com aquela sensação inquietante. Eu estava ansioso e já faziam dias.Falar com ela me deixou nervoso como alguém prestes a dar um primeiro beijo. Sua chegada naquele dia foi inesperada, arrebatadora. Ela tinha um olhar confiante quando entrou, eu me senti quase hipnotizado, até mesmo as sardas em seu rosto eram motivos para minha inquietação. Certamente, linda.E não costumava ficar tão impressionado com uma mulher, às vezes me envolvia com uma ou outra, mas nada que tivesse feito meu corpo e mente reagirem daquela forma. Aurora, como sua mãe disse claramente, me causou desejo, sede. Sua mão estava quente quando a toquei e eu quis puxá-la para mim. Era uma sensação louca e tentadora. Uma atração que não conseguia por em palavras, era uma excitação urgente.Ou talvez eu só estivesse impressionado por sua beleza incomum, por aqueles olhos fascinantes e lábios rosados. Até mesmo os cabelos revoltos e ruivos me causavam calor.Queria vê-la novamente e estava a
Thales A porta se abriu antes mesmo que eu chegasse, paralisei por um momento ao revê-la. Os cabelos revoltos em um ruivo suave eram realmente instigantes, porém, o mais exuberante, eram seus olhos cristalinos. Eu me sentia desnudo sob aquele olhar intenso. Como um homem deveria reagir a um olhar que claramente mostrava desejo? Mas isso não era o mais importante, a questão era a minha ansiedade em apenas estar na frente dessa mulher que vi apenas uma vez. — Oi — custei a falar depois que parei na sua frente, ignorei até mesmo o peso da mulher em meus braços — Oi. — Sua resposta demorou. A voz suave me fez hesitar, seus lábios rosados me chamaram a atenção novamente. — Sua mãe. — Olhei a mulher que dormia tranquilamente em meus braços. Que situação estranha. — Ela dormiu. — Ah, desculpe, eu… — Ela passou a mão nos cabelos volumosos ao olhar para a mãe. Isso me prendeu mais do que deveria. — Entre. — Com licença. — Com cuidado, passei pela porta. — Poderia t
ThalesEncarei a madeira escura ainda sem conseguir raciocinar direito. O que foi tudo isso?— Aurora, abra a porta — pedi.— Vai embora ou vou chamar a polícia!! — Foi sua única resposta.Respirei fundo tentando recuperar a calma. Inacreditável. Foi ela quem começou, se ofereceu, me atacou. Como ela pôde me jogar para fora desse jeito? O que ela está pensando?E eu? Onde foi parar meu juízo?— Ah, que se foda!Saí a passos duros, não ia ficar me humilhando depois de levar um pé na bunda. Poderia ter outra mulher quando quisesse, uma normal que começa e termina; e principalmente, uma que não me enfeitiçasse daquela maneira. Agora eu estava com frio e com as bolas doendo e pior, minha ereção não queria diminuir. Aquela sensação inquietante continuava.— Que porra!Entrei no carro assustando Diego.— Thales? — Engasgou-se com a bebida que estava tomando no pequeno cantil e tossiu algumas vezes. Eu tomei o objeto de sua mão dando grandes goladas, a bebida desceu queimando. — O que diabo
AuroraAinda agachada rente a porta, tentava pôr meus pensamentos em ordem. Como eu pude agarrar um desconhecido desse jeito?Que descontrole foi esse?Aquele cheiro… tão perfeito, diferente de tudo que já senti antes. As sensações de beijar sua boca... Sentir o gosto da sua pele… Não conseguia parar.Foi o primeiro beijo que realmente senti algo: prazer, vontade de mais. A boca dele era tão macia, saborosa. Eu ainda sinto a pele formigar devido aos leves arranhões de sua barba.O calor de sua pele...Quase que não consegui colocá-lo para fora, aproveitei o momento de lucidez. Se eu não parasse, iríamos terminar indo longe demais. E, eu não podia ter a minha primeira vez com um estranho, mesmo que ele não saísse dos meus pensamentos.As ações do meu corpo foram tomadas, eu estava consciente, via e sentia tudo, mas… algo mais forte dominou-me, algo havia mudado em meu corpo. Aquele homem… Não podia negar que ele era bonito, os cabelos macios… longos o suficiente para encher as mãos,
Era uma história absurda, mas não me deixou mais abalada do que já estava. O que faltava acontecer? Até mesmo estava comendo carne crua no meio da noite.— Eu estava apenas me enganado sobre uma coisa que já sabia. Eu tinha esperanças que você não fosse como sua mãe.— Um lobo.— Um lobisomem. Sua mãe era um lobisomem.— Acho que não faz diferença ser um ou outro. As duas opções são absurdas. — Você provavelmente é os dois, Aurora.— É para fazer cara de surpresa?— Aurora, isso é um assunto sério!— O que a senhora quer que eu diga? Quer que eu comemore?— Filha…— Essa história é tão absurda quanto a minha vida. E eu não posso discordar porque essa parece ser a explicação mais lógica para tudo. — Levantei me sentindo extremamente irritada. Por que meus sentidos estavam tão aflorados hoje?— Eu vi, Aurora. Vi com meus próprios olhos como sua mãe era. Ela se transformou na minha frente e só me conformei que não estava louca porque Otávio também viu.Sentei novamente e olhei para fren
ThalesOlhei os cacos de vidro no chão com impaciência, era o quarto copo que quebrava naquele dia. — Desse jeito vamos ter prejuízo, Thales. É melhor você deixar de mexer nos vidros por hoje, imagina se quebra uma garrafa de bebida, aí o prejuízo será bem maior. — Diego encheu um copo e colocou na bandeja.— Não sei o que há. — Sentia-me nervoso.— Pois eu sei! Está assim porque a filha da professora te pegou de jeito.— Fale baixo, idiota! — ralhei. — E não é nada disso!— Algumas pessoas gostam de se enganar, mas voltando ao foco aqui, é melhor você fazer outra coisa que não seja mexer com vidros. Hana está aqui hoje e pode te substituir no balcão.— Que seja, vou ajeitar lá nos fundos, se eu ficar sem fazer nada vou enlouquecer.— Cara, essa garota mexeu mesmo com você.— Não gosto de mulheres loucas. — Uhum, sei.Ignorei Diego e saí pelos fundos. Passei pela porta da pequena cozinha e olhei Hana que cantarolava enquanto preparava alguns petiscos. Ela vinha só nos fins de seman
ThalesDitei o ritmo daquele beijo como desejei desde a última vez. Ela agarrou minha camisa grossa, talvez tentasse rasgar como antes, no entanto, ela era surpreendente. Com um único movimento ela me abraçou com as pernas, sustentei seu peso e senti um enorme prazer por tê-la tão bem encaixada, tão entregue.Explorei sua boca de maneira calma, queria saboreá-la. Suas mãos agarraram meus cabelos e rasparam em minha nuca, arrepiando-me. Encostei-a nas grades empilhadas e cheia de garrafas que se moviam causando o choque entre os vidros. O beijo mais intenso estava me enlouquecendo novamente. Nossas línguas disputavam por domínio, ela era insaciável e naquele momento, eu também.— Por que você me domina dessa forma? Por que não consigo parar? — perguntei assim que afastei meus lábios dos seus.Desci meus beijos para seu pescoço sentindo seu calor, ela tinha as mãos nas minhas costas e apertava com força assim como suas pernas. Empurrei minha ereção em seu centro a fazendo arfar, ela g
Aurora— Eu preciso ir. — Desviei o olhar para frente e puxei minha mão. Por mais que eu sentisse aquele desejo insano por ele, não achava justo trazê-lo para essa loucura. Na verdade, estava com medo dele me rejeitar quando soubesse. Certamente, ele não vai aguentar a realidade de estar com uma mulher que não é normal, que vira um animal. E, eu o entendo, acho que no seu lugar, faria o mesmo. Ele está sendo gentil e quer me conhecer, fazer coisas normais… Como eu poderia fazer coisas normais se agora mesmo estou me segurando para não atacá-lo novamente? Como eu poderia ser normal se quero mordê-lo tanto que minha gengiva chega a doer? Como poderia… se eu sinto aquela febre que nunca passa?Eu não tenho nada além de incertezas para oferecer a ele. Mas sua voz me acalma tanto, seu toque…— Tem certeza que está bem? Eu posso te acompanhar até em casa. — Não. Não quero ocupar mais do seu tempo.— Eu decido o que fazer do meu tempo, Aurora. Abri a boca, mas sua expressão séria me fez